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2.2 E NQUADRAMENTO LEGAL , NORMATIVO E INFORMATIVO

2.2.7 Cadernos Técnicos PROCIV #1

O Manual de Avaliação de Impacte Ambiental na vertente de Proteção Civil (PROCIV, 2008) constitui o Caderno Técnico PROCIV #1, e apresenta, para diversas tipologias de projetos (Instalações Industriais, Estações de Tratamento de Águas Residuais, Infraestruturas Rodoviárias, etc) uma orientação para a Análise de Riscos em Unidades Industriais em fase de EIA. Assim, apesar de não constituir um documento legal, fornece informação muito útil para o tema em estudo.

O Caderno Técnico PROCIV #1 indica uma check list a seguir na análise de Riscos Ambientais em Instalações Industriais, que deve incluir:

• Determinação do Risco Sísmico que caracteriza a área e implantação da instalação;

• Verificação da Rede hidrológica existente na área de estudo, com especial atenção às zonas ameaçadas pelas cheias;

• Estabelecimento de medidas de segurança do projeto durante a fase de construção e exploração;

• Definição de cenários de acidente grave;

• Fornecimento aos agentes de Proteção civil e afins de informação acerca de características do projeto;

• Afetação do tráfego em infra-estruturas associadas;

• Consulta aos Serviços Municipais de Proteção Civil da área em estudo.

Apresentam também recomendações a seguir nas Fases de Projeto, Execução e Exploração da Unidade Industrial. Segundo as indicações da Proteção Civil, para uma correta análise dos riscos decorrentes da implantação do projeto, o EIA deve, com base em metodologias adequadas à instalação, modelar os acidentes que possam afetar o homem e o ambiente no exterior da instalação. Do ponto de vista da proteção civil o EIA deverá incluir ainda a modelação de um

E S T A D O D E A R T E D A A N Á L I S E D E R I S C O A M B I E N T A L cenário que avalie os impactes cumulativos do projeto com as instalações indústrias vizinhas, caso seja aplicável, de modo a verificar a possibilidade de ocorrência do efeito dominó, em caso de ocorrência de acidente grave.

Relativamente à modelação, devem ser indicados os pressupostos assumidos, os parâmetros do modelo de simulação, os domínios de aplicação e a justificação da sua aplicabilidade aos cenários e por fim, a margem de validade e uma indicação do grau de incerteza dos resultados apresentados.

Para cada cenário de acidente grave deve ser apresentado:

• Descrição das condições específicas de ocorrência do possível acidente grave, quer ao nível da operação dos equipamentos da instalação e das matérias perigosas libertadas, quer ao nível da caracterização da envolvente da instalação e da meteorologia considerada (deve incluir as condições típicas do local de inserção do projeto, mas também as condições mais desfavoráveis para a dispersão de matérias voláteis);

• Desenvolvimento do cenário de acidente grave, tendo em consideração todos os elementos necessários à respetiva caracterização, designadamente no que diz respeito às à emissão de substâncias perigosas, à projeção de fragmentos, ocorrência de incêndios, explosões, ondas de sobrepressão e radiação térmica;

• Avaliação dos efeitos dos fenómenos perigosos, com apresentação de mapas que permitam visualizar os efeitos do acidente e o alcance dos mesmos;

• Avaliação das consequências dos acidentes graves cenarizados segundo as vertentes humanas e ambientais;

• Medidas de mitigação (ações imediatas) preparadas para minimizar as consequências.

Tal como referido anteriormente, a Tabela 2-1 apresenta e compara os objetivos e âmbito de aplicação dos documentos legais identificados assim como as obrigações do industrial no que diz respeito à Análise de Riscos, segundo cada documento.

Mais uma vez convém realçar que apesar do Caderno Técnico PROCIV #1 não constituir um documento legal ou normativo, foi incluído na comparação efetuada na Tabela 2-1.

E S T A D O D E A R T E D A A N Á L I S E D E R I S C O A M B I E N T A L

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Tabela 2-1 – Objetivo, âmbito de aplicação e obrigações da indústria segundo os documentos legais identificados para a Análise de Risco

Documento Objetivo Âmbito de Aplicação Obrigações da Instalação Industrial

DL nº 254/2007

Prevenção de acidentes graves que envolvam substâncias perigosas e a

limitação das suas consequências para o homem e o ambiente.

Estabelecimentos nacionais onde estejam presentes substâncias com quantidades superiores aos limiares estabelecidos na parte 1 do Anexo I.

Estabelecimento de nível inferior e superior de perigosidade:

- Apresentar uma notificação antes da construção do estabelecimento, com a quantidade de material perigoso

armazenada, o estado físico da mesma e uma descrição da envolvente com identificação dos pontos sensíveis de

causar um acidente grave.

- Elaborar uma política de prevenção de acidentes graves. Estabelecimento de nível superior de perigosidade:

- Apresentar um relatório de segurança.

DL nº 147/2008

Responsabilização financeira do poluidor sobre os danos causados no

ambiente.

Danos ambientais, bem como as ameaças iminentes desses danos, causados em resultado do exercício

de uma qualquer atividade ocupacional a nível nacional.

Atividade industrial enumerada no anexo II, que mesmo sem dolo ou culpa, cause ou ameace causar um dano

ambiental, é responsável pela adoção de medidas de prevenção e reparação do dano (responsabilidade

objetiva).

Atividade industrial não enumerada no anexo II mas que cause ou ameace causar um dano ambiental, com culpa ou

negligência, é responsável pela adoção de medidas de prevenção e reparação dos danos.

ISO 31000:2009

Providenciar os princípios e diretrizes gerais a seguir na Gestão

dos Riscos.

Qualquer instituição pública ou privada, associação, grupo ou individual, a nível internacional. Não

é específica para nenhum setor industrial.

Dependendo do objetivo do estabelecimento industrial, a Norma promove que o operador deve desenvolver a gestão de riscos como um processo composto por três

fases: a Identificação do risco, a Análise do risco e a Avaliação do risco.

A instalação deve apresentar métodos de tratamentos dos riscos identificados.

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Documento Objetivo Âmbito de Aplicação Obrigações da Instalação Industrial

Austrália e Nova Zelândia. -Comunicação e consulta;

- Contexto; - Identificação dos riscos;

- Análise dos riscos; - Avaliação dos riscos; - Tratamento dos riscos; - Monitorização e revisão do processo.

UNE 150008:2008

Criar uma metodologia de orientação aos intervenientes no processo de

Avaliação de Risco Ambiental.

Atividades instaladas em Espanha de qualquer natureza e setor produtivo,

nas fases de projeto, construção, operação e desativação.

Aplicação do processo iterativo de identificação, avaliação e gestão dos riscos. Devem ser consideradas as

fontes risco ao ambiente e que ponham em causa o bem- estar da população, os recursos naturais e/ou o património

e capital produtivo.

PROCIV #1

Manual de Avaliação de Impacte Ambiental na vertente de Proteção

Civil.

Projetos de instalações industriais, ETARs, infraestruturas rodoviárias,

entre outros, em fase de EIA.

Seguir a Check List indicada para a Análise de Riscos em fase de EIA.

Seguir as recomendações nas fases de projeto, execução e exploração da instalação industrial.

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