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TECNOLOGIA COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À EDUCAÇÃO E INCLUSÃO DIGITAL DA TERCEIRA IDADE

Larissa Maria Estrela dos Santos51; Katyeudo Karlos de Sousa Oliveira52; Carlos Williamy Lourenço Andrade53; Leonardo Bezerra Franco de Sá54; Vinícius Teixeira Silva55 ; José Diener

Feitosa Marques Segundo56

Resumo: Os idosos têm mostrado dificuldades em utilizar meios tecnológicos, até na execução de funções básicas. Assim,

então, a necessidade de ser analisada a percepção de idosos sob a contribuição da inclusão digital, através do Projeto EnvelheSer, em seu cotidiano e das mudanças ocorridas em suas concepções de envelhecimento. Com isso, foi realizado um estudo com abordagem quantitativa, com dados coletados junto a idosos frequentadores do projeto. Verificou-se que o idoso é capaz de aprender, e se adaptar as novas tecnologias, sendo ferramentas importantíssimas para a promoção da inclusão tanto digital como social.

Palavras-chave: Educação. EnvelheSer. Tecnologia.

Introdução

Os direitos do brasileiro são garantidos pela Constituição Federal de 1988. Os idosos, além da Constituição, possuem o Estatuto do Idoso, adotado em 2003. Assim, é concedido direitos distintos, certificando que o idoso dispõe de necessidades diferenciadas do restante da população. Um tema importante do Estatuto é o cuidado com a relação do idoso com a modernidade atual, com ênfase na necessidade de contato a tecnologia, para que tal público possua independência ao realizar atividades rotineiras. (FEDERAL, 2003).

Conforme Czaja e Lee (2007), não ter acesso e ser incapaz de utilizar a tecnologia progressivamente colocará os idosos em desigualdade incapaz de viver de forma independente. As novas tecnologias podem ser vistas como uma das causas que mais segregam os idosos atualmente.

51 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: larissaestrela70@gmail.com 52 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: karlos.1914.so@gmail.com

53 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: carloswilliamylourenco@gmail.com 54 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: leonardo231198@gmail.com 55 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: vinicius22teixeira@gmail.com 56 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: josediener@fvs.edu.br

É normal que uma parcela da população idosa tenha no transcorrer da sua vida empecilhos em fatores cognitivos, motores, e talvez financeiros, que podem ser condições restritivas à aproximação com a tecnologia.

Essa geração tem um sentimento de analfabetismo na presença das novas tecnologias, expondo dificuldades em compreender e enfrentar as evoluções tecnológicas, até em atividades básicas em no manuseio de eletrodomésticos, celulares e caixas eletrônicos de bancos (KACHAR, 2003). Isto posto, o pensamento e o cuidado com a inclusão do idoso no meio tecnológico, torna-se expressivo. Profissionais e instituições têm se empenhando em benefício de tal tarefa, seja por motivações de cidadania, éticas ou por confiarem em uma sociedade mais igualitária, justa e humana. Com isso, o Time Enactus Faculdade Vale do Salgado, desenvolveu o projeto EnvelheSer - Tecnologia na Melhor Idade, onde trabalhou com o público da terceira idade, buscando auxiliar no envelhecimento saudável.

Justifica-se esta pesquisa pela necessidade de estimular a ressocialização, promoção a saúde, aumento da autoestima e a inclusão digital dos idosos atendidos pelo projeto, ou seja, proporcionar o incentivo direto na melhora da qualidade de vida dos mesmos.

Objetivos

Objetiva-se analisar a aplicação de metodologias ligadas às tecnologias no processo de ensino-aprendizagem de idosos, visando melhorar à inclusão digital e a promoção à qualidade de vida.

Metodologia

Trata-se de um estudo exploratório, para tanto, utilizou-se de um questionário objetivo e quantitativo como método de coleta de dados. Conforme Gil (2008), entende-se que pesquisas exploratórias destinam-se adquirir uma concepção geral, de modo aproximado, de circunstâncias delimitadas. A respeito do questionário, o autor ainda menciona que é uma estratégia de investigação constituída por um número determinado de questões expostas às pessoas, tendo como objetivo o

74 conhecimento de interesses, opiniões, sentimentos, crenças, expectativas e acontecimentos experimentados. A mesma ainda possui um caráter objetivo e quantitativo, ou seja, as questões oferecem alternativas as respostas e têm a finalidade de agrupar, ordenar ou mensurar alguma variável para que posteriormente possa ser apresentado as estatísticas, confrontar grupos ou determinar associações (VIEIRA, 2009). O questionário foi realizado com participantes do Projeto EnvelheSer – Tecnologia na Melhor Idade, que é desenvolvido pelo Time Enactus Faculdade Vale do Salgado, mediante critérios de inclusão, tem-se: o participante deve participar do referido projeto e aceitar participar da pesquisa.

Resultados e Discussão

Os resultados foram apresentados a partir de gráficos de setores circulares, distribuídos respectivamente com intuito de classificar a respeito da utilização de eletrônicos por parte dos indivíduos idosos analisados na pesquisa, especialmente a relação da influência da participação no Projeto EnvelheSer de tecnologia na melhor idade.

O Gráfico 1 discorre a respeito da relação do idoso aos aparelhos eletrônicos antes da participação no projeto, onde demonstra que a maioria dos participantes responderam nunca terem usado algum aparelho eletrônico. Sendo que, segundo Farias et al. (2015), a inclusão é um processo a partir do qual uma pessoa passa a participar de usos e costumes de outros grupos e a ter os mesmos direitos e deveres. A inclusão digital é uma forma de inclusão social, porque por meio desta é possível a participação na sociedade através de outras vias de acesso e pelo desenvolvimento social, cognitivo e afetivo que pode promover nos sujeitos.

Gráfico 1 – Antes você tinha o costume de usar algum aparelho eletrônico?

No gráfico 2 a maioria dos participantes responderam ter acesso a aparelhos eletrônicos e suas tecnologias após a participação do projeto EnvelherSer, sendo levado em conta a era da informação em que se encontram esses idosos participantes do estudo. Isso, segundo Farias et al. (2015), devido ao surgimento de novas oportunidades de aprendizagem, lazer, acesso à informação e autopercepção como cidadão, não anulando as dificuldades no aprendizado, mas permitindo que estas sejam superadas e ultrapassadas como corrobora.

Promover ações e políticas de inclusão digital é uma forma de oportunizar ao idoso a possibilidade de usufruir da gama de conhecimento que na atualidade estão disponíveis nos ambientes web (TAVARES; SOUZA, 2012).

Gráfico 2 – Você agora tem costume de usar algum aparelho eletrônico?

Fonte: Autores.

No gráfico 3, a sobre da afinidade com aparelhos eletrônicos a maioria dos entrevistados responderem ter mais acesso e facilidade de aprendizagem em celular seguido da opção computador, sendo que este fato vem corroborar com a pesquisa de Lolli e Maio (2015), que percebeu esta mesma opção quando pesquisado sobre os aparelhos digitais mais utilizados entre os idosos participantes de seu estudo, e que além disso a maioria discorreram ter mudado para melhor após o uso do celular e computador, demonstrando sentirem-se confortáveis e realizados ao dominarem esse tipo de tecnologia.

Assim, é possível entender que a inclusão digital reflete na melhoria da qualidade de vida do idoso, pois este fica interligado no mundo, se comunicando com amigos e familiares através das tecnologias, obtendo a informação em tempo real e descobrindo que é capaz de aprender, fazendo com que ele perceba que envelhecer não é uma fase da vida depreciativa e sim uma fase onde o indivíduo mantém sua capacidade de aprender e adaptar-se a novas situações, tornando-o independente e autônomo (CARDOSO et al., 2014).

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Gráfico 3 – Dos aparelhos eletrônicos a seguir qual você sente mais afinidade?

Fonte: Autores.

No gráfico 4 que discorre a respeito da influência do projeto EnvelheSer sobre o quanto a vida dos idosos que participam desse projeto mudou, a maioria respondeu que o projeto mudou bastante na sua vida e visão a respeito de aprendizado, demonstrando a importância de projeto como este para auxiliar no uso de novas tecnologias e estimular idosos a buscarem sempre aprender e capacitar-se diante dos desafios.

Como rege Tavares e Souza (2012), projetos para inserção de idosos no uso de tecnologias contribui para a visualização do idoso como portador de possibilidades e não só de limitações, de capacidade de manter-se produtivo e com mais autonomia, proporcionando integração social e tecnológica.

Gráfico 4 – O Projeto EnvelheSer mudou a sua vida?

Fonte: Autores.

O Gráfico 5 é sobre do convívio social do idoso após a participação no projeto, demonstrando que 100% dos entrevistados responderam que o convívio social tinha melhorado bastante.

Durante muito tempo o idoso foi esquecido pela família e pela sociedade, sentindo-se em muitas situações discriminado e excluído, contudo com o avanço da ciência e consequentemente das novas tecnologias, foi provado que o indivíduo mesmo em idade mais avançada possui um potencial

produtivo e participativo, possibilitando viver melhor em sociedade e melhorando a qualidade de vida (CARDOSO et al., 2014).

Gráfico 5 - O seu convívio social melhorou depois do projeto?

Fonte: Autores.

No gráfico 6, permite-se deduzir que a maioria dos entrevistados demonstraram-se capazes de exercer alguma atividade na informática, demonstrando como relata Lolli et al. (2013) em seu estudo, que os idosos percebem a importância da aquisição de conhecimentos em diferentes áreas, buscando a atualização e a produtividade, pois têm consciência de que possuem papel relevante na sociedade e que precisam estar receptíveis a novas propostas.

A educação precisa ser considerada como um compromisso da sociedade que busca quebrar as barreiras sociais, possibilitando uma real democracia, igualdade de participação e exercício de cidadania de todos os indivíduos. Assim, o idoso é de fato capaz de aprender, como também se adaptar as novas condições exigidas pela sociedade moderna. Porém deve-se ressaltar a importância do respeito ao ritmo de aprendizado, evidenciando que em muitos casos a adaptação e os resultados do aprendizado pode ser demorado, o que não o identifica como incapacitado (LOLLI; MAIO, 2015).

Gráfico 6 – Você se sente capaz de exercer alguma atividade na informática?

78 Conclusões

Uma vez que a população idosa vem crescendo cada vez mais nos últimos anos, é necessário desenvolver e oportunizar de forma intercalada o acesso a tecnologias para o público idoso, respeitando as suas limitações e permitindo que este sinta-se inserido na sociedade moderna. Assim, politicas inclusivas como solução no sentido de desmaginalizar os idosos são um grande desafio que tendem a proporcionar uma atuação transformadora na construção da história atual da população idosa, uma vez que a educação precisa ser considerada um compromisso da sociedade que busca quebrar barreiras sociais. Neste contexto, este estudo permitiu concluir que o uso de tecnologia, a partir do projeto EnvelheSer, possibilitou aos idosos uma visível melhora na qualidade de vida, uma vez que os mesmos demonstraram aumento do convívio social e melhora nas relações com a família e a comunidade, demonstrando capacidade para absorver o que era repassado no cotidiano do projeto. O idoso é capaz de aprender, como também se adaptar as novas condições e exigências da vida, sendo as novas tecnologias ferramentas importantíssimas para a promoção da inclusão tanto digital como social.

Referências

CARDOSO, R. G. S.; STEFANELLO, D. R., SOARES, K. V. C.; ALMEIDA, W. R. Os Benefícios da Informática na vida do Idoso. Revista de psicologia. v.13, n. 4, p. 312-320, 2014.

CJAZA, S. J.; LEE, C. C. The impact of aging on access to technology. In Universal Access in the Information Society, 2007.

FARIAS, J. S.; VITOR, T. D. L.; LINS, P. V.; PEDROZA FILHO, L. E. A. Inclusão digital na terceira idade: um estudo sobre a propensão do idoso a adoção de tecnologias da informação e comunicação. Revista Gestão e Tecnologia. V. 15, n. 3, p. 164-188, 2015.

FEDERAL, Senado. Estatuto do idoso. Brasília (DF): Senado Federal, 2003.

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008.

KACHAR, V. Terceira idade e informática: aprender revelando potencialidades. In: Terceira idade e Informática: aprender revelando potencialidades. 2003.

LOLLI, M. C. G.; MAIO, E. R. Uso da tecnologia por idosos: perfil, motivação, interesses e dificuldade. Revista educação, cultura e sociedade. V. 5, n. 2, p. 211-223, 2015.

LOLLI, M. C. G.; MARTINS, A. D.; SANTOS, S. A. R.; LOLLI, L. F. Uso de novas tecnologias da informação e comunicação entre idosos, Revista de teorias e práticas educacionais. V. 1, n. 1, p. 9- 15, 2013.

TAVARES, M. M. K.; SOUZA, S. T. C. Os idosos e as barreiras de acesso às novas tecnologias da informação e comunicação. Revista novas tecnologias e educação. V. 10, n. 1, 2012.

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COMPREENDENDO A EVOLUÇÃO CLÍNICA DO DIABETES

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