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DA FELICIDADE À LOUCURA: O PODER DA CANNABIS SATIVA

No documento ANAIS DA IV SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (páginas 124-130)

Breno Pinheiro Evangelista92; Brenda Pinheiro Evangelista93; Rayanne Angelim Matias94; Luiza Maria Ferreira Silva95; Celestina Elba Sobral de Souza96

Resumo A Cannabis sativa promove alucinações, delírio, e atitudes agressivas por meio do seu uso exacerbado, no

entanto pode ser utilizada como tratamento para doenças neurológicas. Objetivou-se em analisar a produção científica no período de 2013 a 2018 sobre o efeito depressor da Cannabis sativa no sistema nervoso central, abordando a sua toxicidade e potencialidades terapêuticas. Trata-se de uma revisão integrativa, foram estabelecidas 03 categorias: Efeitos agudos e crônicos da Cannabis sativa no sistema nervoso central; Toxicidade da Cannabis sativa no tecido cerebral; Finalidades terapêuticas da Cannabis sativa no sistema nervoso central. Pode-se concluir a sua eficácia em patologias neurológicas.

Palavras-chave: Cannabis. Droga. Saúde.

Introdução

A Cannabis sativa é uma planta herbácea e canabinácea, que cresce em regiões tropicais quentes e temperadas, possui ciclo vegetativo de três a quatro meses, apresenta folhas de forma pecioladas com pelos granulosos que produzem uma resina nas plantas fêmeas, possuindo propriedade característica de entorpecente, semelhante às produzidas pelo ópio, entretanto, existe menos conhecimento sobre seus efeitos e sua utilização em fármacos (MATOS et al., 2017).

É por meio dessa planta que é produzida a maconha, que por sua vez é a droga psicoativa ilícita mais consumida no mundo, com cerca de 180 milhões de usuários mundialmente, desta forma, 13,1 milhões de pessoas são dependentes. Estima-se que esta planta seja cultivada em 129 países,

92 Faculdade São Francisco da Paraíba (FASP). E-mail: brenopinheiroeva2018@gmail.com 93 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: BrendaPinheiroEva@gmail.com

94 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: rayanne_mathias@hotmail.com 95 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: luizaluh2015@gmail.com 96 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: elba@fvs.edu.br

sendo a mais traficada e o seu uso tem aumentado em determinadas regiões como a América do Norte e a Europa Ocidental e Central (ALVES, 2017).

Os sintomas psicóticos proporcionados pelo uso frequente de derivados da Cannabis são alucinações, delírio, perturbações no pensamento e atitudes agressivas. No entanto, essa planta apresenta vantagens na utilização clinica para o tratamento da esquizofrenonia por meio de propriedades psicotomiméticas, sendo o canabidiol um dos principais fitocanabinóides desprovido desses efeitos (FRANCISCO et al., 2014).

Em contribuição com os achados de Belem et al (2017), a Cannabis sativa é reconhecida como planta medicinal. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o tetraidrocanabinol a base do extrato da Cannabis como primeiro medicamento a base desta planta para o tratamento da espasticidade, proporcionando o acesso de consumo para fins terapêuticos mais facilitado, focando sempre a cura e melhorando a qualidade de vida.

Mediante o uso frequente da Cannabis para fins terapêuticos e as suas consequências para o sistema nervoso central, surgiram as seguintes indagações sobre a temática: Quais os efeitos da

Cannabis no sistema nervoso e qual os efeitos presentes nos usuários? A Cannabis sativa possui potencialidades

terapêuticas? A escolha do tema para a pesquisa deu-se devido o uso exacerbado de compostos constituídos por Cannabis. A pesquisa representa uma importante ferramenta de informação sobre as

consequências do uso inadequado de derivados da Cannabis e seus iscos para a saúde.

Objetivos

Analisar a produção científica no período de 2013 a 2018 sobre o efeito depressor da Cannabis

sativa no sistema nervoso central, abordando a sua toxicidade e potencialidades terapêuticas.

126 O presente trabalho consiste em uma revisão integrativa de literatura referente à produção científica sobre o poder da Cannabis sativa e seu efeito depressor no sistema nervoso central, onde a busca dos artigos se deu na base de dados Portal Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Cannabis’’, ‘‘droga’’ e ‘‘saúde”. Inicialmente, com o cruzamento dos descritores constituíram-se 23.821 produções científicas, após os filtros restaram 27, compreendendo 19 artigos para a análise, utilizando-se apenas 07 para o estabelecimento de 03 categorias. Para tanto, se utilizou dos seguintes critérios de inclusão: os textos disponíveis na integra em língua portuguesa, tipo de documento artigo, compreendidos entre 2014 a 2018, tendo como corte temporal a Resolução nº 2.113, de 30 de Outubro de 2014, regulamenta o uso compassivo do CBD como terapêutica médica, restrita para o tratamento de epilepsias na infância e adolescência refratárias às terapias convencionais.

Resultados e Discussão

Após leitura criteriosa dos artigos, foi possível estabelecer três categorias a partir dos resultados encontrados: Efeitos agudos e crônicos da Cannabis sativa no sistema nervoso central;

Toxicidade da Cannabis sativa no tecido cerebral; Finalidades terapêuticas da Cannabis sativa no sistema nervoso central.

A primeira categoria Efeitos agudos e crônicos da Cannabis sativa no sistema nervoso

central retrata os principais efeitos agudos proporcionados pela Cannabis sendo evidenciadas

sensações de relaxamento e bem-estar, como principal motivo para o seu consumo, entretanto, após o consumo diário acontece a alteração da consciência sensorial apurada, e episódios de delírio paranóide, evoluindo para a cronicidade através de déficits da memória e aprendizagem, diminuição progressiva da motivação, e agravamento de doença psiquiátricas.

Segundo Isabel (2017) os efeitos agudos que a Cannabis provoca são divididos em efeitos que incluem: sensações de relaxamento e bem-estar, sensação de consciência sensorial apurada, sensação de que o tempo passa de forma marcadamente mais lenta e delírio, sendo os efeitos com maior prevalência as alterações da memória a curto e logo prazo, alterações na coordenação motora,

catalepsia, hipotermia, analgesia, efeito e aumento do apetite, no qual gera cronicidade provocando náusea e fadiga, letargia, infecções pulmonares frequentes, descoordenação motora, irritabilidade e diminuição da libido e desejo sexual.

De acordo com a segunda categoria Toxicidade da Cannabis sativa no tecido cerebral, apresenta a dependência que promove a toxicidade nos indivíduos, onde os principais efeitos são os psicológicos sensoriais, alteração na percepção de tempo, sedação, reações de ansiedade ou pânico e o comprometimento da fisiologia humana devido a intoxicação, onde são evidenciados taquicardia, palpitações, fibrilação atrial, hipotensão, diminuição da pressão ocular e ortostática.

A toxicidade da Cannabis ara o sistema nervoso central, onde ocorre a ativação dos receptores canabinoides CB1 e CB2, através da ativação desses receptores pela exposição crônica ao delta 9- tetra-hidrocanabinol (∆9-THC)o tecido cerebral podem desenvolver diversas alterações toxicas no cérebro, onde aumenta a sensibilidade para a mensuração das substâncias branca e cinzenta, ocorrendo alterações nas funções sensoriais com prejuízo do controle motor, do aprendizado e prejuízo na memória de curto prazo, ressaltando os ataques de pânico, crises de ansiedade, acentuação de sintomas psicóticos existentes e o desenvolvimento de psicose em indivíduos sadios após a utilização dessa droga (DIMENSTEIN et al., 2017).

Mediante ao exposto da terceira categoria Finalidades terapêuticas da Cannabis sativa no

sistema nervoso central a sua atuação para fins medicinais utilizadas para diversos tratamentos

clínicos através do extrato da Cannabis principalmente no tratamento de doenças neurológicas, como a esquizofrenia e epilepsia e patologias agudas como a enxaqueca e cefaleia.

Considerada como droga ilícita, a Cannabis sativa possui com maior prevalência de consumo mundialmente, atrás somente do álcool e nicotina, em sua constituição apresenta mais de 400 componentes que 60 deles se ligam aos receptores canabinoides, caracterizados como CB1 e CB2. Dentre esses componentes que essa planta apresenta destaca-se o ∆9-THC, sendo o principal constituinte psicoativo relacionado aos efeitos subjetivos que provocam euforia, sedação, alteração nas funções sensoriais, prejuízo no controle motor, no aprendizado e na memória, após ser consumida em grande quantidade (FRANCO; JUNIOR, 2017).

128 A Cannabis apresenta cerca de 400 compostos químicos com mais de 60 canabinóides, onde possuem o tetrahidrocanabinol, o canabidiol que são ligantes endógenos e os canabinóides, promove cuidados paliativos em pacientes oncológicos através da ação analgésica, antitumoral e aumento do apetite, e a redução da insônia, sendo utilizada para o tratamento de convulsões, alzheimer, esquizofrenia, doença de Parkinson e esclerose (CARLOS et al., 2017).

Conclusões

Pode-se concluir que a partir da Cannabis sativa poderá ser produzida drogas psicoativas de ação perturbadora, onde apresenta consequências para o sistema nervoso central e gera toxicidade quando utilizada como droga ilícita em quantidade exacerbada, entretanto, possui eficácia em patologias neurológicas através da utilização do seu extrato em medicamentos, onde comprova-se a sua utilização em medicamentos aprovados pela ANVISA.

Referências

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BELEM, B.; SAVINO, D.; RESENDE, M.;LANDUCCI, R. Uso de Canabidiol em Doenças Neurológicas. Famusp, v.1, n.2, p.1-11, 2017.

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FRANCO, G. R. R.; VIEGAS JR., C. A Contribuição de Estudos do Canabidiol e Análogos Sintéticos no Desenho de Novos Candidatos a Fármacos contra Transtornos Neuropsiquiátricos e Doenças Neurodegenerativas. Revista Virtual de Química, v.9, n.4, p. 1773-1798, 2017.

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MATOS, R. L. A.; SPINOLA, L. A.; BARBOZA, L. L.; GARCIA, D. R.; FRANÇA, T. C. C.; AFFONSO, R. S. O Uso do Canabidiol no Tratamento da Epilepsia. Revista Virtual de Química, v.9, n.2, p.1-29, 2017.

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SANTOS, Q.A. O uso da Cannabis sativa para fins medicinais. Revista Saúde em Foco, v.1, n.9, p. 314-317, 2017.

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FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA FRENTE A PACIENTES

No documento ANAIS DA IV SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (páginas 124-130)

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