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de Monstro Assombracão essas coisas da escuridão • •

tão i nocente a assustadinho como o da pombinha do mágico quan­ do descobre a multidão Vai ver que era por isso que chamavam

� a gente logo desconfia que é um distraído de propósito, para

8 de Monstro Assombracão essas coisas da escuridão • •

MS 13

Parecia com tantas outras praias onde iá tinha estado, o mesmo tipo de planta , tudo. IQ 22

g - através de paralelismo

Bino era menino. Bino era Benedito, Bino era filho de pescador. Lado 7

, Arlindo lindo, Arlindo alegre, Arlindo brincalhio, ...

Pr 18

5.2 . 3. 3 - Contrários

são bem características e expressivas na obra de Ana Maria Machado as idéias contrastantes que aparecem ao longo de seu texto . t um recurso que lhe possibilita - além do ade­ quado e sutil manejo das palavras para não permitir incoe­ rências - um exercício instigante permanente na medida em que dioga com conceitos que se excluem, mas que no contexto se completam.

Apreciemos como i sso se realiza: - Este novo país parece um milagre. Pareci a mesmo. Ou um feiti ço . T 9

-..

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Vocês todos apanharam coisas prontas ora trazer . Eu nao.

Eu trouxe coisas de fazer . Bento 15

Mas o recado ficou comprido demais para passarinho de �anto curto conseguir lembrar . P 18

. . • esta história aconteceu há muitos e muitos anos, num pals muito longe daqui . Outros garantem que não , que aconte­ ceu há poucos e poucos dias, bem pertinho . Tem também quem jure que ainda vai acontecer . T 5

Pelo menos, brinquedo feito . Por que brinquedo virado, ela tinha uma infinidade . . . Bem 7

No momento, ela voa de lá para cá, entre a lua e o ar­ co-íris, entre a noite e o dia, etérea indecisa costurando os

contrários para sempre. Pr 9 4

5. 2 . 3. 4 - Comparaç6e•

Segundo Othon Moacyr Garcia, a realidade não é consti­ tuída s omente por contrastes, mas também por semelhanças . Es­ tabelecer comparações ou analogias é exatamente captar seme­ lhanças entre coisas, seres e idéias .

Qualidaêes isoladas s ão comparadas, comparam-se fatos, fenômenos, acontecimento9, ações bem como se situacões mais complexas .

O processo de comparação que pressuponha a existência de qualquer tipo de semelhanças visa, principalmente a tor­ nar mai s clara urna idéia nova ou desconhecida pelo confronto com outra mais conhecida, cuja característica predominante

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ressalte.

Ainda segundo Othon Moacyr Garcia ,

[ • • . ] a comparaç i o s upre as s im , ate certo ponto , a ins uficiência de pal avras para exprimir com exa­ tidão todos os pos s ! veis matizes de ide ias ou s entimentos . O ra , a rea lidade concreta oferece uma variedade quas e inf inita de cois as e s eres capazes de traduzir , por particu l arizaç ão e con­

cretiza� ã o , as ide ias g erais e abstratas , pois uma das deficiên cias do es p! rito humano ê a s ua incapacidade de abs tração abso l uta , s ua incapa­ cidade de is o lar conceitos ou conceber ide ias

des garradas de todo contato com o mundo obj eti­ vo , É conhecida a s enten ça de Locke: " nada nos chega a o espírito s em ter s ido antes apreendido pel os s entidos " , Por is s o , procuramos traduzir noções ou conceitos abs tratos por meio dos nomes

dos obj etos das nos s as percepç Ões s ens i veis9 8,

A metáfora pode originar-se da existência de semelhanças no .mundo objetivo, da incapacidade de abstração plena , da po­ breza. relativa do vocabulário comparada à riqueza das idéias a expressar e também do prazer estético da caracterização pi­ toresca .

O emprego .da metáfora é bastante diversificado, segundo Hermann Paul:

A metifora é um dos meios mai s importantes p�ra a criaç ão de denominaç ã o de .compl,exos de repres e.n;­ taç Õ es para os quais não exis tem ainda des ignações adequadas , Mas s ua apl ica ç ão não s e l imita aos ca ­

s os em que ocorre ta l neces s idade externa , Mes mo onde s e dispõe de uma denominaç ã o j ã existente, um impu l so interior incita a preferêrtcia por uma ex­ pres s ão metaf órica ( , , , ) , É evidente que para a criação da metáfora , na medida em que ela ê natu­ ra l e popu lar , recorre- s e em gera l aqu el es c! rcu ­ l os de repres entaç ões que estão m.ais vivos na a l ­ ma , O que es tã mais dis tante da compreens ão e do in teres s e torna- s e mais intuiti vo e familiar por

meio de a l g o mais prÔ ximo9 9,

A metáfora constitui-se numa comparação implícita , sem partículas conectivas como tal qual, por exemplo ou pelas

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L

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que possam exercer essa função com o lem bra , dá a impre s s ão

de , entre outras . Na m etâfora hã " tra ns p o s i çao " ou " t ra n s -

fe r ênc i a " (no sentido etim ológico) do term o num a relação de sem elhança que a im aginação perceba entre os elem entos .-Atua da m esma m aneira que a comparação convencional, m as se m ani­ festa de form a m ais condensada .

A um nível infinitamente mais elevado e mais original , o artista/artífice da prosa procederá de forma sem elhante . Ou escolhe o tipo explícito e deleita-se com uma com paraçao épica ou visa aos efeitos da surpresa e da tática do assom ­ bro graças à justaposição ousada de experiências totalmente diversas .

A l ;m da m etá f ora como cr i aç ão pe s s oa l , r evivi f i ­ cadora ct a l i n g uag em comum , h â outr o tipo : o das m etá f oras naturai s da l í n g ua cor r en te, qu e podem s er ou n ã o catacr es es , Cr iado o padr ão expr es s i -

vo, el e se tor na pa t r i m�n io e omum. s ão mu i to nu-

m e r os a s as meti f o ras de s s e tipo con s tr u t do com

nomes de an ima i s, de p lantas, de par tes do cor po h umano de obj etos e uten s i l ios de f on�menos f I -

s i cos, de aspectos da natur ezal O O

O reconhecimento da m etáfora como força criadora da língua foi sempre admitido. Segundo Arist6teles, "A coisa mais importante é, de longe, ter o dom ínio da metáfora . SÓ

. - d

. d - d - . ,,101

isto nao po e ser concedi o a outro; e a marca o genio .

Proust declarou sobre F laubert: "Creio que s6 a m etáfora pode dar ao estilo uma esp�cie de eternidade"1 º 2. Descontan do-se possíveis exageros, não existem dúvidas sobre a im­ port;ncia da metáfora na linguagem e na literatura .

Stephen Ullmann a vê dissem inada em várias situações : A metá f ora es tâ tão intimamente l i gada com a pr ó ­ pr ia tes s i tu r a da f ala h umana que a encontramos

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j á sob div e r sos aspectos : c omo um fa t o r primo r ­ ct ia l da mot i vaç ã o, como um ar t i f í c i o e x p r essi v o , c om o uma f o n t e d e si n on í m ia e de po l i ssemia , como uma fuga para em oç; es in t e nsas , c om b um m eio d e pr e ench e r lacunas n o v ocabu l á r i o , e em d i v e r sos

o u t r os papéisl 0 3

A estrutura básica de metáfora é simples. Há sempre dois termos presentes: a coisa de que falamos e aquilo com a qual a comparamos.

Há escritores modernos que costumam produzir efeitos surpreendentes traçando paralelos inesperados entre objetos díspares. A propósito, Richards faz o seguinte comentário:

"Quanto mais afastadas são duas coisas que se reunem, maior é, evidentemente, a tensão criada. Esta tensão é a elastici­ dade do arco, a fonte de energia do tiro, mas não devemos confundir a potªncia do arco com a excelªncia do tiro; ou o

f , . "104

es orço com a pontaria .

são de tipos variados as comparações e/ou metáforas da obra estudada. Mesmo as comparações explícitas, pelo próprio material lingüístico que as constituem e a sensibilidade de Ana Maria Machado,são originais e inusitadas.

Vejamos os exemplos nos textos do que em teoria foi exposto:

Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fia­ pos da noite. Laço 4

. . . o mar de água clara se espreguiçava . Como se também estivesse acabado de acordar . IQ 6

. . . e usaram uma escrita que parecia rastro de carangue- jo. IQ 40

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