• Nenhum resultado encontrado

Equação 6 – Cálculo do consumo de fungicida

4.3.8 Disposição de embalagem vazia, tampa, saco plástico e fitilhos – A

Dimensionado pelo índice de práticas na disposição final de embalagens vazias. Descrição e forma de tratamento: o Decreto nº 4.074/02, que dispõe sobre a prática do destino final das embalagens vazias de agrotóxicos e das respectivas tampas, proíbe a disposição, ao relento, no meio ambiente. A coleta das informações utilizadas para a elaboração desse indicador deu-se por dados primários. A pesquisadora portava formulário impresso, caderneta de campo, máquina fotográfica e nas observações não participantes, identificava-se e registrava a forma da disposição de embalagens vazias dos agroquímicos.

Para ponderação desse indicador, seguiu-se uma escala adaptada de Londres (2011), abordando o descarte irregular de embalagens de agroquímicos no Brasil, Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV, 2002), objetivando orientar sistemas agrícolas sobre a destinação correta dos recipientes que continham agroquímicos (Lei nº

12.305, que trata da logística reversa)21. As variáveis utilizadas na construção desse indicador foram construídas e ponderadas conforme, a disposição de embalagem vazia, tampa, saco plástico e fitilhos, valores: 0, indica que reutilizada e queima; 0,2, define ser queimada; 0,4, pontua quando é enterrada; 0,6, indica que é entrega na coleta pública ; 0,8, representa que é juntada num local no agro para possível descarte; e 1 indica que é coletada e entregada no ponto devidamente legalizado, ou vendida para empresas (Tabela 13).

Tabela 13 – Ponderação disposição de embalagens

Variável Valor

Reutilizada e queima 0

Queimada 0,2

Enterrada 0,4

Entrega na coleta pública 0,6

Juntada num local, no agro, para possível descarte 0,8 Coletada e entregada no ponto devidamente legalizado, ou vendida para empresas 1 Fonte: Pesquisa de campo (2012)

Os dados foram transformados em índices e sistematizados na planilha Excel 2007 de

Microsoft – biograma, na qual foram calculados o valor máximo e o mínimo e a média

aritmética. A função relação desse indicador é positiva (+), pois, se ocorre um aumento no valor do índice do indicador, isso resulta em melhorias para o sistema agrícola em relação à disposição dos resíduos sólidos dos agros.

Justificativa – Nos agros, diariamente são gerados resíduos sólidos e, muitas vezes, pode ocorrer a reutilização das embalagens como vasilhames para transportar água, banana, produtos como iscas químicas, ou para guardas objetos, dentre outras finalidades.

Na maioria dos agros irrigados T, as embalagens ficam dispostas ao relento, são queimadas ou enterradas, podendo comprometer solo, água do rio, lençol freático, fauna, pessoas, enfim, o meio ambiente. Mesmo com inúmeros alertas emitidos, nacionalmente, pelos veículos de comunicação – rádio, televisão, cartilhas educativas e planfetos –, ainda vem ocorrendo nos agros T a reutilização de embalagens de agroquímicos para acondicionar os mais diversos itens, até mesmo alimentos (AUGUSTO, 2012). Mediante o exposto, justifica-se avaliar esse indicador na medida em que as embalagens contêm resíduos tóxicos, que espalhadas podem contaminar o solo, a água, o ar e as pessoas (LONDRES, 2011).

21

No Art. 3o , inciso XII, logística é apresentada como instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, no mesmo ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou para outra destinação final ambientalmente adequada.

Comentário – A agricultura irrigada atrelada a princípios da revolução verde, de forma de produção T e M tem trazido consequência de aumento do uso de insumos, dentre os quais os fungicidas, assim como ganhos econômicos e de produtividade, mas também tem implicações ambientais, na medida em que não vêm sendo realizados capacitações e treinamentos no campo sobre o uso de agroquímicos e a importância da disposição adequada das embalagens. A negligência no que diz respeito à capacitação e ao treinamento dos trabalhadores rurais no local de trabalho pode contribuir para que estes fiquem vulneráveis diante do uso de novas tecnologias com expressivos riscos ambientais e ocupacionais.

Dessa forma, o principal motivo para se dar destinação final correta às embalagens vazias de agroquímicos é diminuir o risco para a saúde das pessoas e de contaminação do meio ambiente. Os fabricantes de agroquímicos são responsáveis pela destinação das embalagens vazias após a devolução pelos usuários.

Como a maioria das embalagens é lavável, é fundamental a prática da retrolavagem para a devolução e a destinação final correta. Além disso, essa prática faz parte do manejo proposto no sistema campo limpo (logística reversa das embalagens de agroquímicos), sendo esse material encaminhado para o destino adequado, e não para local considerado mato, quando existe, na área de reserva legal.

Resultado – Na Tabela 7, o indicador A8 mensura o estado de sustentabilidade, colapso, índice de 0,20, dos agros T. Isso se deve a hábitos inadequados de descarte das embalagens dos agroquímicos, bem como à carência estrutural institucional, como o despreparo da mão de obra diante das novas tecnologias de execução, com restrições, e a fragilidade das instituições voltadas à proteção ambiental e à saúde dos trabalhadores.

A negligência de fatores como a capacitação e o treinamento de trabalhadores rurais tornou os agros T um grupo vulnerável ao manusear os agroquímicos, visto que, juntando-se à falta de capacitação continua, percebe-se a não existência de uma fiscalização dos órgãos competentes locais sobre descartes dessas embalagens vazias de agroquímicos.

No Gráfico 14, visualizam-se as formas de disposição dessas embalagens, em que 56% reutiliza e queima, e apenas 4% coleta e entrega no ponto devidamente legalizado. Esses resultados de demonstram a baixa capacidade de resiliencia dos recursos naturais como água, solo e vegetação na medida em que disposição de embalagem vazia, tampa, saco plástico e fitilhos vem ocorrendo de forma inadequada, nos agros T (Gráfico 14).

Gráfico 14 – Disposição das embalagens, agro T

Elaboração: A Autora (2013)

Porém, na Tabela 8, o indicador A8 mensura o estado de sustentabilidade estável 0,75, dos agros M. Esse resultado dá-se por ser desenvolvido treinamento sobre segurança do trabalho com os trabalhadores rurais e realiza-se a coleta seletiva nos conformes legais, que exige a PIF (PORTOCARRERO, 2005) e vende para empresa de reciclagem.

Gráfico 15 – Disposição das embalagens, agro M

Elaboração: A Autora (2013)

No agro M1, a coleta é realizada e enviada ao agro T4, ponto de coleta, de expedição e de comercializada (Gráfico 15). Periodicamente, os funcionários são treinados mediante a segurança e a manipulação de agroquímicos, bem como capacitados a realizarem a coleta seletiva tanto na UAs quanto a desenvolverem essas ações que envolvem mudanças de hábito e atitudes nas suas residências. Ademais, os agros M são fiscalizados por órgãos competentes

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,4 0,4 0,6 0,8 0,8 1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Reutilizada e queima = 0 Queimada = 0,2 Enterrada = 0,4

Entrega na coleta pública = 0,6

Juntada num local, no agro, para possível descarte = 0,8

Coletada e entregada no ponto devidamente legalizado, ou vendida para empresas = 1

0,4 0,6 0,6 0,6 0 0,2 0,4 0,6 0,8

AT1 AT2 AT3 AT4

Não ocorrência = 0 Efeito splash = 0,4

Fase laminar, moderado tomando forma de sulco = 0,6 Comprometedor tomando a forma de ravina = 0,8 Severo tendo a forma de voçoroca = 1

no nível de disposição dos resíduos sólidos, líquidos, licenciamento ambiental, leis trabalhistas, comercialização local e exportação, dentre outras fiscalizações nacional e internacional. Nesse sentido, comparativamente, os agros M obtiveram a diferença superior, índice de 0,55 em relação aos agros T, conforme análise exposta acima.