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custos antes de segui-lo O preço é nada menos do que nossas vidas.

No documento O Temor Do Senhor - John Bevere (páginas 50-59)

... Porque nós somos santuários do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles... (2Co 6:16)

Sob a Velha Aliança, a presença gloriosa de Deus habitou primeiro no tabernáculo, depois, no templo de Salomão.

Agora Deus se prepara para morar naquela que sempre foi sua habitação desejada - não um templo feito de pedra, mas o templo que está nos corações dos seus filhos e filhas.

HABILITAR PARA O SENHOR UM POVO PREPARADO Primeiramente, teve que haver a ordem divina. Dessa vez, a ênfase não seria na ordem externa, mas na ordem interna. Lá, na intimidade secreta do coração, é que a glória do Senhor seria revelada.

Esse processo de ordem e transformação começou com o mi- nistério de João Batista. Seria um erro ver João como um profeta do Velho Testamento, porque a Bíblia descreve seu ministério como o princípio do evangelho de Jesus Cristo (Mc 1:1). Sua pregação é encontrada no início de todos os quatro Evangelhos. Jesus também enfatizou isso declarando: Â lei e os profetas vigoraram até João (Lc 16:16). Observe que Ele não disse: "A lei e os profetas vigoraram até Mim".

O nascimento de João foi anunciado a seu pai por um anjo. A força do seu ministério foi resumida por estas palavras: E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus. [...] habilitar para o Senhor um povo preparado (Lc 1:16, 17).

Observe que ele estava para habilitar para o Senhor um povo preparado. Da mesma maneira como Deus ungiu os artistas e artesãos para construir o tabernáculo nos dias de Moisés, assim também Ele ungiu João para preparar o templo não feito por mãos humanas. Pelo Espírito de Deus, ele começou o processo de preparação para o novo templo.

Isaías profetizou a respeito de João:

Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor [...] Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A gloria do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse (Is 40:3-5).

Esses montes e outeiros não eram fortalezas de elementos naturais; eram os caminhos do homem que eram opostos aos

caminhos de Deus. O orgulho elevado e arrogante dos homens tinha de ser rebaixado. A irreverência e a estultícia do homem seriam confrontadas e aplainadas em preparação para a revelação da glória do Senhor.

A palavra hebraica para escabrosos no versículo acima é "aqob". Strong a define como "fraudulento, enganoso, poluído ou escabroso". É fácil ver que escabroso não está se referindo a uma falta de perfeição física. Uma tradução mais precisa de aqob seria "enganoso".

João não foi enviado àqueles que não conheciam o nome do Senhor. Foi enviado àqueles que faziam parte da aliança com Jeová. O povo de Israel havia se tornado religioso; contudo, acreditava que tudo estava indo bem. Na verdade, Deus viu os israelitas como ovelhas perdidas. Os milhares que fielmente assistiam na sinagoga, permaneciam ignorantes a respeito da verdadeira condição dos seus corações. Estavam enganados e pensavam que sua a adoração e o culto eram aceitáveis a Deus.

João expôs esse engano e rasgou o manto que envolvia tal ilusão. Balançou os frágeis alicerces nos quais haviam se justificado como descendentes de Abraão. Trouxe à luz o erro nas doutrinas dos seus anciãos e expôs suas fórmulas de orações desprovidas de paixão e de poder. Mostrou a futilidade de dar dízimos enquanto negligenciavam e até roubavam o pobre. Apontou a frivolidade dos seus hábitos religiosos sem vida e claramente revelou que os seus corações endurecidos estavam longe de Deus.

João veio pregando um batismo de arrependimento (Mc 1:4). A palavra grega para batismo é baptisma, e é definida como "imersão". De acordo com o dicionário Webster, "imersão" significa "mergulhar". Assim, a mensagem de João não era de arrependimento superficial, mas de uma completa e radical mudança de coração.

A confrontação corajosa de João destruiu a falsa segurança que os israelitas tinham encontrado nas suas ilusões firmemente arraigadas. Sua mensagem era um chamado para os homens voltarem seus corações para Deus. O Seu compromisso divino aplainou o solo dos corações que o receberam. As elevadas montanhas do orgulho e altivas colinas da religião foram aplainadas, preparando as pessoas para receberem o ministério de Jesus.

O MESTRE CONSTRUTOR

Uma vez que o trabalho de João estava completo, Jesus veio preparar o templo sobre o terreno plano da humildade até que o processo de construção estivesse completo. Jesus lançou o

fundamento e construiu: Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo (ICo 3:11).

Mais uma vez a Palavra de Deus trouxe ordem divina. Mas, dessa vez a sua Palavra foi revelada como a Palavra de Deus que se fez carne! Jesus é o Mestre Construtor (Hb 3:1-4), não só por seus ensinos, mas pela vida que viveu. Em todos os sentidos, Ele manifestou à humanidade o caminho aceitável do Senhor.

Aqueles que receberam o ministério de João estavam preparados para receber a obra do Seu Mestre Construtor. Da mesma forma, aqueles que rejeitaram João estavam despreparados para receber as palavras de Jesus, pois o solo dos seus corações estava desnivelado e inconstante. Nenhum fundamento havia sido lançado. Eles eram como uma construção que não estava preparada para receber um santuário.

Jesus se dirigiu ao orgulho dos religiosos que resistiam a Ele:

Porque. João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal para acreditardes nele (Mt 21:32).

Foram os pecadores daquela época que receberam a mensa- gem de João e abriram seus corações a Jesus. Aproximaram-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir (Lc 15:1). Eles não se sentiam confortados em sua religião e sabiam que precisavam de um Salvador.

O PASSO FINAL DA PREPARAÇÃO

Quando Jesus cumpriu tudo o que seu Pai havia ordenado que Ele fizesse em seu ministério na terra, Ele foi enviado à cruz por Caifás, o sumo sacerdote interino, como o Cordeiro do sacrifício. Esse foi o passo final e mais importante na preparação do templo no coração do homem. O sacrifício de Jesus eliminou a natureza pecaminosa que separava o homem da presença de Deus, desde a queda de Adão.

Nós vimos a oferta do Cordeiro, do sacrifício prefigurado na edificação do tabernáculo e na dedicação do templo.Quando o tabernáculo foi levantado, Arão, como sumo sacerdote, ofereceu sacrifícios ao Senhor. Um dos sacrifícios era um cordeiro sem defeito. Depois que isso foi feito: Então entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; e saindo, abençoaram o povo; e a glória do Senhor apareceu a todo o povo (Lv 9:23). Isso aconteceu pouco depois que Nadabe e Abiú foram julgados e mortos.

do templo de Salomão.

Então o rei e todo o povo ofereceram sacrifícios diante do Senhor. Ofereceu o Rei Salomão em sacrifício vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim, o rei e todo o povo consagraram a casa de Deus... (2Cr 7:4-6)

Nesse mesmo dia a glória do Senhor foi revelada no templo. O escritor de Hebreus compara o sacrifício de Cristo aos sacrifícios oferecidos no tabernáculo e no templo, dizendo:

Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez, por todas, tendo obtido eterna, redenção (Hb 9:12).

Jesus, o Cordeiro de Deus, pendurado na cruz, derramando cada gota do seu sangue inocente e real por nós. Uma vez que esse ato estava consumado, o véu do templo foi rasgado em dois, de alto a baixo (Lc 23:45). Deus se mudara! A glória de Deus nunca mais seria revelada em uma casa feita por mãos humanas. Sua glória havia sido revelada no templo em Ele sempre tinha desejado morar.

UM SÓ CORAÇÃO E UM SÓ PROPÓSITO

Agora leia o que aconteceu logo após a ressurreição de Jesus:

Ao cumprir-se o Dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles (At 2:1-3).

Mais uma vez a glória do Senhor se manifestou. Note que eles estavam todos reunidos no mesmo lugar. Ordem Divina. Como você conseguiria um acordo entre cento e vinte pessoas? A resposta é simples: todas estavam mortas para si mesmas. Não tinham nenhum programa. Tudo que importava era que tinham obedecido às palavras de Jesus.

Nós sabemos que Jesus ministrou a dez mil pessoas em meu ministério de três anos e meio. Multidões o seguiram. Depois da Sua crucificação e ressurreição, Ele apareceu a mais de quinhentos seguidores (ICo 15:6). Contudo, no dia de Pentecostes, nós encontramos apenas cento e vinte seguidores na casa quando o Espírito de Deus se manifestou (At 1:15).

É interessante notar que os números continuaram diminuindo, e não aumentando. Onde estavam os milhares, após a crucificação? Por que Ele apareceu somente a quinhentos? No dia de Pentecostes, onde estavam os quinhentos? Foi somente a cento e vinte discípulos que a glória de Deus foi revelada.

Depois da sua ressurreição, Jesus disse às pessoas que não saíssem de Jerusalém, mas esperassem pela promessa do Pai (At 1:4). Eu creio que todos os quinhentos esperaram pela promessa. Mas à medida que os dias se passaram, o tamanho do grupo encolheu. Impacientes, alguns devem ter decidido: "Nós temos que continuar nossas vidas; Ele se foi". Outros podem ter partido para adorar a Deus, na sua sinagoga, da maneira tradicional. Outros ainda podem ter citado as palavras de Jesus: "Devemos ir por todo o mundo e pregar o evangelho. Deveríamos partir agora e fazer isto!"

Eu creio que o Senhor esperou até que aqueles que permaneceram, disseram a si mesmos: "Mesmo que a gente tenha que apodrecer, nós não vamos sair daqui, porque o Mestre disse para esperar". Somente aqueles que eram completamente submissos ao Mestre poderiam fazer tal compromisso. Nenhuma pessoa, atividade, ou coisa importava tanto quanto a obediência às palavras dele. Esses eram aqueles que tremiam diante da sua Palavra (Is 66:2). Eles temiam a Deus!

Aqueles que permaneceram, tinham ouvido atentamente quando Jesus falou à multidão, dizendo:

E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo. Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo (hc 14:27-29, 33).

Jesus deixa claro que para segui-lo, devemos, primeiramente, calcular o custo. Há um preço para seguir Jesus, e é Ele quem decide a quantia certa. O preço é nada menos do que nossas vidas!

Você pode questionar: "Eu pensei que a salvação fosse um presente gratuito, algo que não se pode merecer!?" Sim, a salvação é um presente que não pode ser comprado ou merecido. Porém, você não pode retê-lo se não entregar toda a sua vida em troca! Até mesmo um presente deve ser protegido para não ser perdido ou roubado.

será salvo(Mt 10:22). A força para permanecer é encontrada na doação espontânea da sua vida.

Um crente verdadeiro, um discípulo, rende sua vida completamente ao Mestre. Os discípulos permanecem firmes até o fim. Convertidos e expectadores podem desejar os benefícios e as bênçãos, mas não têm a resistência para permanecer até o fim. No final, eles desaparecem. Jesus deu-nos a Grande Comissão: Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações... (Mt 28:19). Ele nos comissionou a fazer discípulos, não convertidos.

Os remanescentes que permaneceram no dia de Pentecostes tinham colocado aparte seus sonhos, ambições, metas e outros compromissos. Isso criou uma atmosfera em que podiam ter um só propósito e um só coração.

Esta é a unidade que Deus deseja para nós hoje. Tem havido vários movimentos em prol da unidade em nossas cidades, entre alguns líderes e igrejas. Nós caminhamos juntos e buscamos a unidade.

Mas devemos nos lembrar de que só Deus pode verdadeira- mente nos fazer um. A menos que nós deixemos tudo o mais de lado, os compromissos que estão ocultos virão à tona. Quando há motivos ocultos, os relacionamentos se desenvolvem em um nível superficial. O resultado é fraco e improdutivo. Podemos ter unidade de propósito, sem obedecer ao coração do nosso Mestre. Desta forma, nossa produtividade é vã. Pois Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam... (SI 127:1). Deus ainda está buscando aqueles que tremem diante da sua Palavra! Este é o lugar onde a verdadeira unidade é encontrada.

A GLÓRIA DO SENHOR É REVELADA

Aqueles que estavam reunidos no dia de Pentecostes tinham verdadeira unidade. Eles estavam unidos no propósito do seu Mestre. Seus corações estavam em ordem. A preparação do ministério de João havia se juntado ao ministério de Jesus e resultou em ordem divina. A ordem divina foi alcançada nos corações dos homens. Em concordância com o padrão de Deus, depois da ordem divina, veio a glória revelada de Deus. Leia novamente o que aconteceu naquele dia:

De repente, veio do céu um som como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde eles estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles (At 2:2, 3).

Uma porção da glória de Deus se manifestou sobre aqueles cento e vinte homens e mulheres. Observe que línguas como de

fogo desceram sobre cada um deles. Esqueça as imagens que você tem visto no seu livro de escola dominical - pequenas chamas de fogo flutuando sobre as cabeças daqueles discípulos. Todos os presentes foram batizados ou imersos no fogo da sua gloriosa presença (Mateus 3:11).

É claro que aquela não era a glória de Deus plenamente revelada, pois nenhum homem viu nem pode resistir à glória de Deus plenamente revelada (1 Tm 6:16). Porém, essa manifestação foi forte o bastante para atrair a atenção de multidões de judeus devotos, tementes a Deus que estavam em Jerusalém, de todos os países debaixo do céu (At 2:6,7).

Naquele momento, em resposta, Pedro se levantou e lhes pregou o Evangelho. Três mil pessoas foram salvas e acrescentadas à igreja naquele dia. Não foi um culto agendado, nem houve qualquer anúncio. Como resultado:

Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos (At 2: 43).

Deus havia revelado uma porção da sua glória e as pessoas ficaram profundamente atemorizadas pela sua presença e poder. Ele continuou a operar de uma maneira poderosa. Diariamente, havia testemunhos de tremendos milagres e libertações.

Não havia como negar que a poderosa mão de Deus estava operando. Homens e mulheres entravam no reino, em multidões. Aqueles que anteriormente tinham entregado suas vidas a Jesus, foram renovados pela presença do seu Espírito.

Mas, como nós já vimos, se Deus revela sua glória e as pessoas reagem com falta de temor, há julgamento certo. De fato, quanto maior a glória, maior e mais rápido o julgamento. No próximo capítulo, vamos examinar, mais profundamente, o evento trágico que ocorreu logo após a revelação da glória de Deus.

Se você deseja o louvor do homem, vai temer

No documento O Temor Do Senhor - John Bevere (páginas 50-59)