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2 TI – Tecnologia da informação

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1.4 Tipologias de inovação

Os diversos contextos diferentes em que a inovação pode ocorrer, além da forma como ela é conduzida, leva a um grande número de classificações de tipos de inovação existentes. Essa seção apresenta um resumo destas classificações, segundo a literatura corrente, para depois poder enquadrar em que tipo(s) de inovação o modelo proposto suporta. Tipologia do manual de OSLO

O manual de Oslo (OCDE, 2004) é uma das principais referências citadas quando se trata de inovação. O manual trata sobre a temática da inovação aplicada às empresas e, principalmente, de como aferir o grau de inovação obtido pelas empresas em cada tipo de inovação identificado. Nota-se que essa tipologia é voltada para empresas e com foco na finalidade da inovação, não na forma como a inovação se desenvolve.

O capítulo 3 do Manual de Oslo apresenta as definições básicas sobre inovação e os tipos de inovação considerados pelo manual. O texto foca a inovação como atividade empresarial com fim comercial, e que essa inovação se dá no âmbito da empresa no ponto em que essa inovação é “nova para a firma”.

Segundo o Manual de Oslo, há quatro tipos de inovação (Figura 4): Figura 4 - Tipologias do Manual de Oslo

 Inovação de Produto: quando há mudanças significativas nas potencialidades de produtos e serviços, incluindo bens e serviços totalmente novos e melhorias significativas em produtos/serviços já existentes (OCDE, 2004). Podem utilizar novos conhecimentos e/ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes. O termo “produto” abrange tanto bens quanto

serviços. Abrange o desenvolvimento de produtos novos, o

desenvolvimento de novo uso para um produto com adaptações necessárias, melhoramentos significativos para produtos já existentes e, em se tratando de serviços, podem incluir melhoramentos no que diz respeito a como eles são oferecidas, a adição de novas funções ou características em serviços existentes, ou a introdução de serviços inteiramente novos.  Inovação de Processo: quando há mudanças significativas nos

métodos de produção e distribuição, incluindo mudanças significativas em técnicas equipamentos ou softwares (OCDE, 2004). Podem visar reduzir custos de produção ou de distribuição, melhorar a qualidade, ou ainda produzir ou distribuir produtos novos ou significativamente melhorados. A implementação de TICs 5 novas ou significativamente

melhoradas é considerada uma inovação de processo se ela visa melhorar a eficiência e/ou a qualidade de uma atividade.  Inovação de Marketing: quando envolvem novos métodos de

marketing, incluindo mudanças no design do produto e na embalagem, na promoção do produto e sua colocação, e nos métodos de estabelecimento de preços de bens e de serviços (OCDE, 2004). Inovações de marketing são voltadas para melhor atender as necessidades dos consumidores, abrindo novos mercados, ou reposicionando o produto de uma empresa no mercado, com o objetivo de aumentar as vendas. As inovações de marketing podem ocorrer no design do produto, no uso de um método de marketing que não tenha sido utilizado previamente pela empresa, no uso de novos métodos de marketing em promoção e posicionamento de produtos que envolvem primordialmente a introdução de novos canais de vendas.

 Inovação Organizacional: quando há uma implementação de

um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na implementação de novos métodos para a organização de rotinas e procedimentos para a condução do trabalho, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas, em novos métodos para distribuir responsabilidades e poder de decisão entre os colaboradores, fornecedores, etc., na divisão de trabalho existente nas diferentes unidades organizacionais da empresa (OCDE, 2004). Outras Tipologias de inovação

Carvalho (2009) apresenta um quadro geral das diversas tipologias utilizadas na literatura sobre inovação. A primeira citada foi a proposta por Schumpeter (1934), que classificava a inovação em dois tipos: radical e incremental. A radical ocorreria quando se lançava um produto ou processo completamente diferente dos padrões utilizados na indústria, enquanto a incremental seria fruto de sucessivos melhoramentos de processos e produtos já existentes. Desta forma, a inovação radical provê uma ruptura, enquanto que a incremental promove processo de inovação continuamente. Sobre as inovações radicais, Carvalho argumenta que os processo de inovação tem dois catalisadores: mudança de paradigma tecnológico e mudanças de mercado. O primeiro está ligado às evoluções no estado da arte de ciência e tecnologia, enquanto que o segundo é mais ligado a fatores econômicos e sociais. Tais mudanças muitas vezes forçam as empresas a inovações radicais para acompanhar a mudança ocorrida nesses dois fatores.

Em outra classificação, Christensen e Overdorf (2000) dividem a inovação em dois tipos: as inovações de ruptura e as inovações de sustentação. As inovações de sustentação visam a melhoria de um produto já conhecido, por um mercado já definido, segundo os atributos tecnológicos valorizados pelos clientes. Já as inovações de ruptura implicam a criação de novos mercados, trazendo novos atributos de valor. Chesbrough e Teece (1996) propõem uma tipologia de inovação: autônoma e inovação sistêmica. As inovações autônomas podem ser desenvolvidas independentemente de outras inovações, enquanto que a sistêmica gera valor apenas quando agregada a outras inovações.

Abaixo segue uma quadro sumarizando os diversos tipos de inovação descritos no estudo feito por Carvalho (2009).

Quadro 2 - Tipologias de inovação segundo o grau de novidade

DESCRIÇÃO AUTORES

Radical, incremental Schumpeter (1993)

Sustentação, ruptura Christensen e Overdorf (2000)

Autônoma, Sistêmica Cheesbrough e Teece

(1998)

Descontinua, continua Anderson e Tushman(1990) Realmente novo, incremental Schimidt e Cantalone(1998)

Instrumental, final Grossman(1970)

Variações, reorientações Normann(1971) Verdadeira, adoção Maidique e zirger(1984) Original, reformulada Yoon e Lilien(1985) Evolucionaria, revolucionaria Utterback(1996) Ruptura, incremental Rice et al.(1998) Baixa, moderada, alta novidade Kleinshmidt e

Cooper(1991) Incremental, nova geração, radicalmente

novo

Wheelwright e Clark (1985)

Incremental, modular, arquitetural, radical Henderson e Clark(1992) Criação de nicho, arquitetural, regular,

revolucionária

Abernathy e Clark(1985)

Incremental, mercadológica mente evolucionária, tecnologicamente evolucionária, radical

Moriarty e Kosnik (1990)

Incremental, ruptura de mercado, ruptura tecnológica, radical

Chandy e Tellis (2000)

Incremental, arquitetural, fusão, ruptura Tidd(1995) Sistemático, principal, menor,

incremental, sem registro

Freeman(1994)

Fonte: Carvalho (2009).