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Grupo III Produção total

LISBOA E VALE

5. METODOLOGIA E PLANEAMENTO DO TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

5.3. PLANEAMENTO EXPERIMENTAL

5.3.3. Desenho experimental

A selecção da população baseou-se no método de contrastes, sendo esta escolha fundamentada em diversos critérios referidos anteriormente, em que se destacam algumas

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A opção pelo ano de 2001 como referência e não o ano 2000 (como anteriormente) está relacionado com o facto do número de profissionais por serviço ter sido apenas transmitido oralmente pelos responsáveis dos

Gestão de RH: conhecimentos, opções e percepções dos profissionais de saúde

características dos hospitais e a localização geográfica. Nos hospitais seleccionados foram abrangidos entre 8 e 12 serviços, o mais diversificados possível, e todos os profissionais de saúde que exerciam funções nesses serviços.

Trata-se de um trabalho exploratório, embora também com características experimentais, uma vez que engloba um estudo longitudinal, decorrendo em duas etapas, distanciadas em cerca de um ano. Estas etapas fazem parte da fase 1 do trabalho prático, tendo este, também uma fase 2.

A primeira fase, mais completa e extensa, abrange os seis hospitais seleccionados e o recurso a observação directa, curtas entrevistas e realização de questionários em dois momentos diferentes (etapa 1 e etapa 2), como se pode observar na Figura 5.2.

A segunda fase procura complementar a primeira, sendo efectuada apenas em dois dos hospitais em estudo (hospitais 3 e 6), baseando-se em levantamento documental, observação directa e realização de entrevistas. Tem como objectivo esclarecer algumas questões suscitadas na fase 1 (etapa 1), adquirir uma maior familiaridade com as rotinas hospitalares e observar as opções e as preferências dos profissionais de saúde por DM e outros materiais reutilizáveis e descartáveis.

igura 5.2. Desenho experimental do trabalho de investigação e cronograma.

opção pela realização da fase 2 em apenas dois dos seis hospitais em estudo está

a Figura 5.3 apresenta-se um cronograma da parte prática, onde se incluem, também, os Parte prática: Fase 1 Fase 2 2004 2005 Duração total: 1ª etapa 2ª etapa Outubro 2001 2002 2003 F A

relacionada com os próprios objectivos desta fase. Com a sua realização pretendeu-se um maior contacto com os profissionais, com as rotinas do seu dia-a-dia e com as suas preferências, pelo que não foi necessário acompanhar todos os hospitais seleccionados. A escolha dos hospitais 3 e 6 esteve relacionada com a disponibilidade demonstrada por estas instituições e com a relativa facilidade de deslocação e permanência nestes locais.

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principais instrumentos de observação e o tempo que demorou a serem concedidas as necessárias autorizações para a realização do trabalho. Este cronograma deve ser comparado com o apresentado no capítulo 1 (Figura 1.2.), uma vez que o primeiro dá uma perspectiva de todo o trabalho efectuado.

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4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1

Parte prática

Fase 1

- autorizações

- observação directa e entrevistas - questionários

- Fase 2

- observação directa e entrevistas

1ª etapa 2ª etapa

2000 2001 2002 2003 2004

Figura 5.3. Cronograma da parte prática (incluindo os instrumentos de observação).

5.4. PROCEDIMENTO

Fase 1

A parte prática do trabalho de investigação fundamenta-se nesta fase, realizada nos seis hospitais em estudo e englobando um total de 54 serviços.

Para obter as necessárias autorizações solicitou-se a intervenção da Direcção-Geral de Saúde (através da técnica superior da Divisão de Saúde Ambiental, responsável pela área dos RH) para a realização de um contacto prévio, sendo depois feito o pedido formal. Em algumas situações houve necessidade de marcação de uma reunião para esclarecimento de dúvidas antes de ser dada a autorização para a realização da fase 1. A concessão da autorização, por hospital, demorou em media dois a três meses.

A fase 1 desenvolveu-se em dois períodos distintos, havendo entre as duas sensivelmente um ano de intervalo. As etapas desta fase decorreram:

ƒ 1ª etapa: de Setembro/2001 a Março/2002; ƒ 2ª etapa: de Outubro/2002 a Abril/2003.

Em ambas as etapas foram efectuados inquéritos por entrevista, foi realizada observação directa e entregues inquéritos por questionário a todos os profissionais dos cinco grupos mencionados, que exerciam funções nos serviços seleccionados. Contudo, considerou-se os questionários como a técnica nuclear de recolha de informação, sendo as entrevistas e a observação directa técnicas complementares.

As entrevistas foram efectuadas aos funcionários directamente relacionados com a gestão dos RH, considerados como elementos de ligação entre a investigadora e a instituição hospitalar, em todo o trabalho prático desenvolvido. Também foram realizadas entrevistas a outros elementos relacionados com este assunto (e.g. membros de comissões, administradores da área), bem como aos responsáveis pela Esterilização. Na Tabela 5.13 descriminam-se os profissionais entrevistados.

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Tabela 5.13. Funcionários entrevistados por hospital, de acordo com as suas funções.

Funcionários Hosp. 1 Hosp. 2 Hosp. 3 Hosp. 4 Hosp. 5 Hosp. 6

Gestão prática RH:

- CCI Enfermeira Enfermeira TSS - Bióloga Médico - Outros cargos Responsável

Serv. Gerais1

Administrador

Hospitalar Outros:

- Comissões/Serviços CCI; SHSST CCI

- Outros cargos Eng.º Hospitalar Eng.º Hospitalar Administrador Encarregada Serv. Gerais

Esterilização (resp.): Enfermeira Enfermeira Enfermeira Enfermeira Enfermeira Enfermeiro 1

Os elementos de ligação estão assinalados; SHSST – Serviço de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho.

Foram efectuadas duas entrevistas estruturadas a cada elemento de ligação, uma na primeira etapa do trabalho prático e outra na segunda, tendo esta informação sido complementada por entrevistas pouco estruturadas (conversas informais) realizadas em quase todas as visitas efectuadas ao hospital. A excepção surge no hospital 6 em que, por instabilidade interna, não houve elemento de ligação, tendo a primeira entrevista sido efectuada com a Administradora Hospitalar e a segunda com o Enfermeiro da CCI.

De um modo geral, as entrevistas aos restantes elementos também relacionados com a gestão dos RH foram realizadas na primeira etapa do trabalho e as entrevistas aos responsáveis pela esterilização na segunda etapa. Contudo, sempre que necessário houve pequenas trocas de informação para actualização dos dados fornecidos.

Na fase 1 foi, também, efectuada observação directa. Esta consistiu numa visita guiada a todos os serviços seleccionados e no acompanhamento do circuito dos resíduos no interior dos hospitais (recolha interna, armazenamento nos serviços, transporte interno e armazenamento central). Foi, igualmente realizada observação durante a entrega e recolha dos questionários, uma vez que eram necessárias deslocações ao interior dos serviços. Toda a informação recolhida registou-se em diários de pesquisa.

Como anteriormente referido, o principal método de recolha de informação consistiu na aplicação de dois questionários (questionários estruturados), que foram entregues por serviço aos chefes/coordenadores dos diferentes profissionais (e.g. Director de Serviço, Enfermeiro Chefe, Técnico Coordenador).

Em todos os casos, a distribuição e recolha dos questionários pelos profissionais do serviço ficava ao critério do coordenador, verificando-se situações diversificadas, como a distribuição ser efectuada pelo próprio coordenador, ser delegada em alguém (e.g. outro enfermeiro, outro médico, secretária de piso), os questionários serem colocados junto de um documento obrigatório (e.g. folha de assiduidade) ou deixados numa sala comum (com um papel explicativo), entre outras situações.

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indicado por estes. A calendarização das entregas e recolhas dos questionários é apresentada na Figura 5.4. Foram efectuadas entre 4 e 8 recolhas de questionários por serviço.

E – entrega dos questionários; R – recolha dos questionários; R2 – recolha duas vezes na semana.

Hospital 1 E R2 R R R Hospital 2 E R2 R R Hospital 3 E R2 R R R Hospital 4 E R2R R2 R Hospital 5 E R2R R R Hospital 6 ER2R R R R Questionário 1 Fev. Mar. 2001 2002

Out. Nov. Dez. Jan.

Hospital 1 E R R R R Hospital 2 E R R R R Hospital 3 E R R R R R Hospital 4 E R R R R R Hospital 5 E R R R R Hospital 6 E R R R R R R R R Mar. Abr. 2002 2003

Nov. Dez. Jan. Fev. Questionário 2

Figura 5.4. Calendarização das datas de entrega e recolha dos questionários, por semana.

Na 1ª etapa, a população compreendeu 6 396 profissionais de saúde dos seis hospitais considerados, tendo sido entregue o questionário 1 (Q1) a 2 769 profissionais (cerca de 42,3%). Foram obtidos 1 148 questionários válidos, ou seja, a taxa de retorno global correspondeu a 41,5% (número de questionários recolhidos em relação ao número de questionários entregues). Estes valores podem ser observados na Tabela 5.14.

Na 2ª etapa da fase 1, foi aplicado o questionário 2 (Q2) a 2 619 profissionais de saúde dos seis hospitais em estudo, tendo sido obtidos 1 010 questionários válidos, o que corresponde a uma taxa de retorno global de 38,6% (Tabela 5.14).

Tabela 5.14. Número de questionários entregues, recebidos e taxa de retorno, por grupo profissional.

Questionários

Entregues Recolhidos Taxa de retorno Profissão Q1 (nº) Q2 (nº) Q1 (nº) Q2 (nº) Q1 (%) Q2 (%) Médicos 632 531 186 118 29,4 22,2 Enfermeiros 1 219 1 198 631 559 51,8 46,7 TSS 54 76 28 39 51,9 51,3 TDT 120 102 52 56 43,3 54,9 AAM 744 712 251 238 33,7 33,4 Total 2 769 2 619 1 148 1 010 41,5 38,6

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Verificou-se uma diminuição de cerca de 3% na taxa de retorno dos questionários entre as duas etapas. Este valor considerou-se pouco significativo, por se tratar do segundo questionário do mesmo género entregue aos profissionais de saúde e devido ao clima de instabilidade existente nos hospitais na altura de aplicação deste questionário (devido à passagem dos hospitais a sociedades anónimas).

A taxa de retorno relativa a cada grupo profissional foi bastante variável. Em ambos os questionários os enfermeiros, os TSS e os TDT apresentam as maiores percentagens de respostas. No entanto, do Q1 para o Q2 a taxa de retorno dos enfermeiros decresceu 5%, enquanto que a dos TDT sofreu um acréscimo de 12,5%, a taxa de resposta dos TSS praticamente não se alterou. Os médicos, são o grupo profissional com a taxa de retorno mais baixa, tendo mesmo decrescido 7% entre questionários. Nos AAM, a taxa de resposta rondou, em ambos os questionários, os 33%.

A proporção dos dados recolhidos relativamente à população em estudo é apresentada na Tabela 5.15. Os questionários recolhidos correspondem, em média, a 17% da população, o que pode ser considerado representativo dos profissionais de saúde dos seis hospitais em estudo. Relativamente às percentagens de resposta por grupo profissional, estas são igualmente representativas da população em estudo, uma vez que, na maior parte dos casos, têm valores superiores a 10%.

Tabela 5.15. Comparação entre a população e os questionários recolhidos, por grupo profissional. População (nº) Q recolhidos (nº) Q. rec./ Pop. (%)

Profissão 6 hospitais Q1 Q2 Q1 Q2