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Classificação dos contratos empresariais

No documento Direito Comercial (páginas 145-149)

Contratos empresariais,

5.1 Princípios dos contratos

5.1.1 Classificação dos contratos empresariais

Não há um consenso entre os autores quanto à classificação. Diante disso, tra- remos aqui a classificação comum entre os autores dos contratos.

5.1.1.1 Contratos Bilaterais ou Unilaterais

Nos contratos bilaterais, as obrigações são recíprocas, ou seja, ambas as partes, possuem direitos e deveres contratuais acordados. Em um contrato de compra e venda, por exemplo, o vendedor tem o dever de entregar o bem pactuado, e o comprador, pagar o valor devido e também pactuado.

 Já no contrato unilateral, somente uma das partes assume obrigações con- tratuais em face do outro. Os efeitos são ativos de um lado e passivos do outro. (DINIZ, 2006).

5.1.1.2 Contratos gratuitos e onerosos

Nos contratos gratuitos, também chamados de benéficos, a vantagem benefi- cia apenas uma das partes, enquanto a outra suporta o sacrifício. No contrato oneroso, há uma relação entre vantagem e sacrifício (VIANA, 2008). Uma das partes se sacrifica, em benefício de outra.

O código civil reconhece esta classificação de contratos, quando dispõe em seu artigo 392 que, “nos contratos benéficos, responde por simples culpa o con- tratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça; nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exce- ções previstas na lei”.

5.1.1.3 Contratos comutativos e aleatórios

Contrato comutativo é aquele em que as partes já conhecem todo o conteúdo do contrato, bem como suas respectivas prestações. Aleatório, é o contrato em que, ao menos o conteúdo da prestação de uma das partes é desconhecido quando de sua elaboração. O conhecimento ocorrerá no decorrer do contrato, ou mesmo, quando do cumprimento da prestação. Temos como exemplo de contratos aleatórios, os contratos de seguro, jogos de loteria, rifas, lotos e simi- lares (VENOSA, 2008).

O Código Civil dispõe sobre os contratos aleatórios, referentes ao contrato de compra e venda.

Segundo o artigo 458 do Código Civil, “se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos con- tratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir”.

Por outro lado, se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, toman- do o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá tam- bém direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concor- rido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada (art. 459, CC/02). Vale ressaltar neste caso, porém, que se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá e o alienante restituirá o preço recebido (parágrafo único, art. 459, CC/02).

Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do con- trato (art. 460, CC/02). Referida alienação poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco a que no contrato se considerava exposta a coisa (art. 461, CC/02).

5.1.1.4 Contratos típicos e atípicos – nominados e inominados

Os contratos típicos ou nominados são aqueles cujas regras estão previstas em nosso ordenamento jurídico. Estão disciplinados no Código Civil, sendo estes, o de compra e venda, doação, troca, empréstimo, locação, prestação de serviço, dentre outros.

Os contratos atípicos ou inominados são aqueles que não são disciplinados expressamente pelo Código Civil, ou por lei extravagante, sendo, porém, permi- tidos legalmente, desde que não contrariem a ordem pública, a moral e os bons costumes, ante o princípio da autonomia da vontade (DINIZ, 2006).

Segundo o artigo 425 do Código Civil, “é lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código”.

São muito comuns na sociedade os contratos atípicos de garagem, publicidade, excur- são turística, espetáculos, feiras, serviços de Buffet, manutenção de equipamentos e sites, dentre outros (VENOSA, 2008).

Para alguns autores, há também o contrato misto, onde as partes iniciam um contrato típico, porém, acrescentam cláusulas segundo seus interesses, desfigurando o modelo legal (VIANA, 2008).

5.1.1.5 Contratos consensuais e reais

Os contratos consensuais são aqueles que se tornam definitivos ou cumpridos a partir do consenso ou consentimento das partes. Já os contratos reais são aqueles que só se aperfeiçoam quando da entrega do bem, objeto do contra- to. No contrato real, o acordo de vontades, é insuficiente para ter-se o contrato como cumprido (VENOSA, 2008).

5.1.1.6 Contratos solenes e não solenes

Os contratos solenes, também chamados de formais, são aqueles cujo formato  já se encontra preestabelecido pela legislação vigente. A escritura pública é um contrato solene, pois, há um formato preestabelecido. Já os contratos não sole- nes ou informais, são aqueles, cuja forma não se encontra preestabelecida pela legislação vigente.

5.1.1.7 Contratos principais e acessórios

Os contratos principais são os que existem por si mesmos, não dependendo de outro para exercer sua finalidade. Já os contratos acessórios são aqueles que de- pendem, para sua existência, o contrato principal, pois, visam assegurar a sua execução. A fiança é um contrato acessório existente para assegurar o contrato de locação, que é o principal (DINIZ, 2006).

5.1.1.8 Contrato de execução imediata ou continuada

Contrato de execução imediata ou instantânea é aquele em que o seu cumpri- mento ocorre no momento da assinatura do contrato. O contrato de compra e  venda à vista, é um exemplo de contrato de execução imediata.

Contrato de execução continuada ou sucessiva é aquele em que o seu cum- primento se prolonga no tempo. Há prestações sucessivas e continuadas que se prolongam no tempo, ocorrendo o seu cumprimento em um prazo futuro, determinado ou indeterminado.    ©    U    R    O    S    K    O    V    A    N    D    Z    I    C     |   D    R    E    A    M    S    T    I    M    E .    C    O    M

Há também o contrato de execução diferida ou retardada. Neste tipo de con- trato, a sua execução é acordada para um momento posterior à sua assinatura. Tal ocorre na compra e venda, quando o pagamento ou a entrega da coisa é fixa- do para outra data, que não a da realização da avença. Assim ocorre também na  venda com condição suspensiva (VENOSA, 2008).

5.1.1.9 Contrato por prazo determinado ou indeterminado

No contrato por prazo determinado, há um prazo certo, fixo, para o seu térmi- no, sendo que, no contrato por prazo indeterminado, não há um prazo fixo para sua conclusão.

5.1.1.10 Contratos individuais e coletivos

No contrato individual, ainda que tenhamos várias partes, as vontades são con- sideradas individualmente, como em um contrato de compra e venda, locação, dentre outros. No contrato coletivo, temos a vontade de um grupo de pessoas que buscam a criação de normas, que irão presidir a criação de um contrato individual. Temos como exemplo, os contratos coletivos de trabalho (VIANA, 2008).

5.1.1.11 Contrato definitivo e preliminar

O contrato definitivo tem por objeto, a criação de direitos e deveres para os con- tratantes. Já o contrato preliminar, tem como objeto, a realização de um contra- to definitivo (VIANA, 2008).

No documento Direito Comercial (páginas 145-149)