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Equação 8 – Cálculo da produtividade

4.4.2 Confiança econômica – E

Ponderado por meio da confiança econômica.

Descrição e forma de tratamento de dados – A confiança econômica indica o nível médio de confiabilidade nos agros a comparar-se o resultado líquido da produção com o os valores investidos, e em situações quando o preço da banana é desvaloriza em mais de 15% e os preços dos insumos sobem em igual proporção (COSTA, 2010).

A coleta de dados primários deu-se durante pesquisa de campo portando formulário, caderneta de campo, máquina fotográfica, e mediante observações não participantes no que diz respeito à realização das tarefas, comercialização e motivação social.

As variáveis utilizadas relacionavam-se a situações como: quando oficialmente era sinalizado aumento de inflação, queda nos preços da banana e aumento nos preços dos insumos – os níveis de confiança econômica, que podem ser considerados conforme a confiança benefício/custo (HOFFMANN et al.,1987) e a satisfação das pessoas (SEN, 2010).

O índice foi ponderado da seguinte forma: 0,2 significa que não confia, mas não vê outro tipo de trabalho; 0,4 definidos pela situação de muito inseguro, 0,6 apontado como estado de pouco inseguro; 0,8 significa situação de poucas vezes fica inseguro; e 1, expressando situação de muito seguro (Tabela 16).

Tabela 16 – Ponderação de confiança econômica

Variável Valor

Não confia, mas não vê outro tipo de trabalho 0,2

Muito inseguro 0,4

Pouco inseguro 0,6

Poucas vezes fica inseguro 0,8

Muito seguro 1

A função relação desse indicador é positiva (+), uma vez que, aumentando o índice de confiança, se expressa capacidade de resiliência dos agros para manter a produtividade e de autonomia na aplicação de técnicas de manejo e de gestão.

Justificativa – Conhecer o nível das relações existentes dentro do agro para que se possa obter a sustentabilidade social e ambiental contribui para conservação dos ecossistemas locais, já que, na medida em que o representante esteja motivado, se expressa em melhorias na relação homem-natureza. Ademais, a motivação e a confiança econômica podem ser expressas mediante a capacidade de resiliência das UAs para manterem a produtividade diante das flutuações cambiais e climáticas ou de agressões externas, e a de autonomia, permitindo conhecer o nível da gestão, o manejo e empoderamento das pessoas sobre o contexto econômico local (HOFFMANN et al., 1987; HAMMOND et al., 1995).

Comentário – A meta da confiança econômica no agro é buscar a maximização dos lucros, ou da receita líquida. A confiança econômica diz respeito a propriedades de sustentabilidade, estabilidade e autonomia, na medida em que os agros modernos utilizam estratégias para manterem certa constância da produtividade diante das interferências consideradas perturbadoras e que surgem devido a flutuações econômicas e sociais.

A confiabilidade econômica perpassa pelo empoderamento das pessoas, na medida em que exige informação com clareza e de fácil acesso midiático, retratando adequadamente o cenário econômico. Além disso, considerando-se as flutuações de mercado, a produtividade semanal e a comercialização imediata, fazem-se necessárias informações atualizadas, as quais funcionam como suporte para a comercialização.

Resultado – Na Tabela 14, o indicador E2 dos agros de T, obtiveram estado instável, índice de 0,45, de sustentabilidade. A ponderação revelou a baixa confiança econômica de representantes dessas UAs. Para tal, utilizando-se valores mínimos e máximos que, observados, obtiveram os resultados: 20% consideram muito seguro e confiante na atividade bananicultura; 20% poucas vezes ficam inseguro, 4% pouco inseguro; 32% muito inseguro; 24% não confiam na atividade, mas não sabem trabalhar em outra atividade (Gráfico 20).

Enquanto que, na Tabela 15, agros M, o indicador E2 ponderou estado estável, com índice de 0,75, de sustentabilidade. A confiança econômica nesses agros indicando o nível de confiabilidade de representantes, quando comparado o resultado líquido da produção a obtido nas situações de oscilação cambiais e elevação de preço de insumos em igual proporção.

Gráfico 20 – Confiança econômica agro T 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,6 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 1 1 1 1 1

Não confia, mas não sabe trabalhar em outra atividade = 0,2 Muito inseguro = 0,4

Pouco inseguro = 0,6

Poucas vezes fica inseguro = 0,8 Muito seguro = 1

Fonte: pesquisa de campo (2011, 2012)

Nos agros T, os resultados ponderados foram: 50% poucas vezes ficam inseguro e 50% muito seguro (Gráfico 21).

Gráfico 21 – Confiança econômica agro M

0,8

1 1 1

M1 M2 M3 M4

Não confia, mas não vê outro tipo de trabalho = 0,2 Muito inseguro = 0,4

Pouco inseguro = 0,6

Poucas vezes fica inseguro = 0,8 Muito seguro = 1

Fonte: Pesquisa de campo (2011 2012)

Tais características nesse indicador resultam em diferenças significativas de índice 0,30 de sustentabilidade dos agros M em relação a agros T, por ponderar maior segurança na atividade, processo produtivo, de bananeira irrigada.

Dimensiona os canais de comercialização.

Descrição e forma de tratamento dos dados – A comercializada relaciona-se com a satisfação das necessidades do consumidor e do produtor. É um processo sistêmico, pois “consiste em colocar os serviços produzidos à disposição na forma, tempo e local a quem esteja disposto a adquiri-los. A comercialização deve sempre adequar-se ao tipo de produto e ao mercado ao qual se destina” (ANTUNES; RIES 1998, p.192). Para que o produto comercializado seja fonte de renda e geração de emprego direto e indireto, ele deve permear os canais de distribuição e de comercialização, tão importantes quanto à destinação do benefício ao produtor.

Inicialmente, foi feita a coleta de dados por meio de pesquisa de campo (2011; 2012); depois foram definidas as variáveis e atribuídos valores aos canais de comercialização: 0 significa apenas o atravessador; 0,5 demonstram a participação do atravessador, e comercializada no atacado e feira livre; e 1 apontam o atacado, a indústria ou exporta. Definindo-se como parâmetro o maior índice observado (Tabela 17).

Tabela 17 – Ponderação de canais de comercialização

Variável Valor

Apenas atravessador 0

Atravessador, atacado e feira livre 0,5

Atacado, indústria, ou exporta 1

Fonte: Pesquisa de campo (2012)

A função relação desse indicador é positiva (+), uma vez que, quanto maior o valor do canal de comercialização direta com o mercado consumidor, maior será a possibilidade de a atividade sustentar-se, bem como de manter-se a autonomia no sistema de comercialização.

Justificativa – Avaliar esse indicador justifica-se por ser o processo de comercializada e de consumo um dos destinos finais do cultivo da banana, abrangendo desde a etapa da colheita à de embalagem, à de empacotamento à de transporte visando-se a segurança alimentar e nutricional. A banana é um produto altamente perecível, razão pela qual sua comercialização deve ser rápida e o transporte adequado (PORTOCARRERO, 2005).

Na área deste estudo, a comercialização da banana sofre forte interferência do atravessador, ou intermediário, não dispondo de uma logística adequada de transporte e de armazenamento, o que pode contribuir para elevado desperdício da produção ou para a exposição dos frutos de baixa qualidade no mercado consumidor, altamente vulneráveis aos processos de deterioração (BARROS; LOPES; WANDERLEY, 2008).

A maior parte da produção de banana, nos agros, objeto deste estudo, é consumida in

natura, e o cultivo tem papel fundamental quanto à mão de obra e ao mercado consumidor de

escalas nacional e internacional, já que a banana é um item importante na alimentação da população de baixa renda, não só por apresentar valor nutritivo considerável, mas também por seu preço ser relativamente acessível e ser baixo o custo produtivo, o que oportuniza rápido retorno benefício/custo.

Comentário – A fruticultura nos agros por sua natureza é perfeitamente competitiva. Embora haja diferentes formas de cultivo da banana, é considerada homogênea por apresentar certa uniformidade de cultivo em grande número das UAs, sendo, então, a segunda fruta mais exportada do Rio Grande do Norte, superada apenas pelo melão. Porém, no nível do município de Ipanguaçu–RN, é a primeira mais comercializada ou exportada.

Com características de agronegócio, a comercialização da banana pode ser entendida, na microrregião do Vale do Açu, como uma sequência de segmentos ou elos de produção ou de serviços que oferecem, no final das atividades, um produto ao consumidor. A maioria dos agros T mantém certa dependência do atravessador para a comercialização. Tanto o atravessador como o produtor necessita do fornecimento regular de banana e do retorno financeiro rápido. Os contatos ocorrem via telefone ou indicação de conhecido, o que tem garantido venda em médio e em longo prazo, preços baixos e volume predeterminado.

A não dependência de atravessador – atacado e feira livre – é uma modalidade de comercialização em que o responsável pelo agro entrega a produção diretamente na feira ou mercado livre. O preço é determinado pelo agro, embora ambos necessitem de fornecimento regular de banana e de retorno financeiro rápido. Os contatos ocorrem via telefone e a entrega é direta no local. Isso tem garantido comercialização com preços médios, sem atravessador e em volume predeterminado.

E, por fim, no atacado – indústrias, ou exportação –, o produtor e o comprador instalam o software fornecido pelo balcão eletrônico, podendo fazer ofertas e contraofertas

on-line para qualquer lote oferecido. Essa operação pode ser realizada de qualquer lugar do

mundo, em qualquer momento. O preço é determinado pelos mercados local e global, possibilitando retorno financeiro rápido.

Frente a esses canais complexos – produtor, consumidor e canais de comercialização –, é o consumidor quem irriga o sistema produtivo, sendo conhecedor do direito à segurança alimentar e nutricional e de ocorrências fitossanitárias.

Resultado – Na Tabela 14, o indicador E3 visualiza o estado de sustentabilidade colapso, com índice de 0,06, dos agros T. Chegou-se a esse resultado devido à comercialização da banana dar-se por meio atravessador, ou seja, 96%. Apenas o agro 16 comercializa a produção no atacado sem a participação do atravessador, distribuída, principalmente, nos estados de: Aracajú, Recife e Maceió. E o agro 13 comercializa com o atravessador e na feira livre local. Os atravessadores são potiguares, dos municípios de: Ipanguaçu, Carnaubais, Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues e Carnaúba dos Dantas.

Na Tabela 15, o indicador E3 aponta o estado estável, 0,75, de sustentabilidade dos agros M. O diferencial nos agros M é que a figura do atravessador não se faz presente. Essa UA comercializa via exportação ou diretamente com o atacado local, conforme flutuação cambial ou quando o produto não se enquadra nas exigências do mercado exterior.

Como podem ser observados nas Tabelas 14 e 15, os indicadores E3 demonstraram que os agros M possuem diferença superior de sustentabilidade, índice de 0,69, em comparação aos agros T, por demonstrar maior equidade e autonomia na comercializada.