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Segundo alguns estudos variacionistas (DUARTE, 1993; FARACO, 1996; GALVES, 2001; LOPES; MACHADO, 2005; OLIVEIRA; LOPES, 2007; LOPES; CAVALCANTE, 2011;), no sistema pronominal do PB, muitas variações passaram a ocorrer com a entrada da expressão vossa mercê (aglutinada em você) no quadro de pronomes pessoais, dentre elas, a variação entre as formas oblíquas te e lhe. A primeira, usada tanto como ACUS quanto como DAT, é a forma objetiva de tu; a segunda, inicialmente, a forma

objetiva de ele, era usada apenas como DAT, porém foi acumulando também a função de ACUS

ao passo que, no PB falado, foi perdendo o traço [+ 3ª PESS], de modo que, hoje, só é usado

como 2ª PESS (BAGNO, 2012, p.753-6; LUCCHESI; MENDES, 2009, p. 482; ALMEIDA,

2009, p. 45), tanto na função de DAT quanto de ACUS.

A maioria dos estudos acerca das variações pronominais realizados em todas as regiões do país focaliza a variação tu/você na função de SUJ. Destarte, à variação te/lhe, até o presente estudo, não tem sido dada a mesma atenção dispensada às formas variantes para o

SUJ, deixando uma lacuna na descrição das variações pronominais no PB.

Uma das motivações para a realização dessa pesquisa foi a necessidade de verificar se a variação te/lhe, constatada na fala cearense em Soares (1980) com dados de Fortaleza, teria ocorrência também na modalidade escrita. Para isso, coletamos cartas pessoais, gênero textual em que o uso de pronomes de 2ª PESS é frequente por substituir um diálogo entre dois interlocutores que se encontram separados pela distância.

Este estudo investiga a variação dos pronomes te/lhe com função de 2ª PESS SING

no português escrito usado no Ceará, em uma amostra de 186 cartas pessoais redigidas por cearenses ao longo do século XX, a começar pelo ano de 1940, para analisarmos como essa variação acontece, quais seus fatores favorecedores e qual a influência dos aspectos sociais no fenômeno.

Para a realização da análise, decidimos controlar os grupos de fatores sociais: o período do século XX no qual a carta foi escrita, o gênero da autoria da carta (carta de homem e carta de mulher) e o remetente; bem como os grupos de fatores linguísticos: o tipo semântico do verbo que rege o pronome te/lhe, a estrutura do verbo, o tempo verbal e a forma nominal de verbo, a posição do pronome te/lhe em relação ao verbo, a função sintática do pronome te/lhe e a presença de forma T (tu, teu, ti, contigo) ou V (você, o senhor, seu, se, si, consigo) antes da primeira ocorrência de te/lhe.

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Considerando que a forma lhe, apesar de fazer parte do sistema pronominal português desde a fase arcaica da língua, é a forma inovadora (pois só depois assumiu a função ACUS e passou a ser usado como 2ª PESS), procuramos entender como os grupos de fatores definidos acima favoreceriam a ocorrência de lhe em variação com te, que sempre foi de 2ª PESS.

A análise mostrou que as formas te e lhe como pronomes de 2ª PESS nas 186 cartas da amostra foram usadas praticamente na mesma proporção, pois, num total de 481 ocorrências desses pronomes nessas cartas, 50,9% foram ocorrências de lhe e 49,1% foram ocorrências de te.

Quanto ao uso de lhe ao longo dos três períodos analisados, verificou-se que esse pronome teve maior emprego nas décadas de 1940 e 1950 (53,5%), caindo um pouco nos anos 1960 e 1970 (52,4%) e mais ainda nas duas décadas seguintes (48,5%). Portanto, os dados mostram que a forma lhe teve sua frequência de uso reduzida ao longo do século XX, a partir de 1940, no português usado no Ceará, e este resultado coincide com o obtido por Almeida (2009), que estudou a mesma variação, porém na fala de Salvador (BA).

Já o uso de lhe em alternância com te ocorreu em todas as décadas analisadas, porém em apenas 15,6% das 186 cartas da amostra. Nessas cartas, foi mais comum usar-se apenas lhe (44,6%).

Quanto à atuação da variável do gênero da autoria das cartas, não houve diferença significativa no percentual: lhe apareceu em 51,7% nas cartas de homens e 50% nas cartas de mulheres. Portanto, nas cartas da amostra, os homens usaram um pouco mais lhe como 2ª

PESS do que as mulheres.

Acerca do uso de lhe por remetente, verificamos que, dos 86 remetentes das cartas da amostra, 54,6% empregaram esse pronome de forma categórica e apenas 20,9% o empregaram em variação com te.

Em relação ao tipo semântico do verbo que rege te/lhe, a forma lhe foi favorecida com os verbos dicendi (60,8%) e menos frequente com os verbos sentimentais (34,5%), o que sugere que, apesar de ter assumido também a função de ACUS, lhe ainda foi mais usado nas cartas em sua função original (DAT), que normalmente representa o ser para quem se diz

alguma coisa, ou seja, o OI dos verbos dicendi. Desses verbos, o que mais favoreceu a ocorrência de lhe foi o verbo comunicar: das 12 ocorrências desse verbo nas cartas, lhe apareceu em 10, ou seja, em 83,3 %. Já com a expressão dar notícias, lhe teve menor ocorrência: 26,1%. Deduzimos que, nesse caso, lhe associou-se mais a um verbo de uso mais

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formal do que com uma expressão popular por manter resquícios de sua origem como forma V.

Quanto ao grupo de fatores tempo verbal e forma nominal do verbo que rege te/lhe, a forma lhe foi favorecida com verbos no PRET PERF/IMPERF INDIC (58,5%), tendo sido desfavorecida com verbos no PRES SUBJ: apenas em 7 das 34 ocorrências de verbos nesse

tempo nas cartas, ou seja, 20,6%.

Dentre as formas nominais, lhe foi mais usado do que te em todas elas: 52,7% das ocorrências de INF, 65,8% das ocorrências de GER e 80% das ocorrências de PART.

Acerca da variável estrutura do verbo ao qual se prende o pronome te/lhe, verificamos que lhe é mais comum em locuções verbais (59,7%) do que em formas simples (47,2%), talvez por serem as locuções verbais mais recentes no idioma do que as formas simples, herdadas do latim, o que favorece o uso de lhe (mais recente como IP de 2ª PESS) em

vez de te (sempre usado como 2ª PESS).

Quanto à posição de te/lhe em relação ao verbo regente, lhe foi favorecido nos casos de ênclise: das 110 ocorrências de posposição do pronome ao verbo, lhe apareceu em 77 (70%).

Em relação à função do pronome te/lhe, a forma lhe apareceu mais como DAT

(56,3%), o que revela que, mesmo tendo adquirido a função de ACUS, esse pronome continua mais usado em sua função original.

Finalmente, quanto à presença de uma forma T ou de uma forma V antes da primeira ocorrência de te/lhe, constatamos que, nas cartas, lhe foi favorecido após o uso de alguma forma V (você, o senhor, seu etc.). 238 das 481 ocorrências de te/lhe são antecedidas por uma forma V e, destas 238, lhe representa quase a metade: 138 ocorrências ou 49,5%. Quando nenhuma forma (nem T nem V) antecedia a primeira ocorrência de te/lhe, a forma lhe também predominou sobre te em 42% dos casos.

A partir da análise, o programa GoldVarb X selecionou os grupos de fatores linguísticos tempo verbal e forma nominal do verbo, posição do pronome em relação ao verbo e presença de forma T ou V antes da primeira ocorrência de te/lhe.

Em resumo, a análise nos leva a concluir que, na amostra analisada, o uso de lhe como IP de 2ª PESS deu-se principalmente quando:

 foi usada uma forma V (você, o[a] senhor[a], consigo, seu[s] /sua[s]) antes do pronome oblíquo (0,58);

135  o verbo estava no particípio (0,88);

 o verbo era discendi (0,60);

 o verbo encontrava-se numa locução verbal (0,58); e  a função do pronome era o dativo (0,55).

Os fatores extralinguísticos (período do século XX e o gênero da autoria das cartas) mostraram-se irrelevantes na ocorrência da variação em estudo. Na amostra analisada, lhe predominou:

 nas cartas das décadas de 1940 e 1950 (53,5%);  em cartas de homens (51,7%).

Em se comparando o uso de lhe nas 186 cartas e o uso de lhe pelos 86 remetentes, percebemos uma pequena diferença: lhe foi caindo continuamente nas cartas escritas entre 1940 e 2000; já seu uso pelos remetentes cresceu nas décadas de 1960 e 1970, mas sofreu declínio das duas décadas seguintes.

Em suma, a forma lhe foi mais frequente nas cartas pessoais em todos os períodos analisados do que te, embora a frequência de uso de lhe tenha sofrido um declínio enquanto te teve seu uso aumentado nas duas últimas décadas do século XX. A diferença no percentual de uso entre as duas formas mostrou-se, no geral, apertado. Assim, a variação te/lhe tendeu a ser frequente e acirrada no conjunto de cartas da amostra.

Uma vez que cartas pessoais, segundo Marcuschi (2001) são um gênero da modalidade escrita bastante próximo da fala, é possível estabelecer uma comparação entre este trabalho e a pesquisa de Almeida (2009) sobre o mesmo fenômeno na fala de Salvador (BA): ambos constataram uma acirrada variação das formas te/lhe, como predomínio de lhe. Interessante notar que, assim como a pesquisa de Almeida (2009) constatou um retorno de te à fala soteropolitana entre as gerações mais jovens, a presente pesquisa constatou a mesma tendência entre as cartas das décadas de 1980 e 1990, que foram, em sua maioria, escritas por remetentes mais jovens do que os remetentes dos demais períodos analisados.

Esperamos, com esta pesquisa, ter contribuído com a descrição das formas pronominais te/lhe em cartas pessoais escritas no português usado no Ceará e ter aberto possibilidades para outros trabalhos descritivos sobre o Português do Brasil.

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