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Equação 5 – Consumo de energia

4.3.5 Manejo do solo – A

Mensurado pela prática de manejo de conservação do solo.

Descrição e forma de tratamento dos dados – A expressão “manejo do solo” refere-se ao conjunto de práticas de cultivo agrícola (BORGES; SOUZA, 2004; ROSA JÚNIOR, et al., 2000). Pesquisas agronômicas têm demonstrado que o uso excessivo de produtos químicos no manejo do cultivo da bananeira pode induzir ao aparecimento de doenças fitossanitárias e ervas daninhas mais resistentes aos fungicidas e herbicidas, dentre outras questões de ordem socioambiental, que se apresentam na contramão de resultados desejáveis (CINTRA, 1989).

A avaliação desse indicador deu-se inicialmente por meio de coleta no campo, de observações e de apontamentos sobre as variáveis utilizadas na construção desse indicador, construídas durante a entrevista nos agros. Identificaram-se as técnicas utilizadas nas práticas de manejo (variáveis) para controlar a fertilidade do solo, a adubação, e ponderaram-se valores como (Tabela 9): 1, significa uso de adubação química e cobertura verde; 2, refere uso de adubação química e cobertura verde e uma parte, no agros, utilizando cobertura morta; 3, identifica uso de adubação química, cobertura verde e cobertura morta; 4, defini o uso de adubação química, cobertura verde e cobertura morta e uma parte, no agro, utilizando estrume; e 5, aponta uso de adubação química, cobertura verde, cobertura morta e estrume.

Tabela9 – Ponderação manejo do solo

Variável Valor

Química e cobertura verde 1

Química e cobertura verde e uma parte utilizando cobertura morta 2

Química, cobertura verde e cobertura morta 3

Química, cobertura verde e cobertura morta e uma parte utilizando estrume 4 Química, cobertura verde, cobertura morta e estrume 5 Fonte: Pesquisa de campo (2012)

A função relação desse indicador é positiva (+), um aumento no valor do indicador, conforme ponderação resultará numa melhoria do sistema agrícola, na medida em que se realize um manejo do solo interagindo insumos químicos e matéria orgânica.

Justificativa – Agros irrigados de bananeira têm gerado questionamentos quanto a forma de manejo. A realização de práticas agrícolas pode comprometer a sustentabilidade local em médio e em longo prazo. Embora muitos agros de bananeira irrigada estejam com a produtividade atingindo níveis que atendam à demanda do mercado, esse indicador se justifica na medida em que o aumento da produção de alimentos se faz necessário mediante a expansão demográfica populacional, aumentando a pressão sobre recurso natural como: solo e água.

Considera-se que o cultivo da bananeira demanda grandes quantidades de nutrientes para manter o bom desenvolvimento da planta e de cultivo, sendo o potássio e o nitrogênio os mais exigidos. E integrar, no manejo, adubação química e orgânica (cobertura morta) poderá sinalizar para possíveis melhorias na fertilidade do solo, uma vez que o uso da cobertura morta, no manejo, consiste em cobrir o solo com capim, palha, casca, resíduos da planta, possibilitando a redução da evapotranspiração e dos processos erosivos, mantendo-se por mais tempo a umidade do solo irrigado, contribuindo de tal forma para a propriedade de resiliência ambiental, o que é recomendado, praticamente, para a maioria de solos de culturas permanentes (BORGES et al., 1995; CINTRA, 1989; GUERRA et al., 2009).

Comentário – A adubação é muita importante. Quando um nutriente está em deficiência no solo, a planta expressa esse desequilíbrio por sintomas visuais que se manifestam, principalmente, em alterações nas folhas – coloração, tamanho, redução da produtividade, dentre outras. Não é possível discutir sustentabilidade em sistemas agrícolas irrigados sem considerar esses elementos, que são determinantes para que aconteçam boas práticas agrícolas, as quais expressam propriedades de cunho sustentável, de equidade e de produtividade. A utilização de solo de baixa fertilidade e a não manutenção de níveis adequados de nutrientes durante o ciclo de cultivo compromete, e muito, a produtividade.

A adição de apenas adubação química poderá prejudicar a sustentabilidade das UAs na medida em que compromete a biodiversidade, aumenta a dependência de insumos, como fertilizantes, fungicidas e herbicidas, pois, invasoras seguem a tendência de se transformarem mais resistentes. E, com adubação verde, o solo torna-se protegido contra a ação direta das gotas de chuva (splash), acentua as condições biológicas, físicas e químicas do solo, principalmente, pelo aumento de matéria orgânica.

A cobertura morta está depositada sobre a superfície do solo – serra pilheira –, sendo uma camada de resíduos vegetais, como palhas de capim, micro-organismos. Além do mais, essa cobertura contém a biomassa do próprio bananal (folhas e pseudocaules cortados após a colheita) espalhada entre os talhões. Com a prática do manejo, cobertura vegetação natural e morta proporcionam melhorias nos aspectos físicos químicos e biológicos de solos de aluviões em razão da quantidade significativa da matéria orgânica incorporada da areação do solo e da redução da evapotranspiração e de processo erosivo. Nesse sentido, estratégias de manejo do solo são consideradas como meio de reduzir o uso de adubos químicos, aumentar a biodiversidade e diminuir o processo de erosão.

Resultado – na Tabela 7 o indicador A5 aponta que o agros T possui estado instável, índice de 0,60, de sustentabilidade. Mediante, as técnicas de manejo do solo por apresentarem os seguintes percentuais: 12% adotam adubação química e cobertura verde (3 agros); 4%, química e cobertura verde, uma parte utilizando cobertura morta (1agro); 44% utilizam adubação química, cobertura verde e cobertura morta ( 11 agros); 12% adotam química, cobertura verde, cobertura morta, uma parte do agro utiliza estrume – bovino e caprino –, (3 agros) e 28% adotam adubação química, cobertura verde, cobertura morta e estrume (7 agros), conforme visualiza-se no gráfico 10.

Gráfico 10 – Manejo do solo, agro T 1 1 1 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 5A1 A16 A17 A18 A19 0A2 A21 A22 A23 A24 A25 Química e cobertura verde = 1

Química e cobertura verde e uma parte, no agro, utilizando cobertura morta = 2 Química, cobertura verde e cobertura morta = 3

Química, cobertura verde e cobertura morta e uma parte utilizando estrume = 4 Química, cobertura verde, cobertura morta e estrume =5

Elaboração: A Autora (2013)

Na Tabela 8, o indicador A5 aponta que os agros M possui estado crítico 0,25, de sustentabilidade. Esse resultado corresponde ao tipo de manejo, predominando em 75% dos agros (3 agros) utiliza adubação química, cobertura verde, cobertura morta no cultivo da bananeira e 25% dos agros (1agro) adota manejo químico, cobertura verde, cobertura morta e uma parte no local, usa como experiência, acrescenta estrume bovino (Gráfico 11).

Gráfico 11 - Manejo do solo, agro M

3 3

4

3

M1 M2 M3 M4

Química e cobertura verde = 1

Química e cobertura verde e uma parte, no agro, utilizando cobertura morta = 2 Química, cobertura verde e cobertura morta = 3

Químa, cobertura verde, cobertura morta e uma parte utilizando estrume = 4 Química, cobertura verde, cobertura morta e estrume = 5

A figura 12 ilustra o manejo do solo realizado por meio da cobertura morta, em que munido de um facão terçado o trabalhador seleciona e elimina as folhas secas (desfolhas), o mangará ou plantas inteiras. Mas a cobertura morta vem sendo removida, durante o manejo, em alguns agros. Observou-se que, quando a cobertura morta é retirada, possibilita a formação de processos erosivos, acelerara a evapotranspiração e compactação do solo, o que dificulta a reação do solo, desencadeando processos de impermeabilização do solo.

Figura 12 – Manejo cobertura morta agro T

Fonte: A Autora (2012)

Nos agros que praticam o manejo da bananeira fazendo uso da cobertura verde mediante a concentração da biomassa, desenvolvem uma maior proteção do solo, mantendo a sua umidade, evitando os processos erosivos e estimulando a formação de micro-organismos no solo. Na figura 13, registra-se o manejo do solo por meio da adubação química e cobertura vegetação natural e morta, agro M3, na comunidade Base Física. Observando a figura 12 e 13, é possível identificar o manejo do solo por meio da cobertura vegetação morta e natural.

Esse tipo de cobertura verde tem contribuído para reduzir o processo de esterilização, salinização, evapotranspiração do solo, mantendo-se úmido, assim como, a planta bananeira. Além disso, contribui para manutenção da biodiversidade local, considerado um dos princípios básico da conservação do solo, mantém a rentabilidade do solo próxima à da sua condição original, resiliente, usando para isto, o manejo cobertura vegetação natural podendo ser capaz de controlar a ação dos agentes condicionantes do processo erosivo e dos agentes responsáveis pela degradação do solo (CINTRA, 1988).

Figura 13 – Cobertura vegetação natural

Fonte: Pesquisa de campo (2012)

Além disso, a instalação do cabo de transporte dos cachos de banana até a área de processamento, ou empacotadeira reduz o pisoteio de trabalhadores nos taludes, principalmente. A cobertura morta é feita com resíduos do bananal, oriundos do manejo desfolhas (folhas secas), mangará e/ou plantas inteiras após o corte do cacho – massa verde.

Como resultado, nesse indicador, os agros T quantificou-se que se apresentam com diferença de níveis superior, índice de 0,35, em relação aos agros M, devendo-se a prática de manejo com adubação química, cobertura verde, cobertura morta e estrume.