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2 TI – Tecnologia da informação

CAMADA DE POLÍTICAS 5.4.1 Governança

Governança consiste na definição de regras, critérios para tomada de decisão, responsabilidades e limites de autonomia e ação dos participantes que eles mesmos deverão seguir (ROTH et al., 2012). Modelos de governança para ACVs e OVs têm sido vistos como uma efetiva abordagem para minimizar ou evitar situações de conflito entre os membros da rede que possam levar a OV (i.e. o projeto de inovação) ao insucesso (ROMERO; GALEANO; MOLINA, 2008). A seção 3.5.3 detalha os vários tipos e perspectivas de governança em redes.

A governança deve funcionar em vários níveis na relação entre as empresas. No modelo proposto, a governança deve atuar em pelo menos quatro níveis distintos. Resumidamente, a nível de serviço individual, a governança deve controlar a comunicação entre cada serviços, que dados eles podem acessar e em que nível (leitura, escrita, etc.). A nível de OV, a governança deve controlar que papéis têm direito/dever de realizar quais tarefas, que nível de informação cada um dos envolvidos pode ter acesso e qual o poder de decisão de cada um no funcionamento da OV. Parte desta governança pode ser herdada do modelo de governança do ACV/federação (ROMERO; GALEANO; MOLINA, 2008). A nível de

rede de TIC, a governança deve determinar várias regras, como por

exemplo: estabelecer que recursos da rede (servidores, banco de dados, etc.) podem ser acessados e por quem (pessoas e serviços de software) . A nível de produto SOA, a governança deve controlar quais clientes / usuários têm acesso a que parte da solução (alguns clientes podem contratar só um subconjunto de serviços do produto SOA), quem da equipe de desenvolvimento tem direito a corrigir/atualizar/parar determinados serviços da solução, entre outros controles possíveis e necessários dependendo do projeto.

Dessa forma, objetivamente, Governança em Rede de Empresas refere-se a duas perspectivas: a primeira relacionada à coordenação das atividades econômicas da rede e a segunda relacionada aos elementos de estrutura, organização e mecanismos de coordenação e de controle internos da rede (ROTH et al., 2012).

Nesta pesquisa, rede é considerada como grupos de três ou mais organizações legalmente autônomas que trabalham em conjunto para alcançar não apenas os próprios objetivos, mas também os objetivos coletivos. Como visto na seção 3.5.3, dentre esses três tipos de governança não existe um melhor. As empresas formadoras da rede devem escolher o uso de cada uma delas conforme a necessidade, incluindo usando modelos combinados (PROVAN; KENIS (2008).

O Apêndice E apresenta em maiores detalhes dois modelos de governança que foram desenvolvidos para uso em OVs e redes colaborativas: o modelo de Rabelo, Costa e Romero (2014), e o modelo de Romero et al. (2010). Ambos os modelos podem ser adaptados e utilizados para dar suporte a governança dos processos de inovação a nível de ACV e OV.

5.4.2 Melhoria de Processo de Software

O termo melhoria do processo de software (SPI – Software Process

Improvement) representa um conjunto de práticas para a avaliação dos

processos de desenvolvimento de software com o objetivo de melhorar os processos e, por conseguinte, a solução de software final (PRESSMAN, 2011).

Antes de se trabalhar a melhoria de processos de software, a OV deve definir como vai ser o seu processo de desenvolvimento SOA, mesmo que seja uma definição macro. A partir disto ela pode monitorar e avaliar seu processo de desenvolvimento de software.

Segundo Pressman (2011), uma estrutura de SPI define inúmeras características que devem estar presentes para que o processo de desenvolvimento do software se torne eficaz, como métodos para avaliar se essas características estão presentes, um mecanismo para resumir os resultados da avaliação, e uma estratégia para ajudar as organizações a melhorar processos considerados fracos.

O aprimoramento de processos não significa simplesmente adotar um conjunto de boas práticas de outras organizações. Muito embora organizações que atuam na área de desenvolvimento de software tenham muitas similaridades, é preciso considerar as diferenças culturais, regionais e principalmente as diferenças de escala entre as empresas. Empresas menores têm muito mais dificuldade em adotar esse tipo de processo de melhoria, mas é melhor ter um processo menos formal do que nenhum (SOMMERVILLE, 2007; PRESSMAN, 2011). Importante salientar que o melhoria de processos é uma atividade cíclica, podendo ser sintetizada em três passos bem distintos (Figura 27).

Segundo Sommerville (2007), é possível caracterizar cada um dos passos para o aprimoramento de processos da seguinte maneira:

 Na medição de processos são medidos os atributos do projeto ou do produto sendo desenvolvido. O objetivo é aprimorar as medidas de acordo com os objetivos da organização envolvida no aprimoramento de processos. No presente caso, a OV é vista e analisada como uma organização.

 Na análise de processos o projeto atual é avaliado e os pontos fracos bem como são identificados respectivos gargalos.  Na mudança de processo se conduz a adequação dele para

Figura 27 - Ciclo de aprimoramento de processos

Fonte: adaptado de Sommerville (2007) .

Para implementar um processo de SPI se utiliza a ajuda dos chamados Modelos de Maturidade. A finalidade dos modelos de maturidade é proporcionar uma indicação geral da “maturidade do processo” presente em uma organização. Para tanto, utilizam-se escalas ordinais para separar cada nível e se define, para cada nível, quais características devem estar presentes no processo de desenvolvimento de software da organização a fim de que ela seja enquadrada naquele determinado nível. Na prática, as organizações utilizam os modelos para determinar em que nível seu processo se encontra e para qual nível a organização quer se mover, detectando assim o que falta e como chegar ao resultado esperado de melhoria.

Como exemplo, tem-se o Capability Maturity Model do Software Engineering Institute, que evoluiu para um modelo mais completo chamado CMMI (Capability Maturity Model Integration (SEI, 2007)), um meta modelo de processo abrangente, qualificado em uma série de capacidades de sistema e engenharia de software que deve estar presente à medida que as organizações alcançam diferentes níveis de capacidade.

Embora a CMM e a CMMI do Software Engineering Institute (SEI) sejam as estruturas de SPI mais reconhecidas atualmente, existem outras propostas sendo utilizadas como alternativas, tais como: SPICE, ISO/IEC 15504, Bootstrap, PSP e TSP, MPS.Br.

Apesar de bem conhecidos, os modelos de maturidade são voltados para que a avaliação ocorra em uma única organização e voltada para processos de desenvolvimento de software de forma geral. Cancian, Rabelo e Wangenheim (2013) propõe um modelo de capacidade e maturidade voltado para processo de software colaborativo, que atende melhor ao cenário proposto para esta tese, Mais detalhes sobre o trabalho pode ser consultado no Apêndice E.

5.4.3 Compartilhamento de Conhecimento

A DFM de compartilhamento de conhecimento tem por objetivo oferecer à OV um modelo para a transferência de conhecimento entre os membros da rede colaborativa. Em se tratando do escopo deste trabalho e o cenário no qual ele se enquadra, esse compartilhamento tem relação com a detecção de gaps de conhecimento na rede colaborativa e com a delimitação do conhecimento que deve ser compartilhado com os parceiros que compõem a OV. Esta DFM é trabalhada junto com a de Governança, que especifica direitos e deveres.

Depois de pesquisas na literatura foram propostos dois modelo de compartilhamento de conhecimento que podem ser adaptados e utilizados pelas empresas que compõe a OV, são os modelos propostos por Tonet e Paz (2006) e Loss (2007). Maiores detalhes sobre esses dois modelos podem ser consultados no Apêndice E.

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