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2 TI – Tecnologia da informação

4 REVISÃO DO ESTADO DA ARTE

5 SIGMA MODELO DE PROCESSOS DE INOVAÇÃO COLABORATIVA PARA PROVEDORES DE SERVIÇOS DE

5.1 REQUISITOS GERAIS E PRESSUPOSTOS

O modelo proposto reflete uma visão, conforme destacado no capítulo 1. De forma a transformar aquela visão num modelo uma série de requisitos foram identificados como desdobramento para a sua construção e seus elementos constituintes.

O modelo de processos de inovação proposto tem como objetivo apoiar grupos de MPMEs provedoras de serviços de software no desenvolvimento conjunto de uma inovação, visando criar um novo “produto SOA”. Neste trabalho, um “produto SOA” ou “solução SOA” é tido como um software baseado em serviços, desacoplados, tipicamente implementados como web services. Numa inovação em SOA podem haver serviços reusáveis, ou a detecção de que vários outros precisam ser desenvolvidos “do zero” ou como novas versões. Diferentes provedores de software podem estar envolvidos na provisão ou no desenvolvimento de serviços para uma dada inovação. A propriedade intelectual e uso dos serviços são gerenciados de acordo com os modelos de negócio e de governança. Cada serviço (e sua infraestrutura) pode ser provido por parceiros da OV, pela aliança tipo ACV, ou por parceiros externos de

negócio. Tais parceiros externos podem se envolver também em serviços de software auxiliares aos serviços principais, tipo “add-on”, dependendo do modelo de negócios estabelecido e do modelo de implementação em questão. Um projeto SOA de inovação pode ser acionado: prospectivamente (por parte de um ou mais parceiros da rede) com o objetivo de atender novas oportunidades vislumbradas, ou por iniciativa (de um ou mais parceiros) de melhorar um produto SOA anterior, em parte ou completamente; ou a pedido de cliente(s). Os resultados de uma inovação podem evoluir e serem explorados de acordo com o estabelecido nos modelos de governança e de negócios assim como no plano de exploração. Ciclos de desenvolvimentos, prototipagens, entre outros processos, podem ter que ser executados até que um resultado possa ser considerado “pronto” para representar o produto SOA idealizado. Durante o desenvolvimento, parceiros podem reutilizar seus ativos de serviços de software existentes e também compartilhá-los com outros membros (SOUZA; RABELO, 2011).

Um conjunto de requisitos e pressupostos básicos foi adotado para enquadrar a visão deste trabalho. Inicialmente foram observadas características gerais necessárias, identificadas em artigos sobre conceitos de redes colaborativas, SOA e inovação (processo indutivo). Posteriormente essas características foram combinadas e adaptadas para suportar o cenário pretendido (processo dedutivo). Assim, chegou-se aos seguintes requisitos do modelo:

1. As empresas são organizações autônomas e geograficamente dispersas, tipicamente MPMEs, que podem pertencer a uma ou mais alianças de longo termo (ou até mesmo nenhuma) e mais amplos e abertos ecossistemas de negócios digitais, embora algumas organizações possam ser completamente independentes disso, atuando de forma ad-hoc;

2. O “produto” da inovação é uma solução baseada em software SOA, composta de serviços de software (usualmente na forma de web

services) já existentes, ou de serviços de software que precisam ser

desenvolvidos do início e adaptados de versões anteriores; 3. As organizações necessitam ter algum grau de preparação para

fazer parte da rede de colaboração assim como precisam respeitar algumas regras básicas operacionais de colaboração e princípios éticos comuns;

4. Uma determinada solução SOA pode ser uma solução única feita para determinado cliente, ou uma solução mais geral que pode ser customizada para clientes diferentes, ou algo oriundo do

interesse/ideia de algum parceiro mas nenhum cliente e/ou mercado em vista;

5. A iniciativa de um projeto de inovação (e assim da criação de uma OV) pode iniciar a partir de um pedido de um cliente, ou prospectivamente (por uma ou mais organizações) com o objetivo de atender a um potencial novo mercado/oportunidade (de uma ou mais delas) ou ainda para melhorar um produto/serviço SOA já existente ou parte dela de um ou de vários membros.

6. Diferentes provedores já possuem alguns ativos de serviços software ou são encarregadas de implementar determinados serviços visando-se desenvolver uma dada inovação;

7. Cada ativo de serviço de software e sua infraestrutura/interoperabilidade pode ser desenvolvida/ofertada por uma ou por alguns dos provedores de software da rede colaborativa, ou ainda por parceiros ad-hoc;

8. As eventuais propriedades intelectuais e ativos já existentes devem ser protegidas e devidamente contabilizadas nos futuros resultados;

9. As organizações que vão participar do projeto de inovação devem ser propriamente selecionadas;

10. As organizações podem entrar para operar na rede de inovação colaborativa e sair normalmente/serem excluídas dela em diferentes momentos e número de vezes, tanto quando a rede estiver operando normalmente quanto quando existirem problemas, mudanças ou sérios conflitos, embora isso dependa do modelo de governança (papéis, direitos, deveres, poderes de decisão, etc.) definido para a dada rede de colaboração;

11. Os processos de inovação e a desempenho das organizações devem ser gerenciados e medidos, e a qualidade dos serviços de software pode necessitar alguma certificação de processo de qualidade de desenvolvimento de software;

12. Considerando a natureza intrínseca do processo de desenvolvimento de software, não há progressão simples e linear, sendo muitas vezes necessário voltar ou avançar a certos estágios/processos a fim de atender a necessidade de revisões ou análises.

Em variados graus de intensidade e “zonas cinza” de enquadramento nos princípios abaixo, alguns desses requisitos sintetizam quatro grandes princípios norteadores do modelo:

 Princípio de inovação aberta e em rede: requisitos 1, 5, 10.

 Princípio de flexibilidade: requisito 12.  Princípio de confiança: requisitos 3, 8, 9.  Princípios de SOA: requisitos 2, 4, 6, 7, 11. 5.2 OS PROCESSOS DO MODELO

A figura 22 ilustra o modelo de processos de inovação colaborativa objeto dessa tese. O modelo proposto visa apoiar o desenvolvimento de inovações de produto SOA a partir da troca de ideias inicial até a sua entrega/implantação para o cliente. Isto ocorre em três espaços, que funcionam como macro fases lógicas, envolvendo um conjunto de processos que representam os vários momentos de uma iniciativa de inovação.

Figura 22 - Modelo SIGMA

Fonte: autor (2015).

 Espaço de desenvolvimento de ideias: abrange os processos de suporte à análise e desenvolvimento de ideias assim como uma seleção dentre elas. Esse espaço é aberto para todos os

membros da aliança de longo termo (federação – ver seção 3.4.5) que vai originar a OV caso a proposta siga adiante. Membros não filiados à aliança também podem participar desse espaço, mas por convite ou procedimento equivalente. O objetivo desse espaço é selecionar a ideia que deve ser desenvolvida pelo grupo de provedores. Isso inclui uma análise inicial da proposta, rodadas de discussão, seleção das ideias, análise preliminar de viabilidade do produto SOA/serviços, aprofundamento do conceito e definição de requisitos iniciais. Também é decidido se a inovação vai ser desenvolvida colaborativamente.

 Espaço de desenvolvimento da solução: abrange processos de suporte à especificações e ao desenvolvimento das ideias pré- selecionadas no espaço anterior, considerando a expertise dos parceiros e questões legais, financeiras, comerciais e tecnológicas. O objetivo deste espaço é desenvolver a inovação colaborativamente. Isto inclui trabalhar a proposta com a equipe de desenvolvimento formada, novas rodadas de refinamento da ideia, especificações de alto e baixo nível e atividades de modelagem do produto SOA.

 Espaço de entrega da solução: abrange processos de suporte à entrega de resultados intermediários da inovação ou do produto final SOA. Esse terceiro espaço pode não ser executado, dependendo dos objetivos iniciais ou correntes do projeto de inovação (por exemplo, visar apenas o desenvolvimento de um protótipo para teste de conceito). O objetivo desse espaço é revisitar acordos feitos na montagem da OV para dar suporte ao lançamento do protótipo/solução SOA/Serviço.

O “caminho de execução” dentro de cada espaço é flexível, ou seja, cada iniciativa de inovação tem requisitos específicos e decisões internas que determinam o seu fluxo. Isto significa que, para cada nova iniciativa de inovação, o projeto pode caminhar por uma sequência de processos diferentes. Por isso, cada processo é visto aqui como um “bloco” independente, que é combinado com os outros para definir um determinado fluxo de inovação e o conjunto de atividades a serem executadas. Convencionou-se chamar de “caminho de execução” a uma determinada sequência de processos do modelo. A Figura 23 ilustra um possível caminho no modelo. Os processos que não estão em negrito

correspondem os que não foram necessários no desenvolvimento do projeto de inovação.

Figura 23 - “Caminho de execução” tomado ao longo da inovação.

Fonte: autor (2015).

A formalização de cada um dos processos é apresentada no Apêndice B.

Notar que um determinado espaço (e alguns de seus processos) pode ser revisitado, em ciclos, assim como alguns dos processos que foram necessários num ciclo podem não mais ser nos ciclos seguintes.

Existem processos denominados logicamente de “interfaces”, que apontam processos cuja execução é na prática obrigatória antes de se transitar de um espaço para outro. São dois: o de Configuração da OV e o de Preparação Comercial da Solução (ver mais adiante a explicação desses processos). Isso significa que antes de se partir para o desenvolvimento da solução (transição do espaço de desenvolvimento de ideias para o espaço de desenvolvimento da solução) é obrigatória a configuração da OV (a formação da rede colaborativa). Da mesma forma, antes de se partir para a comercialização/testes de campo do produto SOA (transição do espaço de desenvolvimento de solução para o espaço de entrega da solução) é obrigatório executar o processo de preparação comercial.

As seções a seguir apresentam cada processo dentro dos seus respectivos espaços. Consulta ao Board (aliança) Análise I nicial Briefing Configuração da OV Refinamento do conceito do serviço Apresentação Consulta ao Board da OV Desenvolvimento da solução SOA Preparação comercial da Solução Provisionamento local de infraestrutura I mplantação na Nuvem I mplantação Local 1 2 3 4 5 6 7 8 9 8

ESPAÇO DE DESENVOLVIMENTO DE IDEIAS