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Descrição e interpretação dos recortes da seção cultura

7.2. Seção cultura: o funcionamento da argumentação para a preservação das línguas

7.2.2. Descrição e interpretação dos recortes da seção cultura

Iniciaremos nossas análises retomando os clicks que nos levam aos textos com os quais trabalharemos. O caminho às questões linguísticas é construído pelos seguintes links:

Cultura– Temas – Lenguas en Peligro

(R1)Lenguas en Peligro

Se estima que, si nada se hace, la mitad de los 6000 idiomas hablados actualmente desaparecerá a finales de este siglo. Con la desaparición de las lenguas no escritas y no documentadas, la humanidad no sólo perdería una gran riqueza cultural, sino también conocimientos ancestrales contenidos, en particular, en las lenguas indígenas.

Sin embrago, este proceso no es inevitable ni irreversible: políticas lingüísticas bien planificadas e implementadas pueden reforzar los esfuerzos actuales de las comunidades de hablantes de mantener a revitalizar sus lenguas maternas y transmitirlas a las generaciones más jóvenes.

No decorrer do texto temos a reescrita por substituição de lenguas en peligro por

la mitad de los 6000 idiomas no hablados que por sua vez será reescrito por lenguas no escritas y no documentadas. Sobre a relação posta entre línguas e idiomas, já vimos que este

tipo de procedimento enunciativo é recorrente, apresentando-se enquanto evidente a sinonímia entre lengua e idioma130

. Desta forma, fica estabelecida uma relação de sinonímia entre as seguintes expressões pela forma como uma reescreve a outra no texto:

lenguas en peligro =131 la mitad de los 6000 idiomas hablados = lenguas no

escritas y no documentadas

Pela relação posta, poderíamos realizar as seguintes paráfrases, a fim de chegarmos a alguma relação de determinação:

(R.1.a) Há línguas.

(R.1.b) Há línguas em perigo.

(R.1.c) As línguas em perigo são a metade dos 6000 idiomas falados. (R.1.d) As línguas em perigo são 3000 idiomas falados.

(R.1.e) A metade dos 6000 idiomas falados são línguas não escritas e não documentadas.

(R.1.f) As línguas em perigo são línguas não escritas e não documentadas.

Poderíamos propor um DSD onde representaríamos esta relação que especifica o sentido das expressões, produzindo as determinações:

(DSD 3 – a expressão línguas em perigo determina 3000 idiomas falados que por sua vez determina línguas não escritas e

não documentadas)

O acontecimento divide o sentido de língua pela determinação que expande, especificando, cada vez mais, esta língua sobre a qual se fala. As predicações em nossas paráfrases só são possíveis com a manipulação dos sintagmas nominais no que diz respeito à posição dos adjuntos adnominais apresentados como sinônimos:

130 Esta questão também foi discutida em minha dissertação de mestrado, defendida em 2010 pela Unicamp: Os

sentidos de Portunhol e Spanglish no Espaço Enunciativo da Internet: Um estudo das relações de determinação e (des)legitimação.

131 Utilizo este símbolo de forma livre para dizer “igual”, enquanto um sentido posto pela reescritura de

substituição. Fiz esta opção já que ainda estamos em um processo de descrição e não em uma formulação final do DSD.

Lenguas/idiomas En peligro

Hablados

No escritos

No documentados

No entanto as paráfrases não nos levam a uma determinação da palavra língua, especificamente, já que não produzem uma predicação sobre ela de maneira isolada, mas à determinação de uma expressão sobre a outra, como vimos no DSD 3. No entanto, interessa-

nos que a palavra língua compõe estas expressões. Pensemos agora no seguinte enunciado que apresenta uma relação argumentativa

importante:

(R1`) Con la desaparición de las lenguas no escritas y no documentadas, la humanidad no sólo perdería una gran riqueza cultural, sino también conocimientos ancestrales contenidos, en

particular, en las lenguas indígenas.

Primeiramente, pelo funcionamento da nominalização “o desaparecimento” (la

desaparición), poderíamos propor uma paráfrase que evidenciasse o enunciado “as línguas

não escritas e não documentadas podem desaparecer”, significado na expressão adverbial. A frase não só ... mas também funcionaria como uma conclusão. Vamos considerar o funcionamento argumentativo de no sólo... sino tambiém dentro do que Guimarães (2007a) propõe sobre o funcionamento de não só ... mas também. No capítulo Não só... mas também:

polifonia e argumentação presente na obra citada, o autor realiza um estudo bastante

detalhado sobre o funcionamento semântico-argumentativo desta e de outras conjunções do português. Segundo o autor, além do caráter polifônico mobilizado pelo uso deste operador, verificou-se que ele pode funcionar em duas situações: na articulação de argumentos e na articulação de conclusões, de acordo com cada enunciação, o que requer um estudo semântico do recorte que se pretende estudar. Outra questão é a forma como os argumentos articulados se apresentam enquanto a sua força argumentativa: são apresentados como equivalentes.

Assim a frase do não só ... mas também aparece como conclusão deste enunciado condensado pela expressão “o desaparecimento”. Poderíamos propor as relações argumentativas:

Esta relação argumentativa, por outro lado, faz com que não só perde x mas

também y funcione na relação com o texto como argumento para trabalhar para preservar

As duas conclusões, que se apresentam também como argumentos, relativas ao enunciado Con la desaparición de las lenguas no escritas y no documentadas reforça o argumento para a preservação e para a necessidade de “trabalhar para preservar”. Ainda temos uma especificação importante que particulariza conocimientos ancestrales contenidos com a sequência lenguas indígenas. Esta relação de complemento entre conter e lenguas indígenas significa esta segunda expressão como detentora da cultura e produz uma nova caracterização da palavra indígena. Desta forma, preservar as lenguas de uma maneira geral, é preservar a

cultura; preservar as lenguas indígenas é garantir vida aos conhecimentos ancestrais, que se

apresentam, no acontecimento, como algo mais importante para corroborar o argumento da preservação.

Ainda sobre esta questão argumentativa a relação com a subjetividade, marcada por en particular, podemos perceber que a caracterização produz uma divisão, como já dissemos, ao mesmo tempo em que reforça o argumento, nos moldes do que Ducrot(1984) nos apresenta em termos de escala argumentativa:

r – necessário preservar

Perderia conocimientos ancestrales contenidos em las lenguas indígenas

Perdería una gran riqueza cultural

Desaparición de las lenguas no escritas y no documentadas

Sobre a divisão posta entre las lenguas indígenas e lenguas no escritas y no

documentadas é importante dizer que ela funciona na contradição que significa estas lenguas

como as mesmas, quando dizemos que os adjuntos adnominais funcionam em uma relação sinonímica (línguas indígenas = línguas não escritas e não documentadas), mas que as separa pelo funcionamento argumentativo anteriormente exposto (desparecimento das línguas não escritas ---) perder riqueza/ línguas indígenas). E esta conclusão se torna, pelo funcionamento do não só ... mas também o argumento decisivo para “é necessário preservar” o que torna o

argumento línguas indígenas mais decisivo diante de línguas não escritas e não

documentadas (línguas indígenas >132 línguas não escritas e não documentadas)

Uma última observação sobre este recorte está na divisão que inclui materna dentro do grupo das expressões que qualificam lengua:

Lengua(s) En peligro

No escritas

No documentadas

Maternas

Se considerássemos a relação sinonímica que há pouco comentamos poderíamos dizer que quando se fala de língua indígena, fala-se também de uma língua não escrita, portanto uma língua oral, mas também de uma língua materna. Se também levarmos em conta o fato de estes textos serem, pelo funcionamento do título, uma expansão de lenguas en

peligro que é uma expressão que enumera e, portanto, determina o que chamamos problemas da cultura, veremos que assim como lenguas indígenas é significada enquanto aquela que

carrega a cultura, lengua materna passa também a significar nesta relação com a cultura a ser preservada, tendo assim uma aproximação de sentido entre as duas expressões. O fato de ser não escrita agrava a existência destas línguas, já que dependem de que existam pessoas que as falem, mobilizando, enquanto futuro deste acontecimento, o chamamento à preservação. Veja que o DSD2 é aqui mobilizado enquanto um pressuposto que sustenta a questão da preservação e que insere lengua materna dentro do grupo do que deve ser preservado.

No próximo recorte temos a explicação do que seja o atlas de las lenguas en

peligro, um dos projetos da UNESCO para salvar as línguas em perigo. A expressão lenguas en peligro passa a nomear o projeto do atlas. Vejamos:

(R1.2)Atlas de las lenguas en peligro

El Atlas UNESCO de las lenguas del mundo en peligro tiene por finalidad sensibilizar a los encargados de la elaboración de políticas, las comunidades de hablantes y el público en general, al

problema de las lenguas en peligro de desaparición y a la necesidad de salvaguardar la diversidad lingüística del mundo. También pretende ser un instrumento para efectuar el seguimiento de las lenguas amenazadas y de las tendencias que se observan en la diversidad lingüística a nivel mundial.

La última edición del Atlas (2010, disponible en inglés, francés y español de Ediciones UNESCO), fue realizada gracias al apoyo del Gobierno de Noruega. En esta edición figura una lista de 2.500

lenguas (dentro de las cuales 230 extintas desde el decenio de 1950). Estas cifras se acercan a la

estimación comúnmente admitida, que gira en torno a unas 3.000 lenguas amenazadas en el mundo

132 Utilizamos o símbolo que significa “maior” para ressaltar o lugar hierarquicamente superior desta expressão

entero. El Atlas señala para cada lengua, el nombre y el grado de peligro de desaparición que corre

(véase más abajo), así como el país, o los países, donde se habla. Nivel de

vitalidad

Transmisión intergeneracional de la lengua

a salvo todas las generaciones hablan la lengua y su transmisión de una

generación a otra es continua >> not included in the Atlas

vulnerable la mayoría de los niños hablan la lengua, pero su uso puede estar

restringido a determinados ámbitos (el hogar familiar, por ejemplo)

en peligro los niños ya no la aprenden en sus familias como lengua materna

materna seriamente en

peligro

sólo los abuelos y las personas de las viejas generaciones hablan la

lengua. Los miembros de la generación parental, si bien pueden comprenderla, no

la hablan entre sí, ni tampoco con sus hijos en situación

crítica

los únicos hablantes son los abuelos y las personas de las viejas generaciones, pero sólo usan la lengua parcialmente y con escasa frecuencia

extinta no quedan hablantes >>el Atlas contiene las referencias de las

lenguas extintas desde los años 1950

Neste recorte temos uma explicação do que seja o Atlas de las Lenguas en

Peligro. O significado da expressão atlas de las lenguas estabelece uma relação entre língua e

espaço geográfico já que os dados sobre as línguas estão dispostos em um mapa mundi.133

Além disso, poderíamos apontar um novo aspecto sobre a língua que a desloca, de alguma forma, de problemas da cultura e a toma sob outra perspectiva: sua existência física, em um espaço geograficamente limitado134. Desta forma a questão das línguas fica posta por sua existência, ou seja, se a língua está viva ou não, e se habita um determinado território, geograficamente demarcado, o que nos permitiria supor, que se estabelece a relação com o sujeito que fala esta língua. A existência, por sua vez, está relacionada ao fato da língua ser ou não falada e se ela é ou não transmitida entre as gerações. São estes aspectos que produzem o quadro classificatório apresentado logo abaixo do recorte de análise. Neste quadro apresenta- se uma nova classificação de “línguas”:

Lengua a salvo

Lengua vulnerable

Lengua en peligro

Lengua seriamente en peligro

Lengua en situación crítica

Lengua extinta

133 O Atlas de las Lenguas en Peligro possui uma versão impressa disponível em três línguas- inglês, francês e

espanhol-, e também uma versão interativa e colaborativa (http://www.unesco.org/culture/languages- atlas/es/atlasmap.html) na qual o internauta pode alimentar o banco de dados sobre as línguas apresentadas no mapa.

Tomando as possibilidades de qualificação das “línguas em perigo”, observando os trechos por nós destacados, interessa-nos pensar na forma como o memorável da preservação ambiental, própria do discurso da biologia e da ecologia, faz funcionar um sentido para a palavra “língua” nesta relação, ou seja, significa “língua” enquanto um elemento vivo em uma metáfora relacionada ao biológico. Gostaríamos de apontar que é produzido um apagamento do sujeito que fala esta língua: apesar de ser consenso que a língua está atrelada a um ser que a fale, este sujeito é apagado nos enunciados que analisaremos, recaindo assim, a existência sobre a língua, como um ser orgânico, independente de seus falantes.

As palavras destacadas recortam este memorável e nos permite as paráfrases:

(R1.1.a) A língua é (como) um ser vivo (R1.1.a) A língua está em perigo (R1.1.a) A língua é vulnerável

Também podemos destacar, no recorte, a forma como os dados numéricos funcionam como argumento para a preservação. Os números significam uma finitude de línguas catalogadas e devidamente classificadas como “espécies” em extinção ou não. A forma de enunciar configura o modo como os enunciadores vão apresentando aspectos que colocam a língua, metaforicamente, na categoria de “ser vivo” e que sustentam a conclusão

preservar as línguas.

(R1.2)Vitalidad de lenguas

Una metodología para evaluar el grado de vitalidad y peligro de desaparición que corre una lengua

En 2002 y 2003, la UNESCO encomendó a un grupo internacional de lingüistas que elaborara un marco para determinar el grado de vitalidad de una lengua, con el fin de contribuir a la formulación de políticas, la definición de las necesidades y las medidas de salvaguardia adecuadas. Este Grupo especial de expertos en lenguas en peligro de desaparición elaboró un documento conceptual titulado “Vitalidad y peligro de desaparición de las lenguas”, en el que se fijaban los siguientes nueve criterios:

No hay un factor que por sí solo baste para evaluar la situación de la lengua de una comunidad. Pero estos nueve factores, conjugados, pueden determinar la viabilidad de una lengua, su función en la sociedad y el tipo de medidas necesarias para su conservación o revitalización. Para más detalles, ver el documento completo: (inglés|francés|español|árabe|chino).

©UNESCO. Vitalidad y peligro de desaparición de las lenguas.

Ejemplo de la aplicación de esta metodología

El Informe del Estudio de las lenguas indígenas nacionales 2005, elaborado por el Australian Institute of Aboriginal and Torres Strait Islander Studies a petición del Gobierno de Australia, ofrece un análisis de la situación de las lenguas indígenas australianas para el cual se utilizaron los nueve factores que el Grupo de la UNESCO individualizó para evaluar la vitalidad de una lengua. Entre sus resultados más importantes, el informe afirmaba que solamente 145 de las más de 250 lenguas indígenas conocidas en Australia seguían hablándose realmente. Y de éstas, unas 110 han sido catalogadas de gravemente amenazadas o en estado crítico. Sólo 18 lenguas indígenas se consideran “fuertes”, según un factor tan importante como la transmisión de una generación a otra.

Neste recorte gostaríamos de destacar, corroborando a discussão já apresentada sobre a relação língua / ciência a forma como a Ciência da Linguagem é apresentada de forma separada e a serviço da UNESCO. O recorte informa sobre uma pesquisa encomendada pela UNESCO com o objetivo de obter uma metodologia eficaz na catalogação das “línguas em perigo”. Nesta pesquisa foram elaborados 9 critérios que devem ser considerados. Podemos observar duas reescriturações por substituição que marcam a Linguística enquanto Ciência:

[…] la UNESCO encomendó a un grupo internacional de lingüistas [...]. Este Grupo especial de expertos en lenguas en peligro de desaparición elaboró […]

Os verbos em negrito marcam a forma como a Linguística serve a Instituição ao mesmo tempo em que a Instituição legitima suas ações pelas expressões internacional,

linguistas e expertos, sustentando a veracidade do que se enuncia sobre os problemas

linguísticos. Este é um dos poucos momentos em que se marca o lugar da Ciência que produz o conhecimento sobre o qual se movimentam as ações da UNESCO. Este lugar, apresentado como universalmente legitimado, vale-se de certas posições da Linguística, como podemos ver pelas análises aqui em curso. Podemos dizer, no entanto, que este lugar de Ciência está mais bem assegurado à Antropologia que à Linguística, já que fica muito mais forte o argumento da preservação da língua para/em prol da cultura, que uma preservação da língua

pela língua; ou seja a cultura, objeto da Antropologia, mesmo que pela língua, se sobressai em termos de importância.

Outro ponto importante e que será discutido em (R1.5) é que esta “metodologia para a preservação e catalogação das línguas em perigo” é aplicada e exemplificada com as “línguas indígenas”, e não com as línguas de uma maneira geral. Assim, se pensarmos nos possíveis desdobramentos do que se enuncia em termos de políticas linguísticas, veremos que elas não recaem sobre qualquer língua, mas sobre estas línguas (indígenas), evidenciando, mais uma vez o político, na contradição entre o enunciador-universal que diz “as línguas”, mas que recorta “as indígenas” como exemplo de “diversidade carente de normas”. Neste sentido, o recorte que apresentamos em 7.2.1 relativamente à incidência de articulações por dependência em FN nucleadas pela palavra língua toma importância: são estas insistentes FN que vão direcionando o dizer sobre as línguas no sentido de que há determinadas (e não quaisquer) línguas, especificadas pelas caracterizações que excluem do grupo das línguas carentes de normas e controle, as línguas nacionais, oficiais, dos Estados membros.

Vejamos o próximo recorte:

(R1.4)Diversidad lingüística en los textos normativos de la UNESCO

La diversidad lingüística en una selección de textos normativos de la UNESCO

Declaración universal de la UNESCO de 2001 sobre la diversidad cultural

El primero de estos tres textos, adoptado por la Conferencia General de los Estados Miembros de la UNESCO en 2001, establece el marco de trabajo para la participación de la comunidad internacional en defensa de la diversidad lingüística. Su plan de acción apela a los Estados Miembros de tomar medidas apropiadas para:

- salvaguardar el patrimonio lingüístico de la humanidad y apoyar la expresión, la creación y la difusión en el mayor número posible de lenguas;

- fomentar la diversidad lingüística –respetando la lengua materna– en todos los niveles de la educación, dondequiera que sea posible, y estimular el aprendizaje del plurilingüismo desde la más temprana edad.

- promover la diversidad lingüística en el espacio numérico y fomentar el acceso gratuito y universal, a través de las redes mundiales, a todas las informaciones que pertenecen al dominio público.

Convención de 2003 para la salvaguardia del patrimonio cultural inmaterial

La Convención de 2003 reconoce el rol vital de la lengua en la expresión y transmisión del

patrimonio vivo. Todos los aspectos del patrimonio cultural inmaterial -de los conocimientos

relacionados a la naturaleza y el universo a los rituales, de las artes del espectáculo a las técnicas artesanales tradicionales- dependen de la lengua para su práctica diaria y transmisión intergeneracional. En el caso de las tradiciones y expresiones orales, la lengua no es solamente el vehículo del patrimonio inmaterial, sino constituye su esencia misma.

Convención de 2005 sobre la protección y promoción de la diversidad de las expresiones culturales La Convención de 2005 afirma en su preámbulo que la diversidad lingüística es un elemento fundamental de la diversidad cultural. Al discutir las medidas destinadas a proteger y promover la diversidad de las expresiones culturales que los países firmantes se comprometen a emprender, la Convención sugiere adoptar medidas relativas a la lengua utilizada en actividades, bienes y servicios culturales (Artículo 6.B).

Aqui são apresentados três documentos que ditam normas em prol da diversidade linguística:

Declaración universal de la UNESCO de 2001 sobre la diversidad cultural

Convención de 2003 para la salvaguardia del patrimonio cultural inmaterial

Convención de 2005 sobre la protección y promoción de la diversidad de las

expresiones culturales

Vejamos o seguinte enunciado:

(R1.4`) fomentar la diversidad lingüística – respetando la lengua materna – en todos los niveles de la educación.

A ressalva feita em (R1.4`) “respeitando a língua materna” significa “língua materna” fora da diversidade. Isso porque fica posta uma relação que poderíamos parafrasear da seguinte forma:

(R1.4`a) A diversidade linguística deve ser fomentada

(R1.4`b) A diversidade linguística deve ser fomentada, mas a língua materna deve ser respeitada.

(R1.4`c) A diversidade linguística pode desrespeitar a língua materna.

Ou seja, a relação adversativa estabelece uma oposição entre diversidade e língua

materna. Este funcionamento abre uma hipótese para dizer que “língua” é designada nas