• Nenhum resultado encontrado

S ULCOS DE O RIENTAÇÃO : NAS FACES

No documento prótese fixa - pegoraro - livro (páginas 69-76)

C OROA M ETALOCERÂMICA (T ÉCNICA DA SILHUETA )

2) S ULCOS DE O RIENTAÇÃO : NAS FACES

■ FIGURA 3.I5D

Sulco marginal cervical palatino.

desgastes desnecessários ou insuficientes que possam por em risco a integridade do órgão pulpar e, ao mes- mo tempo, proporciona o desgaste ideal para acomo- dar o metal e porcelana. Os sulcos ficam delimitados na área marginal cervical pelo desgaste prévio realiza- do com a broca esférica.

Os sulcos incisais, também em número de dois, seguem a mesma direção dos sulcos vestibulares e são feitos com a mesma broca, inclinada aproximadamente a 45° em relação ao longo eixo do dente e dirigida para a face lingual nos dentes superiores e para vesti- bular no preparo de dentes ântero-inferiores. Sua pro- fundidade deve ficar por volta de 2,0mm, o que cor- responde a uma vez e meia o diâmetro da broca. Esse desgaste possibilita a obtenção de resultados estéticos satisfatórios para a porcelana, permitindo a transluci- dez característica do esmalte nesse local.

Na região línguo-cervical, os sulcos deverão apre- sentar profundidade de ± 0,6mm, o que corresponde à metade do diâmetro da broca e permite espessura suficiente para o metal.(Figs. 3.16A a 3.16E)

Os sulcos vestibulares e linguais devem ser orienta- dos, tomando-se o cuidado de verificar previamente em um modelo de estudo a relação de inclinação dos dentes envolvidos na prótese para que esses sulcos te- nham uma relação de paralelismo. Para a confecção destes em dentes com coroas curtas, pode-se utilizar a VESTIBULAR, INCISAL E LINCUO-CERVICAL

As coroas metalocerâmicas necessitam de 1.5mm de desgaste nas faces vestibular e metade das proxi- mais e 2mm na incisai, para acomodar o metal e por- celana dentro do contorno anatómico normal que o dente apresentava.

Assim, a melhor maneira para controlar a quanti- dade de desgaste, em função das necessidades estéticas e mecânicas do preparo, é através da confecção de sulcos de orientação, que inicialmente, deverão ser realizados em uma das metades do dente.

Inicialmente, com a broca 3216 ou 2215, em alta rotação, faz-se dois sulcos na face vestibular corres- pondentes ao diâmetro da broca (l,2mm), um no meio e outro próximo à face proximal. Os sulcos de- vem ser realizados seguindo os planos inclinados des- sas faces, um correspondente ao terço médio-cervical

P R E P A R O S DE D E N T E S C O M F I N A L I D A D E P R O T É T I C A

F I G 3 . I 6 A FIG 3.

H FIGURAS 3.16A e 3.I6B Vistas vestibular (A) e palatina (B) dos sulcos de orientação.

FIG 3.I6C FIG 3.

FIG 3.I6E

1

r

i

i

P R Ó T E S E F I X

^- UNIÃO DOS SULCOS DE

ORIENTAÇÃO

Com a broca 3216 ou 2215, faz-se a união dos sulcos das faces vestibular, incisai e lingual, mantendo-se a relação de paralelismo previamente obtida. Nesta fase acentua-se o desgaste de l,3mm até a metade das faces proximais, por

serem também consideradas importantes na estética.

Após esses desgastes, a metade do dente está pre- parada, o que permite fazer uma avaliação dos proce- dimentos realizados até o momento, pois a outra me- tade está intacta. Torna-se, desta maneira, muito fácil ao operador controlar os requisitos mecânicos, bioló- gicos e estéticos que requerem um preparo com finali- dade protética (Figs. 3.17A e 3.17B).

4- DESGASTES PROXIMAIS Com o dente

vizinho protegido por matriz de

aço, procede-se à eliminação da convexidade natural desta área com a broca 3203 (Fig. 3.18). A proteção do dente vizinho é importante porque existem traba-

lhos na literatura que mostram que 75% dos dentes

contíguos aos preparados sofrem algum dano, como desgaste inadvertido do esmalte ou das restaurações existentes. A finalidade deste passo é criar espaço para a realização do desgaste definitivo com a broca 3216. Os desgastes proximais devem terminar no ní-

vel gengival e deixar as paredes proximais paralelas

entre si. Esse desgaste deve ser realizado até que se tenha distância mínima de lmm entre o término cervical do dente preparado e o dente vizinho. Esse espaço é indispensável para possibilitar acomodação da papila interproximal e, se houver dois retentores a serem unidos, o espaço ideal deve ser até maior, de 1,5 a 2,0mm, o que possibilita espaço para a papila e acesso aos meios convencionais de higienização como a agulha passafio.

FIG 3.I7A

■ FIGURAS 3 . I 7 A e 3 . I 7 B

Vistas vestibular e proximal da metade do dente preparado.

■ FIGURA 3.18

P R E P A R O S D E D E N T E S C O M F I N A L I D A D E P R O T É T I C A

DESGASTE LINCUAL

Com a broca diamantada em forma de pêra n° 3118, procede-se ao desgaste desta face, seguindo-se a anatomia da área (Fig. 3.19A).

A região lingual correspondente ao terço médio-inci- sal deve ser desgastada no mínimo em 0,6mm para aco- modar apenas o metal nas coroas de dentes anteriores que apresentam um sobrepasse vertical muito acentuado. Evita-se, assim, deixar a região incisai muito fina e sujeita à fratura. Para os casos com sobrepasse vertical normal, essa região também pode ser coberta com porcelana e, para isso, deve ter um desgaste de 1.3mm. O restante das faces proximais deve apresentar um desgaste de 0,6mm, pois nessas áreas a coroa metalocerâmica deverá apresen- tar-se somente em metal, estendendo-se para incisai (poste próxima!) para dar sustentação à porcelana.

O desgaste do 1/3 cervical é realizado com brocas 3215 ou 2214, com o objetivo básico de formar o término cervical em chanfrete (0,6mm), suficiente para a resistência do metal. (Fig. 3.19B)

Devido à dificuldade ou impossibilidade de con- fecção de sulcos de orientação nas faces linguais dos dentes anteriores, utiliza-se como elemento de refe- rência a metade íntegra do dente, a oclusão com os antagonistas e, numa etapa posterior, a espessura da face lingual das coroas provisórias.

Após a realização dos desgastes, avalia-se o espaço conseguido consultando-se os movimentos de laterali- dade, latero-protrusão e protrusão executados pelo pa- ciente.

O desgaste da metade íntegra é realizado era segui- da, repetindo-se todos os passos citados anteriormente (Fig. 3.19C).

Desgaste da face palatina mostrando a posição da broca 31 18.

FIGURA 3.I9B

Término cervical em chanferete. FIGURA 3.I9A

Observar a posição da broca: metade no dente, metade no sulco gengival.

FIGURA 3.I9C Dente preparado.

P R Ó T E S E F I X A

irr

6- PREPARO SUBCENCIVAL

Para se obter um término cervical do preparo no interior do sulco gengival, nítido e num nível compa- tível com a fisiologia do sulco gengival, o primeiro ponto que deve ser muito bem entendido é que a obtenção do término em chafrado faz-se usando ape- nas a metade da ponta ativa da boca.

Assim, o posicionamento correto da broca para estender o término do preparo dentro do sulco gengi- val deve ser feito deixando metade de seu diâmetro em contato com o dente e a outra metade fora do dente e, conseqiientemente, em contato com o epité- lio sulcular. Procedimentos frequentemente aconse- lhados de colocação de fios retratores gengivais nos

términos cervicais, previamente à extensão subgengi-

val, são mais danosos que a própria ação da broca, por sua ação mecânica de pressão e pela presença de ele- mentos químicos, responsáveis pela retração gengival, o que comumente resulta em recessão gengival e ex- posição precoce da cinta metálica que se pretendia esconder dentro do sulco. Não se deve encostar a bro- ca nas paredes axiais para a execução desse procedi- mento, pois corre-se o risco de obter-se ura término

egular, semelhante à forma de toda a extremidade da broca, visto que a quantidade desgastada nas faces vestibular e metade das proximais correspondeu ao diâmetro da broca (Fig. 3.20A e 3.20B).

Fica fácil entender agora a importância da reali- zação do sulco cervical marginal, utilizando a meta- de do diâmetro (± 0,7mm) da broca esférica, pois, além de ter delineada a forma do chanfrado, tam- bém auxilia no posicionamento correto da broca 3216 ou 2215 para preparo subgengival.

A profundidade do término cervical deve ser de 0,5 a l,0mm, suficiente para esconder a cinta me- tálica da coroa metalocerâmica. A área interproxi- mal constitui-se no aspecto mais crítico desta fase, razão pela qual cuidados adicionais devem ser ob- servados com a extensão do término dentro do sul- co gengival.

Busca-se, nesta etapa, realizar uma pequena in-

clinação (2 a 5o) das paredes em direção incisai, a

partir do término cervical, que pode ser aumentada

(5 a 10°) a partir do 1/3 cervical, principalmente se o

dente apresentar coroa clínica longa. (Figs. 3.2IA e 3.21B)

FIGURA 3.20A

Posicionamento correto da broca para o preparo subgengival.

■ FIGURA 3.20B

Vista palatina do dente preparado.

FIG 3.2IA Segunda J inclinação "S

Primeira ^f

í

«FIGURAS 3.21 A e 3.2IB

P R E P A R O S D E DE N T E S CO M FI N A L I D A D E P R O T É T I C A

As ligas de Ni-Cr usadas nas coroas metalocerâ-

micas apresentam características físicas que possibi-

litam a obtenção de margens cervicais finas (de 0,1

a 0,3mm), sem prejuízo de adaptação decorrente do processo de cocção da porcelana. Por esta razão, o término cervical colocado a 0,5mm dentro do sulco é capaz de esconder a cinta metálica, princi- palmente se o tecido gegival for constituído de mucosa ceratinizada. Gengiva fina pode exigir ex- tensão cervical maior dentro do sulco para masca- rar a translucidez da cinta metálica.

As ligas de ouro cerâmico, por outro lado, exigem maiores espessuras (0,3 a 0,5mm) para não sofrer de- formações decorrentes da coação da porcelana. Assim, nos preparos para coroa metalocerâmica em liga de ouro, a estrutura dentária deve sofrer maior desgaste

nessa região para acomodar o metal e a porcelana. Outra diferença em relação ao preparo para me- talocerâmica com ligas de Ni-Cr está no término cervical, que deve ser em degrau biselado para con- figurar maior resistência à estrutura metálica. Como consequência, torna-se necessário maior aprofundamento gengival (0,7 a l,0mm), notada- mente nos dentes de relevante importância estética, para mascarar o bisel metálico.

Para a obtenção do término em degrau biselado nas faces vestibular e metade das proximais, utiliza- se a broca n° 3069 de ponta reta para a confecção do degrau, que é levado 0,5mm dentro do sulco (Fig. 3.22A) e a broca em forma de chama, n° 1112 para o biselamento do degrau (Fig. 3.22B). O restante do preparo continua em chanferete (Fig. 3.22C).

FIGURA 3.22B

Término em degrau biselado

■ FIGURA 3.22C ■ FIGURA 3.22A

Término em degrau.

P R Ó T E S E F I X A

7 - ACABAMENTO

Como o término cervical obtido com as brocas diamantadas 3216 ou 2215 é um chanfrado longo (Fig. 3.23A), torna-se necessário aumentar um pouco mais a quantidade de desgaste na região cer- vical das faces estéticas, vestibular e metade das proximais, para acomodar o metal e a porcelana e não haver sobrecontornos.

Para isso, utiliza-se para este desgaste a broca diamantada tronco-cônica com extremidade arre- dondada (4138), totalmente apoiada na parede axi-

al, acentuando o desgaste nessa região (Fig. 3.23B). A regularização do preparo deve ser feita com as mesmas brocas anteriormente usadas, em baixa rota- ção, arredondando-se todas as arestas formadas e eli- minando áreas de esmalte sem suporte ou irregulari- dades que possam ter permanecido na região do tér- mino cervical. Recomenda-se também a utilização de brocas de aço multilaminadas em baixa rotação, para definir melhor o término cervical, facilitando a adap- tação da coroa provisória, moldagem e demais passos subsequentes. Verifica-se com sonda exploradora se esses objetivos foram atingidos. (Figs. 3.24A e 3.24B)

FIGURA 3.23A

Posicionamento correto da broca para obtenção do chan- frado.

■ FIGURA 3.23B

Aumento do desgaste cervical.

FIGURA 3.24A Preparo concluído.

FIGURA 3.24B Prótese cimentada

P R E P A R O S DE D E N T E S C O M F IN AL I D A D E P R O T É T I C A

B * PREPARO PARA COROA METALOCERÂMICA

No documento prótese fixa - pegoraro - livro (páginas 69-76)