EXISTENTE
A principal causa de fracasso em prótese fixa é a cárie e por isso, próteses fixas cimentada há algum tempo apresentam-se com seus dentes pilares caria- dos. Nesses casos e desde que a prótese apresente-se em condições de permanecer na boca, pode-se confec- cionar o núcleo da maneira convencional, sendo que sua porção coronária é obtida moldando-se a interior da coroa. (Figs. 5.1 IA a 5.1 IN)
FIGURA 5.1 IA
Vista vestibular de uma prótese metalocerâmica 19 anos após a cimentação. O dente 24 necessitou de tratamento endodôntico decorrente de processo carioso.
P R Ó TE S E F I X A
FIG 5.1 IB FIG 5
Como as margens do preparo foram atingidas pela cárie, essa região foi repreparada. Os condutos são preparados e
moldados deixando uma pequena projeção da resina para oclusal.
FIG 5.1 IE
■ FIGURA 5.1 ID
Toda superfície interna da coroa é ligeiramente desgastada inclusive a região cervical, para eliminar possíveis áreas retentivas.
FIG 5.
A resina é preparada e levada à região correspondente ao término cervical e no interior da coroa que é posicionada
sobre o dente, tomando-se o cuidado de avaliar a oclusão. FIGURA
N Ú CL E O S
HG
FIG 5.1 IH
FIGURAS 5.MG e 5.MH
Após a polimerização da resina, avalia-se a porção coronária do núcleo e faz-se o acabamento da região cervical.
j . l l l
FIG 5.1 IJ
■ FIGURA 5.Ml
Vistas do núcleo em resina e com a coroa em posição. Nesta fase, faz-se o acabamento na interface coroa/núcleo.
■ FIGURA 5. MJ
Núcleo fundido adaptado à coroa.
IIK IM
FIGURAS 5 . I I K a S . I I M
Vistas vestibular, oclusal e radiográfica do núcleo e coroa cimentados.
COROAS
PROVISÓRIAS
LU I Z FE R N A N D O PECORARO
C A P I T U L O
C O R O A S P R O V I S Ó R I A S
INTRODUÇÃO
Qualquer tipo de tratamento protético de um ou mais elementos exige a confecção das restaurações provisórias, que podem facilitar a confecção da próte- se definitiva e, consequentemente, levá-la ao sucesso.
O termo "provisória", para muitos, pode significar apenas que a prótese provisória tem a função, somente, de substituir a quantidade desgastada do dente prepara- do até a cimentação da prótese definitiva. Aqueles que assim pensam, provavelmente, não devem estar satisfei- tos com a qualidade dos seus trabalhos.
Por que o sucesso da prótese definitiva está relaciona- do diretamente à qualidade das restaurações provisórias? Desde sua confecção até a cimentação da prótese definitiva, o tempo despendido clinicamente com as restaurações provisórias é muito grande: confecção, cimentação, remoção, limpeza, fraturas de margens e pônticos com necessidade de reembasamento e repa- ração. Provavelmente, esse tempo deve estar por volta de 50%. Se isto for verdade, então algumas reflexões devem ser feitas:
a) Se "perdemos" todo esse tempo com as restaura ções provisórias e, considerando que o tempo clínico é extremamente valioso, por que não usá-lo em favore- cimento da prótese definitiva?
b) Se a restauração provisória faz parte do trata mento protético, por que não confeccioná-la de tal modo a dirimir todas as dúvidas que, normalmente, surgem durante o tratamento como, determinação da forma, contorno, oclusão, dimensão vertical e estética da prótese definitiva?
c) Em função das características dos dentes reten tores, podem surgir dúvidas no planejamento inicial mente idealizado, em função da qualidade e quantida de do periodonto de inserção, do número e do posicionamento dos dentes pilares. Assim, por que não usar as restaurações provisórias como elementos de diagnóstico?
d) Outro aspecto muito importante está na conscientização do paciente da importância da higie-
ne oral no sucesso da prótese. Por que não usar esta fase como treinamento para motivar o paciente em relação à sua higiene oral?
É obvio que as restaurações provisórias apresentam ou trazem algumas desvantagens, principalmente se permanecerem por um longo período na boca. Podem ocorrer fraturas que se tornam frequentes quanto maior for o tempo de permanência na boca; resposta perio- dontal desfavorável em função da característica superfi- cial do material que favorece a instalação da placa e, como consequência, inflamação gengival e/ou instala- ção de cárie. Outra desvantagem está relacionada à par- ticipação efetiva que essas restaurações provisórias têm no orçamento da prótese. Porém, em hipótese alguma, alguém deve pensar em abolir esse procedimento com o intuito de diminuir o custo final da prótese.
Embora seja possível dar ao paciente um planeja- mento protético inicial e uma ideia de custo final, so- mente após o tratamento periodontal é que se pode definir com exatidão quais dentes serão pilares, que prótese será executada e qual o custo final. Até então deve-se estabelecer um orçamento inicial que inclui, se necessário, montagem dos modelos em ASA e encera- mento diagnóstico, remoção das próteses antigas e nú- cleos intrarradiculares, tratamento ou retratamento en- dodôntico, confecção de novos núcleos e coroas provi- sórias, combinado ou não à prótese parcial removível provisória. Novo orçam to das próteses definitivas en será realizado após o tratamento cirúrgico periodontal.
Finalmente, a instalação da prótese provisória na boca do paciente cria um compromisso entre este e o profissional, que pode favorecer a realização do trata- mento e tornar essa parceria mais positiva. É esta a fase que começa a dar forma ao tratamento definitivo, a atender às expectativas do paciente e a ajudar o profissional a conseguir um ótimo produto final. Isto é o que se denomina de tratamento personalizado.
Por outro lado, se este compromisso é quebrado devido à alterações inadequadas na função, na fonéti- ca ou na estética, pode ocorrer uma desarmonia no relacionamento entre profissional e paciente, que pode também trazer consequências negativas ao traba- lho definitivo.
P R Ó T E S E F I X A
Coroas provisórias que se deslocam com facilidade e frequentemente, nas situações mais inconvenientes; desajustes ou fraturas marginais que provocam sensi- bilidade devido as variações térmicas, inflamação gen- gival e sangramento localizado ("nem escovo ou passo fio porque sangra"); contatos proximais insuficientes ou inadequados, que possibilitam impacção alimen- tar; formas anatómicas que deixam a desejar, mais comumente o sobrecontorno; dentes estéticos, princi- palmente os anteriores, que não preenchem essa fina- lidade; cor que não é compatível com os dentes vizi- nhos ou antagónicos, com certeza não são elementos que possam contribuir para o sucesso do tratamento ou relacionamento cirurgião-dentista/paciente.
Portanto, a conscientização do profissional da im- portância do papel da restauração provisória é um indicador seguro do sucesso da prótese definitiva.