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A prática da educação à distância (EAD) tem sido concretamente uma prática educativa, isto é, de interação pedagógica, cujos objetivos, conteúdos e resultados obtidos se identificam com aqueles que constituem, nos diversos tempos e espaços, a educação como projeto e processo humanos, histórica e politicamente definidos na cultura das diferentes sociedades.

Por isso, a Educação à Distância, nos últimos tempos, alcançou um patamar bem definido no mundo da educação. Entretanto, na realização de um curso que utiliza como suporte a prática da educação à distância, alguns itens merecem ser considerados.

O projeto em si do curso à distância deve, em primeiro lugar, favorecer e estimular a aprendizagem utilizando, para isto, conteúdos interessantes e pertinentes aos interesses dos alunos; ao mesmo tempo, também fazer uso de uma interface amigável, intuitiva, que estimule o aluno a utilizar a Home Page do curso de maneira interativa e prazerosa.

Por outro lado, a educação à distância representa, diferentemente dos anos iniciais, um novo conceito de construção de processo educativo, no qual o processo de ensino-aprendizagem, as trocas de saberes e os usuários interagem de uma maneira dinâmica, mesmo estando ausentes fisicamente.

A Internet oferece a oportunidade de comunhão entre os parceiros do processo educativo e estabelece novas artimanhas para o aprender a aprender, que não mais se restringe aos limites da escola, mas pode ser utilizado em qualquer parte, desde que o aluno tenha uma conexão online com a Internet.

O elemento virtual é o diferencial no processo educativo que tem como ferramentas e suporte a educação à distância e as tecnologias da informação e da informática. A criação do design, a articulação entre os links, a promoção dos temas e o desenvolvimento dos itens na página do curso são procedimentos que, por si só, pode-se já considerar educativos. Pois será a partir desse espaço virtual que o aluno irá interagir com os tutores, com os colegas, com a plataforma e com o conteúdo. Embora esse espaço não seja concreto, ele advém da realidade. Por isto, a sua construção exige uma visão ergonômica e holística, ampla, do processo educativo e

de que maneira a distribuição dos elementos favorecem e estimulam o processo de aprendizagem dos alunos.

O conhecimento do público alvo do curso em tela exige um profissional especialista (design instrucional), uma adaptação de um modelo que atenda às necessidades e às expectativas dos alunos. Este é o primeiro e fundamental passo para o sucesso do curso.

Outro ponto importante é que haja uma conjugação entre os processos educativos e a teoria que dá suporte a esses conhecimentos. É preciso que haja um ajustamento entre o conteúdo e a teoria para que haja, por parte do aluno, maior interesse, vontade e estímulo para interagir e participar do curso e, principalmente, levá-lo até o final com sucesso.

Em outras palavras, diferentes abordagens e teorias poderão ser aplicadas, de acordo com os objetivos de cada curso. Assim, as estratégias pedagógicas para cursos à distância devem ser embasadas em teorias que primem por uma abordagem “construtivista”, ou seja, da construção individual ou cooperativa do conhecimento pelo próprio aluno, mediada pelas tecnologias da informação e comunicação.

No que se refere ao material didático, é de fundamental importância detalhar e descrever todo o material a ser utilizado pelo aluno, com clareza e objetividade, sem deixar dúvidas, bem como estabelecer alternativas quando o aluno não conseguir acessar o ambiente virtual de aprendizagem.

Sem dúvida ainda há muitas barreiras a serem ultrapassadas como, por exemplo, ajustar os interesses dos alunos aos interesses do curso, ou, ainda, flexibilizar as diretrizes do curso para realizar mudanças, desde que seja uma reivindicação de todos. O curso não pode ser fechado, deve haver aberturas para vias secundárias, links para outros procedimentos e conhecimentos que podem ser compartilhados para enriquecer mais ainda o curso em busca de uma educação de qualidade.

Contudo, não existe mais espaço para a dúvida sobre a validação ou não deste processo na utilização de educação à distância como promotora de aquisição de conhecimento. O que se observa são uma demanda maior e um crescimento de utilização deste meio virtual de aprendizagem como uma ferramenta e um suporte para a construção do conhecimento em outra modalidade além da escola formal.

A análise da interatividade em processos de EAD evidencia a necessidade de um planejamento que contemple a possibilidade de maximizar as interações sociais, garantindo uma comunicação bidirecional, ou seja, os recursos tecnológicos devem possibilitar e garantir o retorno nas comunicações, nos procedimentos metodológicos.

Há de se considerar como pré-requisitos fundamentais para a participação do aluno em um curso virtual o domínio das ferramentas computacionais, a disponibilidade de acesso à internet com mais rapidez, um ambiente que desenvolva a comunicação síncrona e assíncrona de modo que favoreça o diálogo, senso crítico, criatividade, o vínculo de afetividade com o aluno, feedback constante.

O fator tempo e feedback do professor, pouco encontro presencial foram enfatizados pelos cursistas como limitadores da interatividade no ambiente virtual: “faltou tempo para realização das atividades, para leituras, tempo que os professores levam para responder as atividades e tirar as dúvidas enviadas; tempo para estudar e cumprir os prazos determinados; tempo para dedicar-se aos estudos e conciliar com trabalho, família e lazer; tempo limitado e textos bastante extensos, para elaboração do TCC”.

Outro fator de fundamental importância é o gerenciamento do tempo, ou seja, o tempo dedicado à necessária participação dos cursistas e professores no ambiente virtual. Freqüentemente, o cursista não se dá conta de quanto tempo é necessário para participar e finalizar um curso com sucesso. É importante estabelecer metas, prioridades, administrar as atividades, dispor de tempo para pesquisa, leituras, reflexões, interação, comunicação e feedback. O feedback, é essencial para ajudar no aperfeiçoamento da relação dos cursistas x grupo, ajudar na interação social e estimular o aprofundamento das discussões sobre os temas abordados.

Planejar e executar um curso na modalidade à distância exige mais tempo, saber gerenciar esse tempo, capacitar docentes e discentes envolvidos no processo, tempo para reuniões de planejamento, preparo do material e seleção e organização dos conteúdos, além do tempo que se leva para a adaptação ao ambiente virtual de aprendizagem utilizado.

Quanto à elaboração do TCC, uma sugestão para o próximo curso é a criação, no próprio Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, de uma disciplina

intitulada “AMBIENTE ORIENTAÇÃO MONOGRAFIA”, onde os cursistas teriam todos os procedimentos e informações básicos, um roteiro para sua elaboração: elaboração do projeto; elaboração dos outros elementos textuais da Monografia/TCC (Introdução, Fundamentação Teórica, Metodologia e Considerações Finais), os quais seriam enviados por etapas, e teriam toda orientação e feedback necessários para a conclusão do seu Trabalho Final de Curso.

Procurou-se, durante toda a pesquisa, captar uma Representação Social - RS de interatividade na concepção dos cursistas entrevistados através de e-mail, fóruns de discussão e colaborativo, caixa de mensagens. E dessa forma entende-se interatividade na concepção dos cursistas, como característica indispensável nos processos de interação, diálogo, comunicação, relacionamento, participação, reciprocidade, troca, colaboração, cooperação, experiências, conhecimento, entre outras categorias conforme mostra ao longo da pesquisa que foi totalmente feita virtualmente e, como resultado, chegou-se a 05 (cinco) formas de Representação Social – RS dos cursistas para a concepção de interatividade através da identificação das palavras que têm maior significação em cada classe conforme representada no Quadro n. 16.

A partir dessas palavras associadas significativamente a cada classe é que foi possível propor uma síntese contextualizando essas palavras para cada classe estabelecida conforme relacionadas e representadas no Quadro n.17 abaixo:

Quadro: n. 17 – Palavras com associações significativas contextualizando às Classes 1; 2; 3; 4 e 5: Classe I (Interação) Classe II (Comunicação) Classe III (Participação/Reciprocidade/ Troca/ Colaboração/Cooperação Classe IV (Diálogo/ Relacionamento) Classe V (Conhecimento)

Interação Comunicar Troca Relacionamento Conhecimento

Facilitar Idéias Experiência Consonância Potencializar

Condição Diálogo Coletivo Integração Trocar

Conhecimento Participação Integração Crescimento Dividir

Atividades Emissor Relação Troca Compartilhar

Possibilidade Receptor Cooperação Comportamentos Trocar

Saber Troca Aprendizagem Situação Possibilidade

Aprendizagem Ação Compartilhar Ética Saber

Informações Consolidação Conhecimento Diálogo Construção

Experiência Compartilhar Participação Informação

Troca Conhecimento Colaboração Participar

Desenvolver Interativo Idéias Aperfeiçoamento

Desempenho Parceria Dinâmica

Sintonia

Classe I: ►interação

A interatividade como possibilidade e condição para facilitar o desempenho das atividades, a interação dos sujeitos na busca do conhecimento, das informações do saber e na troca de experiências para dessa forma poder desenvolver cada vez mais o processo ensino- aprendizagem numa relação de sintonia com o ambiente virtual.

► corroborando autores como Primo (2000), quando enfatiza a interação mútua como um tipo de interação que tem como pressuposto a troca, a comunhão, uma relação dialógica entre os sujeitos envolvidos; Pretti (2000) interagir é ser humano, num processo de interlocução, é trocar com os outros os saberes, afetos e desafetos;

Classe II: ► comunicação

“A interatividade como um meio prático para se comunicar, compartilhar idéias numa ação mútua entre emissor e receptor para a consolidação e troca de conhecimentos favorecendo o diálogo e a participação dos agentes no ambiente virtual mais interativo.”

Nesta perspectiva, conforme Silva (2003), proporcionou-se uma mudança fundamental no esquema clássico da comunicação em que, de passivo, o receptor assume um papel ativo e, somente esta configuração poderemos chamar, de fato,

um meio de comunicação. A expressão “comunicação interativa” já se fazia presente com o sentido de bidirecionalidade entre emissores e receptores, desde os anos 1970, para troca e conversação no processo comunicacional.

Classe III: Cooperação/Colaboração/Troca/Reciprocidade/Participação