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Da colegialidade à unipessoalidade: a problemática da eleição

Capítulo IV – REPRESENTAÇÕES E PRÁTICAS DE LIDERANÇA NUMA ESCOLA SECUNDÁRIA

REPRESENTAÇÕES E PRÁTICAS DE LIDERANÇA NUMA ESCOLA SECUNDÁRIA

2. A liderança do diretor – representações e práticas

2.1. Da colegialidade à unipessoalidade: a problemática da eleição

A ESA, tal como grande número de escolas públicas portuguesas, vivia, aquando do estudo, o seu segundo ano de liderança unipessoal, consequência da entrada em vigor do D/L 75/2008, que instituiu a obrigatoriedade do órgão de administração e gestão das escolas ser o Diretor, não deixando à escola a liberdade de opção entre um órgão colegial, o Conselho Executivo e um unipessoal, o Diretor, como estabelecia o D/L 115- A/98. Logo, não há dúvidas quanto à intencionalidade do legislador de substituir a colegialidade, com mais de 30 anos de história, portanto uma jovem adulta ‘condenada

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à morte’ através de um golpe legislativo sem que tivesse havido direito de defesa, pela unipessoalidade, decisão que na letra do normativo teria como fim o ‘reforço das lideranças’, como se fosse indiscutível que um pode mais do que muitos, ideia válida para ditaduras absolutistas na base dum poder ilimitado, rematando o legislador com a necessidade de ter nas escolas ‘um rosto a quem assacar responsabilidades’. Uma leitura, provavelmente simplista, dos pressupostos da liderança unipessoal poder-nos-ia conduzir à ideia de que o legislador considerava ou que os órgãos colegiais são menos responsáveis do que os unipessoais ou, então, que era mais difícil culpar uma equipa, como se esta não tivesse rosto, do que uma pessoa singular.

Apesar deste modelo se constituir como um factor de ruptura com o anterior, sobretudo pelas circunstâncias de se desenvolver em torno da polémica figura do diretor, não muito apreciada provavelmente pelas reminiscências do passado e pela, não menos polémica, forma de eleição, que passou de mais democrática a menos democrática e mais burocrática, paradoxalmente os entrevistados afirmaram, na sua generalidade, não se terem apercebido das mudanças implicadas na implementação deste novo modelo na escola. Ora, estas coisas não aconteceram na escola às escondidas nem os professores entrevistados são ‘caloiros’ nestas matérias, bem pelo contrário são pessoas interventivas e preocupadas com a escola, ocupando muitos deles cargos de liderança e estando, todos eles, interessados em que a escola cumpra a sua missão. Talvez isto venha reforçar a ideia de alguns autores, nomeadamente Barroso (2009) e que nós subscrevemos, de que não são os decretos que mudam a realidade, pois eles passam e as escolas vão-se adaptando cada uma à sua maneira. Assim se compreende a aparentemente incompreensível dificuldade em perceber as mudanças, pois a escola continuou a mesma, as pessoas também, inclusive o seu líder que passou de presidente do Conselho Executivo a diretor, não se justificando romper em absoluto com práticas que funcionavam, nomeadamente a colegialidade, acontecendo mesmo, como nos foi dado observar e confirmar através das vozes dos atores, termos na ESA um órgão unipessoal cujos procedimentos configuram características de colegialidade.

Esta situação fica patente, por exemplo, quando alguns dos entrevistados ao serem convidados a pronunciar-se sobre O novo modelo de administração e gestão (Decreto-Lei n.º 75/2008) e as alterações na dinâmica organizativa da escola, argumentam deixando perceber que as grandes alterações lhes passaram ao lado, no que concerne, precisamente, à unipessoalidade e ao sistema de eleição do diretor. Diz, um dos respondentes, a propósito das alterações resultantes do novo modelo de

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administração e gestão o que lhe foi dado sentir na escola, “a necessidade de passarmos a cumprir determinados procedimentos duma determinada forma, e só isso, talvez uma maior burocratização desses procedimentos, mas não vejo que haja muitas mudanças significativas para além dessa”, esquecendo a unipessoalidade da liderança, e quando inquirido acrescenta “eu nem me lembrei de referir esse aspecto, pois como no nosso caso ficou a mesma pessoa não senti essa mudança. Era o presidente do Conselho Executivo e passou a ser o diretor; não tivemos oportunidade de nos aperceber dessas mudanças, de tal forma que agora pensando nas mudanças mais significativas não me lembrei de referir essa”. A propósito apontam outros entrevistados “na realidade, nesta escola, eu não encontro mudanças muito significativas”, “não noto grandes alterações porque para mim foi uma continuidade”, “as práticas de hoje estão próximas das anteriores; o diretor poderia ter procedido doutra maneira mas não foi o caso. Penso que isso tem a ver com as características pessoais do diretor, e com o facto de que, no fundo, o próprio também não pretendia esta mudança”, o que se complementa com as palavras do diretor “na nossa escola, equipa da direção, não vejo que tenha mudado nada, eu era o presidente agora sou o diretor”.

Na verdade, após termos inquirido o diretor sobre se as suas estratégias ou procedimentos de liderança tinham sofrido alterações, consequência desta nova legislação, e procurando perceber as representações dos entrevistados, ficamos com a convicção de que as mudanças expectáveis, de mais poder, mais centralização, menos democracia, não ocorreram na escola, afirmando o diretor ter mudado alguma coisa, sobretudo procedimentos, na medida em que a experiência produz aprendizagens que não se devem subalternizar ou ignorar. É desta forma que descreva as mudanças

As estratégias de liderança não sei se sofreram alteração, mas os procedimentos sofreram de certeza, até fruto da experiência que se vai acumulando; há muitas coisas que se fazem no início que se vai verificando que não estão bem e que é preciso ajustar e andamos sempre neste balanço: vendo o que se fez, aquilo que resultou e o que não resultou, e portanto provavelmente muitas das coisas eu já alterei e muitas das coisas também os outros foram alterando ao conhecer a minha pessoa. Se calhar, um dos procedimentos em que se tem investido (…) é a comunicação, o diretor comunica mais directamente com cada um, por email, apostando no discurso ‘direto’, sem intermediários (…), chamando mesmo a atenção no Conselho Pedagógico para a importância da comunicação, para se ter cuidado na forma como se comunica e como se transmitem as coisas aos colegas (…). Portanto, a mudança foi mais neste sentido duma aprendizagem feita ao longo dos anos (…).

Quanto ao novo modelo de administração e gestão, percebe-se que um número significativo de entrevistados tem dele uma opinião pouco favorável, discordando de alguns dos seus pressupostos teóricos, em particular da substituição do órgão colegial

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por um unipessoal, discordando também, e neste aspeto de forma mais generalizada, do novo processo de eleição do diretor, considerando que “o anterior processo dava uma legitimidade maior à pessoa eleita (…) que agora passa a responder, em particular, perante um órgão, criando tal facto uma pressão maior para o Conselho Geral, que elegeu o seu elemento executor (…)”. Fica clara a necessidade do diretor prestar contas para dentro, ou seja, em negação com a ideia mais difundida de que o diretor nada pode para fora, para cima, mas pode muito para dentro, no interior da própria escola, reconhece um respondente, membro experiente do Conselho Geral, que o diretor é ‘controlado’ a partir de dentro. Refere o mesmo respondente ter a ideia que

o Conselho Geral ainda não assumiu a consciência deste papel e da sua importância e a escola também parece que ainda não reconheceu esse mesmo papel ao Conselho Geral, não se trata de um contra poder, mas de perceber que a este órgão cabe zelar pela execução do projeto da escola.

Fica evidente nestas afirmações que o diretor não é na escola o ‘todo poderoso’, pois tem que responder perante o Conselho Geral, pelo que as suas decisões não podem ser autocráticas nem individuais, mas antes feitas na base do diálogo. Envolta nesta questão está ainda a problemática da luta de interesses e dos diferentes poderes exteriores ao contexto educativo poderem vir a sobrepor-se às finalidades e aos interesses educativos.

Há mesmo quem tenha posições muito críticas em relação a este modelo hierarquizado, que considera corresponder a objetivos de uma governação política centralizadora101, um sistema hierárquico que começa no governo, passa pela autarquia e estende-se às escolas, com o diretor no centro. Criticam muitos dos entrevistados, acima de tudo, o poder do Conselho Geral, afirmando-se que “muitas vezes as pessoas não têm as atitudes nem as competências requeridas para estarem lá e decidem sobre coisas que muitas vezes nem conhecem”, considerando que a nível da eleição do diretor há muitas vezes “mais um jogo político do que um jogo técnico, sobretudo do lado da autarquia e de outras pessoas que não fazem parte da comunidade educativa”; acrescentando um entrevistado que considera que “este não é o melhor caminho porque é o caminho do poder e não o do fazer”. Ainda em referência ao processo de eleição do diretor, afirma-se “se na nossa escola até podemos considerar que o processo foi pacífico e correu bem, ouvimos que noutras as coisas não se passaram desta maneira, trazendo-se para o terreno jogos de poder”; “a mim não me parece boa nem a unipessoalidade da gestão nem o novo processo de eleição (…) ”. Sobressai no discurso

101Esta política tida por alguns autores como centralizadora leva Lima a escrever que “ao contrário do que

se afirma no decreto 75/2008, ele [o diretor] não será o rosto de cada escola, mas tenderá, isso sim, a ser o rosto do ME dentro de cada escola” (2009: 35).

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de vários dos respondentes esta preocupação com a intromissão dos interesses partidários na escola, enfatizando-se o exemplo do poder autárquico mas sem esquecer outros interesses da comunidade local que também estão representados no Conselho Geral, ainda que tenham sido os demais membros do Conselho os responsáveis pela escolha das individualidades ou instituições cooptadas. Neste contexto afirma um dos entrevistados

vejo o poder político mais interessado em saber se o diretor [age] e a própria escola é gerida de acordo com os interesses deles do que em função dos interesses dos alunos (…). Não estou de acordo com o processo de eleição, estou de acordo com o princípio político que o legislador pensou, mas na prática nós não conseguimos isso, a abertura do processo de eleição à comunidade e à sociedade não resultou102 (…).

Não se rejeita a participação da autarquia e da comunidade escolar na eleição do diretor recusa-se o processo que lhe está na base, e receiam-se desvios de interesses.

De facto a questão que se nos afigurou menos pacífica foi a da eleição do diretor pelo Conselho Geral, fruto da composição deste órgão, defendendo-se mesmo que a forma de eleição do líder número um da escola deveria ser revista, afirmando um dos entrevistados

Considero haver alguma ambiguidade no modelo, porque por um lado dá muito poder ao diretor mas na realidade a sua eleição é muito discutível, porque acaba por poder haver aí um jogo que pode não ser muito sério, então há aqui uma certa contradição. Por um lado quiseram dar-lhe [ao diretor] mais poder mas ele para chegar lá, não sei se não corremos o risco do antigamente, não é eleito pelos pares mas é eleito por alguém que às vezes nem é par, e não sei se para o bem da organização escolar se para responder a outros interesses. Nesse sentido acho que deveria ser revista a forma como o diretor é eleito. (…) é que muitas vezes para o voto não é determinante o projeto, que até pode ser excelente, [Plano de Intervenção do candidato a diretor] mas se houver manipulação, pressões externas, vota-se mais na base dessas pressões, e elas existem (…).

Também o diretor identificou as formas de eleição/(não)eleição do órgão de gestão e das estruturas de coordenação e supervisão educativa como aquelas em que o modelo vigente mais se distancia do anterior, demonstrando a sua discordância, sobretudo em relação ao processo para o órgão de gestão, mas tendo uma posição menos crítica em relação ao determinado para o desempenho dos cargos de liderança das estruturas intermédias, no que partilha uma visão muito próxima da de um dos entrevistados. Relativamente à escolha do diretor diz concordar mais com a eleição anterior, pois “era mais participada, mais democrática, (…), é que além do mais o atual é um processo estranho, (…) um processo misto e que me parece complicado demais.”

102 A propósito desta matéria afirma Lima “Sou, desde há muitos anos, um defensor da representação das

autarquias nos órgãos de gestão da escola. Se as autarquias levarem a sério esta competência – e ouço dizer que em alguns casos o fazem, embora noutros se fale já em agendas políticas na aproximação às escolas, em todo o caso legítimas, desde que se cumpram as regras” (2009: 34)

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Acrescenta que “achava muito mais interessante para o diretor o processo anterior, já que todos votavam (…).”

Todavia, há atores a quem se afigura melhor o processo de eleição plasmado no modelo agora em vigor se comparado com o seu antecessor, pois pressupõe, como afirmam, “uma maior participação da comunidade103

, facto que contribuirá para acabar com o isolamento da escola, para que ela não permaneça no gueto onde se encontrava antigamente”, enfatizando-se a ideia de que as práticas, tal como se puderam observar aquando da primeira concretização do projetado, não estiveram à altura do previsto em tese. Diz-se a respeito desta problemática

em tese é o modelo perfeito porque implica a participação de todos os atores, enquanto que [anteriormente] (…), o peso maior recaía no corpo docente, por ser a maioria; parece-me que o princípio subjacente a este modelo de eleição é mais equitativo, e assim sendo, ao cumprir este princípio de equidade, tudo parece muito mais transparente (…); temos não todos os docentes a votar (…), mas os seus representantes que têm assento no Conselho Geral, [o mesmo se verificando com] o pessoal não docente, os encarregados de educação, os alunos, a autarquia e as forças vivas da comunidade (…). Acontece, que quando se procedeu à primeira eleição do diretor segundo estas novas directrizes, poucos foram aqueles que atenderem ao ‘rosto’ e ao projeto, que é o que está plasmado na lei, (…) [que] pode não ser perfeita mas está muito bem pensada, o problema são as práticas. Os projectos dos candidatos a diretor foram, por regra (…), ignorados, não foram lidos, não foram analisados, não foram desconstruídos, nem debatidos por quem de direito e os ‘rostos’ não foram refletidos (…); aguardemos o que vem aí porque, como tudo é uma questão de cultura, se se começar a sensibilizar e a trabalhar para uma cultura democrática, mas rigorosa, em que realmente tem que se atender aquilo que os candidatos apresentam e ao ‘rosto’ que eles expressam e que significam na comunidade e fora dela, acho que estaremos no bom caminho, até aqui não foi com certeza.

Equacionado, no desenrolar da entrevista acima apontada, o sentido de existir no Conselho Geral uma comissão criada para analisar os dados do candidato, que depois os apresenta a todo o Conselho, até porque todos são votantes, e problematizando-se a validade de interpretações de outras interpretações, o nosso entrevistado é de opinião de que “esta comissão não é uma mais-valia e torna até o processo menos rigoroso”, acrescentando que o maior problema que vê neste processo é “a possibilidade da partidarização da eleição”, preocupação em que é acompanhado por outros participantes no estudo.

Na verdade reconhecem-se fragilidades ou pontos fracos neste novo formato de eleição do órgão de administração e gestão da escola, considerando a maioria que a eleição direta tinha vantagens sobre a eleição representativa, ao que se acresce, nas

103 Não será demais referir que antes da aplicação deste D/L, ou seja, aquando da avaliação externa da

escola, esta política de abertura da escola ao meio já tinha sido identificada como uma característica na qual a ESA fundava a sua ação, podendo ler-se no relatório da IGE “a escola analisa e implica os actores locais na análise e busca de soluções para os problemas reais da educação local” (2007: 12).

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palavras de alguns, o facto de que “agora não se conhece a equipa que o candidato vai escolher”. Fica também a ideia de que há alguma preocupação em relação a futuras eleições, se há quem espere que as coisas sejam melhores numa perspetiva mais global, pois pensa ser uma ‘questão de cultura’, há uma maioria que pensa que na escola as coisas correram bem, pois a liderança não mudou de mãos e era expectável a equipa que iria acompanhar o candidato a diretor; especula-se, ainda, sobre a possibilidade de aparecerem projetos excelentes mas cujos ‘rostos’, experiências, valores, não se desvelam convenientemente no papel, registando-se também nalguns entrevistados a pouca simpatia pela ideia de aparecerem candidatos de fora da escola, que desconhecem a realidade da mesma, afirmando

no futuro poderemos correr o risco, sem querer dizer que o candidato é o ideal ou não, mas a escola não o conhece, eles não são conhecidos no meio e muitas vezes nem sequer conhecem aquele meio, (…) de conhecermos [apenas] o projeto no papel, o projeto dito ideal (…).,

por isso, dizem “poderá estar comprometido o seu [do candidato] desempenho e, sobretudo o da escola”.

É generalizada a importância reconhecida à liderança da escola, considerando que o líder deve ser um bom gestor, mas não só, deve ser alguém em quem se confie, com quem se pode contar, com valores, com sentimentos104, podendo confirmar-se na entusiástica argumentação de um dos entrevistados quando diz

O líder é fundamental para o bom clima da escola (…); a escola precisa de um bom gestor, mas a liderança tem que ser muito mais abrangente para tocar nas relações interpessoais, nos sentimentos, para cativar, para motivar, porque a profissão docente é muito exigente (…) sendo essencial que os professores estejam bem no seu trabalho (…) e que na escola esteja alguém com quem podemos desabafar, que está a liderar, que muitas vezes toma decisões com que não concordamos, mas que está ali, que nos entende, que nos ouve, que não é o gestor, o economista, que está ali só para o lucro e para ‘por a empresa a rolar’ (…).

A mesma pessoa deixa explícito que reconhece no seu líder esta capacidade de escuta, de preocupação com os outros, de abertura e de diálogo, um diretor que exerce o poder e a quem se reconhece autoridade, mas que é sensível e cuja tónica de liderança está, também, nas boas relações interpessoais que estabelece com a comunidade.

No que concerne ao órgão de administração e gestão da escola, agora diretor, verifica-se um claro predomínio de opiniões que não vão ao encontro da do legislador, quer no relativo à composição, quer na relação entre a unipessoalidade e a força das lideranças. A propósito do que ouvimos os atores dizerem

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Destaca-se o papel das emoções, da inteligência emocional no ato de liderar, de que falavam Goleman et al. (2002), ou da ‘liderança moral’ que Sergiovanni (2004a) defendia para a organização escolar.

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o facto de haver uma pessoa para tomar decisões, para mim não me parece um ponto chave (…). Não vejo a liderança sem ser uma equipa, acho que o diretor deve ter a última palavra a dizer, mas se não houver uma equipa o diretor não consegue fazer nada (…). Na nossa escola vejo o diretor, mas vejo mais do que isso, vejo uma equipa e um trabalho de equipa (…). Porém, alguns reconhecem que este modelo é válido permitindo, diz um entrevistado

uma maior aproximação do diretor relativamente aos líderes das outras estruturas (…). A grande mudança do diretor da escola passou pela maior ligação relativamente aos liderados e em particular aos líderes das outras estruturas (…). Há um acompanhamento muito grande no exercício dos cargos de liderança, estando o diretor mais presente através da sua participação em reuniões (…).

Questionado sobre se considera esse procedimento uma forma de controlo ou de fiscalização, responde de forma perentória, “não, vejo essa presença como uma forma de apoio”. Esta afirmação poderia querer significar que os líderes designados, caso do entrevistado, sentem a sua liderança mais fragilizada, mas não nos parece ser o caso, pois a legitimidade destas lideranças está para além da simples designação. Também nos foi dado observar nas reuniões presididas por líderes das estruturas intermédias e onde o diretor participava, que a sua presença era muito bem aceite, colaborando, sempre que oportuno, na discussão das questões e no imediato esclarecimento de dúvidas, sempre em conjunto com os responsáveis pelas reuniões.

As considerações do respondente acima indicado acerca da presença do diretor nas reuniões do Conselho de Coordenadores de Ciclo/Curso, que outros também apontaram como algo muito positivo e um sinal de preocupação com os outros líderes e com os próprios liderados, motivaram a nossa interpelação ao diretor que nos respondeu com um discurso que confirmava as representações dos atores, dizendo que este seu procedimento foi um dos que aprendeu com a experiência. Diz, então, que