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PARTE 2. SITUAÇÃO DO TURISMO NO POLO SERIDÓ

3.2. Ocupação Turística do Polo

3.2.9. Gestão do Turismo

3.2.9.2. Estrutura Municipal de Turismo

Para se realizar a análise da estrutura institucional dos municípios que compõem o Polo Seridó, foi elaborado um questionário e encaminhado aos dezessete municípios, com prazo para devolução, estando à equipe da Consultoria à disposição para esclarecimentos sobre eventuais dúvidas quanto ao preenchimento. Contudo, os prazos tiverem que ser prolongados, visto que alguns municípios não responderam a tempo e/ou simplesmente não responderam aos questionários

O questionário propunha a estratégia de quantificar e qualificar o aparato público, especialmente, quanto à gestão do turismo. Essas informações permitem uma análise sobre as estruturas administrativas do turismo em atender as demandas que o desenvolvimento sustentável da atividade requer, bem como, conhecer os instrumentos de planejamento existentes nos municípios. Os resultados podem ser observados no Quadro abaixo.

QUADRO 33. Polo Seridó: Gestão Municipal do Turismo. Município Órgão Municipal Dotação Orçamentária Funcionário Efetivo Funcionário TNS Estrutura de Trabalho

Acari Coordenadoria de Turismo Não Sim Sim Sim

Caicó Secretaria de Turismo Sim Sim Não Sim

Carnaúba dos Dantas Gerência de Turismo Não Não Não Não

Cerro Corá Meio Ambiente e TurismoSecretaria de Agricultura, Sim Sim Sim Sim (Cedida por

outro órgão)

Currais Novos Sec. de Desenvolvimento

Econômico e Turismo Sim Sim Sim Sim

Equador Sec. de Educação, Culturae Lazer Não Não Não Não

Florânia Coord. da Casa de Cultura Sim Sim Não Não

Jardim do Seridó Coordenação de Turismo Não Sim Sim Sim

Jucurutu Secretaria de Educação –

Subcoord. de Cultura Não Não Não Não

Lagoa Nova Secretaria de Turismo Não Não Sim Sim

Ouro Branco Secretaria de Turismo Não Não Sim Sim

Parelhas Cultura e do EsporteSec. do Turismo, da Sim Sim Sim Sim

Santana do Seridó Não Não Não Não Não

São João do Sabugi Não Não Não Não Não

Serra Negra do Norte Sec. de Desenvolvimento

Econômico e Turismo Sim Sim Sim Sim

Tenente Laurentino

Sec. de Turismo e Desenvolvimento

Econômico

Não Não Não Não

Timbaúba dos Batistas

Sec. de Esportes e

Eventos Não Não Não Não

Fonte: Prefeituras Municipais, 2009.

Organização: Start Pesquisa e Consultoria Técnica, 2009. Legenda: Funcionário TNS: Funcionário Técnico de Nível Superior.

Vê-se, portanto, que a maior parte dos municípios do Seridó possui um órgão responsável pela gestão do turismo, seja de forma exclusiva ou numa pasta mista. O Quadro também informa que a maioria não possui funcionários efetivos e técnicos com nível superior, fator que dificulta o planejamento e a execução de ações em nível municipal.

Não se vislumbra, por exemplo, no corpo funcional da maioria das prefeituras, a presença de turismólogos para dar suporte ao planejamento turístico adequado às exigências atuais e futuras e pela necessidade de garantir-se a qualidade ambiental. Tal situação torna os órgãos municipais sem capacidade de acompanhar e fiscalizar as ações que demandarão do próprio processo e desenvolvimento, num horizonte próximo e também no futuro.

Para minimizar tais efeitos, é imprescindível a realização de concursos públicos para contratação de técnicos efetivos. Além disso, faz-se necessário qualificar e equipe municipal, preferencialmente o corpo efetivo do setor turístico, uma vez que tanto a política do turismo e do meio ambiente, constituem-se nos pilares da realidade de sustentação e crescimento da economia e nas oportunidades de geração de ocupação e renda, de forma ordenada e sustentável para a população. Há a necessidade de constituição de equipe municipal voltada a esse fim, como também é fundamental que as Prefeituras agreguem uma política voltada às ações estratégicas e organizacionais do município para que possa

conduzir o processo de desenvolvimento do turismo e impedir que aconteça de forma desordenada e sem sustentabilidade.

Além disso, em termos de infraestrutura, os órgãos municipais carecem de uma estrutura compatível com os avanços tecnológicos atuais, notadamente no aspecto de informações – seja em termos de oferta turística, equipamentos e serviços disponíveis e/ou indicadores de fluxos de turistas, taxa de ocupação hoteleira, etc. Esses dois últimos, em especial, é uma realidade compartilhada por todos os municípios do Polo. Inexistem sistemas de monitoramento, avaliação global de gestão, gerência de sistemas e processos, gestão governamental, agenda do dirigente, análise de grande estratégia, dentre outros.

Nota-se inclusive uma falta de equipamentos para realizar as atividades rotineiras, como computadores, impressoras, telefones, fax etc.; além de não possuírem dotação orçamentária própria, com raras exceções. Essa ausência de recursos orçamentários alocados compromete as ações municipais na gestão do turismo.

O que se encontra nas administrações públicas é sistema de governo que se resume a estrutura parcial de planejamento, muito focada em programação orçamentária; pouca estrutura em planejamento de curto prazo e inexistente em planejamento de médio e longo prazo, apresentando grande necessidade de elaboração e implantação de planos que possam fortalecer a gestão municipal dos municípios de interesse turístico e assim, proporcionar aos mesmos, amplas condições de se beneficiarem do turismo.

A falta de dotação orçamentária é um obstáculo ao desenvolvimento do turismo, pois, os gestores públicos encontram dificuldades de cumprir suas funções, por ficarem na dependência de autorização. Focando-se em setores específicos como turismo e meio ambiente, por exemplo, percebe-se ser o número de funcionários, a estrutura e os equipamentos insuficientes às exigências atuais e, conseqüentemente às futuras, principalmente para atendimento à demanda de cumprimento da nova política proposta pelo Plano Nacional do Turismo, e pelo Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil.

Com o incremento da atividade turística, os municípios passarão a ser demandados por um contingente de turistas, prestadores de serviços, comerciantes e outras responsabilidades sem terem, no entanto, a estrutura necessária ao gerenciamento do turismo e à manutenção adequada da qualidade ambiental, como também, da fiscalização e monitoramento devidos para a condução sustentável e da gestão do processo de desenvolvimento.

Ao se analisar a capacidade institucional dos municípios do Polo Seridó, nota-se que a estruturação dos órgãos é pequena. Apenas nas cidades em que o turismo vem sendo trabalhado há algum tempo, como nos municípios engajados no PNMT, em especial, Acari, Carnaúba dos Dantas, Parelhas, Currais Novos, Lagoa Nova, Cerro Corá, Jardim do Seridó existe uma equipe mais organizada.

Assim, torna-se imprescindível a elaboração de ações que fortaleçam a capacidade de gestão dos órgãos municipais de turismo, e também meio ambiente e cultura, para que tenham a capacidade de planejar e executar ações com eficiência, especialmente naqueles municípios com um estágio de turismo mais avançado.

Da mesma forma, é preciso criar mecanismo de maior interação e troca de informações entre as secretarias municipais de turismo e a SETUR para que, apesar de independentes, os esforços sejam conjuntos para desenvolver o turismo, especialmente no que tange às informações e dados sobre a oferta turística, fluxos de turista, perfil etc, dados hoje inexistentes na maior parte dos municípios.