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Pelo exposto no capítulo, fica evidente que a pesquisa-ação constituiu-se um ato substantivo, na medida em que possibilitou mudanças na forma de pro- fessores representarem a pedagogia universitária, dando um novo sentido e significado ao ser professor. Os excertos evidenciam que a pesquisa-ação ins- tituiu um espaço que favoreceu a fala dos docentes, a colaboração, a troca de experiências, a reflexão sobre o processo de ser professor, sobre as práticas docentes e a possibilidade de experimentar a inovação, no sentido de ruptura paradigmática, de modo que o núcleo do processo passou a ser o estudante, a sua motivação para aprender e tornar-se um sujeito autônomo.

Acrescentamos que o sucesso da pesquisa foi devido, em grande parte, ao clima de confiança e ao estabelecimento de vínculos entre os membros da equipe. Em todos os encontros, era partilhado um lanche em torno de um café, momento em que as pessoas jogavam conversa fora por alguns momentos, celebravam aniversários, a conclusão de cursos ou expressavam sentimentos de condolência diante de alguma perda. Ou seja, a sala do Neppu tornou-se o lugar apropriado para o estabelecimento de relações afetivas, o que tem faltado no ambiente competitivo e frio em que se reúnem, de modo geral, pesquisadores.

Para finalizarmos esta exposição, fazemos referência a outro senti- do de desafio: desafio como uma disputa ou modalidade poética em que os cantadores se opõem, provocando um ao outro. Nesse sentido, mesmo sem uma viola na afinação nordestina, vamos desafiar esse público que lê este texto a pensar em outros desafios que podemos enfrentar nos próxi- mos anos na universidade pública. Da nossa parte, lembramos de Nóvoa (2012), quando afirma que “sem uma nova pedagogia, a universidade não conseguirá cumprir o que dela se espera no século XXI”. Defende- mos que esse é o maior desafio e também a perspectiva que vislumbra- mos para a pedagogia universitária.

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parte 2

didática

e

formação

de

professores