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Esta abordagem de avaliação de ativos intangíveis foi desenvolvida e apresentada por Nash, em 1998. Esta, a exemplo da abordagem anterior, utiliza o fluxo de caixa projetado descontado para aferir seus cálculos.

Sua contribuição adicional reside no fato de utlizar a diferença entre os descontos de fluxos de caixa projetados em diferentes datas - início e final de um período - como indicador de valor adicionado gerado. Assim, de acordo com seu mentor, a diferença entre o final e o início do período é igual ao montante de valor agregado no período considerado.

Suas vantagens e limitações são idênticas às da abordagem anterior. Ou seja, busca atribuir valor monetário diretamente aos ativos tangíveis e intangíveis que supostamente os geram. Com isto, defende seu mentor, torna-se possível identificar quais os ativos e quanto cada um contribuiu no alcance do resultado financeiro. Desta forma, permite a definição do foco e assim, investir naquilo que supostamente apresenta os melhores resultados financeiros.

Por outro lado, por ter seu foco excesivamente voltado às variáveis monetárias, ela não consegue captar diversos aspectos que são cruciais para a organziação como por exemplo, os capitais Humano, Estrutural e dos Clientes. Diante disto, ao não contemplar estes aspectos no seu arcabouço, acaba tendo sua utilidade, para efeitos de apoio ao processo decisório, bastante reduzida.

Com isto, conclui-se a análise das idéias centrais da primeira categoria de avaliação de ativos intangíveis e suas respectivas abordagens. Na seqüência será investigada a categoria das abordagens que utilizam os prêmios de mercado como pano de fundo.

4.2.2 Abordagens de avaliação pelo valor de mercado - MCM

As abordagens enquadradas nesta categoria, de acordo com Sveiby (2001), buscam identificar os ativos intangíveis e seu respectivo valor com base na diferença entre o valor de mercado e o contábil.

Esta categoria de abordagens possui sua maior utilidade nos casos em que se busca atribuir valor financeiro aos ativos intangíveis bem como nos processos de fusão e aquisição pois permite comparar empresas de um mesmo ramo. Estas vantagens porém, não possuem a mesma utilidade em empresas públicas e do terceiro setor.

Por outro lado, estas abordagens carecem de informações sobre os componentes formadores dos ativos intangíveis bem como devido ao seu foco ser muito voltado ao financeiro, acabam proporcionando uma visão parcial da realidade da empresa. Além disto, acabam não sendo muito apropriadas para prover visões sócio-econômicas mais holísticas, pois ignoram áreas cruciais como as humanas, sociais, entre outras.

Entre as proposições apresentadas para avaliação dos AI's sob esta perspectiva, pode-se destacar quatro: Q de Tobin; valor de mercado definido pelo investidor; a comparação a mercado; e o IC-Index. A seguir serão vistas as principais idéias de cada uma destas proposições.

"Q" de Tobin

Desenvolvida pelo economista e ganhador do prêmio Nobel James Tobin, esta abordagem foi pela primeira vez apresentada em 1968. Ela constitui-se, segundo Famá & Barros (2000, p.42-52), na relação entre o valor de mercado de uma empresa e o de reposição de seus ativos físicos. Ou seja, compara o valor de mercado de um ativo com seu custo de reposição.

A forma de cálculo consiste na divisão do valor de mercado pelo custo de reposição de ativos fixos. Desta forma, ensina Stewart (1998, p.202), se o Q for menor que 1, constata-se que o valor atribuído pelo mercado ao ativo é menor que seu custo de reposição. Com isto, tudo indica que a empresa não comprará novos ativos. Indica também, que a empresa não está sendo reconhecida pelo mercado. Isto, possívelmente é decorrente de um problema de gerenciamento de algum

intangível como relacionamentos com os clientes, com as pessoas, os processos ou até com a imagem.

Por outro lado, se o Q for maior que 1 a situação se inverte, ou seja, o valor percebido pelo mercado é maior que o custo de reposição de determinado ativo. Neste caso, assevera Stewart (1998, p.202), provavelmente a empresa investirá em novos ativos desta natureza. Além disto, ela certamente terá agregado valor aos seus ativos.

De acordo com Stewart (1998, p.202-203), apesar desta abordagem ter sido desenvolvida para aplicação em decisões de investimentos da empresa, independentemente de influências macroeconômicas como taxas de juros, ela utilizou-se de ativos específicos. Assim, mesmo não tendo sido desenvolvida para medir os ativos intangíveis, ao comparar o valor de mercado da empresa com o custo de reposição de seus ativos tangíveis, passa a ter um bom referencial tanto. Esta também é a opinião do diretor presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan ao observar que através desta e da razão entre o valor de mercado e o contábil, pode-se verificar o nível de investimentos em tecnologia e Capital Humano. Ela possui maior utilidade quando empregada em empresas semelhantes por vários anos.

Esta abordagem, segundo Stewart (1998, p.203), apresenta como um de seus pontos fortes a busca da explicitação financeira de todos os componentes da empresa. Outro ponto favorável reside no fato de que ao considerar o custo de reposição dos ativos da entidade, acaba-se com as distorções oriundas das díspares formas de avaliação e depreciação a que eles podem ser submetidos.

Porém, como utiliza as informações da cotação das ações das empresas no mercado, esta abordagem está vulnerável aos seus efeitos e descontinuidades. Além disto, ela também possui uma amplitude restrita aos aspectos financeiros, ignorando assim, fatores cruciais como as variáveis humanas, estruturais, sociais, etc. Assim, sua amplitude torna-se limitada e sua contribuição ao apoio no processo de tomada de decisões gerenciais fica comprometida.