• Nenhum resultado encontrado

COMPARATIVO LEGISLAÇÃO DELIMITAÇÃO PRAZOS PLNA

1756-2003 Art. 64. ... § 4º As entidades que desenvolvam programas de Abrigo deverão apresentar à Autoridade Judiciária e ao Ministério Público competente, no prazo máximo de sessenta dias após o

abrigamento, estudo indicativo do encaminhamento a ser adotado à criança ou adolescente, alternativamente para reintegração à família de origem ou colocação em

família substituta, especificando as ações já efetivadas pela rede de atendimento.

§ 5º Após o encaminhamento do indicativo, a entidade de Abrigo terá o prazo de cento e

vinte dias, somente podendo ser renovado por igual prazo mais uma vez, se comprovada

a imperiosa necessidade e ausência de prejuízos ao abrigado, para realização da

reintegração à família de origem ou, na impossibilidade, encaminhamento de subsídios ao Ministério Público para promoção da ação de decretação da perda do Poder Familiar.

§ 6º O Ministério Público, após recebimento do relatório encaminhado pela entidade de Abrigo, terá o prazo de trinta dias para promover a ação de decretação da perda do

Poder Familiar ou requerer a homologação da reintegração familiar realizada.

Art. 38. O Ministério Público terá o prazo máximo de trinta dias para ajuizar a ação de decretação da perda do Poder Familiar, contados da data em que o fato supostamente ensejador de sua decretação tenha chegado ao seu conhecimento e a ação deverá ser decidida em primeiro grau no máximo em cento e vinte dias , contados da distribuição do feito, incorrendo os responsáveis pelo eventual descumprimento dos prazos nas penalidades estabelecidas nas respectivas Leis Orgânicas.

PL Substituti vo 6222- 2005

Art. 38 D.

§ 3º Toda criança ou adolescente que estiver em sistema de abrigamento terá sua situação

trimestralmente avaliada pela equipe psicossocial do abrigo especializado, que enviará

relatório ao Juízo competente.

§ 4º Nenhuma medida de abrigamento se prolongará por mais de dois anos antes que a criança ou adolescente seja inscrito no cadastro como adotável.

Art. 38 AS. O Ministério Público terá o prazo máximo de trinta dias para ajuizar a ação

de decretação da perda do poder familiar, contados da data em que o fato supostamente

ensejador de sua decretação tenha chegado ao seu conhecimento e a ação deverá ser

decidida em primeiro grau no máximo em cento e vinte dias, contados da distribuição do

feito, incorrendo os responsáveis pelo eventual descumprimento dos prazos nas penalidades estabelecidas nas respectivas Leis Orgânicas

Lei 12010-

2009 Art. 19. ... § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.

§ 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento

institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade

que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. Art. 92. ...

§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório

circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família,

para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei. Art. 50. ...

inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade.

Art. 101...

§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade

responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência

de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.

Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte)

dias.

Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.

Quadro 6: Elaborado por Rita Oliveira (2015) com base nos PLs e na Lei 12.010- 2009

A Lei 12.010-2009 atribuiu centralidade ao abrigo no trabalho de reintegração familiar, o que se desdobrou na regulamentação que exige a contratação de profissionais para o desenvolvimento desse trabalho.

3.6.2 Não há direito à adoção, mas sim à convivência familiar e comunitária com preferência à família de origem

Fico sobremaneira preocupada, porque o sentido desta Comissão é o de promover convivência familiar, jamais pretendemos rivalizar com a família biológica. Queremos dar solução para as crianças que estão nos abrigos, os abandonados, e prevenir o abandono. Portanto, estou preocupada com essa matéria.

(Dep. Maria do Rosário, presidenta comissão, Audiência Pública N°: 0250/05 DATA: 30/3/2005)

A primeira questão conceitual que se destacou nas sessões foi a relação estabelecida entre a medida de proteção adoção e o direito fundamental à convivência familiar e comunitária, passando-se a considerar que o PLNA 1756-2003 poderia ser chamado de “lei do direito à convivência familiar e comunitária”, desconsiderando-se que toda sua lógica trabalhava contra as famílias das classes trabalhadoras:

Declaro aberta a 9ª reunião da Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 1.756, de 2003, do Sr. Deputado João Matos, que dispõe sobre a Lei Nacional da Adoção e dá outras providências. Já estamos chamando essa lei, em comum acordo, de lei do direito à convivência familiar, por transcender o tema da adoção, como a Relatora tem afirmado sempre. (Deputada Maria do Rosário, Reunião ordinária N°: 0127/05 de 9/3/2005)

Em vários momentos se fala em convivência familiar em família de origem ou substituta como se ambas tivessem o mesmo sentido. Por incrível que pareça este ainda é um tema questionável para os adotantes como se mudar de família fosse comparado a mudar de roupa103.

Sobre o “direito da criança e do adolescente à adoção”, proposto no projeto inicial, evidenciou-se uma reelaboração redacional no PL substitutivo que amenizou a tônica da primeira versão, sendo finalmente abolido da lei 12.010-2009, conforme podemos observar no seguinte quadro.

“DIREITO À ADOÇÃO”: COMPARATIVO VERSÕES DO PLNA e LEI 12.010-2009

PLNA 1756-2003 PL 6222-2005 LEI 12.010-2009 Artigo 1º. Parágrafo 2º. A

adoção é um direito da criança e do adolescente, mas somente

será concedida quando comprovada a impossibilidade de manutenção do adotando na família natural, pela inexistência de proteção afetiva e material, ou quando os genitores aderirem expressamente ao pedido na forma

prevista nesta Lei.

Art. 38 F. A adoção é

direito da criança e

do adolescente

sempre que sua

situação levar a

autoridade judiciária a inferir que haverá grave

comprometimento de sua criação e adequado desenvolvimento se não for colocado em família substituta.

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o aperfeiçoamento da sistemática prevista para garantia do direito à convivência

familiar a todas as crianças e adolescentes, na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto

da Criança e do Adolescente. Art. 39. ...

§ 1o A adoção é medida excepcional e

irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma

do parágrafo único do art. 25 desta Lei. Quadro 7: elaborado por Oliveira (2015) com base PLs e Lei 12010-2009

3.6.3 O recuo na proposta de subsídios e apoios financeiros para adotantes

Desde o início da tramitação, a oferta de subsídios para adotantes se mostrou ponto frágil do PLNA, criticado, inclusive por grupos de apoio à adoção.

Analisando o quadro comparativo observamos que a proposta inicial do subsídio – adoção era dirigido para o adotante, servidor público, por meio de “valor mensal” ou “dedução em dobro aos valores de dependente” no imposto de renda, com o fito de estimular as adoções ”necessárias” (tardia, de grupo de irmãos, de crianças com problemas de saúde).

103 Chamou-nos atenção o tema de uma das mesas de debates do XX Encontro Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, a ocorrer em junho de 2015 - “Preferência pela Família Biológica: legal ou justo? – Consequências para a criança como objeto de direito” – intrigando-nos se o teor do debate superará a discussão simplista da valorização dos laços biológicos a qualquer custo.

O PL 6222-2005, ainda numa distorção com a política de proteção integral, previa que recursos destinados aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, em duas diferentes esferas, poderia ser aplicado em programas de adoção.

COMPARATIVO SOBRE O “SUBSÍDIO ADOÇÃO”

Outline

Documentos relacionados