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PEQUENOS GESTOS, GRANDES SORRISOS: UMA PROPOSTA DE PROJETO SOCIAL

No documento ANAIS DA IV SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (páginas 196-200)

Natan Silva Ferreira148; Hugo Silva Nascimento149; Jacó Alves Graça150; Jonathan Costa Matos151;

Andreza Michele Bezerra152; MariaWaldilene Sousa Cavalcante153

Resumo: Pretende-se abordar nesse resumo expandido a viabilidade do desenvolvimento de um projeto social que aborde

os impactos causados pela industrial têxtil no meio ambiente. Assim como, também, tratar sobre os descartes indevidos de lixo têxtil e os problemas que causam ao meio ambiente. Pretende-se explanar também sobre um tema comum a sociedade brasileira: as pessoas carentes que vivem abaixo da linha da miséria. Diante desta realidade se fundamenta a base para o desenvolvimento de uma projeto social que atenda parte de uma população local visando o recolhimento e distribuição de material têxtil para populações carentes.

Palavras-chave: Indústria têxtil. Meio ambiente. Pessoas carentes. Projeto social.

Introdução

O processo de produção em massa da indústria têxtil, caracterizado tanto pelo crescimento das industrias em gerais, que implodiram durante a revolução industrial e progressivamente veem extinguindo os processos de produção manufaturados, quanto pelo consumismo presente na indústria da moda, é composto por várias etapas as quais podem ser causadoras de degradação ambiental, caso não sejam tomados os devidos cuidados. Segundo SANTOS, passando pela principal matéria-prima que é o algodão e partindo-se então para as etapas da produção e consequentes impactos ambientais. De acordo com BBC News Brasil (2017), em segundo lugar no ranking das indústrias que mais poluem o meio ambiente, está a indústria da moda. A fibra sintética mais usada na indústria

148Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: natansilva20155@gmail.com 149 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: hugosilva05512@gmail.com 150 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: jaco.alvs@gmail.com

151 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: jonathanmatos1997@gmail.com 152 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: andrezamichelly@gmail.com 153 Faculdade Vale do Salgado (FVS). E-mail: waldilenesouza@fvs.edu.br

têxtil em todo o mundo não apenas requer, segundo especialistas, 70 milhões de barris de petróleo todos os anos, como demora mais de 200 anos para se decompor. A viscose, outra fibra artificial, mas feita de celulose, exige a derrubada de 70 milhões de árvores todos os anos.

Por mais estranho que pareça “nem mesmo o algodão orgânico escapa: uma simples camiseta necessita de mais de 2.700 litros de água para ser confeccionada.” (BBC News Brasil, 2017).

Além dos danos causados ao meio ambiente pelo processo de produção de roupas, existem também os problemas originários do descarte de roupas velhas. Segundo Delcolli (2016) só em 2013, os norte-americanos descartaram 15,1 milhões de toneladas de roupas e outros têxteis, e 85% desse volume foram parar em aterros sanitários.

“[...] Aquelas calças largas e camisetas manchadas não ficam intactas nos aterros para sempre. Os têxteis se decompõem. E, à medida que isso acontece, liberam gás de aterro, uma que inclui gases de efeito estufa: dióxido de carbono e metano.” (DELCOLLI, 2016)

São dados preocupantes, não apenas pelos danos causados ao meio ambiente, mas também pelo fato na qual estas roupas velhas ou mesmo não utilizadas geralmente descartadas no meio ambiente poderiam ter sido doadas ou recicladas.

Em contradição com estes fatos, as pessoas que vivem em extrema pobreza não tem o que comer e muito menos o que vestir. Segundo o G1 (2018) a pobreza extrema no Brasil, avançou 11,2%, de 2016 para o ano passado. Atingindo cerca de 15 milhões de pessoas. Apesar de programas sociais de combate à miséria, como o Bolsa Família (criado no governo do ex-presidente Lula) o que se observa é que muitas famílias brasileiras ainda estão em situação de extrema pobreza.

Diante disso, o que a sociedade civil organizada pode propor para combater essa realidade e ao mesmo tempo ajudar o meio ambiente, no tocante ao desperdício de roupas usadas?

Objetivos

Geral

198 Específicos

 Contextualizar os temas relevantes para o desenvolvimento do trabalho.

 Identificar os resultados do descarte indevidos de matérias têxteis no meio ambiente.  Contrapor esses descartes indevidos com os dados que demonstram os brasileiros que

vivem em situação de pobreza.

Metodologia

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo do tipo Revisão Bibliográfica. Segundo Gil (2017), o estudo exploratório tem como objetivo desenvolver, explanar e alterar conceitos e ideias. Entre todos os outros modelos de pesquisa, esta é a que possui maior flexibilidade em seu planejamento, sendo realizada preferencialmente quando a temática escolhida é pouco abordada, dificultando assim a formulação de hipóteses exatas e operacionalizáveis.

Conforme a concepção de Gil (2017), a pesquisa descritiva é classificada como intermediária entre a pesquisa exploratória e a explicativa, sendo que seu objetivo principal é descrever características específicas de uma população, fenômeno ou relações entre variáveis. De acordo com Andrade (2004), este tipo de estudo é utilizado para observar fatos e logo após registrar, analisar e classificá-los da forma como são no mundo físico, sendo que o pesquisador não manipula os dados pesquisados.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de matérias publicadas em livros, artigos e revistas. Segundo Kahlmeyer (2007), este tipo de pesquisa “compõe o procedimento essencial para os estudos monográficos, pelos quais se adquire o domínio do estado da arte, sobre determinado tema”. A pesquisa bibliográfica possibilita ter uma boa base teórica do conteúdo abordado.

Foram utilizados como critérios de inclusão: artigos completos em língua portuguesa publicados entre os anos de 2004 e 2018 bem como trabalhos e sites confiáveis que abordassem o tema proposto. Como critérios de exclusão: sites não confiáveis ou que não atendam diretamente a proposta do presente trabalho.

Foram encontrados 4.190 artigos e 1.540 sites relacionados ao tema proposto publicados em língua portuguesa, no entanto, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão descritos na seção anterior, restaram somente 14 artigos e 7 sites. Abaixo foi realizada uma conceituação base sobre o tema, com a visão de autores sobre o tema.

Segundo Oliveira et al. (2013), o Brasil já tem o sexto maior parque têxtil do mundo, e o segundo no ranking mundial na produção de denim e o terceiro na de malharia. Emprega atualmente mais de 1,5 milhão de trabalhadores, sendo o segundo maior empregador da indústria de transformação. Hoje, há mais de 30 mil empresas produtoras de fibras naturais e químicas, de fiações, de tecelagens, de confecções e de moda no país.

Ainda segundo o mesmo autor, os principais impactos ambientais do setor têxtil são: geração de efluente e de cor (tinturarias, estamparia, engomagem); odor do óleo de enzimagem (lubrificação dos fios das fibras têxteis); geração de resíduos (desde o descaroçamento do algodão até o resto de fios na confecção) e o ruído e vibração dos processos mecânicos.

Porém, a poluição não está apenas no âmbito do processo produtivo, ela se estende ao método de descarte das roupas, que ocorre, geralmente, sem nenhum cuidado com o meio ambiente.

“[...] a produção de lixo nas cidades é de tal intensidade que não é possível conceber uma cidade sem considerar a problemática gerada pelos resíduos sólidos, desde a etapa da geração até a disposição final. Nas cidades brasileiras, geralmente esses resíduos são destinados a céu aberto.” (MUCELIM e BELLINI, 2008)

Mucelim e Bellini (2008) afirmam que é inevitável a geração de lixo nas cidades devido à cultura do consumo. Em 2006, o Brasil era constituído por 5.507 municípios e na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada no ano de 2000 pelo IBGE, foi registrado que somente 33% (1.814) dos 5.475 municípios daquele ano coletavam a totalidade dos resíduos domiciliares gerados nas residências urbanas de seus territórios. Os dados dessa pesquisa revelaram que diariamente o Brasil gerava 228.413 toneladas diárias de resíduos sólidos. Isso implica numa produção de 1,2 kg/habitante. A indústria da moda é responsável por boa parte desse lixo por que muitas marcas vem seguindo o ritmo da fast fashion. Anicet e Rüthschilling (2013) definem esse fenômeno com uma moda efêmera, de mudanças rápidas, seguindo tendências de moda, em alta escala produtiva, focada no consumo de massa, com roupas de baixa qualidade, muitas vezes, produzidas com trabalho escravo

200 ou outro tipo de inconformidade. Sendo assim, as roupas são descartadas porque não têm durabilidade e por estarem “fora da moda”.

Contrapondo a essa realidade, grande parte da população não tem como participar desse fenômeno da moda e uma parte relevante da população não tem nem o que vestir. Segundo o IBGE, em pesquisa realizada em 2017, 52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, vivendo com R$ 18,24 por dia. Isso representa um quarto da população brasileira.

Boa parte dessas pessoas não tem o que comer e nem o que vestir. O G1 (2016) relata que cinco moradores de rua morreram por causa do frio em um município de São Paulo, em 2016.

Conclusões

A partir do estudo é possível concluir que, a processo de produção de roupas é altamente prejudicial ao meio ambiente e bem como a maneira como ocorre os descartes de roupas. Além disso, a “fast fashion” propulsiona o consumismo de roupas e acaba gerando um descarte rápido de roupas que muitas vezes ainda não estão deterioradas.

Outro ponto observado pelo estudo, é a situação da sociedade brasileira, que tem um quarto de seu povo abaixo da linha da pobreza. Um clara contradição. Enquanto grande parte da população vive em péssima situação financeira, outra parte descarta roupas irresponsavelmente. Portanto um projeto social que trate da problemática citada traz benefícios em ambas as perspectivas, a social e ambiental contribuindo diretamente no âmbito da produção e reaproveitamento de material têxtil na sociedade.

Referências

ANDRADE, A. M. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação. 6ª edição. São Paulo: Atlas Editora, 2004.

ANICET, Anne; RÜTHSCHILLING, Evelise Anicet. Relações entre moda e

No documento ANAIS DA IV SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (páginas 196-200)

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