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5 OS SUJEITOS DA PESQUISA: RIZOMAS, MULTIPLICIDADES E TENSÕES EM CAMPO

5.1 O CURSO DE DESIGN DE INTERIORES: PLATÔ DA CRIATIVIDADE

Vou ligar ao que foi tecido até agora a trama de um curso que há 10 anos iniciou uma história de criatividade, cor e movimento no atual Instituto Federal de Alagoas. A ramificação de construção histórica do curso foi realizada a partir de pesquisa bibliográfica em artigos produzidos por professores do próprio curso, documentos oficiais que compõem acervo da coordenação de Design, narrativas docentes das entrevistas realizadas, e documentos fornecidos pelos sujeitos pesquisados, que compõem seu acervo pessoal.

O Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores do IFAL foi criado em 2000-2001 por iniciativa de três arquitetos e professores da área da Construção Civil da antiga Unidade Sede do CEFET-AL, atual Campus Maceió do IFAL, com o apoio da Direção-Geral da época. As duas primeiras turmas do Curso Superior em Design de Interiores foram implantadas no segundo semestre do ano de 2001. Compostas por 20 alunos cada uma, as turmas funcionavam no turno matutino e noturno. No traçado de seu projeto original (curso reconhecido), o curso objetiva:

[...] a formação profissional de um tecnólogo em design de interiores apto a projetar ambientes internos residenciais e/ou comerciais; especificar materiais de revestimento e acabamento, bem como mobiliário e demais objetos componentes do espaço projetado, conforme o tipo e especificidade do projeto; apresentar os projetos graficamente à mão livre, com instrumento e com programas de computador; acompanhar a execução dos projetos, no desempenho das funções de desenhista, projetista de

interiores, assistentes à gerência de obras de interiores e promotor de vendas (RAPÔSO; MAIA, 2006, p. 59).

Os dois primeiros anos de implantação do curso caminharam lado a lado com o processo de cefetização da Escola Técnica. O que permitiu, na época, a contratação temporária de professores para a formação do corpo docente inicial, composto em sua maioria por profissionais da área de arquitetura e urbanismo, atuantes no mercado alagoano. Saliente-se que até o presente momento a Coordenadoria de Design compunha-se pelos três professores efetivos que empreenderam o projeto do curso, sendo que um deles, além de professor, acumulava a função de Coordenador de Curso.

A prática de parcerias foi uma das alternativas utilizadas para a resolução de problemas de forma mais imediata com qualidade e baixos custos. Isso levou o CEFET-AL a fazer um convênio entre a FAPEC – Fundação de Amparo à Pesquisa e Cultura e a escola, com a oferta de turmas pagas. Esse convênio, firmado de acordo com o que estabelece a Lei nº 8.958 de 20/12/1994, veio atender à necessidade de complementação orçamentária, sem a qual ficaria inviabilizada qualquer proposta de implantação de novos cursos, tendo como contrapartida a contratação de consultorias para a elaboração de projetos de cursos, a contratação de empresa para a elaboração das provas do vestibular, a contratação de professores para as áreas onde não existissem profissionais do nosso quadro permanente ou existissem em número insuficiente, aquisição e manutenção de equipamentos, aquisição de material didático-pedagógico e de consumo, compra de acervo bibliográfico referente às necessidades dos novos cursos, adequação da infraestrutura física, [...] (BONAN, 2010, p. 96)

Não era só o contexto de implantação do curso de Design de Interiores que era novo. De modo geral, vivia-se um período de adaptação institucional com o processo de cefetização e, sobretudo, com a implantação dos cursos superiores em um ambiente tradicionalmente reconhecido pela qualidade formativa dos cursos profissionalizantes em nível médio e técnico. De acordo com Bonan (2010, p. 97), o “CEFET-AL [hoje IFAL] entrou o ano 2000 com novas perspectivas educacionais. Viveu um momento histórico com a realização de seu primeiro vestibular para a formação de tecnólogos de nível superior. [...] para os cursos de turismo e lazer e informática”. Acrescenta que

Em 2001, foram implantados 13 novos cursos: Turismo, Tecnologia da Informação, Sistema de Informação, Publicidade, Comércio Exterior, Gestão Empresarial, Gestão Pública. Gestão Financeira, Gestão Fazendária, Desporto e Lazer, Design de Interiores, Urbanização, Produção Civil, Produção Elétrica e Hotelaria (BONAN, 2010, p. 97).

Nesse período, o CST em Design de Interiores dispunha apenas de 2 (duas) salas de aulas: o Laboratório de Maquete/Desenho (Sala 01) e o Laboratório de Desenho (Sala 02). Não havia infraestrutura física de apoio aos professores. As reuniões pedagógicas (RP) ocorriam no Laboratório de Desenho. Contudo, a proposta pedagógica do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores era (e parece que ainda é para as características da instituição) inovadora em três aspectos significativos, que o diferenciam dos demais cursos da instituição.

O primeiro deles consiste no número de alunos por turma – apenas 20 (vinte) alunos. O que permite uma maior interação entre os sujeitos no processo de ensino- aprendizagem; uma maior aproximação professor-aluno e aluno-aluno; uma ampla troca de conhecimentos, experiências e vivências individuais e coletivas em uma via dupla de compartilhamento: professores-alunos e alunos-professores.

As salas de aulas, ou melhor, os Laboratórios (ambientes de Ateliê) passam a estabelecer uma relação de pertencimento e identidade para docentes e discentes na construção do curso, balizada no “platô da criatividade”, no movimento cíclico e contínuo de conhecer-experienciar-conceber.

O segundo aspecto do curso refere-se ao enfoque da interdisciplinaridade e da contextualização no ensino e na aprendizagem do design. Pode-se dizer que esse aspecto, além de inovador, é pioneiro e único no IFAL. A busca pela interdisciplinaridade entre os saberes técnicos e a contextualização junto às práticas do mercado de trabalho possibilitou a estruturação de um objetivo principal para cada um dos seis semestres que integram o curso, conforme sintetizado no item ‘Práticas Pedagógicas’ do Projeto do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores – Processo de Reconhecimento (CEFET-AL, 2005) e em Rapôso e Maia (2006), ilustrado no Quadro 04, a seguir.

Como pode ser observado, o objetivo condutor a ser alcançado em todas as disciplinas do semestre é capitaneado por uma disciplina integradora – o Ateliê de Projeto –, por meio de temáticas de estudo vinculadas à realidade de atuação profissional do futuro designer, extraídas de projetos de extensão e parcerias com o setor empresarial de design nos ramos de serviços, comércio e afins, e relacionadas a demandas da sociedade local (RAPÔSO; MAIA, 2006; GAIA; RAPÔSO, 2007).

Quadro 04 – Objetivos Didático-pedagógicos do CST em Design de Interiores Semestre Disciplina integradora Ateliê de Plástica Ateliê de Projeto e Psicologia Ateliê de Projeto e Filosofia Ateliê de Projeto e Antropologia Ateliê de Projeto e Sociologia Ateliê de Projeto e Produto Objetivo condutor Introduzir a representação gráfica e as normatizações de desenho técnico como forma de comunicação e expressão de uma ideia e/ou sentimento (percepção), através da observação e de métodos para auxiliar na elaboração de projetos de interiores Reconhecer e identificar aspectos do comportamento e da personalidade humana e como as variações cromáticas podem interferir neles, constatando e vivenciando a partir da montagem de micro espaços Desenvolver processos de criação de interiores que contemplem os requisitos do belo e do funcional, através de um conhecimento mais amplo, do uso de materiais e da apresentação gráfica Criar interiores voltados à diversidade cultural, à universalidade e ao particular, dotando-os com requisitos técnicos e de conforto ambiental Desenvolver a responsabilidade social, patrimonial, ética e utilizá-las como princípios indispensáveis na vida e na profissão Particularizar o produto e sua comunicação visual no contexto do ambiente projetado, realizando sua confecção com responsabilidade ambiental e sustentabilidade

Fonte: Oliveira Santos (2012)

Segundo Gaia e Rapôso (2007, p. 1), o Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores foi criado em 2001 na perspectiva de uma “prática interdisciplinar, percebida como uma prática pedagógica com intercâmbios e integrações recíprocas entre várias ciências”. Rompe com a fragmentação do ensino, do conhecimento; e integra o design às ciências como a Psicologia, Filosofia, Antropologia, Sociologia e à área de conhecimento correlata como o Design de Produto.

Nesse sentido, as disciplinas Ateliê de Projeto são conduzidas, na proposta do curso, por 2 (dois) professores: um, da área específica e/ou área afim do curso, ou seja, com formação em Design e/ou em Arquitetura; e o outro, da área da ciência que se integra à prática de projeto – isto é, Psicologia, Filosofia, etc., visando à simbiose de saberes e intercâmbio de experiências.

Esse é um dos principais aspectos que tornaram a proposta de curso inovadora e também um dos principais desafios para o seu corpo docente e, sobretudo, para a Coordenação de Curso, considerando a demanda iminente de formação de um quadro docente permanente com formação multi e interdisciplinar em várias áreas de ensino. Tal aspecto diverge da configuração institucional dos quadros docentes permanentes, fragmentados em departamentalizações por área de ensino – como

Códigos e Linguagens e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências Naturais e suas Tecnologias.

Mesmo assim, Gaia e Rapôso (2007) ressaltam que “a interdisciplinaridade e a inovação como metas constantes tanto nas práticas pedagógicas [...] quanto nas atividades de extensão e [...] nas de pesquisa” foram preservadas no projeto do curso em 2005, quando obteve o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC). E ainda destacam que

Tomando-se como ponto de partida o objetivo comum de cada semestre, a prática da interdisciplinaridade e da contextualização no processo de ensino-aprendizagem busca conduzir a uma vivência e a uma experimentação prática pelos alunos, que, muitas vezes, não é correspondida do ponto de vista da fundamentação/argumentação teórico- científica, abrindo uma discussão salutar sobre a importância do saber científico no fazer tecnológico nos projetos sobre as unidades temáticas em estudo desde a criação/concepção da ideia à sua execução, na qual dialogam sistematicamente professores e alunos (GAIA; RAPÔSO, 2007, p. 2).

Recentemente, a inovação e a interdisciplinaridade também foram ratificadas no projeto pedagógico do CST em Design de Interiores (IFAL, 2012), elaborado para a reavaliação do curso, após 5 (cinco) anos de seu reconhecimento.

A organização curricular do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores permite: a atualização, incorporação de inovações, adaptação às mudanças e trabalha a interdisciplinaridade, como também permite a aceleração de estudos.

[...]

As estratégias pedagógicas que permitem essa prática incluem o trabalho em equipes e em perspectiva interdisciplinar; o incentivo à aquisição de novos saberes, com participação ativa em eventos da área; o fortalecimento da articulação entre teoria e prática e ações diversas como monitoria, estágios e bolsas de iniciação científica; o estímulo à prática de estudos que favoreçam o aprendizado da autonomia intelectual (IFAL, 2012, p. 11-12).

O terceiro e último aspecto consiste na utilização de projetos e bancas examinadoras interdisciplinares como sistema de avaliação do processo de ensino e aprendizagem do aluno em cada semestre. De acordo com o projeto do curso reconhecido (CEFET-AL, 2005), o método avaliativo configura-se na defesa de projeto produzido no bimestre pelo aluno – de forma individual ou em equipe – a banca examinadora composta por todos os professores atuantes no semestre. A cada semestre, ocorrem 2 (duas) bancas examinadoras, estando de acordo com o disposto nas normas de organização didático-pedagógicas para os Cursos

Superiores de Tecnologia do Instituto, em que consta a realização de duas avaliações por semestre para obtenção de média.

No projeto do curso, o objetivo das bancas é verificar a apreensão dos conhecimentos discutidos em sala de aula por cada disciplina e sua transformação em uma proposta prática, exequível e adequada ao tema, elaborada interdisciplinarmente. Após as apresentações, os professores analisam cada um dos trabalhos de forma coletiva, opinam sobre o seu conjunto (resultado geral), e conferem nota em uma escala de 1 a 10 pontos. Depois, de forma individualizada, cada professor recorta do trabalho os itens pertinentes a sua disciplina e faz sua avaliação específica (RAPÔSO; MAIA, 2006).

Cabe destacar que, no projeto de curso autorizado, observamos que nem todas as disciplinas do semestre participavam desta forma avaliativa, seja pela sua elevada especificidade, seja pela impossibilidade de adequação ao tema proposto, sobretudo as disciplinas de maior conteúdo teórico. A avaliação dessas disciplinas ocorria de forma isolada, apesar de o professor participar da banca e também tecer comentários, contudo, sem a obrigatoriedade de atribuição de nota ao trabalho (RAPÔSO; MAIA, 2006). Essa situação parece que permitia a integração do conhecimento para a não fragmentação do saber na análise do trabalho proposto, mas abria uma lacuna argumentativa de embasamento teórico-prático pelo aluno, conforme sinalizam Gaia e Rapôso (2007, p. 2):

A opção de avaliação na forma de banca, composta por todos os professores atuantes no referido semestre, na qual os alunos expõem e defendem as concepções expressas em seus trabalhos e os professores tecem comentários pertinentes à sua disciplina, e ao seu suporte à especificidade do tema corrente, indica a importância de uma maior integração entre o saber científico e o fazer tecnológico, sinalizando para a necessidade de inserção da pesquisa científica no âmbito dos CSTs.

Algum tempo depois, a partir das turmas de 2006, com o projeto de curso pós- reconhecimento, adiante analisado, essa lacuna passa a ser minimizada pela busca de participação efetiva das disciplinas de cunho teórico nos projetos interdisciplinares de banca, com base nas unidades temáticas que viabilizassem sua integração.

Em 2003, a terceira turma é iniciada. E com ela, a perspectiva de realização de concurso público para dois novos professores efetivos. Se, por um lado, o concurso

permite a inserção de novos professores ao corpo docente, por outro lado, a Coordenadoria de Design enfrenta a perda de parte dos professores contratados, em função do fim do convênio com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Cultura (FAPEC).

Um primeiro período de transição e adaptação instaura-se no curso e na Coordenadoria de Design: a chegada de novos professores efetivos; a incerteza de continuidade da proposta pedagógica de interdisciplinaridade e contextualização já consolidada pelo corpo docente anterior; a eleição de novo coordenador; a nova turma; a não renovação dos contratos de alguns professores; a necessidade de infraestrutura física, por exemplo, sala para a Coordenadoria e para os professores.

No ano de 2004 a Coordenadoria de Design passa a ser formada por 5 (cinco) professores efetivos – todos eles arquitetos, três mestres e dois especialistas; um deles continua a acumular a função de Coordenador. É implantada uma gestão compartilhada entre os professores que, além das atividades de sala de aula, colaboram e participam da Coordenação em atividades como: planejamento e adaptação das disciplinas para cada semestre; eventos e concursos na área profissional de design; manutenção dos laboratórios; acompanhamento de estágios; supervisão de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e atividades de extensão, incluindo parcerias com empresas e desenvolvimento de pesquisa em design, a qual foi apresentada em Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design – P&D Design (INFORME CEFET-AL, 2005). Essa dinâmica ainda permanece no âmbito da coordenação atual, caracterizando uma descentralização de atividades de ensino e de extensão.

Ainda nesse ano, dois projetos internos bastante significativos para a proposta do curso começam a ser trabalhados na Coordenação: o Escritório Modelo de Design e o Núcleo de Documentação de Design (NDocDesign). Este último, composto por 2 (dois) acervos: Acervo 1 – Acervo Bibliográfico e Documental Específico do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores; Acervo 2 – Materioteca do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores.

Desde 2004, o curso formalizou o Núcleo de Documentação em Design – NDocDesign, cujo propósito é constituir-se em espaço de registro e memória da produção científica e tecnológica da Coordenadoria de Design, tanto discente quanto docente. O núcleo reúne acervo bibliográfico e documental específico, composto por catálogos, mostruários, revistas,

periódicos, boletins, entre outros documentos específicos da área profissional de design, através de doação, adquirida por seu corpo docente em visitas a lojas, feiras e eventos e/ou do seu acervo pessoal, além da colaboração/parceria gratuita de empresas do ramo. Construído e enriquecido a cada semestre, desde quando o curso foi iniciado em 2001, seu volume solicitou uma organização/catalogação sistemática [...] (GAIA; RAPÔSO, 2007).

Os acervos do NDocDesign passaram por dois momentos de organização e sistematização. O primeiro ocorreu no período de 2004-2005, quando foi elaborado o projeto e formalizado o núcleo. O segundo, em 2007-2008, a partir de pesquisa de iniciação científica intitulada “Reestruturação e Implantação do Núcleo de Documentação de Design – NDocDesign e Materioteca” (GAIA; RAPÔSO, 2007; CAVALCANTE; RAPÔSO, 2009).

No final de 2004, a Coordenadoria de Design agrega uma sala para sua estruturação física, que também passa a agregar a Sala de Professores e os acervos do NDocDesign. Surge a necessidade de criação de uma marca que contribuísse para a construção da identidade visual do curso e, consequentemente, do corpo docente, do grupo (Figuras 21 a 23).

O objetivo era criar uma marca que saísse do estereótipo institucional, que sugerisse modernidade e síntese, mas que também proporcionasse flexibilidade dimensional e tivesse visualidade. Das letras D e I, iniciais de Design de Interiores, partiu toda a composição, cujo resultado constitui-se em uma marca original, de fácil legibilidade e assimilação, de traçado atual e coerente com sua aplicação (INFORME CEFET-AL, Encarte Curso de Design de Interiores, 2005).

Figura 21 – Logomarca do Curso de Design de Interiores

Figura 22 – Logomarca do NPDesign, derivação da logo DI

Fonte: Acervo do NDocDesign (2005)

Figura 23 – Logomarca do NDocDesign, derivação da Logo DI

Fonte: Acervo do NDocDesign (2005)

Essas logomarcas ainda são utilizadas pela coordenação e pelos professores, quando elaboram documentos de circulação institucional e que envolvem interesses da coordenação ou interesses próprios, como, por exemplo, memorandos, correspondências, documentos de parcerias, projetos de extensão, entre outros.

O ano de 2005 é marcado por dois momentos importantes e distintos: o semestre 2005.1 e o semestre 2005.2. O primeiro semestre de 2005 é marcado, de início, pelo afastamento de mais 1 (um) professor efetivo por motivo de saúde (licença médica) e, na sequência, pelo pedido de afastamento para capacitação em nível de Doutorado de mais 1 (um) dos professores efetivos.

Em paralelo, o corpo docente vivencia a elaboração do seu Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI 2005-2009 (C. DESIGN, 2005). Através dele, o cenário divide-se entre perspectivas de ações institucionais pró-ativas e incertezas de possível não ação.

Para o grupo dos 5 – agora apenas três professores efetivos na ativa, o processo de planejamento das ações da Coordenadoria de Design significava (e, em parte, ainda significa) estabelecer o norte, definir o rumo que permitisse o realinhamento e a consolidação do processo de ensino e aprendizagem de design

baseado na interdisciplinaridade. Representava também uma nova perspectiva de crescimento enquanto área profissional de conhecimento, que viabilizaria o fortalecimento do corpo docente – inclusive com a aquisição de novos professores para a formação do quadro docente permanente – e ampliaria as atividades desenvolvidas pelos integrantes da Coordenadoria de Design no ensino, na pesquisa e na extensão.

No PDI de Design, foram projetados para o período de 2005-2009: 5 (cinco) cursos de extensão de curta duração para atender demandas de estudantes e/ou profissionais na área de design de interiores, arquitetura e artesanato; 1 (um) Curso Técnico em Desenho de Projetos de Interiores; 1 (um) Curso Superior de Tecnologia em Design de Móveis para atender necessidade de formação de pessoas já incluídas no mercado de trabalho e de egressos do ensino médio, bem como atender demanda de mercado do setor moveleiro alagoano; e, por fim, 1 (um) Curso de Especialização em Ecodesign, destinado à formação continuada de graduados em design, arquitetura e urbanismo, engenharia de produção, engenharia civil, entre outros.

O PDI de Design previa também a necessidade gradual de ampliação da infraestrutura física, educacional e administrativa. Para o período, foi planejada a aquisição de: Sala de Professores e Escritório Modelo, ambos em ambientes próximos à Sala da Coordenadoria de Design; Laboratório de Informática, Sala de Aula (convencional), Laboratório de Desenho (Sala 03), Laboratório de Plástica e Maquete (Sala 04), além da manutenção dos laboratórios existentes (Salas 01 e 02), incluindo a transformação do Laboratório de Maquete/Desenho (Sala 01) em apenas Laboratório de Desenho.

O segundo semestre de 2005 é marcado por um segundo período de transição e reestruturação do curso e da Coordenadoria de Design: a possibilidade de encerramento do CST em Design de Interiores com o processo de reconhecimento do curso autorizado, após cinco anos de implantado; e o questionamento crítico- reflexivo dos 03 (três) e únicos professores efetivos na ativa: O que fazer? Qual será a alternativa para a manutenção do curso? Para onde iremos se o curso encerrar?

Nesse momento crítico vivido pelo corpo docente é que a prática da interdisciplinaridade e da contextualização junto ao corpo discente encontra a sua

principal resposta didático-pedagógica. Com o apoio das 7 (sete) alunas concluintes da turma de 2003, forma-se um grupo de 10 (dez) sujeitos engajados em um único propósito: apresentar a originalidade do curso quanto à sua proposta curricular e demonstrar que a prática da interdisciplinaridade e da contextualização é possível e promove aprendizagens únicas e múltiplas a todos os envolvidos – professores- alunos e vice-versa –, potencializando as habilidades individuais e coletivas.

Enquanto o pequeno grupo docente empreendia esforços na organização documental do curso para a chegada da Comissão de Reconhecimento, o grupo