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s í n tes e de vário s elemen to s que formam umtermo n o vo, como desa lmado, o n d e s em que exis ta um s ubs tan tivo * desalma nem um adj etivo * aZmado�
a reu n i ão d o s trê s elemen to s fo rma u m compo s to claro e expres s ivo 7 1.
A nomenclatura Gramatical Brasileira não reconhece este · fenômeno lingüístico.
O reconhecimento tradicional é feito pela possibilidade ou nao de se extrair um dos afixos da construção e ter como resu ltado uma palavra da língua. Havendo a possibilidade, a construção não seria considerada parassintética.
Parece-nos que o procedimento é claro : se, ao suprimir mos um dos afixos , o resultado é uma forma não existente , is so indicaria que a construção não pode ter sido feita pelo simples acréscimo de um afixo a uma base já afixada pois não se forma palavra acrescentando um afixo a uma forma que não existe .
Achamos , porém , que o procedimento tradicional de reco nhecimento é insuficiente por tratar apenas da pos sibilidade de formação, deixando de lado o fator semântico para o qual o contexto contribui .
Um outro aspecto precisa ser considerado. Não estamos lidando com vocábulos dicionarizados. Há ineditismo nos seus empregos. Tendo isso em vista, o termo pode existir em poten
cial, j á que se vai criar sobre ele.
Sem querermos polemizar acerca da questão, apenas esta mos levantando algumas idéias , j.á que o controverso fenômeno aparece no texto de Ana Maria Machado.
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9 5 Exami nemos duas ocorrências
Pelo tradicionalmente aceito, não haveria derivação pa rassintética em "Primeira aventura de desenferrujamento". R 42 pois temos des + enferruja + mento, mas sim em "Ela não co nhecia congelado, enlatado, desidratado, ensacado, emp lasti� cada , . . . Bisa 25 porque não há em + p lastic + ado.
Para nós, sem absolutamente pretendermos fechar qualquer questão, o que há em ambos é derivação prefixa! e sufixal.
Quanto mais não fosse, seria possível supor a consciên cia lingüística real da autora no momento da criação?
5 . 2.1 . 1 . 4 - Composição
Consiste em formarmos urna nova palavra pela união de doi s ou mai s e lementos vocabulares de s ignific ação própria
(radicais) . A palavra composta representa sempre uma idéia Única e autônoma, quase sempre dissociada das noções expres sas pelos seus componentes . O que caracteriza, então, a com posição é, além da unidade de significação, a existência de mais de um radica l . O composto representa uma idéia simples, porém, caracterizada, normalmente, pela alteração ou especia lização do sentido primitivo dos seus componentes .
Para existirem os compostos, é condição necessária e bastante que dois termos reunidos tenham sobre o espírito a impressão de urna idéia simples. Michel Bréal assim o atesta:
Logo que o espí r ito reúna em urna sô i déia duas no ções até então separadas, todas as sor tes de redu ções ou de petr i f i cações do primeiro termo se tornam possí vei s . Mas são fatos acessó r i os , cuj a presença ou ausência em n � da alt e ra a essênci a das coisas
t
9 6 Vamo-nos permitir tecer algumas considerações baseadas nos ensinamentos de Margarida Basílio cujo enfoque é um pou co diverso do da gramática tradicional, mas que nos parecem interessantes, acrescentando novas perspectivas ao problema .
Como foi visto, a derivação gira em torno de um afixo, que é um elemento estável, com função sintática ou semânti ca predeterminada. Já a composição envolve a união de uma base (radical) a outra base, não havendo elementos fixos, funções predeterminadas no nível dos elementos .
O que caracteriza e define a função do processo de com posição é a sua estrutura, de forma tal que, das bases que
se unem para formar um a palavra, cada uma tem seu papel de fin�do pela estrutura.
Tomando como exemplos alguns compostos, chegaremos a conclusões interessantes e pouco lembradas. Em compostos do tipo substantivos mais substantivos, o primeiro funciona co mo núcleo e o segundo como modificador (couve-flor) ; já em compostos com substantivos mais adjetivos (obra-prima) , o nu cleo é o substantivo, enquanto que o adjetivo é o modifica dor, não importando quem venha primeiro . Em composições tipo verbo mais substantivo (mata-mosquito) , o substantivo exerce função semelhante à de objeto direto do verbo.
Temos, então, um aspecto pouco enfatizado da composição a qual utiliza estruturas sintáticas para fins lexicais, ou seja mecanismos ou estruturas que são normalmente utiliza-
dos na formação de enunciados passam a ser utilizadas na fun de denominare/ou caracterizar seres , que é uma função funda mental do léxico"7 3.
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Observamos que, enquanto na derivação temos a idéia de noçoes comuns e gerais, na composição identificamos um pro cesso com categorizações cada vez mais particulares . Ao serem utilizadas estruturas sintáticas com finalidade lexicais os processos de composição podem responder pela nomeação ou ca racterização de seres ao se unirem dois componentes semânti cos, de existência independente no léxico em apenas um ele mento lexical .
A nomeação de seres, segundo Margarida Basílio pode ser descritiva ou metafórica. "Na nomeação descri tiva, um ser, en tidade, substância, etc . é denominado a partir de suas carac terísticas objetivas mais relevantes117 4 (couve-flor) . "Temos
uma, situação de nomeação metafórica quando a descrição de um objeto, ao invés de caracterizá-lo por critérios objetivos, estabelece para este uma descrição em termos de propriedades transferidas em termos associativos11 7 5 (louva-a-deus). Neste segundo caso fica bem clara a idéia de que as noçoes expres sas pelos elementos constituintes normalmente nada têm a ver com a idéia Única da palavra composta no seu todo.
Pelo que pndemos perceber, a composição, utilizando a estruturação sintática para fins de criação lexical, redunda num processo de função semântica, sem paradoxalmente, elemen tos semânticos em sua estrutura . Objetiva, antes de qualquer outra coisa, a denominação, na qual se manifesta cabalmente
a importância assumida pela função metafórica no mecanismo da criação lexical .
Por isso tudo, não se estranha que
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