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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Teoria da Causa Madura é um instrumento fundamental e necessário para que ocorra o atendimento ao escopo primordial do processo civil contemporâneo, a saber: a prestação jurisdicional justa e célere. É notável a preocupação do legislador em lapidar a prestação jurisdicional por meio de leis e reformas no ordenamento jurídico, com o ideal de prestigiar a celeridade processual.

A princípio, em que pese o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, não vislumbro impedimento para a aplicação da teoria da causa madura no recurso ordinário em mandado de segurança, desde que atendidos os requisitos do artigo

24 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 339.223/MG. Relator: Ministro Sérgio Kukina. DJe de 15/5/2018. Disponível em: < https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/>. Acesso em 12/4/2019.

25 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.438.547/AP. Relator: Ministro Humberto Martins. DJe de 10/6/2015. Disponível em: < https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/>. Acesso em 12/4/2019.

1.013, §3º, do CPC, em homenagem aos princípios da celeridade e da duração razoável do processo.

No entanto, no que se refere ao recurso especial, a matéria deve ser analisada sob outra ótica. Possuindo pressupostos recursais próprios, o recurso especial tecnicamente não admite a aplicação da teoria da causa madura.

A uma, porque, para que se configure o prequestionamento da matéria, há que se extrair do acórdão recorrido pronunciamento sobre as teses jurídicas em torno dos dispositivos legais tidos como violados, a fim de que se possa, na instância especial, abrir discussão sobre determinada questão de direito, definindo-se, por conseguinte, a correta interpretação da legislação federal.

A duas, porque, para que seja instaurada a competência recursal em grau especial, é necessário que a demanda tenha sido decidida em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios (artigo 105, inciso III, da Constituição Federal), sob pena de se transformar a Corte Superior em instância ordinária, além de, indevidamente, suprimi-la.

REFERÊNCIAS

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