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Recuperação extrajudicial

No documento Direito Comercial (páginas 171-177)

Contratos empresariais,

5.1 Princípios dos contratos

5.2.2 Recuperação extrajudicial

Com propriedades semelhantes à recuperação judicial, a recuperação extraju- dicial na visão de Mamede (2009, p.467 ) tem por objetivo assegurar ao devedor outra alternativa para a sua recuperação, pois ao

(...) empresário ou sociedade empresária que preencha os requisitos para o pedido de recuperação judicial da empresa poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial (...) O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após a sua homologação judicial.

Com efeito, a recuperação extrajudicial se distingue da recuperação judi- cial, na medida em que há a iniciativa do empresário ou sociedade empresá- ria devedora procurar pelos seus respectivos credores e entabularem um acor- do em relação ao plano de recuperação extrajudicial, reportando-se ao Poder  Judiciário apenas para a sua respectiva homologação passando a produzir os

5.3 Falência

Ocorre a falência quando o passivo da empresa é muito maior se comparado ao seu ativo, e ainda, a preocupação necessária em assegurar condições e trata- mento de igualdade entre os credores. É a conclusão que se extrai do magistério de Mamede (2009, p. 472):

Quando não é possível manter a empresa, pois o seu passivo (as suas dívidas) supera - e muito, normalmente - o seu ativo ( os seus bens e créditos), coloca-se um problema: com o pouco que se tem, em contraste com o volume do que se deve, o que fazer? (...) Como se não bastasse o problema de haver mais dívidas do que dinheiro para pagar, outros desafios específicos decorrem dessa desproporção. Não se poderia permitir que os que fossem mais ágeis na cobrança recebessem tudo e os que fossem mais lentos não recebessem nada; se assim fosse, quem tem créditos vencidos levaria vantagem, sobre quem tem crédi- tos por vencer ou que ainda precisa ver seus direitos reconhecidos pelo Judiciário.

 As hipóteses que foram tipificadas pela legislação a justificar a decretação da falência se resumem à inadimplência injustificada; execução frustrada e os atos de falência. Com maestria Mamede (2009, p.475) define cada uma dessas hipóteses:

Inadimplência injustificada: será decretada a falência do devedor que, sem relevante ra- zão de direito, não paga no vencimento, obrigação liquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários mínimos na data do pedido de falência. Permite-se que credores diversos se reúnam em litisconsórcio a fim de perfazer tal limite mínimo. Execução frustrada: o empresário ou sociedade empre- sária que, executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal, terá sua falência decretada. Atos de falência: há um rol de atos que, se forem praticados pelo devedor empresário, exceto se fizerem parte do plano de recuperação judicial, dão margem ao pedido de falência.

Em relação aos atos de falência, é interessante para o tema o inciso III, do artigo 94 da Lei 11.101/05, que define comportamentos empresariais que o Direito Falimentar procura desestimular:

a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;

b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamen- tos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;

c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;

f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pa- gar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;

g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recupera- ção judicial.”

ATIVIDADES

01. Qual é a diferença entre a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial?

02. Qual é a diferença entre falência e recuperação judicial?

REFLEXÃO

As atividades empresariais exercidas pela indústria, comércio e prestação de serviço têm como principal suporte os contratos empresariais, tratando-se de um instituto muito pre- sente na vida dos futuros gestores e que merecem detida atenção em qualquer cotidiano profissional, principalmente, as suas novas modalidades (franquias, consórcios, etc...).

Por outro lado, a atividade empresarial é sempre de risco e em algumas circunstâncias tem o amparo do Poder Público dada a sua inegável função social (maiores empregadores, contribuintes e responsáveis pela produção de riqueza do País).

Cada vez mais se espera do gestor preparo para lidar com circunstâncias inesperadas desenvolvendo ações que busquem alternativas para recuperação da saúde financeira do empreendimento - daí o papel da recuperação judicial, evitando-se o caminho tortuoso da falência que reproduz efeitos danosos na vida de todos os atores envolvidos.

LEITURA

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1.

MAMEDE, Gladson.Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2009.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2008, p. 419.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1.

MAMEDE, Gladson.Manual de direito empresarial. São Paulo: Atlas, 2009.

NASCIMENTO, João Pedro Barroso do . Acesso ao sitio em 13/02/2014: https://direitorio.fgv.br/ sites/direitorio.fgv.br/files/u100/contratos_empresariais_2014-2.pdf

REQUIÃO, Rubens.Curso de direito comercial. 29. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 2010. v.

GABARITO

Capítulo 1

01. O Direito pode ser conceituado como um sistema de normas ou regras jurídicas que traça aos homens determinadas formas de comportamento, conferindo-lhes possibilidades de agir de acordo com estas normas.

02. O Direito Público consiste em um conjunto de normas referentes à organização do Estado. São de direito público aquelas normas e atuações em que o Estado ou entidades públicas se encontram presentes como tais, ou seja, exercendo seu poder. Do mesmo modo, as normas de direito público podem regular ações dentro de um mesmo país, ou as relações do país com indivíduos. Assim, o que caracteriza essas normas é a especial presença do poder estatal. Em contrapartida, o Direito Privado representa as normas que regulam as relações entre pessoas. Consiste em um conjunto de normas que envolvem os particulares, e as relações entre si.

03. Direito financeiro, em síntese, dispõe de um conjunto de normas referentes a utilização do dinheiro público, ou seja, a atividade financeira do Estado. Direito Econômico é considera- do um ramo do direito público, que dispõe sobre um conjunto de normas referentes à inter- venção do Estado na economia. Direito Tributário, pode ser considerado como um conjunto de princípios e normas, referentes à instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos.

Capítulo 2

01. c 02. a 03. d

Capítulo 3

01. c 02. a 03. d 04. a

Capítulo 4

01. É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços (parágrafo 1º, art. 37, do CDC). É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer na- tureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança (parágrafo 2º, art. 37 do CDC).

02. Objetiva-se preservar o direito básico da livre escolha do consumidor, pois, se tem ele interesse na aquisição de determinado produto ou serviço, não pode ser obrigado, para lograr tal intento, a adquirir o que não lhe interessa, mas lhe é condicionalmente impingido (ALMEI- DA, 2009).É preciso, no entanto, entender que a operação casada pressupõe a existência de produtos e serviços que são usualmente vendidos separados. O lojista não é obrigado a vender apenas a calça do terno.

Capítulo 5

01. Com efeito, a recuperação extrajudicial se distingue da recuperação judicial, na medi- da em que há a iniciativa do empresário ou sociedade empresária devedora procurar pelos seus respectivos credores e entabularem um acordo em relação ao plano de recuperação extrajudicial, reportando-se ao Poder Judiciário apenas para a sua respectiva homologação passando a produzir os seus efeitos jurídicos daí decorrentes.

02. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise eco- nômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do empre- go dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Ocorre a falência quando o passivo da empresa é muito maior se comparado ao seu ativo,e ainda, a preocupação neces- sária em assegurar condições e tratamento de igualdade entre os credores.

No documento Direito Comercial (páginas 171-177)