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O código QR, ou QR Code, é um tipo de hiperlink que pode ser lido por smartphones, por exemplo, de forma rápida e eficiente. Ao realizar a identificação desse código, o aparelho abre vídeos, textos, sites ou imagens disponíveis na internet. Para tal, é necessário instalar um aplicativo no seu celular.

Este código QR

foi criado pela empresa japonesa Denso-Wave em 1994 para identificar peças na indústria automobilística, desde 2003 é usado para adicionar dados a telefones celulares através da câmera fotográfica. Os “QR Codes” estão sendo usados em muitas revistas, campanhas publicitárias e até em games. (PRASS, 2011, on-line).

A sigla QR corresponde ao termo “Quick Response”, ou em português “resposta rápida”. Trata-se de um código de barras bidimensional que pode ser facilmente escaneado (DALAMURA, 2018). Em relação à acessibilidade, já temos alguns museus que fazem uso do QR Code para receber pessoas com deficiência. Isso porque a maioria das instituições desse tipo não tem tradutores intérpretes de Libras à disposição, por isso tiveram a ideia de colocar esses códigos QR ao lado dos quadros, estátuas, enfim, do acervo disponível, para que os surdos, já com os aplicativos de leitura, possam escanear os códigos e receber as informações em Libras sobre esses objetos.

No Brasil, temos um artigo de 2017 que explica com detalhes sobre a experiência do Museu de Ciências Naturais da PUC de Minas Gerais utilizando esse código. “Eles [os surdos] apontaram aspectos positivos como a acessibilidade proposta, deixando o surdo com ‘autonomia’ para poder visitar o museu.” (SANTOS; JESUS; ROCHA, 2017, p. 9). Já no Reino Unido, existe uma empresa que oferece o QR Code para empresas que desejam tornar acessíveis, por exemplo, seus cardápios, colocando o código ao lado dos pratos servidos pelo estabelecimento com um vídeo explicativo, em língua de sinais, sobre os ingredientes presentes no alimento.

Em função dessas experiências, aproveitou-se a ideia de colocar os códigos nesta pesquisa. O interessante foi que, mesmo sendo a primeira vez que utilizei o código QR na ficha de análise, não houve nenhum problema ou resistência dos participantes sobre isso. Eles conseguiram responder sobre as nove ferramentas – cada uma com mais de 40 perguntas – fazendo marcações e manifestando algumas opiniões sem dificuldades.

Apresento a seguir o passo a passo de como foi implantado o código QR nas fichas de avaliação:

1) Criar a tabelas, perguntas e escala de avaliação Likert;

2) Gravar os vídeos de cada pergunta com o apoio dos tradutores e intérpretes de Libras da UFRGS, acompanhados da pesquisadora (importante citar que foram assinados termos de autorização de uso de imagem e vídeos pela profissional e pela pesquisadora);

3) Conferir todos os vídeos salvos no computador; 4) Fazer upload de cada vídeo na plataforma YouTube;

Figura 45 – Vídeos em Libras abertos a partir do QR Code

Fonte: Canal da pesquisadora na plataforma YouTube.

5) Abrir o site QR Code Generator16, responsável pela criação dos códigos; 6) Buscar o endereço do YouTube para colar o hiperlink no Code Generator; 7) Criar o código QR;

8) Verificar a imagem com o código;

Figura 46 – Elaboração dos QR Codes

Fonte: Elaborado a partir do QR Code Generator.

9) Salvar a imagem no computador;

10) Adicionar as imagens dentro das tabelas no editor de textos Word.

Após esses passos, realizados para cada uma das questões, fiz a impressão da ficha de avaliação e entreguei para os participantes responderem a todas elas sobre cada ferramenta. Nesse contexto, entendo que ficou fácil e útil para eles responderem esses formulários no papel, pois em caso de dúvida eles utilizaram o código QR para assistirem

aos vídeos em Libras. Importante citar que foi sugerido para eles a instalação prévia do aplicativo de escaneamento para que pudessem ter acesso ao vídeo-tradução. Eles acharam muito interessante o uso desse código, pois havia uma maior mobilidade para leitura, podendo levar as folhas para a cama, sofá, escritório ou qualquer lugar onde estivessem. Esse quesito foi significativo, pois as perguntas eram numerosas e, caso fosse necessário responder em frente de uma tela ou monitor, ficaria muito cansativo visualmente. Já com os QR Codes, isso poderia ser feito a qualquer momento e em qualquer espaço.

As imagens abaixo ilustram o layout da Ficha e a funcionalidade do código QR para receber os vídeos no Youtube:

Figura 47 – Layout da Ficha de Avaliação

Fonte: Elaborado pela pesquisadora.

1) Código QR;

2) Número do vídeo salvo no Youtube, juntamente com a ordem de cada pergunta, por exemplo: 00, P01, P02, P03, P04... (Para melhor organização, se houver algum problema, o acesso é facilitado para a pergunta específica);

3) Metas e legendas explicativas sobre o significado de cada imagem da escala; 4) Todas as questões acompanham o código QR;

5) É necessário instalar o aplicativo “Leitor de código QR”, presente no sistema Android. Veja a funcionalidade abaixo:

Quadro 6 – Procedimentos para leitura do QR Code

a. Lendo o código a ficha análise.

b. Identificando o código c. Localizando o link e selecionando ele

d. Abrindo a plataforma YouTube com a tradução do TILS da UFRGS

Fonte: Elaborado pela pesquisadora

No início da ficha, havia este código com a explicação das metas, que você pode abrir agora para verificação:

Figura 48 – Código QR [00]

Fonte: Elaborado pela pesquisadora por meio da plataforma QR Code Generator.

Enfim, com o acréscimo do código QR na ficha de avaliação, concluiu-se que os participantes que tinham dificuldade na estrutura do português utilizaram o código para ver o vídeo sinalizado da pergunta em questão. Além disso, houve uma maior independência e mobilidade dos sujeitos em relação à resposta da Ficha.

Com isso, finalizo o capítulo de metodologia. Nas páginas seguintes, apresento os materiais coletados/produzidos durante a pesquisa, realizando posteriormente uma análise.

8 ANÁLISEEDISCUSSÃODOSDADOS

Nas próximas seções, haverá a exposição qualitativa e quantitativa sobre os aspectos positivos e negativos apontados pelos participantes quanto à acessibilidade. Serão apresentados gráficos que representam a quantidade de respostas dos usuários dentro das quatro opções, bem como comentários espontâneos de cada sujeito e minhas observações. A seguir, serão feitas breves discussões sobre cada conjunto de respostas, pontuando o que se pode compreender a partir desses resultados, citando estudos teóricos que corroboram com essa percepção.