• Nenhum resultado encontrado

Sabe-se numa perspectiva histórico-política, da necessidade de refl etirmos sobre o processo de incorporação do negro no cenário nacional, enquanto cidadão, e também, no que se refere à sua integração econômica e sociocultural, ação esta que se arrasta até os dias atuais.

Para tanto, é necessária a apropriação crítica de conhecimentos sobre quilombos, teorias raciais, herança cultural afrodescendente, além dos aspectos legais. Entre a Lei nº 3.353, de 13 de Maio de 1888 (a Lei Áurea) e a Constituição de 1988, houve um hiato de 100 anos na conquista de direitos, como se os negros fossem ascender livremente no mercado de trabalho e serem etnicamente absorvidos pela miscigenação. Como os dados apresentados provam em contrário, urge pôr em curso um conjunto de ações e políticas públicas integradas para combater as desigualdades identifi cadas, incluindo o universo do esporte e lazer.

Tais iniciativas, porém, não podem ocorrer sobre um sujeito imaginado, reproduzindo novas teorias raciais, desconsiderando o sujeito concreto. Pelo contrário, as leituras possíveis neste capítulo, conduzem para outras que são resultantes do encontro dos pesquisadores com a realidade quilombola paranaense. Com base nas investigações em campo e metodologias participativas, os capítulos subsequentes fornecem subsídios para uma intervenção situada na realidade, almejando sua transformação.

Referências

AMORIM, C. R. A temporalidade ‘Kalunga’ no espaço histórico do quilombo. In: SCHWARCZ, L. K. M. (Org.). Antropologia e história: debate em região de fronteira. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 115-126.

ANDRADE, T. (Org.). Quilombos em São Paulo: tradições, direitos e lutas. Vários autores. São Paulo: Imesp, 1997.

ARRUTI, J. M. A. A emergência dos ‘remanescentes’: notas para o diálogo entre indígenas e quilombolas. Mana, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 7-38, out. 1997.

BAINES, S. G. Etnologia e indigenismo na Austrália. Brasília DF: UnB, 1991. BANDEIRA, M. L. Território negro em espaço branco: estudo antropológico de Vila Bela. São Paulo: Brasiliense/CNPq, 1988.

BOLETIM DIEESE. Edição Especial 20 de novembro 2002. Dia da Consciência Negra. Mulher negra: dupla discriminação nos mercados de trabalho metropolitanos. nov. 2002. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/esp/negro2002.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2009. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília DF, 1988.

BRASIL. Decreto n. 4.887 de 20 nov. 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto/2003/D4887.htm>. Acesso em: 3 maio 2008.

BUONICORE, A. Refl exões sobre o marxismo e a questão racial. Espaço Acadêmico, ano V, n. 51, ago, 2005. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.

br/051/51buonicore.htm#_ft n1>. Acesso em: 2 mar. 2009.

CARRIL, L. F. B. Terras de negros no Vale do Ribeira: territorialidade e resistência. 1995. 221 f. Dissertação (Mestrado)-Departamento de História, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.

COMUNIDADE PRETO FORRO. A luta contra o grileiro em Preto Forro. Disponível em: <http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/rj/rj_luta.html>. Acesso em: 3 abr. 2009.

COMUNIDADE quilombola no Varzeão é vítima de jagunços encapuzados. Disponível em: < http://www.usf.pr.gov.br/modules/noticias/makepdf.php?storyid=13>. Acesso em: 3 abr. 2009.

CONVÊNIO DIEESE/SEADE. MTE/FAT e convênios regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego Elaboração, DIEESE, 2002.

CUNHA, O. M. G. Depois da festa: movimentos negros e políticas de identidade no Brasil. In: ALVARES, S.; DAGNINO, E.; ESCOBAR, A. (Org.). Cultura e política nos

movimentos sociais latino-americanos: novas leituras. Belo Horizonte: UFMG, 2000. p.

333-380.

ECLATS NOIR DU SAMBA. Gilberto Gil: la passion sereine. São Paulo: TF1; Centre National de La Cinematographie Et Du Ministere Des Aff aires Etrangeres, 1987. 60 min. FEIJÓ, A. Progresso a custo de quê? O debate sobre a base espacial no território étnico de Alcântara, no Maranhão. 10 fev. 2009. Disponível em: <http://www.global.org.br/>. Acesso em: 19 mar. 2009.

FIABANI, A. Mato, palhoça e pilão: o quilombo, da escravidão às comunidades remanescentes [1532-2004]. São Paulo: Expressão Popular, 2005.

FOLHA DE S.PAULO. Renda do negro é metade da do não-negro. Publicado em 19/11/2008. Disponível em: <http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/2107>. Acesso em: 11 fev. 2009.

FREYRE, G. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51. ed. São Paulo: Global, 2006.

1 C O M U N I D A D E S Q U I L O M B O L A S N O P A R A N Á

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Disponível em: <http://www.palmares.gov.br>. Acesso em: 3 abr. 2009.

GOMES, F. S. Liberdade por um fi o: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

GUSMÃO, N. M. Os direitos dos remanescentes de Quilombos. Cultura Vozes, São Paulo, v. 98, n. 6, p. 3-12, dez. 1995.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística. Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1992. v. 52. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 3 abr. 2009. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de

domicílios 1999. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. 1 CD-ROM.

INFORMAÇÕES contidas em Refl orestamento dá força ao agronegócio, mas limita desenvolvimento, e empresas têm problemas no Vale do Ribeira. Curitiba, março de 2007. Disponível em: <http://www.biodiversityreporting.org/article.sub?docId=23734&c=Brazil &cRef=Brazil&year=2007&date=March%202007>. Acesso em: 7 fev. 2009.

ITCG. Instituto de Terras, Cartografi a e Geociências. Terra e cidadania: terras e territórios quilombolas. Relatório 2005 a 2008 do Grupo de trabalho Clóvis Moura. Curitiba: ITCG, 2008.

KÕNIG, M. Árvore da discórdia. Refl orestamento dá força ao agronegócio, mas limita desenvolvimento e empresas têm problemas no Vale do Ribeira. Curitiba. Jornal Gazeta do Povo, 2007. Disponível em: <http://www.biodiversityreporting.org/article.sub?docId=2373 4&c=Brazil&cRef=Brazil&year=2007&date=March%202007>. Acesso em: 12 fev. 2009. LAMARCA, G.; VETTORE, M. A nova composição racial brasileira segundo o censo

2010. Disponível: <http://cmdss2011.org/site/?p=8005&preview=true>. Acesso em: 13

ago. 2013.

MESQUITA, É. Clóvis Moura e a sociologia da práxis. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, v. 25, n. 3, p. 557-77, 2003.

MOURA, C. Os quilombos e a rebelião negra. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. ______. Quilombos: resistência ao escravismo. São Paulo: Ática, 1987.

MUNANGA, K. Origem e histórico do quilombo na África. Dossiê Povo Negro – 300 anos. Revista USP, São Paulo, n. 28, p. 56-63, dez./fev.1995/1996.

______. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia.

Cadernos PENESB, Rio de Janeiro, n. 5, p. 15-34, 2004.

NOGUEIRA, O. Preconceito de marca: as relações raciais em Itapetininga. São Paulo: Edusp, 1998.

O’DWYER, E. C. (Org.). Terras de Quilombos. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Antropologia, 1995

QUILOMBO DOS PALMARES. Disponível em: <http://www.quilombodospalmares.org. br/mapa_pop.htm><. Acesso em 7 fev. 2009.

SAID, E. W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 1990.

SALLES, J. O. Porque o ‘pinhão não cai longe do pinheiro’: o saber socialmente construído no Conselho dos Anciões do quilombo Paiol de Telha. 2007. 71 f. Monografi a (Especialização em Educação no Campo)-Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. SANSONE, L. Racismo sem etnicidade: políticas públicas e discriminação racial em Perspectiva Comparada. Dados, Rio de Janeiro, v. 41, n. 4, p. 751-784, 1998.

SOUZA, N. S. Tornar-se negro ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em

2

Políticas públicas, trabalho