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Interatividade: mais que um conceito uma forma de representação

A interatividade está presente nas discussões relacionadas à Sociedade da Informação e às Tecnologias da Informação e Comunicação – TICS. Tentar compreender as representações de um determinado grupo social a este respeito é uma tarefa difícil para a pesquisadora, constitui-se num desafio. No entanto, é um desafio estimulante e gratificante, principalmente quando a pesquisa é realizada em um Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, especificamente o Moodle, onde existe um distanciamento em relação aos sujeitos pesquisados e toda comunicação se dá por meio de textos escritos; porém nada impede a interação, que muito bem emergiu nas falas dos cursistas, analisadas a seguir.

As palavras enfatizadas com maior freqüência para melhor definir a interatividade na opinião dos cursistas, podem ser agrupadas conforme Quadro 14, abaixo:

Quadro: n. 10 – Categoria de agrupamentos a partir das evocações registradas

Classe/Categoria Freqüência

Classe I/Categoria: comunicação Classe II/Categoria:interação Classe III/Categoria:diálogo/relacionamento Classe IV/Categoria:participação/colaboração/troca/reciprocidade/cooperação Classe V/Categoria:conhecimento 51 31 22 40 22

Percebe-se que partimos do princípio de que o processo de construção da EAD conta com as relações afetivas mediadas por computador por meio da interatividade.

Neste enfoque, é fundamental para o educador propiciar situações que permitam a interação, o diálogo entre ele e os educandos, favorecendo a aprendizagem, nas palavras de (Piaget, 1973), [...] “cada interação entre sujeitos individuais modificará os sujeitos uns em relação aos outros”. Esta interação permitirá que educandos e educadores se modifiquem mutuamente, assimilando novos conhecimentos, a partir dos conhecimentos anteriormente estruturados.

Conforme Preti (2005) a interação tem como princípio o sociointeracionismo.

Interagir é ser humano. Num processo de interlocução, é trocar com outros os saberes, os afetos, os desafetos. Mesmo na interlocução oral=olho no olho ou na leitura do texto escrito, faz-se necessário interagirem autor/leitor. Por isso, é válido afirmar que a interação não é exclusividade da EAD; é condição humana, de vida. PRETI (2005, p.96)

Considerando essa perspectiva, cabe ao aluno buscar, investigar, construir hipóteses objetivando a solução dos problemas vivenciados e cabe ao professor a tarefa de motivar seu aluno, evitar a rotina e liberá-lo para chegar a sua própria conclusão.

Este estudo é importante porque busca entender as relações entre os agentes de um curso virtual no tocante à interatividade que, para Preti (2005 p.96), “é propriedade imanente dos textos, que possibilita a interferência do leitor nos textos escritos; o leitor pode concordar, discordar, dizer que se faria outro modo, parafrasear, pode optar pelas trilhas que melhor lhe aprouver”.

Assim, a importância do contato freqüente entre o professor orientador, tutor, e alunos, de forma afetiva, seja na resposta a dúvidas enviadas por correio eletrônico, mensagens, ou na correção das atividades do curso, é de fundamental importância para estimular a afetividade nesse processo educativo.

É sobre essa afetividade na prática docente que Freire (1996, pp.141- 146), no capítulo “Ensinar exige querer bem aos educandos”, de Pedagogia da Autonomia, diz que o querer bem “sela o compromisso com os educandos, numa prática específica do ser humano”. Na verdade, não podemos desassociar a

seriedade docente da afetividade, já que esta (afetividade) não exclui a “cogniscibilidade” e a permanência da postura ética do educador.

Encontramos a afetividade contribuindo com o processo de ensino aprendizagem quando o professor trabalha e não apenas transmite o conhecimento, mas ouve os alunos, estimula-os a expor suas opiniões, pergunta e responde, ou seja, estabelece uma relação de troca que confere o modo de relação do indivíduo com a vida, estabelecendo um diálogo.

Desse modo, afetividade é a qualidade que faz com que as relações humanas sejam um importante fator de desenvolvimento pessoal, influindo na maneira como nos comunicamos e nos ligamos às pessoas. Estas desejam se comunicar e interagir, a forma de manifestar esse sentimento é variante e depende de cada ser humano, alguns têm dificuldade de manifestar um sentimento de carinho e afeição, outros gostam e têm mais facilidade de se relacionar e expressar seu sentimento com relação ao outro, sentimento este que representa um determinado momento.

É fundamental considerar que o aprendente é um ser humano, afetivo, e suas emoções estão presentes na busca do conhecimento, nas relações com os objetos físicos, na comunicação e expressividade, influenciando em todo processo de aprendizagem.

Segundo Pallof e Pratt (2002), é difícil, mas não impossível, comunicar sentimentos on-line. Quando estamos à distância e precisamos nos comunicar de maneira afetiva, temos que mudar nossa forma de expressão para a linguagem escrita e desenvolver esta capacidade é um grande desafio. Em se tratando da escrita, que é a principal forma de comunicação virtual, não teremos os mesmos recursos que temos no presencial, como o olhar, a voz, a linguagem corporal e expressão facial, o que contribui para não estabelecer vínculos afetivos. Precisamos expressar opiniões, conhecimentos e sentimentos através de palavras e nem sempre esta é uma tarefa fácil.

Assim como na sala de aula presencial, os participantes de um ambiente de aprendizagem virtual enfrentam dificuldades, tendo em vista a personalidade pertinente a cada ser humano, bem como seu estilo de aprendizagem: por exemplo, tem o aluno mais tímido, o mais participativo, o ousado, o dedicado etc.

No começo, o aluno que nunca participou dessa modalidade de ensino pode experimentar sentimentos de isolamento e confusão. Isto acontece porque está

acostumado com o ambiente da sala de aula tradicional, onde tem contato com seus colegas e professores quase diariamente e onde podem tirar dúvidas e interagir. Na modalidade à distância, em ambientes virtuais, é necessário considerar uma série de problemas que dificultam a participação e interação dos alunos, desde problemas relacionados com as dimensões sociais ou cognitivas da aprendizagem, ou problemas de ordem técnica, ou ainda a falta de habilidades para acessar a internet que dificulta a participação dos mesmos, porém não impede a interação. Todos esses obstáculos podem ser minimizados quando a afetividade é reconhecida e considerada como fator importante na inclusão pessoal, digital e social, no processo de ensino-aprendizagem no ambiente virtual.

Compreender a comunicação e a aprendizagem como processo social é um assunto desafiante e mais pedagógico que tecnológico. E utilizar as tecnologias de comunicação para dar suporte ao diálogo é o maior desafio. Sob esta ótica, a comunicação pressupõe uma ação criativa e autônoma, diferentemente do processo tradicional de comunicação, e passa a ser vista como uma relação dialógica de interação do agir na educação virtual.

O papel do diálogo é tão importante para a interação que Paulo Freire (1983) propõe uma concepção dialógica de ensino, colocando o diálogo como uma forma de conscientização e libertação crítica. Em um ambiente de EAD, esse diálogo aparece através das ferramentas interativas com participações em fóruns, chats, e- mail, quando algum tema em estudo é enviado para discussão entre os participantes.

A interatividade torna-se indispensável e fundamental para desencadear a comunicação entre as pessoas envolvidas no processo e entre as pessoas e a máquina. Comunicação também pressupõe escutar, silenciar, para dar vez e voz ao outro. Lembrando as palavras de Freire (2004, p.117), em Pedagogia da Autonomia, “quem tem o que dizer deve assumir o dever de motivar, de desafiar quem escuta, no sentido de que, quem escuta, diga, fale, responda”. Ainda para o autor citado, no processo da fala e da escuta a disciplina do silêncio a ser assumido com rigor e a seu tempo pelos sujeitos que falam e escutam é um “Sine Qua “ da comunicação dialógica.

No caso da educação à distância, que antes podia se caracterizar como um sistema educacional onde existia uma separação física entre professor e aluno, hoje esta separação encontra-se cada vez menos perceptível, pois a comunicação

multimídia e bidirecional ocorre cada vez mais entre pessoas que não estão no mesmo local, tendo em vista os recursos tecnológicos (diversas mídias) que propiciam e facilitam a interatividade. Para Lévy, (1999, p.170)

Os especialistas neste campo reconhecem que a distinção entre ensino presencial e ensino à distância será cada vez menos pertinente, já que o uso das redes de telecomunicação e dos suportes multimídia interativos vêm sendo progressivamente integrados às formas mais clássicas de ensino.

Estudar on-line não se resume a passar o maior tempo conectado à sala de aula virtual; deve haver tempo para pesquisa e comunicação; mas também deve ser reservado tempo para leituras, reflexões e realização das atividades propostas; é necessário saber se expressar para que se entenda perfeitamente o que foi dito nas mensagens, fóruns, chats, discussões etc., pois a aprendizagem e o desenvolvimento ocorrem num ambiente de discussão, de autonomia, respeito mútuo e interação.

Para Kenski (2009, p.32), “é o saber que viaja veloz nas estradas virtuais da informação, não importa o lugar em que o aluno estiver: em casa, em um barco, no hospital, no trabalho”.

O interagir com as informações e com as pessoas para aprender é fundamental e ilimitado, os dados encontrados livremente na Internet transformam- se em informações pela ótica, pelo interesse e pela necessidade com que o usuário os acessa e os considera. Para a transformação das informações em conhecimento é preciso um trabalho processual de interação, reflexão, discussão, crítica e ponderações, que é mais facilmente conduzido quando partilhado com outras pessoas.

Partindo do pressuposto de que o conhecimento é constituído pelas interações do sujeito com os indivíduos, é de fundamental importância o aluno interagir com o outro, cooperar em uma mesma atividade, ter a sensação de pertencer a um grupo. Segundo Kenski (2008, p.112),

Não basta que eu, professor, queira formar com meus alunos uma comunidade. É preciso que todos queiram, que haja amadurecimento, comprometimento, disciplina e valores comuns, para que possamos criar um processo que nos leve a alcançar os princípios de uma comunidade de aprendizagem.

Na comunicação on-line o termo interação aplica-se especificamente a uma ação recíproca entre dois ou mais atores, onde ocorre a comunicação, o diálogo, a troca de idéias. Diferentemente da educação tradicional, em que a interação é face-a-face, na EAD a interação dar-se-á de forma indireta, mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, (telefone, e-mail, fórum, chat, etc), para que possa ocorrer a interatividade entre os agentes na sala de aula virtual.

É neste cenário que a interatividade permitida pelas redes de comunicação pode ampliar as condições de aprendizagem em cursos na modalidade à distância, quando ela está estruturada em bases de troca, cooperação e colaboração, com o objetivo fundamental de promover a interatividade entre os participantes do processo ensino-aprendizagem. Assim, a interatividade é um novo conceito que envolve, além da ação do usuário frente à máquina, as relações mediatizadas que ocorrem entre as pessoas.

Conforme depoimento apresentado acima, a interatividade representa a relação que se estabelece entre as pessoas que se relacionam através do ambiente virtual de aprendizagem, ou seja, os próprios cursistas, professores, mediadores, assistentes, coordenadores. É esta relação e envolvimento entre todos os atores, através da mediação do professor, que mantém o vínculo e proporciona a aprendizagem.

Para Primo (2000), a relação do homem com a máquina não é nunca um diálogo, como entre os seres humanos; as reações do computador a um clique não caracterizam um diálogo. Existe uma interação mútua, onde os interagentes reúnem- se em torno de contínuas problematizações e cada ação expressa tem um impacto recursivo sobre a relação e sobre o comportamento dos interagentes, a interação mútua é uma constante que se atualiza através das ações de um interagente em relação à(s) ao(s) outro(s). Como exemplo, pode-se citar um debate na sala em um fórum de um ambiente de educação à distância. A palavra “mútua” foi escolhida para salientar as modificações recíprocas dos interagentes durante o processo. Já em um chat, ao mesmo tempo em que se conversa com outra pessoa, também se interage com a interface do software e também com o mouse, com o teclado. Neste sentido, em muitos casos, tanto se pode estabelecer interações reativas quanto mútuas, simultaneamente.

As palavras colaboração, participação, comunicação compartilhada e relacionamento, enfatizadas com maior freqüência, muito bem definem a

interatividade, a exemplo das Comunidades Virtuais de Aprendizagem que priorizam uma interação social, oportunizam uma aprendizagem mais ativa, num processo de cooperação e compartilhamento, onde o indivíduo tem papel principal na construção de seu conhecimento. Para Paloff e Pratt (2002), uma das especificidades das Comunidades Virtuais de Aprendizagem é a aprendizagem cooperativa/colaborativa, com ênfase no trabalho em equipe.

O termo interatividade abrange um relacionamento entre experiências distintas, entre ferramentas e atividades desenvolvidas num espaço de interação e relação, que se realizam entre todos os atores que participam do processo, sejam professores/cursistas;cursistas/cursistas;cursista/material;professor/conteúdo/assiste nte;cursista/tecnologia. Percebe-se que a interatividade torna-se indispensável para o ato comunicativo significativo entre as pessoas e a máquina.

E o desafio para a escola é justamente se adequar à cultura interativa, a um novo estilo de apreensão do conhecimento, digital e interativo. Conforme Silva (2000), “criar a possibilidade da sala de aula interativa significa modificar a gestão das instituições de ensino, todo um sistema de ensino, e não apenas o que acontece em sala de aula”. Desta forma, a interatividade precisa ser planejada, o que requer tempo, planejamento e principalmente professores treinados e capacitados, e em um nível mais amplo ainda, currículos criativos e flexíveis, o que implica uma nova forma de gestão da instituição de ensino.

É evidente que as tecnologias de comunicação, por si só, não mudam a relação pedagógica. É condição fundamental, para isto, a existência de uma mente aberta, interativa, participativa e também de uma ação reflexiva, para buscar nas tecnologias as ferramentas interativas essenciais para maximizar essa interação na prática educativa do ambiente virtual de aprendizagem.

Cabe aqui uma reflexão e discussão sobre como a Interatividade na Educação à Distância, deve ser trabalhada à luz das categorias: aluno/professor; aluno/conteúdo; aluno/aluno; aluno/plataforma, onde a combinação planejada dessas diferentes formas de interatividade é um dos desafios da EAD.

Na educação à distância, deve-se estabelecer uma comunicação de dupla via entre os atores: tutores, professores, cursistas, assistentes, que pode se dar de diversas formas: via correio eletrônico, telefone, entre outros. Por outro lado, se o curso utilizar como tecnologia de comunicação as ferramentas de interatividade baseadas na Internet (chat, fórum, correio eletrônico etc.), a comunicação e

interação passa a ocorrer em todos os sentidos, ou seja, tutor/aluno, aluno/aluno, aluno/conteúdo, aluno/plataforma. Assim, a internet é um meio de comunicação que possibilita a “democratização”, a interação e a rapidez de acesso às informações.

Para Kenski (2009), interagir com as informações e com as pessoas para aprender é fundamental. Os dados encontrados livremente na Internet transformam- se em informações pela ótica, pelo interesse e pela necessidade com que o usuário os acessa e os considera. Para a transformação das informações em conhecimento é preciso um trabalho processual de interação, reflexão, discussão, crítica e ponderações, que é mais facilmente conduzido quando partilhado com outras pessoas.

Um conceito interessante para medir o grau de interação em atividades educativas é apresentado por Moore (1993). É o conceito de “distância transacional”, ou seja, a distância física e comunicativa em sala de aula. Para o autor, a distância transacional será maior ou menor dependendo da forma como os alunos são tratados, isto significa que havendo mais comunicação entre alunos e professores, a distância entre eles é menor, independentemente da distância física. Com base na proposta de Moore e levando-se em consideração que a aprendizagem será tanto mais significativa quanto maior for o grau de interação e comunicação entre os participantes do processo, novas técnicas e tecnologias vêm sendo desenvolvidas, visando obter o máximo de aproximação nas atividades realizadas à distância, no ciberespaço.

Para descrever o comportamento dos alunos, Moore (1993) destaca as variáveis Diálogo, Estrutura e Autonomia, e afirma: quanto maior a estrutura e menor o diálogo em um programa, maior autonomia o aluno terá de exercer.

Nesse contexto, para que a sala de aula virtual venha a se tornar uma sala de aula bem interativa, o aluno deve contar com o apoio especializado do tutor/professor, para o acompanhamento e avaliação ao longo do processo de ensino-aprendizagem na modalidade à distância, para que ele sinta-se motivado a levar seu curso até o final e com sucesso. Além desse recurso, é de fundamental importância que todas as atividades propostas sejam corrigidas o mais rápido possível, para que o Tutor tenha a chance de interferir no processo de aprendizagem e fazer o acompanhamento necessário. Assim, o Tutor é mais um facilitador e orientador das mediações para ajudar o aluno a construir o caminho no

desenvolvimento de suas habilidades, na busca de uma aprendizagem autônoma, reforçando assim, todo o processo de auto-aprendizagem do aluno.

A palavra comunicação está muito bem relacionada à interatividade pelos cursistas, num processo comunicativo através do ambiente virtual de aprendizagem, que pressupõe atividades criativas e desenvolvidas num espaço de interação, compartilhamento, participação entre os participantes do processo ensino- aprendizagem, sejam professores/cursistas; cursista/cursista; cursista/material; professor/material/mediador; cursista/tecnologia; cursista/assistente de sala; professor/assistente de sala etc. Essa interação pode ser feita através do contato físico direto, como numa reunião presencial, ou através de dispositivos comunicacionais criados pelo homem, como o telefone, e a carta via correio, ou ainda através do diálogo com as ferramentas interativas do ambiente virtual.

Para Landim (1997), o diálogo (INTERATIVIDADE), representado pelas mediações pedagógicas que se estabelecem entre os elementos do processo (cursistas e material instrucional, cursistas e tutor/instituição, cursistas entre si), é uma função crítica na aprendizagem. O diálogo depende, portanto, de como, quanto, onde, quando, "o aluno tem acesso às informações para construir seu saber"; todo o material educativo tem que ser permeado pela ética; no caso da modalidade de EAD, ela se torna o ponto central, pois é preciso que os alunos se sintam respeitados, atendidos, valorizados, bem recebidos e benquistos, não sob o formalismo do trato profissional, mas, em se tratando de educação, principalmente, sob a cordialidade e o respeitoso atendimento que, sem dúvida, há de suscitar neles o comportamento recíproco.

Ainda para a autora citada, a interatividade envolve essas mediações, nela se destacam fenômenos interativos tais como: as áreas de conhecimento e a prática da aprendizagem por parte do cursista; a elaboração didática e gráfica (forma e conteúdo) de programas e materiais dos alunos; os tutores e os cursistas e os cursistas entre si (círculos de estudo), vinculados ou não por tecnologia diversa (inclusive, interação virtual, via correio eletrônico) a diversos contextos.

Vale ressaltar que é preciso uma transformação na visão do que seja o processo de ensinar e dos papéis do professor e do aprendiz neste processo. Se vemos o processo ensino/aprendizagem como linear, com um professor ativo que transmite a um aluno passivo que aprende, não há interatividade, nem na sala de aula presencial, nem no ensino à distância, seja este por meio de correspondência,

rádio, televisão ou internet. Pois, como diz Marco Silva, a interatividade é um conceito de comunicação e não de informática e não é uma novidade da era digital. O computador potencializa, mas não substitui o trabalho docente; é preciso saber operá-lo para não subutilizar sua natureza interativa. È necessária uma pedagogia baseada na participação, cooperação, bidirecionalidade e multiplicidade de conexões entre as informações e os atores envolvidos.

A interatividade pressupõe um professor fora de seu pedestal de detentor do saber, e para promover a interatividade é preciso que o professor estimule a participação dos alunos na construção do conhecimento, garantindo que a aprendizagem seja produzida pelo trabalho conjunto de todos e não de forma individual, através da disponibilização de informações em rede de conexões que permita ampla liberdade de associações, de significações e de expressão de subjetividades.

O professor pode fazer uso das TICS tanto de forma Instrucionista - onde o computador é usado meramente como um transmissor de informações, de forma semelhante ao processo tradicional de ensino, dificultando assim o processo de ensino-aprendizagem, ou de forma Construcionista – quando o professor pode fazer uso da TIC de forma que os alunos possam atuar, criticar e refletir com autonomia, sendo capazes de transformar as informações em conhecimento, desenvolvendo a interatividade nas mais diversas formas e interagindo com o computador na busca de informações significativas para a resolução de uma situação – problema.

Para que essa interatividade aconteça e alcance seu objetivo, é fundamental o professor estar preparado para a utilização do ambiente virtual, propondo ao aluno tarefas que possibilitem troca de informações, conhecimentos, cooperações entre o grupo, uma didática mais criativa que facilite a aprendizagem.

Segundo Silva (2000) é preciso investir em interatividade na relação entre