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2 TI – Tecnologia da informação

ESPAÇO DE DESENVOLVIMENTO DE IDEIAS 5.2.1 Análise inicial

Este processo visa trabalhar um conceito que considera a empresa uma candidata promissora para uma inovação. Essa empresa deve ser oriunda da aliança tipo ACV (aqui chamada de federação).

Nessa fase, uma proposta original é analisada e refinada. Essa ideia pode ter surgido em uma (ou mais) empresas da federação/aliança. O modelo não determina ferramentas e métodos para a geração de ideias para a inovação. Isso fica à critério de cada empresa ou OV, instanciando o processo de referência e as respectivas DFMs associadas sugeridas, utilizando o método que melhor lhe servir ou criar seu próprio método de geração de ideias. Uma vez a ideia gerada a empresa pode seguir o modelo.

Como passo inicial, uma equipe (que originou a ideia) inicia um ciclo de debates sobre o conceito e prepara um draft21 da proposta

original. Esse documento vai servir para balizar as discussões e pode ser fortemente alterado ao longo do processo. Esse draft contém, em linhas gerais, a descrição inicial do conceito bem como a melhor forma para a utilização da solução SOA implementar a ideia. À parte disso, nesse processo inicial já se pensa em aspecto de negócios, tais como: o mercado alvo para a inovação, quais parceiros poderiam ser necessários? quem faria o que na implementação da inovação? O documento de draft sugerido pode ser encontrado no Apêndice C desse trabalho.

Este processo trata de uma proposição e análise das ideias apenas num nível inicial e não aprofundado. Em termos práticos, representa um processo relativamente rápido de análise e refinamento de uma proposta inicial. Para ajudar nas análises nesse processo, métodos de tratamento de ideias, como o DT, podem ser utilizados já nesta fase.

Dependendo de outras análises mais detalhadas (por exemplo, no processo Briefing), este processo é também usado pela empresa (onde a ideia foi originada) para decidir se optará por desenvolver a ideia com outras empresas, colaborativamente.

21 Draft significa “rascunho” em Inglês, algo inicial que ainda precisa ser refinado antes de finalizado.

5.2.2 Briefing

Este processo é solicitado para se detalhar melhor a ideia, descrevendo em mais detalhes as tecnologias necessárias, parceiros potenciais, ROI estimado (se for o caso), mercado alvo (já com algumas estimativas de números), análise SWOT, etc.

Caso a equipe original resolva prosseguir com a ideia, ela passa em um segundo momento a desenvolver um documento de briefing22. O briefing, na medida do possível, vai aprofundar o estudo sobre a ideia,

adicionando mais elementos ao draft.

Nessa fase também deverá ser feito e adicionado ao briefing um estudo de análise SWOT e outro de 5W2H. O 5W2H consiste em uma série de perguntas direcionadas que permite identificar as questões mais importante sobre um determinado problema (LISBÔA; GODOY, 2012). O 5W2H é uma técnica simples, apropriada para MPMEs, que se pretende usar para ajudar a formalizar o projeto de inovação. É composta por sete perguntas que devem ser respondidas (Quadro 14). As perguntas devem ser respondidas com a melhor estimativa possível disponível no momento.

A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário, sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrônimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) (PICKTON; WRIGHT, 1998). O time que estiver trabalhando no projeto precisa fazer uma análise crítica desses pontos da análise SWOT e adicionar esse estudo ao briefing se julgar necessário.

22 Briefing em inglês significa instruções. Neste caso, é uma versão do draft com mais detalhes

Quadro 14 - Técnica 5W2H

5W2H Tradução para

o Português Significado

What O que O que será feito (ação, etapas,

descrição)

Why Por que Por quê será feito (justificativa, motivo)

Where Onde Onde será feito (local)

When Quando Quando será feito (tempo, datas,

prazos)

Who Quem Por quem será feito (responsabilidade pela ação)

How Como Como será feito (método, processo)

How Much

Quanto custa Quanto custará fazer (custo ou gastos envolvidos)

Fonte: autor (2015).

Além desses dois estudos, já nesse processo a equipe poderia listar, preliminarmente, quais os serviços de software SOA já existentes na empresa (ou nas empresas, se for mais de uma a originar a ideia) que poderiam ser reaproveitados na inovação pretendida, quais parceiros (internos e externos a federação) poderiam ajudar ou se interessar pelo esforço de inovação, como se pretende operar a rede colaborativa (com a ajuda da DFM de Operação da Rede), que tipo de governança se pretende usar na rede (usando a DFM de Governança) e quais tecnologias se pretende utilizar.

5.2.3 Consulta ao Board da Aliança

Este processo provê aconselhamentos gerais sobre projetos de inovação quando acionado por algum membro da federação ou time de inovação. Este processo foi criado para substituir um elemento presente em muitos modelos de inovação, os gates23.

Em alguns modelos de inovação clássicos, como os modelos de inovação em Funil e o modelo de Cooper ( ver seção 3.1.4), existe um processo de avaliação que ocorre ao final de cada “fase” do modelo, os

23 Gates: do inglês portões, aqui são processos de avaliação dos projetos de inovação feitos periodicamente para decidir se o projeto continua , se é alterado ou cancelado.

chamados gates. Este processo serve para avaliar e decidir se o projeto de inovação continua, sofre adequações ou é cancelado.

No modelo proposto, os gates foram substituídos por um processo que pode ser acionado sempre que necessário, e não mais ao final de cada fase. Outra diferença é que, neste espaço, esse processo passa a ter um caráter muito mais de aconselhamento, ou seja, ele não tem poder de cancelar um esforço de inovação, mas apenas de influenciá-lo, embora isso possa depender de como o modelo de governança foi configurado quando a federação foi fundada ou de quando a OV para aquele dado projeto de inovação for criada.

Para o processo iniciar, basta a equipe que originou a ideia submeter as dúvidas e a ideia documentada (pode ser o documento de

draft ou o documento de briefing) ao comitê (board). Este, por sua vez,

vai analisar as dúvidas e prover respostas. Para isto esse comitê pode consultar especialistas em determinados assuntos, utilizar pesquisas disponíveis sobre o assunto e consultar as DFMs (o conjunto inteiro se for necessário).

Esse board pode ser formado pelas empresas que compõem a aliança ou por membros externos (especialistas em determinadas áreas) e instituições de suporte da aliança. O objetivo principal é tentar identificar problemas ou questões importantes assim como possíveis soluções antes dos problemas ocorrerem.

5.2.4 Configuração da OV

Este processo consiste na montagem da OV que vai desenvolver a inovação em si. Esse processo geralmente inclui atividades como busca e seleção de parceiros, negociações de diversos tipos, configuração do modelo de governança da OV, acordos sobre as futuras receitas e assinatura de contratos.

Nessa fase a equipe utiliza o briefing para apresentar o projeto a possíveis parceiros federados. Alternativamente e a critério da equipe, alguns parceiros externos à federação também podem ser convidados. Nesse momento a federação pode ajudar agindo como intermediário entre a equipe que originou a ideia e os possíveis parceiros de desenvolvimento. A proposta é apresentada para esse grupo inicial, de preferência estando documentada ao nível do briefing.

Ainda nesta fase a equipe pode já começar a ter uma ideia do caminho a seguir em termos de processos de inovação necessários (do modelo) bem como as DFMs que serão relevantes e suas instanciações.

Na sequência são conduzidas uma ou várias rodadas de negociação para acordar o funcionamento da OV. Nessas discussões são definidos diversos aspectos como por exemplo: o modelo de governança da OV, o processo ou processos (pode ser mais de um, dependendo de como ficam divididas as equipes de desenvolvimento) de desenvolvimento utilizados pela OV, os papéis dos atores, como será a gestão do projeto, como a rede de colaboração deverá funcionar (centralizada/ descentralizada), o sistema de incentivo, quais indicadores de desempenho serão (ou não) utilizados, como será o compartilhamento de conhecimento e informação na rede. Nesse sentido, o modelo sugere um conjunto de DFMs criadas para ajudar as empresas nessas discussões e escolhas. Vale ressaltar que as DFMs são apenas referenciais, o que significa que a OV pode incluir novos elementos, customizar alguns dos elementos ou até mesmo desprezar o uso deles (por exemplo, as empresas podem resolver trabalhar com indicadores de desempenho diferentes dos indicados pela DFM mas também resolver não trabalhar com o sistema de incentivo).

Ao final desse processo os membros da OV podem ter diferentes níveis de poder de decisão e devem criar um comitê interno para consulta. Isto é semelhante ao comitê da Federação, mas aqui o comitê tem apenas membros das empresas participantes e especialistas convidados. Além disso, ao final desse processo, as DFMs que serão utilizadas no desenvolvimento da inovação já devem estar definidas.

Uma vez formada a OV, as empresas vão selecionar entre seus colaboradores pessoas para trabalhar na rede colaborativa usando a DFM papéis de atores. Para isso a OV pode se formar com uma única equipe, ou diversas equipes (por exemplo, subgrupos para atacar pontos específicos dentro do mesmo projeto de inovação), dependendo da forma de funcionamento da rede colaborativa escolhida pela OV, do modelo de governança, da forma de gestão de projeto, entre outros fatores.

ESPAÇO DE DESENVOLVIMENTO DA SOLUÇÃO