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O município de Ijuí, segundo dados do IBGE (2010), apresenta uma população de 78.915 habitantes e uma área de 689,31km2. A distância da capital é de 395 km. A Colônia Ijuhy foi fundada em 19 de outubro de 1890 e, conforme Lazzarotto (2002, p.13), seu nome derivou do maior rio que dividia a colônia e depois o município na direção leste-oeste – rio Ijuhy, nome dado pelos índios guaranis e conservado pelos missioneiros. Teve diversos significados, conforme as diferentes grafias, mas o nome que aparece nos documentos oficiais significa “Rio das Águas Divinas”.

Para Marques (1990, p. 9):

A formação colonial de Ijuí sintetiza muitos elementos que caracterizam a integração dos imigrantes europeus e seus descendentes no processo de desenvolvimento econômico, político e cultural do extremo sul do país. A Colônia de Ijuí, fundada em 1890, por iniciativa do governo estadual, na orla inferior da floresta subtropical do planalto, entre os campos de Cruz Alta, Santo Ângelo, Tupanciretã e Palmeira das Missões, significou o início da ocupação das últimas áreas disponíveis no Rio Grande do Sul, para onde eram enviados imigrantes recém chegados da Europa: alemães, teuto-russos, poloneses, italianos, letos, austríacos, húngaros, suecos, franceses, espanhóis e pouco depois uma geração mais moça, excedente das colônias velhas, isto é, das áreas ocupadas inicialmente por alemães e italianos a partir de São Leopoldo e Caxias do Sul.

Inicialmente o único trabalho possível era a agricultura. Os primeiros tempos foram extremamente difíceis para os colonos, conforme Lazzarotto na lista dos mortos de 1891 aparecem inúmeras crianças. Posteriormente, o município foi se desenvolvendo, acelerando a exportação agrícola com a abertura da ferrovia em 1911, e com a elevação para município autônomo em 1912.

Atualmente o município é conhecido como Terra das Culturas Diversificadas por acolher vários grupos étnicos, como os afro-brasileiros, índios, portugueses, franceses, italianos, alemães, poloneses, austríacos, letos, holandeses, suecos, espanhóis, japoneses, russos, árabes, libaneses, lituanos, ucranianos dentre outros. Também é conhecido como Cidade Universitária, Colmeia do Trabalho, Terra das Fontes de Água Mineral e Portal das

Missões. Está localizado no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, sendo passagem obrigatória para o Mercosul.

O Poder Executivo Municipal, conforme dados disponíveis no site do município2, possui 12 Secretarias Municipais e seis Coordenadorias. São elas: a) Secretarias – Administração, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Desenvolvimento Rural, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Urbano, Educação, Fazenda, Governo, Meio Ambiente, Planejamento, Saúde; b) Coordenadorias – Trânsito, Especial de Cultura, Especial de Desporto e Lazer, Especial de Habitação, Defesa Civil e Defesa do Consumidor.

Na área da Saúde e Assistência Social foi criado, na década de 60, o Departamento de Trabalho e Ação Social, cujo objetivo era o atendimento à vulnerabilidade social. Em 1973 foi criada a Secretaria Municipal de Saúde, Trabalho e Ação Social (SMSTAS).

Conforme dados do site do Poder Executivo Municipal eram prestados serviços de planejamento familiar, atendimento médico e odontológico, internação hospitalar, pronto- socorro, farmácia e remoções com ambulâncias. A partir de 1983 houve a ampliação da rede de atenção básica do município por meio de parceria entre a Prefeitura e a Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado (Fidene). Apenas em 1992, contudo, o município aderiu ao Sistema Único de Saúde (SUS). A nova sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) abriu suas portas em abril de 2010 com pronto atendimento 24 horas.

A estrutura conta com clínica médica geral e pediátrica, de profissionais das áreas de Ginecologia, Obstetrícia, especialidades de média complexidade em Cardiologia, Oftalmologia, Psicologia e Fonoaudiologia, além do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO).

O município também dispõe de vinte Unidades Básicas de Saúde (UBS), estruturadas para atender a população. Em algumas unidades existem profissionais das áreas de Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Geral, Pediatria, Nutrição, Enfermagem, além de agentes comunitários de saúde e de controle de endemias. Possui três hospitais: Hospital de Caridade de Ijuí, Hospital Bom Pastor e Complexo Hospitalar Unimed.

Algumas unidades tem grupos de Puericultura:

Tradicionalmente, a puericultura é definida como o conjunto de técnicas empregadas para assegurar o perfeito desenvolvimento físico e mental da criança, desde o período de gestação até a idade de 4 ou 5 anos, e, por extensão, da gestação à puberdade. Essa definição está baseada na pressuposição de que a atenção à criança pensada dessa forma, isto é, em todos os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, pode prevenir doenças, auxiliar na expressão genética plena, livre de interferências do meio, e resultar em um adulto mais saudável, com melhor qualidade de vida e, certamente, mais feliz (BONILHA, 2005)

Conta com o NASF- Núcleo de Apoio a Saúde da família que foi criado pelo governo federal, e traz como principal objetivo a ampliação da abrangência das ações da atenção básica. Cabe ao NASF, agir em parceria às Equipes de Saúde da Família (ESF), atuando de forma especializada nos problemas encontrados na população atendida por essas equipes.

Para o atendimento de adolescentes foi estruturado o Centro de Atendimento ao Adolescente do Município de Ijuí (CAAMI), que presta atendimentos específicos a adolescentes nas áreas de: Medicina (clínica de adolescentes, ginecologia e obstetrícia), Psicologia, Nutrição, Enfermagem e Pedagogia. É o órgão mais indicado para atender casos de gravidez na adolescência.

No município de Ijuí, RS, o Centro de Atendimento Psicossocial Infantil é gerido pelo Hospital Bom Pastor e disponibiliza profissionais nas áreas de pediatria, psiquiatria, psicologia, nutrição, serviço social, enfermagem e fisioterapia e realiza atendimento da faixa etária de 0 a 18 anos.

O Projeto Saúde e Prevenção nas escolas é desenvolvido através do SAE – Serviço de Atendimento Especializado realizar ações de promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva de adolescentes e jovens, articulando os setores de saúde e de educação. Com isso, espera-se contribuir para a redução da infecção pelo HIV/DST e dos índices de evasão escolar causada pela gravidez na adolescência (ou juvenil), na população de 10 a 24 anos.

O Programa de Prevenção a Violência- PPV, tem por objetivo contribuir para a redução dos índices de violência através da construção de uma rede social que identifique, integre, articule e promova ações governamentais e não-governamentais. A meta é diminuir em 20% as ocorrências de violência nos 50 municípios com maiores índices de mortes por causas externas (homicídios, suicídios e acidentes de trânsitos), até 2012.

• Esta sendo criado o Projeto Rede Cegonha que entre seus objetivos traz a Garantia do acolhimento com classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal . Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro( R$50,00). Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento. Garantia da atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade. Garantia da ampliação do acesso ao planejamento reprodutivo .

Em relação à Assistência Social foi criada por meio da Lei Municipal nº 3.878, de 21/12/2001, a Secretaria Municipal de Assistência Social, atualmente denominada Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, situada na Rua Álvaro Chaves, 254 – Centro de Ijuí, RS, a qual atua de acordo com o SUAS, cujo modelo de gestão é descentralizado e participativo.

As ações do município na área da Assistência Social se dão em nível de gestão plena, ou seja, o município possui a gestão total das ações da Assistência Social, sejam elas financiadas pelo FNAS, mediante repasse fundo a fundo, ou diretamente aos usuários, ou ainda provenientes de isenção de tributos em razão do Certificado de Entidade Beneficente da Assistência.

Na gestão plena ampliam-se os pré-requisitos da gestão inicial e básica, sendo extremamente importante a presença de um sistema municipal de monitoramento e avaliação, a capacidade de atuar na proteção social especial de alta complexidade, contar com gestor do fundo lotado no órgão responsável pela assistência social e ter uma política de recursos humanos com carreira para servidores públicos (FERREIRA, 2011).

No que tange à Educação, o município conta com a Secretaria Municipal de Educação, que coordena o trabalho de 25 escolas, sendo 10 infantis. Comprometida com o plano de governo da administração municipal, a Secretaria foca seu trabalho no sentido de fortalecer ações que consolidem a qualidade da educação municipal, garantindo os direitos das crianças, dos jovens e dos adultos à aprendizagem na escola nos princípios da educação inclusiva.

O salto de qualidade buscado tem a ver com a resposta positiva dos professores e gestores da rede de ensino que se integram às diretrizes nacionais do “Compromisso Todos pela Educação“, na busca por intervenções pedagógicas adequadas à realidade da escola, na escolha de projetos e oportunidades de formação continuada, disponibilizados pelo poder público no empenho de garantir aprendizagens significativas. Basicamente duas escolas da rede trabalham a questão da inclusão de alunos com deficiência: a Escola Municipal Soares de Barros está estruturada para receber estudantes surdos e o Imeab atende alunos cegos (PREFEITURA DE IJUÍ – PODER EXECUTIVO, 2011).

A Coordenadoria Estadual de Educação coordena o trabalho de 27 escolas da rede estadual. Através do Estado é desenvolvido na rede de ensino o Projeto Mais Educação, em turno inverso ao da escola, que tem por objetivo:

Aumentar o tempo de permanência dos alunos na escola para melhorar o desempenho escolar. Esse é o objetivo do Programa Mais Educação, coordenado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do MEC. Por meio do projeto, o Ministério vem assessorando escolas com baixo desempenho no IDEB a ampliar suas jornadas diárias e a reorganizar suas grades curriculares, oferecendo atividades esportivas, culturais e recreativas em tempo integral. Além disso, promove a inclusão digital e fomenta debates em torno do meio ambiente, cidadania e saúde (PROJETO MAIS EDUCAÇÃO, 2012).

Conforme o art. 53 do ECA:

A criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:

i) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; ii) direito de ser respeitado por seus educadores;

iii) direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

iv) direito de organização e participação em entidades estudantis; v) acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Observa-se que a partir do ECA foi implantada uma política educacional igualitária, independente da classe social.