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R EEMBASAMENTO DOS CASQUETES

No documento prótese fixa - pegoraro - livro (páginas 180-188)

Para este procedimento não é necessário anestesiar os dentes preparados. O afastamento mecânico do te- cido gengival é conseguido pelo reembasamento, com resina, das margens dos preparos. Enquanto qualquer marca de resina se presta para a confecção dos casque- tes, o reembasamento deverá ser realizado com uma resina de melhor estabilidade dimensional, como Du- ralay ou similar e, de cor vermelha, para facilitar a visualização dos detalhes do término cervical e do sul- co gengival.

Os dentes preparados devem ser isolados com va- selina sólida e a resina é levada sobre o término cervi- cal, com um pincel fino ou uma espátula.

M O L D A G E M E M B A L H O

O D E L O D E T R A

■ FIGURA 7.6A

Modelo de gesso delimitado com grafite.

I FIGURA 7.6B Alívio em cera. ■ FIGURA 7.6C Casquetes concluídos. IGURA 7.6D ■ F

Molde de alginato das coroas provisórias.

■ FIGURA 7.6E

Molde preenchido com resina acrílica.

■ FIGURA 7.6F Casquetes concluídos. Drfi ANA PAULA C. CIRURGIÃ DENTI CRO-AM 1698-CRO-Si CIC 171838368

P R Ó T E S E F I X A

A resina fluída é depositada era toda a volta do término cervical, procurando-se introduzi-la dentro do sulco gengival (Fig. 7.6G). Após a perda superficial do brilho, o casquete é posicionado vagarosamente no dente até encontrar resistência (Fig. 7.6H). A pressão exercida pelo casquete contra a resina mais fluída de- positada no término do preparo, vai promover um afastamento mecânico lateral imediato nessa área, ra- zão pela qual é comum ter-se algum grau de isquemia do tecido gengival durante esse procedimento.

Aguarda-se a fase plástica da resina e, com um instrumento de ponta romba como a espátula de in- serção n° 2, pressiona-se o excesso de resina para o interior do sulco, buscando maior afastamento do te- cido gengival e melhor reprodução dos detalhes do término cervical do dente preparado. Esse instrumen- to deve ser manuseado com delicadeza, evitando-se movimentos bruscos ou intempestivos que possam traumatizar o tecido gengival. (Fig. 7.61).

Enquanto se aguarda a polimerização da resina, é aconselhável movimentar-se ligeiramente o casquete, deslocando-o e retornando-o para sua posição origi-

nal, para evitar que retenções mecânicas existentes, além do término cervical dos dentes preparados e nas faces proximais dos dentes vizinhos, sejam capazes de dificultar ou até impedir a remoção dos casquetes após a polimerização final da resina.

Após a remoção do casquete, analisa-se todo o térmi- no cervical reembasado, verificando a nitidez de toda a margem do preparo e da existência de um pequeno ex- cesso, que corresponde à resina que foi pressionada para dentro do sulco gengival. Esse excesso, de no mínimo 0,2mm, vulgarmente chamada de "saia", será o responsá- vel pelo afastamento do tecido gengival (Fig. 7.6]). Se esses detalhes não foram obtidos, torna-se necessário a realização de outro reembasamento. Antes da execução do segundo reembasamento, é indispensável que os ex- cessos externos e internos de resina sejam removidos.

Esses procedimentos de reembasamento são prejudicados somente quando o tecido gengival apresenta-se inflamado. Nesses casos, recomenda- se primeiramente a recuperação da saúde gengival para depois, proceder-se ao reembasamento dos casquetes.

■ FIGURA 7.6G

Resina Duralay colocada no término.

■ FIGURA 7.6H Colocação de casquete.

FIGURA 7.61

Acomodação do excesso de resina no sulco gengival com a espátula de inserção.

M O L D A C E M E M O D E L O D E T R A B A L H O

■ FIGURA 7.6J

Avaliação do reembasamento dos casquetes.

Após a polimerização da resina, as margens exter- nas do casquete, correspondentes à moldagem do sulco gengival ("saia"), e internas, correspondentes ao término cervical do preparo, são delimitadas com grafite. Os excessos externos e internos localizados além dessas linhas devem ser removidos. Assim, tem-

se um casquete aliviado internamente e com a área

correspondente ao término cervical intacta. (Figs. 7.6K a 7.6M)

A qualidade do reembasamento dos casquetes tem

influência direta na qualidade da moldagem: não exis-

te reembasamento deficiente e molde preciso. Após a eliminação dos excessos, a verificação da adaptação dos casquetes pode ser feita com sonda exploradora. Os casquetes não devem estabelecer contatos com seus vizinhos, pois isto pode dificultar seu posiciona- mento durante a moldagem. (Figs. 7.6N e 7.6O).

I 4.5. MOLDAGEM

Além da previsibilidade, ou seja, o casquete corre- tamente reembasado sempre vai proporcionar uma

boa moldagem, esta técnica tem como vantagem a economia de material, visto que, a quantidade do material para preencher o casquete é muito pequena.

Qualquer material de moldagem de consistência

regular pode ser indicado com esta técnica. Os mais

utilizados são as mercaptanas, como o Permlastic ou Coe-flex, embora os poliéteres e siliconas de conden- sação e adição também possam ser empregados.

Independentemente do material de moldagem uti- lizado, é indispensável aplicar-se o adesivo próprio em

toda a superfície interna do casquete e aproximada-

mente 2mm externamente, deixando-o secar por 5 minutos. É importante que o adesivo apresente uma

camada fina e quando necessário deve ser diluído em

solvente. O adesivo estabelece uma sólida união entre o casquete e o material de moldagem, evitando que este se desloque ou rasgue do casquete, deformando o molde. (Fig. 7.6P)

Como as mercaptanas e siliconas não se compor- tam bem na presença de umidade, a região que vai ser moldada deve ser isolada com rolos de algodão. Na presença de fluido sulcular, este deve ser controlado,

FIG 7.6L

■ FIGURAS 7.6K e 7.6L

P R Ó T E S E F I X A

■ FIGURA 7.6M FIGURA 7.6N

Vista dos casquetes na boca Casquetes reembasados.

FIGURA 7.6O

Avaliação da adaptação com sonda.

FIGURA 7.6P Aplicação do adesivo.

com substâncias hemostáticas como Hemodent, Hemotop, etc. Para isso prepara-se fio de algodão embebido na solu- ção, acomodando-o no término cervical e sulco gengival. Convém lembrar que os materiais de moldagem, especial- mente indicados para esta técnica, são hidrófobos, e portan- to, após a remoção do fio o dente preparado deve estar seco.

As pastas base e catalizadora são proporcionadas igual- mente, distribuídas em bloco de espatulação ou placa de vidro e, a espatulação é realizada de acordo com o tempo especificado pelo fabricante, até que se consiga uma massa homogénea. Com auxílio da espátula de inserção n° 2, ou similar, preenche-se o casquete, evitando-se a inclusão de bolhas de ar. (Fig. 7.6Q)

O casquete é posicionado lentamente sobre o dente para se evitar a inclusão de bolhas e, após seu assentamen- to completo, o profissional deve certificar-se de que ocor- reu extravasamento do material de moldagem ao redor de todo o casquete. Quando iniciar o processo de polimeriza- ção, umedecer os dedos em saliva e pressionar suavemente todo excesso do material de moldagem contra o tecido gengival, para promover sua regularização em torno do casquete (Fig. 7.6R). O casquete deve ser mantido em

posição sob leve pressão, até que ocorra a polimerização final do material de moldagem, por volta de 6 minutos.

Procedimentos como deslocamento prévio dos casquetes após a polimerização do material, para ava- liação do molde, seguidos de reposicionamento ou reembasamento com uma nova camada de material de moldagem, quando a primeira não foi capaz de reproduzir com exatidão todos os pormenores dese- jados, são absolutamente contra-indicados. Uma vez deslocados, os casquetes são incapazes de retornar completamente ao seu local de origem. Como conse- quência, têm-se alterações dimensionais e de posicio- namento, que comprometem em maior ou menor grau a qualidade da moldagem e da técnica.

4.4 . REMOÇÃO DOS CASQUETES

4 . 4 . 1 . COM MOLDEIRA DE ESTOQUE

O uso da moldeira de estoque com alginato está indicado para elementos isolados, próteses fixas pe- quenas, uni ou bilaterais, anterior ou posterior e que

M O L D A G E M E M O DE L O DE T R A B A LH O

■ FIGURA 7.6Q

Preenchimento dos casquetes com material de moldagem.

não envolva todo arco. Sua aplicação tem razões eco- nómicas e exige cuidados e procedimentos especiais. Se o alginato não conseguir remover os casquetes, eles terão que ser removidos individualmente e, posiciona- dos corretamente no interior do molde. Por esse mo- tivo, não devem apresentar qualquer tipo de retenção externamente e sim, ser arredondados ou facetados para facilitar seu posicionamento no molde. Desta forma, após a inserção dos casquetes, regularização do elastômero extravazado e moldagem com alginato, re- move-se a moldeira (Figs. 7.6S a 7.6U). Se nesta fase, os casquetes não saírem junto com a moldeira, eles devem ser removidos individualmente da boca e cui-

■ FIGURA 7.6R

Casquetes posicionados nos dentes.

dadosamente, posicionados no molde de alginato. As facetas criadas nos casquete e regularização do elastô- mero extravasado em volta do casquete, têm a finali- dade de facilitar esse procedimento.

Os casquetes também podem ser removidos com moldeiras de estoque preenchidas com silicona de con- densação. Para isso, emprega-se a técnica da dupla mistu- ra, onde a moldeira é carregada com o material pesado e os casquetes e dentes vizinhos são cobertos com o mate- rial mais fluído, usando-se uma seringa de moldagem. Em seguida leva-se a moldeira em posição na boca. Esta técnica está indicada para casos de próteses extensas onde vários dentes estão preparados (Figs. 7.6V e 7.6X).

M FIGURA 7.6S

Casquetes removidos no molde com alginato.

■ FIGURA 7.6T

P R Ó T E S E F I X A

■ FIGURA 7.6U Modelo de trabalho.

■ FIGURA 7.6V

Casquetes removidos com silicona de condensação.

■ FIGURA 7.6X

Vista aproximada do molde com os casquetes.

4 . 4 . 2. COM MOLDEIRA INDIVIDUAL

A remoção dos casquetes com moldeira individual é indicada na presença de múltiplos dentes prepara- dos. A moldeira é confeccionada no mesmo modelo onde foram obtidos os casquetes. Estando casquetes em posição, promove-se um alívio, com uma lâmina de cera 7 envolvendo os casquetes e dentes vizinhos, a fim de prover espaço para o material de moldagem.

Após a confecção da moldeira com resina acrílica ativada quimicamente, sua superfície interna deve re- ceber uma fina camada de cera liquefeita. Assim, após a presa do gesso e antes de promover a separação do modelo da moldeira individual, o conjunto é levado em água quente para derreter a cera e facilitar o deslo-

camento da moldeira do modelo de gesso, sem risco de fraturas dos troqueis, principalmente aqueles cor- respondentes aos dentes incisivos, fato comum quan- do não se tomam esses cuidados.

Desta forma, enquanto ocorre a polimerização do material de moldagem no interior dos casquetes, aplica-se adesivo sobre a cera que cobre a superfície inter- na da moldeira, 4 a 5mm além de suas bordas. O mes- mo deve ser feito nas superfícies externas dos casquetes. Após a secagem do adesivo, o material de moldagem é manipulado em quantidade suficiente para preencher a moldeira que, após carregada, é levada à boca.

Ocorrida a polimerização do material, remove-se a moldeira e avalia-se criteriosamente o molde obtido, verificando-se a fidelidade da cópia de todos os por- menores dos dentes preparados (Figs. 7.7A a.7.7F).

M O L D A G E M E M O D E L O DE T R A B A L H O

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FIGURA 7.7A ■ FIGURA 7.7B

Casquetes po .

Moldeira individual com alívio em cera. sicionados na boca

Remoção dos casquetes com moldeira individual e mate- rial de borracha.

m FIGURA 7.7D

Vista aproximada do molde.

FIG 7.7F

■ FIGURAS 7.7E e 7.7F FIGURA 7.7C

P R Ó T E S E F I X A

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