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Desconstruindo imagens: unanismo e afropessimismo

Capitulo I: A representação africana: avanços e desafios

I.1- Desconstruindo imagens: unanismo e afropessimismo

A partir da análise do olhar que o ocidente tem sobre o continente africano, foram construídas duas imagens que corriqueiramente são acionadas. São elas: o unanismo e o afropessimismo.

O conceito de unanismo, segundo o filósofo inglês Kwame Anthony Appiah, na sua obra Na casa do meu pai (1997), foi cunhado pelo filósofo do Benin Paulin

Houtundji na obra Sur la philosophi africaine (1976) para explicitar a forma como muitas vezes se vê a África, como um continente único, sem distinções, sem diversidade cultural, sem características continentais.

O conceito de afropessimismo também é refletido por Paulin Houtundji (1976) na mesma obra supracitada, e trata-se de antecipadamente atribuir-se uma negação ao continente africano; consiste na afirmação da incapacidade africana na superação dos seus problemas históricos e dificuldades emergenciais.

O unanismo é construído social e ideologicamente e impede uma aproximação com o continente africano dificultando o entendimento das culturas e dos povos, impossibilitando desta forma qualquer avanço na comunicação. De acordo com Hountundji, o unanismo deve ser desconstruído de maneira emergencial para que se avance nas possibilidades de um diálogo. A representação africana é fragilizada quando permeada por estes dados, já que eles tendem a despersonalizar as características próprias de cada país africano, de cada cultura africana.

Appiah afirma que toda e qualquer forma de construção ou reconstrução da identidade africana deve procurar superar a ideia reducionista do unanismo e da desvalorização contida no afropessimismo.

Esses conceitos devem ser analisados quando introjetados pelos próprios africanos. Tal reflexão é alertada por Appiah, que chama a atenção sobre os discursos de unidade africana que muitas vezes podem estar sendo cooptados pela perspectiva do unanismo, o que retira de cada um desses povos a reflexão histórica própria e as particularidades de sua cultura. Para Appiah, o discurso de unidade africana deve ser pautado nas perspectivas socioeconômicas que colocam hoje grande parte dos países africanos após a experiência colonial em condição bastante assemelhada entre si, no sentido de ocupação de espaço efetivo no cenário político e econômico mundial.

O unanimo é perigoso, pois pode manifestar-se de modo estratégico nas mais variadas instâncias, desde as mais evidentes, tais como a percepção cultural africana em sua forma estética, que tende a organizar ritos e símbolos africanos de grupos étnicos distintos em um lugar comum, até as mais sutis, ligadas ao pensamento africano que muitas vezes são quase imperceptíveis ao primeiro olhar. Essa maneira de observar o continente africano tem em alguns dos modelos educacionais ocidentais uma excelente forma de propagação. O mesmo acontece com modelos de educação que apenas retratam a África como um continente

atrasado e selvagem, que, quer seja por ignorância ou intencionalidade, faz com que a imagem africana permaneça em uma esfera única.

Da mesma maneira acontece quando se olha para os seus povos, sendo todos igualados e nivelados em um ambiente comum, sem distinções de nenhum tipo, e quando essas distinções parecem surgir, são então colocadas em outra perspectiva comum, a diferença igualada no atraso civilizacional que representam. Vejamos o que nos diz o historiador brasileiro, especialista em África, Anderson Ribeiro Oliva,

Dessa relação de estranhamento versus entendimento, gerou-se uma postura mais ou menos usual de filtragem cultural, ou seja, o uso de um instrumental composto por valores, códigos e categorias comuns à cultura do observador que contaminam ou influenciam o seu olhar sobre o observado, e das interações entre os mesmos ao longo do tempo. (2007, p.29).

A representação africana colocada diante da representação europeia pode ficar fragilizada, já que os conceitos de negação construídos através da representação europeia fazem com que uma força ideológica a partir da Europa procure estar sobreposta à representação africana. Nesse sentido, a representação africana estaria sendo efetivada a partir do interesse da representação europeia.

No entanto, de acordo com Appiah (1997) deve-se também rejeitar as contra argumentações que apenas evoquem a ideia de uma África vitimada. Ela existe na história, mas esta mesma África tem também em seu conjunto civilizatório uma quantidade enorme de elementos socioculturais a serem refletidos e compartilhados. É relevante o reconhecimento dessas contribuições pelos próprios africanos; é necessário voltar-se para alguns traços de suas culturas, expressas na sua diversidade e não em uma pretensa unidade, incapaz de revelar essa natureza vasta de suas expressões culturais. É a partir desse reencontro com seus elementos culturais que a África poderá construir uma representação valorativa de si mesma. Hampaté Bâ (2003;2010) ao refletir essa questão, faz questão de afirmar a cultura tradicional, a oralidade, como sendo esse alicerce do qual não se deve fugir.

De acordo com Oliva,

É certo também que, se esse exercício de interpretar outra cultura teve encaminhamentos e consequências diversas ao longo dos tempos, alguns de seus resultados se aproximam na perspectiva da exclusão ou inferiorização do Outro/observado, principalmente daqueles que se encontram física ou culturalmente em situação de grande divergência em

relação ao observador, ou da óbvia discussão de que o Outro assume, muitas vezes, a condição de observador ou se apropria e manipula a condição de observado. (2007, p.29).

A construção da representação africana, pelo que podemos apreender de Appiah, não pode se dar a partir de uma imagem de vitimização, mas sim, a partir do reconhecimento dos traços culturais africanos, dos seus valores, mas também da reflexão crítica dos mesmos. Essa análise crítica deve ser feita pelos africanos e a partir daí estabelecer o diálogo interno, intersubjetivo, tal como apresenta Castiano (2010), e também o diálogo externo, mas em uma perspectiva de encontro entre pares e não entre superiores ou inferiores em que as distintas representações sejam reveladas apenas como forças dialéticas em busca do poder.

A reflexão de Oliva (2007) se aproxima da análise de Appiah (1997) e sugere o conhecimento de suas referências culturais para que aquilo que Serge Gruzinski (2001) percebe como encontro cultural, ou processo de mestiçagem, possa de fato acontecer, mas de modo recíproco e qualitativo, em que os diferentes pares não sejam desqualificados em suas contribuições, tampouco supervalorizados. Gruzinski nos traz em suas reflexões a ideia da dinâmica cultural, do estabelecimento de interfaces que se processam no encontro entre as pessoas, dos povos. De acordo com essa perspectiva a cultura é alterada de modo dinâmico e constante, mas para que a mesma se efetive de modo mais consistente é relevante conhecer o local de onde elas partem, as suas referências anteriores, a partir dos seus atores e produtores, ou seja, se um determinado grupo se vê subjugado ou alijado da condição de conhecer ou reconhecer a sua própria cultura, existirá a tendência da sobreposição do outro. A ideia aqui se refere à condição de representação, na qual o sujeito ou grupo específico, precisa ter garantido o acesso a suas referências históricas, sociais e culturais, e não somente àquelas a eles atribuídas. É essa condição que Castiano (2010) e Leite (2013) defendem como o olhar interno, subjetivo da África.

No entanto, em virtude do olhar negativo sobre a África e seus povos, oriundo dos países do ocidente e a introjeção desse olhar por parte dos africanos, o que Houtundji denominou de afropessimismo, o olhar negativo sobre o continente pode levar à apatia em relação ao que se pensa sobre a África, assim como, em relação às políticas de desenvolvimento humano a ela destinado ou das políticas promovidas no próprio continente, que podem ocorrer em descompasso com as

realidades culturais locais, já que estão baseadas na representação do outro como referência e não na construção efetiva da representação pautada na própria cultura e os desafios que isso acarreta.

De acordo com Oliva (2007) essa visão afropessimista é reafirmada em grande parte pelos meios de comunicação ao associarem o continente africano somente à fome, à miséria, aos conflitos interétnicos e a AIDS por exemplo. Raramente é mostrado algo de valor da civilização africana, algo como os seus modos de percepção do mundo e do ser.

O conceito de afropessimismo como visto anteriormente é analisado tanto pelo olhar externo como pelo olhar interno, sendo neste último caso mais complexo e difícil, pois conduz a população a uma autoestima negativa25, a negação de sua própria história e cultura, a negação de sua imagem. Essa autoimagem inferiorizada é construída pela representação afirmada do outro, que sempre se coloca como centro referencial, de modelo a ser seguido. Embora o tempo todo especifique as suas marcas de pertença, de grupo, do qual o outro subjugado não faz parte, ou seja, mesmo que procure seguir ou imitar este modelo estabelecido nunca terá a mesma condição desse modelo criado. Esse conceito declara uma condição de permanência, de estado, tal qual foi um dia a ideia que se fazia crer do negro escravo, como se fosse uma condição natural, sendo que na realidade eram pessoas tornadas escravas, portanto escravizadas em um momento, em uma condição, em um espaço.

O afropessimismo toma diferentes roupagens estratégicas e pode ser pensado também em suas adaptações já destinadas aos negros na diáspora. Isso ocorreu no Brasil de maneira bastante violenta e eficaz. Esse conceito é estendido a tudo o que provém da África, em especial as pessoas, e nesse caso, essa marca negativa que tem origem no colonialismo é então destinada aos negros em todos os lugares em que eles estejam. Como adverte Munanga,

A desvalorização do negro colonizado não se limitará apenas a esse racismo doutrinal, transparente, congelado em ideias, à primeira vista quase sem paixão. Além da teoria existe a prática, pois o colonialista é um homem de ação, que tira partido da experiência. Vive-se o preconceito cotidianamente. Conjunto de condutas, de reflexos adquiridos desde a

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Este termo refere-se ao processo de negação das próprias características, da própria imagem. No caso dos africanos e seus descendentes, refere-se à negação ou vergonha da própria cultura e da cor da pele. Para saber mais sobre este fenômeno é relevante a leitura da obra Pele

primeira infância e valorizado pela educação, o racismo colonial incorporou- se tão naturalmente aos gestos, às palavras, mesmo as mais banais, que parece constituir uma das mais sólidas estruturas da personalidade colonialista. (2009, p. 33).

O afropessimismo tem levado ao limite do absurdo a expectativa de dignidade no continente africano. Infelizmente, esse conceito quando naturalizado retira do homem uma de suas principais características, a esperança. Esse homem assim constituído é esvaziado de um sentido de vida, no qual não cabe projeto algum, já que nada há de se esperar de algo já condenado. A eficiência psicológica do afropessimismo e seus aplicativos destinados aos negros na diáspora são ainda hoje um dos maiores desafios dos movimentos de direitos humanos. Por exemplo, no caso do movimento negro existe uma série de dificuldades para recuperar jovens e adultos de um trauma histórico, alimentado muitas vezes em sala aula, já na primeira infância.26 Vejamos o relato de Hampaté Bâ ao descrever a sua convocação para frequentar a escola ocidental.

Quando, de volta a Bandiagara, a vida parecia afinal retomar o seu curso normal, sou brutalmente arrancado de minhas ocupações tradicionais que sem dúvida me teriam conduzido a uma carreira clássica de marabu- professor, para ser enviado a força à “escola dos brancos”, considerada então pela grande maioria dos muçulmanos como o caminho mais rápido para o inferno! (2003, p.209).

Essa experiência de Hampaté Bâ marcou profundamente a sua visão de mundo e a busca pela desconstrução de imaginários depreciativos, seja pelo lado africano ou pelo lado ocidental europeu na busca de um respeito mútuo e aprendizado comum.

É possível perceber nesse relato de Hampaté Bâ o quanto é tendenciosa, na constituição desse lugar de poder, de representação dada pela Europa, a negação da cultura do outro a ser dominado. Os velhos sábios africanos viam no modelo educacional proposto pela Europa um dos instrumentos mais eficazes dentro das aldeias na despersonalização da criança africana, daí a expressão “de caminho mais rápido para o inferno”, o que para eles significava estar apartado de si mesmo, de sua própria história e cultura.

Na escola - seja no continente africano no período colonial, em que a negação da língua e dos valores culturais locais era total no ambiente das escolas

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Sobre racismo e educação infantil, é recomendada a leitura da obra Do silêncio do lar, ao

dos colonizadores, ou no Brasil, por todo o período, ainda bastante recente, em que os materiais escolares que se referiam à África apenas como um paraíso selvagem, a terra dos grandes animais e dos homens nus -, a estratégia de não permitir ou possibilitar ao negro o acesso a sua cultura e história, foi eficientemente desenvolvida, momento em que se efetiva um olhar e se fortalece uma representação a ser seguida.

De acordo, com o que diz Eliane dos Santos Cavalleiro,

Em estudos anteriores, foi possível comprovar que a existência do racismo, do preconceito e da discriminação raciais na sociedade brasileira e, em especial, no cotidiano escolar acarretaram aos indivíduos negros: auto rejeição, desenvolvimento de baixa autoestima com ausência de reconhecimento de capacidade pessoal; rejeição ao seu outro igual racialmente; timidez, pouca ou nenhuma participação em sala de aula; ausência de reconhecimento positivo de seu pertencimento racial; dificuldades no processo de aprendizagem; recusa em ir à escola e, consequentemente, evasão escolar. Para o aluno branco, ao contrário acarretam: a cristalização de um sentimento irreal de superioridade, proporcionando a criação de um círculo vicioso que reforça a discriminação racial no cotidiano escolar, bem como em outros espaços da esfera pública. (2005, p.12).

Para Cavalleiro a baixa autoestima de alunos negros no Brasil teve origem não somente no contexto geral da sociedade, mas também em uma forte e basilar referência na escola formal, já que, ao não tematizar questões de formação, tais como o preconceito e a diversidade, acabam por expor os alunos negros a uma representação sempre forjada para além de suas possibilidades.

Pode-se considerar que os ideais civilizatórios constitutivos no modelo educacional não davam conta de revelar a origem e história dos negros, e com isso a sua autoestima é constituída por valores que se constroem externamente a sua condição histórico-cultural. A imagem projetada não se refere à imagem que se tem de si mesmo e a representação dessa imagem desfigura ainda mais a condição do ser negro. Por isso tornarem-se comuns as ideias construídas na Europa de que a África, os africanos, ou mesmo os negros de modo geral são portadores de uma condição inferior em termos intelectuais e civilizatórios. Esses aspectos educacionais, sejam eles destinados aos africanos no período colonial ou aos negros da diáspora, incluindo o Brasil, geram a negativação do indivíduo, o seu enfraquecimento. Para Oliveira (2009), no Brasil sociólogos como Silvio Romero fizeram questão de afirmar a herança trágica que a África deixa no Brasil,

procurando destacar aspectos como a preguiça, a desorganização e a falta de criatividade como aspectos oriundos da presença africana em solo brasileiro.

É interessante que nesse aspecto poderíamos pensar em outra perspectiva de imaginação distinta daquela pela qual estamos trabalhando, mas que nos auxilia a entender a dimensão do impacto a que essa estratégia de dominação pode conduzir o indivíduo. Este tipo de imaginação a que nos referimos agora tem a ver com a psicologia e procura colocar o homem em contato com seu mundo interior de imagens e representações e tem sido utilizado com eficácia em algumas terapias no ocidente. Este tipo de terapia trabalha com aquilo que pode ser chamado de mundo interior.

Poucos são os que sabem que, em princípio, é possível viver alternadamente em dois mundos: no mundo interior e no exterior. Estamos acostumados a viver somente no mundo exterior, e esse é o foco de nossa vida. Empenhamo-nos em conhecer tanto desse mundo quanto nos seja possível, e nossos pais e professores fizeram de tudo para nos explicar como esse mundo é constituído e de que maneira se pode sobreviver melhor nele. No entanto, também existe um mundo interior, embora atualmente o tenhamos até certo ponto perdido de vista. Esse mundo continua existindo e, sob certas circunstâncias, é possível que novamente entremos em contato com ele. Isso acontece em várias formas de psicoterapia; por exemplo, na terapia pela imaginação. (MIDDELKOOP, 1996, p. 9)27.

Nessa perspectiva de terapia que agrega elementos simbólicos oriundos do universo cultural e interior da própria pessoa, que talvez façam sentido apenas para ela, é possível reconduzi-la ao equilíbrio de si mesma. No caso dos modelos oriundos do negativismo com o qual a África e o negro em si são vistos, tem-se assistido ao fenômeno da autoestima negativa como uma rejeição passiva ou ativa do que se é. Esse tipo de terapia que recompõe este universo imaginário em diálogo com a realidade tem sido um aliado nessas situações. E, o mais interessante, é que tal perspectiva de abordagem do ser humano é capaz de conformar a sua cultura e a sua história ao que ele é objetiva e subjetivamente.

Essa análise nos ajuda a perceber o quanto a constituição da representação do negro na África ou na diáspora tem sofrido o impacto da interpretação externa a que são submetidos. O olhar objetivo que Castiano (2010) chama a atenção. Essa marca que se expressa na constituição sociológica do racismo e que traz em si uma série de estereótipos destinados ao negro produz várias problemáticas que podem

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levar ao extremo a autoaceitação, e com isso, a elaboração de uma representação negativa, no qual se percebe em muitos aspectos a fixação em formas de pensar e agir que dificultam que este indivíduo consiga superar as condições sociais a que é submetido. No Brasil, o Instituto AMMA Psique e Negritude28 tem desenvolvido um trabalho de referência sobre os efeitos psicossociais do racismo, procurando elaborar a partir da cultura negra a valorização do sujeito, revelando a sua história em uma dimensão livre das conceituações negativas exteriores. Através disso tem sido estabelecida uma possibilidade de reconstrução desta autoestima, e com isso a construção de uma representação positiva da criança negra.

Essa atenção que vem sendo dada ao aspecto psicológico da criança negra no Brasil é estabelecida na tradição africana. Segundo Hampaté Bâ (2010), no universo da cultura tradicional, da oralidade, o ser humano é visto em totalidade29, em seu conjunto. Essa visão integrada do ser humano recupera no ser o sentido de sua existência e com isso a autoestima. Aqui já podemos perceber com maior clareza o porquê de Hampaté Bâ ter dado tanta importância a essa cultura na constituição da imagem e representação africana. Ela é um contraponto à ideia racial imposta pelo colonizador, que conduziu a reconstrução africana a modelos de representação que estiveram pautados essencialmente na ideia de raças humanas, um conceito hoje bastante discutido e presente na sociedade, mas que, se por um lado aproxima os africanos em torno de uma ideia de raça a que foram colocados, normalmente não dá conta de expressar a diversidade cultural que trazem em suas experiências civilizatórias. Portanto, entender essa resposta forjada pelos negros ao racismo que foram submetidos, nos permite entender essa primeira representação pós-colonial e diaspórica que fez com que houvesse uma aproximação do ser negro, seja no continente africano ou fora dele, em busca do estabelecimento de sua condição humana no mundo. Contudo, é imprescindível entender os desafios posteriores que esta representação impôs, principalmente a África.

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Algumas reflexões sobre essa temática podem ser conferidas no livro Psique e Negritude: Os

efeitos psicossociais do racismo (2008), que reúne entrevistas e depoimentos das experiências de

trabalho do Instituto AMMA organizados pela sua diretora Maria Lúcia da Silva.

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Esse conceito é trabalhado de modo parecido com o olhar africano na antropologia filosófica de Max Scheler (1874-1928).