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Delineamento da Pesquisa

No documento O Programa de E-Mentoring do Ponto Cidadão (páginas 47-49)

O pesquisador para o presente trabalho utilizou da argumentação dedutiva para uma pesquisa de base qualitativa. Quanto aos fins, é classificada como exploratória. Quanto aos meios de investigação, utilizou o método monográfico ou estudo de caso. O método dedutivo é sempre definido como sendo o procedimento de estudo que vai do geral para o particular ou, melhor dizendo, parte-se dos princípios já reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis para se chegar a determinadas conclusões. Na visão de Oliveira (2010), a utilização do método dedutivo nos leva a partir do que já é conhecido para o desconhecido.

No dizer de Martins (2002), o método dedutivo é definido como um conjunto de proposições particulares contidas em verdades universais. Parte da premissa antecedente (valor universal) e chega ao consequente (conhecimento particular). A aplicação desse método exige o uso de recursos lógico-discursivos. É usado dentro de contextos de justificação e tem por critério de verdade a coerência, consistência e a não contradição.

A investigação exploratória é realizada em área científica na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Tornando-se necessário analisar as dimensões do programa e-mentoring em funcionamento, estruturado e desenvolvido pelo Ponto Cidadão, para melhor entendimento de forma mais apurada do fenômeno, suas características e complexidades, comparando-as ao modelo internacional identificado na literatura (COOPER; SCHINDLER, 2006; OLIVEIRA, 2010).

A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como sendo uma tentativa de se explicar em profundidade o significado e as características do resultado das informações obtidas através de entrevistas ou questões abertas, sem a mensuração quantitativa de características ou comportamentos. As abordagens qualitativas facilitam descrever a complexidade de problemas, bem como analisar a interação entre variáveis, compreender e classificar determinados processos sociais, oferecer contribuições no processo das mudanças, criação ou formação de opiniões de determinados grupos e interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Tal abordagem facilita ainda a descrição dos

fatos e fenômenos observados. A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como sendo um estudo de um determinado fato, objeto, grupo de pessoas ou ator social e fenômenos da realidade. Esse procedimento visa buscar informações para se explicar o significado e as características de cada contexto em que se encontra o objeto de pesquisa (OLIVEIRA, 2010).

A pesquisa é classificada como exploratória por pretender o aperfeiçoamento de ideias ou o achado de percepções por intermédio das explanações sobre determinado fato, tornando- se necessária a avaliação dos aspectos do programa de e-mentoring em funcionamento, concebido, desenvolvido e mantido pelo Ponto Cidadão, para a compreensão em profundidade do fenômeno, suas características e complexidades, comparando-as ao modelo internacional identificado na literatura (COOPER; SCHINDLER, 2006; OLIVEIRA, 2010).

A pesquisa qualitativa é o tipo que melhor se adapta ao estudo exploratório, posto que tal tipo é útil quando não se tem uma ideia clara dos problemas que serão enfrentados durante o estudo, principalmente quando a área explorada é nova ou vaga, pois, variáveis importantes podem não estar claramente definidas (COOPER; SCHINDLER, 2006). A pesquisa qualitativa não considera somente as interpretações das realidades sociais, mas também objetiva uma categorização do mundo social, análise em direção a questões referentes à qualidade e coleta de dados, com estratégias de pesquisa independente. É igualmente relevante, após o levantamento, o direcionamento de análise dos dados obtidos ou o embasamento da interpretação com observações mais minuciosas (BAUER; GASKEL; ALLUM, 2002). Daí justificar-se a escolha do pesquisador.

Uma vez que as peculiaridades do programa estão intimamente relacionadas ao contexto em que se desenvolvem, a técnica de estudo de caso parece a mais adequada, por tratar-se de uma estratégia metodológica do tipo exploratória, que facilita a compreensão da realidade (STAKE, 2000; YIN, 2005; MARTINS, 2006; GIL, 2007; OLIVEIRA, 2010). Com relação ao conceito de estudo de caso, tanto Yin (2005) quanto Stake (2000) têm a mesma abordagem, enfatizando que não é apenas uma escolha metodológica, e sim uma escolha do objeto específico a ser estudado, sem, contudo intencionar a generalização. O que pode ser replicado a partir de um estudo de caso é a teoria, e não a inferência dos dados.

De acordo com Gil (1994), o estudo de caso é uma pesquisa caracterizada pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos. Trata-se de um método que permite o amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível em outro tipo de estudo. Para Oliveira (2010), o método de estudo de caso facilita a compreensão de fenômenos sociais complexos e em geral se aplica com mais frequência às áreas das ciências humanas e sociais,

destacando-se a psicologia, a sociologia, a ciência política, a econômica e a administração. Trata-se de um método eclético e se aplica em diferentes áreas de conhecimento, incluindo-se também as ciências naturais.

Evidentemente a aplicação do método de estudo de caso deve ser utilizada para atender aos objetivos preestabelecidos pelo pesquisador, como sendo um estudo a fim de buscar fundamentos e explicações para determinado fato ou fenômeno da realidade empírica (OLIVEIRA, 2010). Do ponto de vista de Yin (2005), o pesquisador de estudo de caso deve ser hábil em saber fazer perguntas, em saber ouvir, ser flexível e adaptável, ter plena compreensão das questões que estão sendo pesquisadas, e tentar evitar que ideias preconcebidas impeçam a possibilidade de novas descobertas, evitando viés.

Em Marconi e Lakatos (2010), vamos encontrar que existem motivos distintos para estudos de caso: (a) intrínsecos, pela representação de traços particulares; (b) instrumentais, devido aos esclarecimentos de traços sobre algumas questões; e (c) coletivos, pelas abordagens de vários fenômenos conjuntamente. O estudo de caso refere-se ao levantamento de determinado caso ou grupo humano sob todos os seus aspectos. Entretanto, se restringe ao caso que estuda, ou seja, não podendo ser generalizado. De acordo com Ludke e André (1986, apud MARCONI e LAKATOS, 2010), no estudo de caso algumas características são fundamentais, tais como: (a) visar a descoberta; (b) enfatizar a interpretação do contexto; (c) retratar a realidade de forma ampla; (d) valer-se de fontes diversas de informações; (e) permitir substituições; (f) representar diferentes pontos de vista em dada situação; (g) usar linguagem simples.

Nessa seção o pesquisador explanou sobre o delineamento da pesquisa, esclarecendo sobre a argumentação, base, classificação e o método que utilizou nesse estudo. A próxima seção apresentará o locus da pesquisa, o local escolhido para a realização desse trabalho.

No documento O Programa de E-Mentoring do Ponto Cidadão (páginas 47-49)