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Considerações sobre os Dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e

2 REVISÃO TEÓRICA

2.1 Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

2.1.1 Considerações sobre os Dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e

A partir da análise dos trabalhos da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações podemos visualizar que os objetos das pesquisas se materializaram nas seguintes temáticas: Concepção docente de avaliação online, Prática e processos de mediação no online, Criação de um sistema avaliativo para EAD, Avaliação da aprendizagem na EOL por um prisma da mediação, Processo de avaliação online como apoio ao presencial, Avaliação em cursos online colaborativos, Avaliação da aprendizagem na EOL formativa-reguladora, Representações sociais sobre avaliação da aprendizagem virtual de tutores, Iquiz como ambiente de autoria, Diálogo didático como forma de construção de conhecimento e desenvolver de habilidades, Avaliação mediada pela internet, Avaliação formativa em AVA, Interatividade como processo de avaliação online, Aplicação de técnicas de visualização de informação a ser integrada a uma ferramenta de avaliação formativa e Avaliação da aprendizagem na EAD.

Consolidou-se como temáticas mais recorrentes nos estudos a questão da concepção docente acerca do avaliar no cenário online e a análise de práticas de avaliação da aprendizagem no online, cada qual com 3 pesquisas. Todas tiveram grande contribuição para o olhar do nosso objeto, mas a que mais se aproxima de nosso objeto é a pesquisa de Nicolodi (2012), Cruz (2007), Oliveira (2010), Rios (2013) e Rodrigues (2014).

Podemos concluir desta revisão teórica que é preciso caminhar para além da mera compreensão da concepção dos sujeitos envolvidos no processo avaliativo e as práticas da mesma, mas refletir principalmente no passo principal que é a estruturação do processo

avaliativo online. Que elementos devem constituir uma avaliação interativa na Educação Online? Como estes elementos se concretizam?

O procedimento metodológico adotado pela maioria dos trabalhos foi de uma abordagem qualitativa de pesquisa; quanto aos objetivos de pesquisa de cunho mais Exploratório e Descritivo, do que Explicativa, sendo estudo de caso, bibliográfica, documental e de campo, utilizando-se para coleta instrumentos de entrevistas semiestruturadas e questionários, e para análise dos dados a análise de conteúdo.

O conceito de avaliação online que é apresentado nos trabalhos circunda a partir de algumas terminologias: formativa, formativa-reguladora, processual, contínua, mediadora, dialógica e interativa. A maioria das pesquisas coloca o avaliar de modo formativo, formativo- regulador, processual, contínuo e dialógico, aparecendo os termos avaliação mediadora de maneira menos frequente e em apenas duas pesquisas se prenunciam o conceito de avaliação interativa (RIOS, 2013; RODRIGUES, 2014) a partir dos binômios participação-intervenção e bidirecionalidade-hibridação colocados por Silva (2014b) como bases para o conceito de interatividade em conjunto com o terceiro e último binômio potencialidade-permutabilidade, o qual não foi utilizado para construir tal conceito de avaliar interativo.

Os trabalhos discutem a avaliação online com base na interatividade, a partir dos registros dos alunos nas diversas interfaces do ambiente virtual de aprendizagem, seja de comunicação síncrona ou assíncrona. Avaliar é colocado como um processo que deve considerar diversos instrumentos e se consolidar concomitante com a mediação pedagógica, de modo a se ter um feedback contínuo para os discentes de seu caminhar. Assim, a avaliação possibilita um processo duplo de aprendizagem, para o discente, que reflete de maneira metacognitiva suas construções e avalia em que pontos necessita melhorar seu desempenho, como para o docente, que reorienta seu percurso, quando necessário, em detrimento do caminhar das aprendizagens discentes.

Fala-se de maneira constante a necessidade de integração do aluno no processo de avaliação da aprendizagem, que a mesma possa se concretizar de maneira negociada, e que se concretize por autoavaliação e heteroavaliação, esta última conceituada também como avaliação mútua ou por pares; sejam elementos presentes, uma vez que favorece a reflexão metacognitiva, autonomia discente e aprender compartilhado, pois há a preocupação com o desenvolvimento de sua aprendizagem e de seus pares. Além disto, em alguns trabalhos se coloca a importância de definição de critérios coerentes com o online, que sejam negociados e explícitos para que os alunos possam se conscientizar o que deles se espera no processo de ensino e aprendizagem, cumprindo assim o seu caráter ético-emancipador.

Deste modo, a avaliação coaduna com a melhoria da aprendizagem, sendo um elemento de informação para os sujeitos do processo educativo bem como de tomada de decisão pelos mesmos, devendo-se considerar os preceitos básicos do processo educativo online como autoria, coautoria e interatividade e se consolidar de maneira processual ao ensino e aprendizagem.

Após a compreensão do objeto de estudo de cada pesquisa, nos debruçamos em averiguar os principais autores referenciados, tendo como referência o quantitativo de aparições no texto, tanto no âmbito da temática da avaliação da aprendizagem, em seu contexto geral, e no online, e tal resultado apresentamos no quadro a seguir:

Quadro 4 - Aparição dos Autores em Relação à Temática Central de Estudo no BDTD Autor/Ano Temática Avaliação da

Aprendizagem Temática da Avaliação da Aprendizagem Online 1 Bianchi (2013) Hadji (2001), Helmer (2009), Hoffmann (2010) e Perrenoud (1999)

Mueller (2012), Palloff e Pratt (2004) e Suhr (2008) 2

Nicolodi (2012) Não aborda em seu corpo teórico sobre avaliação da aprendizagem.

Não há autores de avaliação.

3

Rezek Neto (2008) Campos et al. (2003), Freire (2005) e Moran (2006)

Campos et al. (2003), Maia e Mattar (2007), Santos (2003), Lévy (2006, 2007), Assmann (2005), Machado (2000) 4 Cruz (2007) Perrenoud (1999), Hoffmann (2004, 2005) Belloni, Magalhães e Souza (s/d), Batalloso (2003), Demo (2003), (Becker, 2003 apud

Hoffmann, 2005), (Gimeno, 1988 apud Ludke, 2003)

Ricarte (2001), Hoffmann (2004, 2005), Silva (2002), Demo (2002),

Rizzini, Castro e Sartor (1999), Ludke (2004), Biagiotti (2005),

Porto (2005) 5 Marques (2011)

Não aborda em seu corpo teórico sobre avaliação da aprendizagem

Palloff e Pratt (2002)

6

Oliveira (2007) Não aborda em seu corpo teórico sobre avaliação da aprendizagem

Fazenda (2005), Frigotto (1995), Morin (2001/2002), Otsuka et al. (2002), Palloff e Pratt (2002) e Santos (2006) 7 Oliveira (2010) Hoffmann (1993), Romão (2003) e Vasconcelos (2008) Demo (1994), Perrenoud (1999) Silva, J. (2004), Silva e Santos

(2006) e Vygotsky (1993) 7

Rios (2013)

Não aborda em seu corpo teórico sobre avaliação da aprendizagem

Hoffmann (2001/2005), Luckesi (2005), Silva (2011/2012) e Oliveira (2006) 8 Oliveira (2011) Despresbiteris (1989), Esteban (2008), Luckesi (2006), Álvarez Méndez (2002), Perrenoud (1999) e Vianna (2000)

Silva e Santos (2006) e Silva (2002)

9

Otsuka (2006) Hadji (2001) e Perrenoud (1999) Freire e Rocha (2002), Hopper (1998) e Masetto (2000) 10 Rodrigues (2014)

Haydt (1995), Oliveira (2007) e Sell Filho et al. (2012)

Gomes (2003), Junqueira (2012), Miccione (2006), Moore e

Kearsley (1996), Moran (2000) e Rodrigues e Borges (2013) 11 Van der Linden

(2005)

Andújar (1994), Barreto e Pinto (2001), Esteban (2002), Hoffmann

(2002), Nevo (1998) e Silva et al. (2001)

Aretio (2001), Bullen e O´Brien (1997), Gonçalves (2004), Moore (1993) e Palloff e Pratt (2004), Petters (2001) 12 Monteiro (2011) Carvalho (2009), Hoffmann (2003), Luckesi (2002) e Videira (2010) Carvalho (2009), Franco (2010), Iahn, Magalhães e Bentes (2008),

Martins (2010) e Primo (2009) 13 Santos (2008) Barlow (2006), Demo (2004), Hadji (2001), Hoffmann (1991/2005), Luckesi (2005) e Méndez (2002) Ramal (2003), Romiszwski (2006), Silva (2003) e Soares, Lima e Sauer (2005) 14 Cavazzana (2010)

Álvares Méndez (2002), Hadji (1994), Hoffmann

(2005/2006/2008), Luckesi (2008) e Perrenoud (1999)

Almeida (2003), Bersch (2009), Caldeira (2006), Rosa e Maltempi

(2006) e Zaina (2002) 15 Carminatti (2012) Despresbiteris e Tavares (2009), Guerra (2007), Hoffman (2008), Luckesi (2005, 2011), Perrenoud (1999), Sant’anna (1995), Santos (2010) e Villas Boas (2004) Hoffmann (2007/2008/2009), Luckesi (2011) e Perrenoud (1999) 16 Araújo (2013)

Álvares Méndez (2002), Hoffmann (1996), Silva (2010), Vianna

(2000) e Zabala (1998)

Bruno e Moraes (2006), Gonçalves (2006), Hoffmann (1996), Lucena

(2006) e Silva e Santos (2006) 17

Bersch (2009)

Não aborda em seu corpo teórico sobre avaliação da aprendizagem

Gonçalves et al. (2004), Hadji (2001), Hoffmann (1998), Perrenoud (1999), Santos (2006) e

Silva (2006) 18

Dario (2010)

Bloom et al. (1971), Gomez (1999), Hadji (2001), Perrenoud (1999) e Scriven (1967) Masetto (2000), Otsuka (2006) e Otsuka e Rocha (2005) 19 Rodrigues (2010) Aretio (2002), Fernandes (2009), Hoffmann (2008), Luckesi (2008), Silva, Hoffmann e Esteban (2008) e

Vasconcelos (2008)

Aretio (2002), Hoffmann (2008), Pesce e Brakling (2006), Silva

(2006) e Vasconcelos (2008) Fonte: Elaboração Própria (2018/2019).

No que tange à discussão da avaliação da aprendizagem no âmbito geral, os autores utilizados nas pesquisas com frequência foram os clássicos da discussão de avaliação: Hadji (2001), Hoffmann (2008), Luckesi (1990, 2001, 2002, 2005, 2006, 2008, 2011) e Perrenoud (1999). Apenas 5 trabalhos não abordaram em seu corpo teórico sobre avaliação da aprendizagem.

Relativo à temática da avaliação da aprendizagem no online, os autores usados para embasar a mesma se apoiam com maior frequência nos seguintes: Hoffmann (2008), Masetto (2000), Nunes e Vilarinho (2006), Palloff e Pratt (2002/2004), Perrenoud (1999), Santos (2006), Silva (2006) e Silva e Santos (2006). Vemos que há autores que tratam da avaliação no cenário presencial e que estão sendo considerados para referenciar o âmbito online, como Hoffmann e

Perrenoud. Tratando-se dos demais, retirando Masetto que traz uma discussão mais ampla de mediação e uso das tecnologias, os outros autores tratam especificamente da temática do avaliar no online, a qual será o foco de nosso estudo. A partir deste dado, conseguimos entender que a literatura que embasa o avaliar online é escassa e se encontra em processo de construção, por ser um tema ainda bastante novo.

No contexto da discussão do avaliar online houve apenas 1 trabalho que deixou de discutir a mesma e, no geral, alguns autores a discutiram em maior profundidade do que outros. A presente revisão teórica no BDTD nos possibilita compreender, no âmbito da discussão nacional sobre avaliação da aprendizagem online, que há um consenso na necessidade de se buscar uma transformação do paradigma e das práticas avaliativas no online para uma abordagem progressista, que considera o aluno como sujeito ativo e construtor do seu processo de aprendizagem. Em contrapartida, apesar da constatação das pesquisas no sentido de apontar que as concepções dos sujeitos têm caminhado para um olhar do avaliar online de modo formativo, interativo, as práticas têm se dado de maneira mais frequente com cunho instrucional.

Coloca-se para a docência online um grande desafio: a efetivação de um avaliar online que tem como orientação os preceitos da Educação Online, e para tal é preciso refletir não apenas sobre os indicadores que devem configurar a avaliação da aprendizagem online bem como efetivar práticas inovadoras a partir destes e que culminem com aprendizagens significativas.