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8 META-AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS CURSOS DE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU A DISTÂNCIA NO SENAC/BA

8.3 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A DISTÂNCIA DO SENAC/BA.

8.3.11 Caracterização do modelo de avaliação

Com base na Tabela 5, as características de avaliação da aprendizagem mais predominantes para os tutores e alunos (destacadas pelo sombreado de cor azul e fonte em negrito), simultaneamente, se aproximam de um modelo de avaliação pautada num modelo comunicacional, tendo o diálogo como essência, os resultados contendo informações quantitativas e qualitativas, avaliação uma estratégia para conhecer os alunos priorizando a avaliação formativa.

Segundo o Manual do Coordenador e Tutor, a avaliação tem a função de “desencadear e sustentar a relação aluno-tutor em um ambiente de confiança mútua, em que ambos sejam participativos, tomem decisões e negociem o encaminhamento da aprendizagem” (SENAC. DN, 2006b, p.35). Para um tutor, no grupo focal, a avaliação da aprendizagem é:

uma forma de eu conhecer o meu aluno, de eu conhecer aquilo que ele aprendeu com as discussões, com os conteúdos que eu ministrei naquele módulo ou naquela unidade.[...]. De me aproximar, de conhecer, de saber as dificuldades [...]A avaliação como um processo, não como algo que defina destinos a partir dos veredictos dos professores, dos tutores. (Tc).

Tabela 5 – Características da avaliação da aprendizagem para os tutores e dos alunos.

Tutor (14) Aluno (62)

Características

Nº % Nº %

A nota é um instrumento de transformação e mudança 5 35,71% 23 37,10%

A avaliação presencial tem um peso maior na média final do

curso 4 28,57% 31 50,00%

A avaliação é pautada num modelo comunicacional 7 50,00% 53 85,48%

A metodologia da avaliação da aprendizagem é pautada numa

abordagem tradicional 1 7,14% 12 19,35%

Prioriza uma avaliação formativa 11 78,57% 41 66,13%

Os critérios de correção das atividades dos alunos são definidos

exclusivamente por cada tutor 5 35,71% 34 54,84%

Os instrumentos e procedimentos de avaliação já são definidos

pela instituição 3 21,43% 62 100,00%

As atividades são predominantemente individuais e postadas no

ambiente 6 42,86% 45 72,58%

Você tem autonomia de mudar os instrumentos e

procedimentos de avaliação do seu módulo 10 71,43% 4 6,45%

O diálogo é a essência da avaliação 10 71,43% 43 69,35%

Existe a possibilidade para aluno refazer a sua atividade mesmo

com a nota igual ou maior do que 7,0 11 78,57% 20 32,26%

A nota da atividade sempre acompanha um parecer sobre o

mesmo 14 100,00% 52 83,87%

O ambiente virtual de aprendizagem utilizado no curso só

permite colocar a nota, não tem espaço para inserir comentários 1 7,14% 13 20,97% Os alunos não contribuem na definição dos instrumentos e

procedimentos de avaliação 4 28,57% 42 67,74%

É uma forma de conhecer o aluno 8 57,14% 51 82,26%

Existe uma fragmentação entre quem constrói o material, quem programa no ambiente virtual, quem define as avaliações e

quem trabalha aplicando-as 5 35,71% 19 30,65%

Não existe uma segunda oportunidade para aqueles que não

conseguem entregar as suas atividades no prazo - - 2 3,23%

A avaliação da aprendizagem não tem sintonia com o processo

de ensino e aprendizagem - - 9 14,52%

Os resultados obtidos com a avaliação diagnóstica não

promovem mudanças no desenvolvimento no curso, pois ele já

está programado pela instituição. - - 15 24,19%

A avaliação proposta pela instituição não condiz com o

conteúdo trabalhado e com a realidade dos alunos. - - 5 8,06%

Uma das características da avaliação da aprendizagem que apresenta inconsistência em relação às respostas dos tutores e alunos na Tabela 5, refere-se ao item “a nota da atividade sempre acompanha um parecer sobre o mesmo”. Os 14 tutores (100%) afirmam essa características, enquanto 52 alunos (83,87%) também confirmam. Entretanto, apesar da maioria

dos alunos confirmam ainda sim, como pode haver discordância quanto à predominância do parecer junto às notas.

Todavia, observam-se algumas divergências ou contradições sobre as características de avaliação informadas pelos tutores e alunos (destacadas pelo sombreado de cor cinza sem negrito) que comprometem, dificultando, o modelo de avaliação pautado na negociação comunicativa, tais como: 62 alunos (100%) afirmam que “os instrumentos e procedimentos de avaliação já são definidos pela instituição”; 42 alunos (67,74%) “não contribuem na definição dos instrumentos e procedimentos de avaliação”; 34 alunos (54,84%) informam que “os critérios de correção das atividades dos alunos são definidos exclusivamente por cada tutor”; e, 45 alunos (72,58%) ainda afirmam que “as atividades são predominantemente individuais e postadas no ambiente”. Nesse sentido, a avaliação não utiliza o diálogo como essência, e muito menos a pactuação de acordos coletivos.

Essas informações são, em certa medida, confirmadas com a análise desenvolvida nos itens: 8.3.5 Planejamento das avaliações e 8.3.6 Diálogo entre os sujeitos da ação, mais especificamente com os dados dos Gráficos 20; 22 e 23, onde os alunos afirmam a falta de diálogo para com a instituição coordenadora pedagógica e tutores sobre avaliação da aprendizagem e as impossibilidades de modificação da instituição sobre avaliação da aprendizagem. Embora, os tutores tenham autonomia (Tabela 5 e Gráfico 18) em participar das discussões sobre avaliação, o mesmo não ocorre com os alunos, nem na percepção do tutor (Gráfico 25), nem na percepção do próprio aluno (Gráfico 26).

Sobre as características da avaliação da aprendizagem, alguns alunos acrescentaram: − Sinto falta de encontros mais periódicos. Por exemplo, tenho necessidade de

aprofundamento nas leituras.” (A47)

− A metodologia do curso já é traçada de forma que cada tutor possa avaliar fazendo poucas alterações e muitas vezes o conteúdo é deixado de lado ficando em bases superficiais.” (A53)

− Para ser sincera eu não sei responder esta parte por ser algo dificil num curso a

distância, pois só vejo eu e a máquina, as notas das tarefas e as outras atividades não sei como são avaliadas.” (A11)

− Algumas questões não são transparentes para os alunos, portanto não tenho como responder.” (A14)

Tabela 6 – Avaliador para os tutores e alunos.

Tutor (14) Aluno (62)

Características

Nº % Nº %

Um profissional responsável em aplicar instrumentos com a

finalidade de medir a inteligência e desempenho dos alunos 2 14,29% 24 38,71% Um profissional que sinaliza os sucessos e insucessos dos

alunos com base em exames periódicos 3 21,43% 35 56,45%

Um instrumento de medição onde a aprendizagem é avaliada

conforme os objetivos planejados 5 35,71% 40 64,52%

Um ator em um processo de comunicação social 6 42,86% 33 53,23%

Uma pessoa mais experiente e capaz de julgar o

conhecimento construído pelo aluno 3 21,43% 34 54,84%

Um moderador que confronta os argumentos socialmente

construídos 8 57,14% 51 82,26%

Um mediador do processo de construção do conhecimento 14 100,00% 62 100.00%

Um profissional que colabora com a construção do

conhecimento junto com o aluno 14 100,00% 62 100.00%

Único responsável pela definição de instrumentos e procedimentos de avaliação que visam a melhoria da

aprendizagem 6 9,68%

Com base na Tabela 6, as características com predominância dos tutores e alunos, simultaneamente, (destacadas pelo sombreado de cor azul e fonte em negrito) enfatizam a função do avaliador como um profissional (100% e 100%), moderador (57,14% e 82,26%) e mediador (100% e 100%) que contribui com a construção do conhecimento junto ao aluno. Entretanto, mais de 50% dos alunos informaram, paradoxalmente, (destacadas pelo sombreado de cor cinza sem negrito) algumas características do avaliador, que se aproximam de modelos de avaliação não comunicacional, tais como:

ƒ Um profissional que sinaliza os sucessos e insucessos dos alunos com base em exames periódicos (característica da primeira geração de avaliação – medição);

ƒ Um instrumento de medição onde a aprendizagem é avaliada conforme os objetivos planejados (característica da segunda geração de avaliação – descrição);

ƒ Uma pessoa mais experiente e capaz de julgar o conhecimento construído pelo aluno (característica da terceira geração de avaliação – julgamento).

Conforme o Manual do Coordenador e Tutor (SENAC, DN, 2006b):

a) “O tutor é fundamental na busca de uma relação interativa com seus alunos,

apoiando-os em sua trajetória de construção do conhecimento e desenvolvimento das competências técnica, metodológica, comunicativa e sociopolítica.” (p.16, grifo nosso);

b) “O tutor é responsável pela criação de oportunidades de aprendizagem e

pela motivação dos alunos. É um mediador na comunidade de aprendizagem formada para o Curso. Ele acompanha os alunos durante o desenvolvimento das atividades, orientando-os na execução das mesmas”. (p.17, grifos nossos);

c) O tutor tem a competência, dentre outras, de “avaliar o percurso dos alunos,

a partir do compromisso ético com o seu progresso, promovendo ações complementares que permitam a superação das dificuldades encontradas” (p.

17, grifo nosso)

Ou seja, atribui-se ao tutor a responsabilidade ou melhor a “competência” provavelmente muito acima dos seus meios e condições profissionais e pessoais sobre a trajetória de construção do conhecimento dos alunos e a qualidade de seu desempenho, inclusive na dimensão cognitiva, emocional e motivacionais. 3 9 2 17 22 13 0 5 10 15 20 25

sempre quase sempre com regularidade

Q u a n ti da de Tutor Aluno

Há uma predominância de informações entre tutores e alunos sobre o modelo de avaliação e a construção do conhecimento (Gráfico 38). Para os 12 tutores (85,72%), o modelo de avaliação adotado favorece a construção do conhecimento entre “sempre” e “quase sempre”, e 39 alunos (66,10%) também fazem essa afirmação, embora, os tutores apresentem um resultado em percentual maior do que dos alunos. Para um tutor, “o numero de atividades em grupo e insuficiente para trocas e construcao coletiva” (sic), (T2)

Seguem três comentários dos alunos, afirmando a satisfação e fazendo sugestões:

− Acredito que chats regulares poderiam suprir um pouco a falta de interatividade entre os alunos, normal em cursos à distância. (A29)

− Acredito que chats regulares poderiam suprir um pouco a falta de interatividade entre os alunos, normal em cursos à distância. (A30)

− Ficamos satisfeitos com nosso curso, com o material didático fornecido e com as avaliações feitas. (A3)