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A MIZADE COM D EUS

No documento O Temor Do Senhor - John Bevere (páginas 137-149)

A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança (Sl 25:14).

Agora, vamos discutir o que eu acredito ser o aspecto mais emocionante de andar no temor de Deus. Este é o desejo do coração de todo verdadeiro crente. É a única coisa que sempre trará satisfação duradoura. É o motivo da criação de Deus e o seu propósito na redenção, o próprio centro do coração de Deus e um tesouro reservado para aqueles que o temem. Como introdução, vamos retomar a sabedoria de Salomão:

O temor do Senhor é o princípio do saber (Pv 1:7).

Saber o quê? Salomão está se referindo ao saber científico? Não; muitos cientistas exaltam o homem e não têm temor de Deus. Este versículo se refere às realizações sociais ou políticas? Não; porque os caminhos do mundo são loucura para Deus. É o conhecimento das Escrituras? Não, porque embora os fariseus fossem peritos na lei, estavam desagradando a Deus. Nossa resposta é encontrada em Provérbios 2:5: Então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Deixe-me repetir isto para você em termos mais simples: você vai conhecer a Deus intimamente. O salmista confirma isto dizendo:

A intimidade do Senhor é para os que o temem (Sl 25:14). O temor do Senhor é o princípio, ou o ponto de partida, de um relacionamento íntimo com Deus. A intimidade é um relacionamento de mão dupla. Por exemplo, eu sei sobre o presidente dos Estados Unidos. Eu posso listar várias informações sobre as realizações dele e sua postura política, mas não o conheço realmente. Não tenho um relacionamento pessoal com ele. Aqueles que são parentes chegados do presidente e os seus amigos íntimos o conhecem. Se nós estivéssemos na mesma sala,

reconheceria rapidamente o presidente, mas ele não me conheceria. Embora seja um cidadão americano e conheça o presidente, não poderia falar com ele como se ele fosse meu amigo. Isto seria inapropriado e até mesmo desrespeitoso. Ainda estaria sob sua jurisdição e autoridade como presidente e sob a sua proteção como comandante-em-chefe, mas a autoridade dele sobre mim não me concederia automaticamente uma relação de intimidade com ele.

Outro exemplo: um de nós sente grande atração por uma celebridade do esporte ou de Hollywood. Os nomes são comuns em todos os lares americanos. A mídia tem descoberto a vida pessoal deles através de numerosas entrevistas de televisão, jornais e artigos de revista. Ouço os fãs falarem como se essas celebridades fossem seus amigos íntimos. Tenho visto pessoas se envolverem emocionalmente nos problemas conjugais dos seus ídolos e tenho visto as pessoas lamentarem como se eles fossem parte da família quando morrem seus heróis de algum esporte ou do cinema.

Se esses fãs se encontrassem com seu herói célebre na rua, não receberiam nem mesmo um aceno de cabeça em cumprimento. Se forem corajosos o suficiente para parar essa celebridade, poderiam descobrir que a verdadeira pessoa é bastante diferente da imagem que ele ou ela representam. O relacionamento entre celebridades e seus fãs é um relacionamento de mão única.

Eu tenho lamentado este mesmo comportamento na igreja. Escuto os crentes falarem sobre Deus como se Ele fosse apenas um amigo, alguém com que costumam passar tempo. Contam casualmente como Deus lhes tem mostrado isso ou aquilo. Dizem o quanto desejam a presença e têm fome da unção de Deus. Muitas vezes, os novos crentes ou ainda não-estáveis em seu relacionamento com o Senhor se sentem desconfortáveis e espiritualmente deficientes perto desses amigos íntimos de Deus.

Normalmente, dentro de pouco tempo você vai ouvir esses indivíduos se contradizerem. Eles dirão algo que revela claramente que o seu relacionamento com Deus não é diferente daquele entre um fã e seu ídolo. Demonstram estar comentando um relacionamento que simplesmente não existe.

O Senhor disse que nós não podemos sequer começar a conhecê-lo intimamente, a menos que o temamos. Em outras palavras, um relacionamento íntimo e a amizade com Deus sequer tem início se o temor de Deus não estiver firmemente plantado nos nossos corações.

Nós podemos assistir aos cultos, ir à frente em resposta a to- dos os apelos do púlpito, ler a Bíblia diariamente e frequentar

todas as reuniões de oração. Podemos pregar sermões maravilhosos e motivadores, trabalhar duro no ministério durante anos e até mesmo receber o respeito e a admiração dos colegas. Mas se não temermos a Deus, estaremos apenas escalando os degraus da escada religiosa. Qual é a diferença entre estes rituais religiosos e sofrer da síndrome de celebridade?

Conheço pessoas que podem falar mais sobre a vida pessoal do seu ídolo do que falam sobre a sua própria vida. Eles estão cheios de opinião, novidades, fatos e detalhes. Tal conhecimento sobre alguém não garante intimidade com eles. Esses seguidores de celebridades são como pessoas que observam a vida dos outros pela janela. Eles vêem o quê, onde e quando, mas eles não sabem o por quê.

AMIGO DE DEUS

Deus chamou dois homens de seus amigos nas Escrituras. Isso não quer dizer que não teve outros, mas que Deus reconheceu especificamente esses dois e intencionalmente registrou essa amizade. Eu acredito que fez isso para nosso benefício e para que pudéssemos receber discernimento sobre o que Deus procura em um amigo.

O primeiro é Abraão. Abraão foi chamado de amigo de Deus (2Cr 20:7). Quando Abraão tinha setenta e cinco anos, Deus estabeleceu uma aliança com ele. Dentro dos parâmetros dessa aliança, prometeu dar a Abraão o desejo do seu coração: um filho. Antes do nascimento desse filho, Abraão cometeu vários erros, alguns muito graves.

Porém, apesar de tudo, Abraão creu, obedeceu, e tinha plena convicção de que Deus iria cumprir tudo o que havia prometido.

Quando Abraão tinha noventa e nove anos de idade, sua es- posa ficou grávida e o seu filho prometido, Isaque, nasceu! Você pode imaginar a alegria de Abraão e Sara depois de esperar tantos anos? Pode imaginar o amor que eles tinham por esse filho prometido?

APROVAÇÃO

O tempo passou e o relacionamento entre pai e filho os tornou muito íntimos. A vida desse menino significava mais para Abraão do que a sua própria vida. Sua grande riqueza não era nada em comparação à alegria desse filho. Nada significava mais para Abraão do que o filho precioso dado por Deus.

Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de

Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei (Gn 22:1, 2).

Você pode imaginar o choque de Abraão ao ouvir estas palavras? Ele nunca havia imaginado que Deus lhe pediria uma coisa tão difícil. Ficou atordoado. Pai e filho eram tão íntimos! Depois de todos aqueles anos de espera por aquele jovem inestimável, Deus havia pedido mais do que a própria vida de Abraão. Deus pediu o seu coração. Não fazia sentido.

Mas Abraão sabia que Deus não comete erros. Não havia como negar o que Deus já havia falado claramente. Havia apenas duas opções para um homem da aliança: obedecer ou quebrar a aliança. Quebrar a aliança com Deus nem mesmo foi considerado por esse homem de fé, tão imerso ele estava em seu temor piedoso.

Sabemos que isso foi uma prova, mas Abraão não sabia. Nós nunca sabemos que Deus está nos testando até que estejamos do outro lado. É possível errar em um teste na universidade, mas ninguém pode errar nos exames que Deus aplica. Se nós não estudarmos nem fizermos a lição de casa purificando os nossos corações e limpando as nossas mãos, não poderemos passar nos testes de Deus, não importa quão inteligente sejamos!

Se os descendentes de Abraão tivessem conhecido o resulta- do do que Deus estava fazendo no deserto ao pé do Monte Sinai, eles teriam reagido de forma diferente. Abraão tinha algo diferente no seu coração, algo que os seus descendentes não tinham.

Certa vez, Deus me pediu que abandonasse algo que eu pen- sava que Ele me havia dado. Isso significava mais para mim do que qualquer outra coisa. Eu o havia desejado durante anos. Era um convite para trabalhar com um evangelista muito famoso, uma pessoa a quem eu amava afetuosamente.

Ele e sua esposa ofereceram cargos de assistentes para mim e minha esposa na sua equipe. Eu não apenas amava esse homem, mas também via isso como uma oportunidade de Deus realizar um sonho profundamente implantado no meu coração: eu poderia pregar o evangelho para as nações do mundo.

Esperava plenamente que Deus dissesse sim a esta oferta maravilhosa, mas Ele deixou claro que eu devia recusar o convite. Passei dias lamentando por ter perdido esta oportunidade. Eu sabia que havia obedecido a Deus, porém, eu não entendia porque Ele me havia pedido para fazer uma coisa tão difícil. Depois de semanas de confusão, finalmente clamei: "Deus, por que Tu me fizeste colocar isto no altar?"

Ele respondeu depressa ao meu clamor: "Para ver se você estava servindo a mim ou ao seu sonho".

Somente, então, entendi que eu havia sido provado. No meio de toda esta situação, não havia percebido o que Ele estava fazendo. As únicas coisas que me impediram de seguir o meu próprio caminho foram o meu amor e o temor a Deus.

O TEMOR DE ABRAÃO A DEUS FOI CONFIRMADO

Eu gosto muito da maneira como Abraão reagiu à ordem mais difícil de Deus: Levantou-se, pois, Abraão de madrugada (Gn 22:3). Ele não falou sobre isso com Sara. Não houve nenhuma hesitação. Havia decidido obedecer a Deus. Havia apenas duas coisas que significavam mais para Abraão do que o seu Isaque prometido: o seu amor e o seu temor a Deus. Ele amava e temia a Deus, acima de tudo.

Deus disse a Abraão que fizesse uma jornada de três dias. Isso lhe deu tempo para ponderar sobre a ordem que recebera. Se houvesse qualquer hesitação no seu coração, esse período de tempo teria demonstrado isto. Quando chegaram ao lugar de adoração designado, Abraão construiu um altar, amarrou o seu filho, deitou-o sobre o altar e pegou o seu cutelo. Daí ele levantou o cutelo sobre a garganta de Isaque.

Nesse momento, Deus falou através de um anjo, detendo-o no meio do seu ato de obediência: Não estendas a mão sobre o rapaz, e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho (Gn 22:12).

Abraão provou seu temor ao considerar os desejos de Deus como mais importantes do que os seus próprios desejos. Deus sabia que se Abraão passasse nessa prova, passaria em todas.

Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho. E pôs Abraão por nome àquele lugar - o Senhor proverá... (Gn 22:13,14).

Ao final dessa prova, Deus revelou um novo aspecto da sua própria pessoa a Abraão. Ele se revelou como o Jeová-Jireh. Essa revelação do caráter de Deus significa "Jeová Provê". Ninguém, desde Adão, o havia conhecido dessa maneira. Deus revelou seu coração a esse homem humilde que se havia tornado seu amigo. O Senhor estava revelando a Abraão as coisas que para os outros homens ainda eram "segredos" do seu coração e caráter.

Mas é importante compreender que Deus não se revelou como "Jeová Provê" senão depois que Abraão havia passado na prova do santo temor. Muitos clamam a Deus querendo conhecer seu caráter e os diversos atributos da natureza de Deus, entretanto, eles nunca O obedeceram nas situações difíceis. Eles

podem cantar: "Jeová-Jireh, meu provedor, sua graça é suficiente para mim...", mas é apenas uma canção até que Ele seja revelado através da obediência como tal. A menos que nós passemos na prova de obediência a Deus, tais declarações procedem da nossa cabeça, e não do nosso coração. É quando nos aventuramos no deserto terrível e árido da obediência que Deus se revela como Jeová-Jireh e amigo (Is 35:1,2).

Não foi por obras que o nosso pai, Abraão, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês que a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus (Tg 2:21-23).

Observe que Abraão foi justificado por suas obras, que correspondiam a sua fé. A prova do seu santo temor e fé foi sua obediência. Temer a Deus é crer em Deus. Crer em Deus é obedecê-lo. Tiago afirma que a obediência de Abraão, alimentada por seu santo temor a Deus, resultou em amizade com Deus. Deus deixa isto bem claro:

A intimidade o Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança (Sl 25:14).

Isto não poderia ser mais claro! Leia novamente este versículo do Salmo 25 e guarde-o em seu coração. Por que há tanta pregação superficial nos nossos púlpitos? Por que os cristãos não têm a profundidade dos nossos antepassados? Isto é resultado de uma doença crescente na igreja. É um vírus chamado "ausência de temor do Senhor!"

Deus disse que Ele revela os seus segredos àqueles que o te- mem. Com quem você compartilha os segredos do seu coração? Com os conhecidos ou com os seus amigos íntimos? Com os amigos íntimos, é claro. Os segredos não estariam seguros com meros conhecidos. Bem, Deus faz a mesma coisa. Ele só compartilha o seu coração com aqueles que o temem.

O HOMEM QUE CONHECIA OS CAMINHOS DE DEUS

Moisés foi outro homem a quem Deus chamou de amigo. Ele era um homem que conhecia os caminhos de Deus. Em Êxodo 33:11 Deus diz: Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo.

O rosto de Moisés foi desvendado porque temia a Deus. Portanto, foi capaz de falar com Deus intimamente. O resultado

foi:

Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel (Sl 103:7).

Israel não temia a Deus, por isso lhe foi negada a intimidade com Ele. Os caminhos e os segredos da sua aliança não foram revelados aos israelitas. Eles conheciam a Deus de um modo bem semelhante ao que conheço o presidente dos Estados Unidos. Eu conheço o presidente através das suas realizações, providências e atos. Os israelitas não eram conhecedores do porquê da aliança de Deus. Eles não entendiam os motivos de Deus, as suas intenções e os desejos do seu coração.

Israel percebeu apenas o caráter de Deus como foi exibido ao mundo natural. Muitas vezes, confundiam os métodos de Deus de "tirar" ou "reter" quando não conseguiam exatamente o que queriam. É impossível conhecer a Deus observando apenas o que Ele faz no mundo natural. É como conhecer uma celebridade apenas através das notícias da mídia. Deus é Espírito, seus caminhos estão ocultos da sabedoria deste mundo (Jo 4:24; I Co 2:6-8). Deus se revela apenas àqueles que o temem. Os filhos de Israel não entenderam a sabedoria ou o conhecimento por trás de tudo o que Deus estava fazendo. Portanto, estavam constantemente fora do passo de Deus.

O TEMOR DO SENHOR É CONHECER OS CAMINHOS DE DEUS

Moisés, muito frequentemente, sabia porque Deus fazia as coisas como Ele fazia. A Bíblia descreve esse discernimento como entendimento. De fato, Moisés sempre sabia o que Deus estava para fazer antes que Ele o fizesse, porque Deus o revelava com antecedência. A Bíblia chama isto de sabedoria. O salmista nos fala:

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que a praticam (Sl 111:10).

Temer a Deus é obedecê-lo, mesmo quando isto parecer não lhe trazer nenhuma vantagem. Quando nós o tememos, Ele nos chama de amigos e revela o motivo, as intenções e os desejos do seu coração. Nós passamos a conhecê-lo não pelos seus atos, mas pelos seus caminhos. Leia atentamente as palavras de Jesus para os seus discípulos durante a última ceia, depois que Judas se retirou:

vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. (Jo 15:14,15)

Tenho ouvido este trecho ser citado como uma promessa de amizade com o Senhor. Porém, há uma condição bem definida estabelecida para este tipo de amizade. A condição é: ...se fazeis o que eu vos mando (Jo 15:14).

Nas palavras do salmista, esse tipo de amizade com Deus é reservada para aqueles que o temem, para os que obedecem a sua Palavra incondicionalmente.

O Senhor disse: Já não vos chamo servos. Seus discípulos haviam demonstrado a sua fidelidade como servos durante três anos e meio. Eles permaneceram com Jesus quando outros discípulos o haviam abandonado (Jo 6:66). Houve uma época em que Jesus os tratou apenas como servos. Foi um período de prova, como aconteceu com Abraão e Moisés. Um novo exame havia começado e agora as palavras de Jesus eram proféticas. O exame iria confirmar a firme obediência dos discípulos na sala da ceia. A ordem divina seria estabelecida. A sala da ceia iria revelar o conteúdo de cada coração humano.

Jesus disse: Porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer (meus amigos, os que temem a Deus). Os amigos de Deus vão receber o dom do discernimento, porque Deus compartilha os seus planos com os amigos. (Parênteses acrescido pelo autor).

DEUS COMPARTILHA SEUS PLANOS COM SEUS AMIGOS Deus compartilha os motivos e intenções do seu coração com os seus amigos. Ele discute os seus planos e até confia nos seus amigos.

Disse o Senhor: Ocultarei a Abraão o que eu estou para fazer? (Gn 18:17)

O Senhor falou isto para os anjos, seus servos, que estavam com Ele na presença de Abraão. Deus então se voltou para Abraão:

Disse mais o Senhor: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito. Descerei e verei se de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei (Gn 18:20,21).

Então, o Senhor revelou a Abraão o julgamento iminente que pairava sobre as cidades de Sodoma e Gomorra. Abraão intercedeu e clamou pelas vidas dos justos.

E, aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio? Se houver, porventura, cinquenta justos na cidade, destruirás ainda assim e não pouparás o lugar por amor dos cinquenta justos que nela se encontram? Longe de ti o fazeres tal cousa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra? Então, disse o Senhor: Se eu achar em Sodoma cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a cidade toda por amor deles (Gn 18:23-26).

Abraão havia pedido que as vidas dos outros fossem poupadas da mão do julgamento de Deus. Apenas um amigo conversa desse modo com um rei ou juiz que tem o poder de executar o julgamento. Vindo de um servo ou súdito, tal petição seria desrespeitosa, mas na verdade, Abraão entrou em um processo de negociação com Deus. Abraão continuou falando com Deus de cinquenta até dez, e Deus começou a procurar as dez pessoas justas em Sodoma e Gomorra. O relatório sobre a maldade do povo mostrou-se claramente verdadeiro, porque nem mesmo dez pessoas justas foram encontradas em nenhuma daquelas cidade. O Senhor encontrou apenas Ló, o sobrinho de Abraão, e a família dele.

Deus apresentou ao seu amigo Abraão o que Ele planejava fazer. Ele confiou em Abraão porque Abraão temia a Deus. O temor de Abraão o havia elevado ao nível da confiança de Deus.

CONTAMINADO PELO MUNDO

Ló pode ter sido considerado justo, mas também era munda- no. Ele não tinha mais discernimento do julgamento iminente do que os moradores daquelas cidades, que eram ímpios. Embora fosse justo, Ló foi apanhado de surpresa, ignorando o que estava para acontecer. Ló representa os cristãos carnais e mundanos, que não têm o ardente e santo temor de Deus. O relacionamento deles com o Senhor também não é muito diferente daquele entre fãs fanáticos e celebridades.

Isso pode ser visto pelo lugar onde Ló escolheu para morar

No documento O Temor Do Senhor - John Bevere (páginas 137-149)