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Produto I Sistema de informações

20 Extensão para energia 1 unidade, extensão com ao menos metros Fonte: elaborado pelo autor dados da pesquisa (19).

5.4. Análise da Gestão de RSU em Igarapé

5.4.1. Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD)

5.4.1.1. Destinação final de RSU Aterro Sanitário

Igarapé tem como forma de disposição final de RSU o AS. Todos os RSD coletados no município são destinados para o aterro privado da Essencis MG de Betim (FIG. 47), localizada às margens da Rodovia Fernão Dias - BR 381, km 499, no Bairro Morada do Trevo, estando a aproximadamente 15 km do centro de Igarapé. Em média, os 3 caminhões de coleta fazem de duas a três viagens diárias até o AS (IGARAPÉ, 2015).

Figura 47: Localização do Aterro da Essencis em Betim. Em (a) imagem aérea com identificação de

infraestruturas do aterro; (b) imagem aérea de aterro classe II

Fonte: adaptado do Plano Municipal de Saneamento Básico de Igarapé, 2015.

No GRAF. 20 é possível observar as médias mensais ao longo de 12 meses em cada ano em série histórica (2010 a 2018) de disposição final dos RSU para AS:

Gráfico 20: Média mensal (2010-2018) de destinação final de RSU destinada em aterro sanitário.

Ao analisar o GRAF. 20 é possível constatar que em 2010 e 2011 eram dispostos em aterro em média, 403 t/mês, enquanto de 2015 a 2018 essas médias alcançavam 601 t/mês. A média da série apresentada (2010-2018) evidencia um quantitativo de 541,71 t de resíduos. No GRAF. 21, é possível verificar mês a mês essa diferença considerando o primeiro ano (2010) em comparação com a série 2015 a 2018. Ao analisar o gráfico ainda é perceptível primeiramente que os quantitativos nesse período aumentaram sensivelmente, sobretudo quando comparados o ano de 2010 ao ano de 2018. Em geral, pode-se perceber o quão sazonal são os quantitativos de RSU sendo dispostos em AS. Contudo, considerando os anos de 2015 a 2018 os quantitativos indicam valores sempre acima de 500 t/mês sendo dispostos em AS, chegando até ultrapassar 800 t/mês, como nos meses de janeiro em 2017 e 2018.

Uma informação acerca dos quantitativos de RSU dispostos em AS diz respeito aos RSU de poda, supressão de vegetação etc., que não entram nos quantitativos expostos no gráfico, uma vez que eles têm como destino atual o aterro de inertes localizado no próprio município, o que, muita vezes, desvirtua um olhar mais crítico sobre os grandes quantitativos de RSU gerados na municipalidade, sobretudo pelo fato de o aterro de inertes não possuir balanças e sistemas rígidos de controle de entrada e saída, para fazer uma quantificação da disposição desses resíduos.

Gráfico 21: Série histórica (2010 e 2015-2018) variação de disposição final de RSU em Aterro Sanitário mês a

mês. Detalhe diferença de variação mensal entre ano de 2010 e 2018

Na TAB. 32, a seguir, estão os levantamentos de custos diretos com transporte de resíduos e com disposição final em AS, adotando o recorte dos anos de 2015 a 2018. Nos GRAF. 22 a 24 na sequência são exibidos ainda dados estatísticos que complementam e possibilitam a uma visualização acerca da realidade acerca da gestão dos RSU em Igarapé. A exposição dos dados apresentados, em suma, evidenciam que os custos com transporte de RSU são expressivamente maiores que os custos para aterrar resíduos.

Tabela 32: Destinação de RSU x custos (R$) diretos com destinação em aterro e transporte (2015-2018)

Meses 2015 2016 Toneladas de RSU destinados Valor gasto c/ Aterro Sanitário t/ R$ 70,00

Valor gasto com Compactador Toneladas de RSU destinados Valor gasto c/ Aterro Sanitário t/R$ 75,14 Valor gasto com Compactador Janeiro 622,87 R$ 43.600,90 R$ 88.164,44 642,37 R$ 48.267,73 R$ 94.689,44 Fevereiro 586,47 R$ 41.052,90 R$ 87.012,80 622,46 R$ 46.771,66 R$ 93.863,66 Março 634,19 R$ 44.393,30 R$ 87.652,80 602,12 R$ 45.243,29 R$ 94.276,55 Abril 568,96 R$ 39.827,20 R$ 87.268,72 518,31 R$ 38.945,80 R$ 93.588,40 Maio 561,45 R$ 39.301,50 R$ 88.292,40 537,82 R$ 40.411,80 R$ 94.138,92 Junho 583,05 R$ 40.813,50 R$ 87.908,52 529,55 R$ 39.790,38 R$ 93.863,66 Julho 574,11 R$ 40.187,70 R$ 87.780,56 519,24 R$ 39.015,66 R$ 94.001,29 Agosto 537,63 R$ 37.634,10 R$ 87.652,60 544,00 R$ 40.876,14 R$ 94.276,55 Setembro 574,11 R$ 40.187,70 R$ 87.524,64 520,72 R$ 39.126,90 R$ 93.726,03 Outubro 573,04 R$ 40.112,80 R$ 94.414,18 536,06 R$ 40.279,59 R$ 104.813,18 Novembro 571,64 R$ 40.014,80 R$ 94.138,92 578,48 R$ 46.191,64 R$ 104.352,80 Dezembro 696,11 R$ 48.727,70 R$ 95.652,85 568,11 R$ 45.363,58 R$ 104.966,64 Subtotal 7083,63 R$ 495.854,10 R$1.073.463,43 6719,24 R$ 510.284,17 R$1.160.557,12 Total R$ 1.569.317,53 Total R$ 1.670.841,29 Meses 2017 2018 Toneladas de RSU destinados

Valor gasto com Aterro Sanitário

t/R$ 79,85

Valor gasto com Compactador

Toneladas de RSU destinados

Valor gasto com Aterro Sanitário t/ R$ 83,84 Valor gasto com Compactador Janeiro 805,00 R$ 64.279,28 R$ 105.120,10 805,77 R$ 67.555,75 R$ 128.752,94 Fevereiro 559,61 R$ 44.684,89 R$ 104.506,26 658,29 R$ 55.191,04 R$ 127.678,72 Março 628,02 R$ 50.161,79 R$ 124.302,60 648,57 R$ 54.376,12 R$ 128.139,10 Abril 544,37 R$ 43.467,98 R$ 128.446,02 618,44 R$ 51.850,00 R$ 127.832,18 Maio 611,58 R$ 48.834,70 R$ 127.832,18 590,47 R$ 49.505,01 R$ 128.292,56 Junho 561,16 R$ 44.808,66 R$ 128.139,10 583,34 R$ 48.907,23 R$ 127.525,26 Julho 561,82 R$ 44.861,33 R$ 128.599,48 593,94 R$ 49.795,96 R$ 127.985,64 Agosto 596,24 R$ 47.609,76 R$ 128.292,56 614,57 R$ 51.525,59 R$ 127.832,18 Setembro 548,51 R$ 43.798,52 R$ 127.985,64 577,52 R$ 48.419,35 R$ 127.525,26 Outubro 602,53 R$ 50.516,12 R$ 128.139,10 677,93 R$ 64.270,15 R$ 127.678,72 Novembro 607,31 R$ 50.916,87 R$ 127.832,18 667,83 R$ 60.979,57 R$ 127.371,80 Dezembro 681,68 R$ 57.152,05 R$ 128.446,02 711,14 R$ 64.934,20 *R$ 54.844,43 Subtotal 7307,83 R$ 591.091,95 R$1.487.641,24 7747,81 R$ 667.309,97 R$1.461.458,79 Total R$ 2.078.733,19 Total R$ 2.128.768,76

*o valor referente a custos mensais com compactador referente ao mês de dezembro de 2018 não fora enviado a SEMA possivelmente sendo reajustados no mês de janeiro de 2019. Fonte: elaborada pelo autor (2018).

A seguir são apresentados dados estatísticos acerca da TAB. 32 e na sequência a breve análise dos valores apresentados.

Conforme pode ser analisado nos gráficos e nas tabelas supracitadas, considerando o período de análise (2015-2018), a disposição final dos RSU no AS mostrou-se bastante sazonal; contudo, na maior parte do período variou entre 500 e 600 t/mês, com diferencial para o mês de janeiro de 2017 e 2018, quando se apresentou fora desse ―padrão,‖ com picos de mais 800 t/m (GRAF. 22):

Gráfico 22: Estatísticas dos RSU em toneladas destinadas para AS, no período de 2015-2018

Fonte: elaborado pelo autor - dados da pesquisa (2018).

Analisando os custos com caminhão compactador (GRAF. 23), os dados apresentados evidenciam gastos na ordem mínima de R$ 54.844,43 em dezembro de 2018; entretanto, esse valor mostra-se muito diferente dos demais anos. Conforme apresentado o valor referente aos custos mensais com compactador nesse período não fora enviado a SEMA com fechamento total, possivelmente sendo reajustados no mês de janeiro de 2019. O valor máximo fora de R$ 128.752,94, no ano de 2018. Ao avaliar as médias, constata-se que em 2015 os custos médios com caminhão compactador foram de R$ 89.455,29, em 2016 os valores subiram para R$ 96.713,09 e nos anos subsequentes eram superiores a R$120.000,00.

Ao analisar os custos com disposição final (GRAF. 24), percebe-se que em 2015 foram apresentados valores mínimos, na ordem de R$ 37.634,10, para um quantitativo de 537,63 t/mês, e máximos, em janeiro de 2018, com custos de R$ 67.555,75, para um quantitativo de 805,77 t/mês. Em média, 2015 foi o ano que apresentou menores custos com disposição final, R$ 41.321,18, e 2018 o que apresentou valores médios maiores, R$ 55.609,16.

Deve ser ressaltado que em 2015 esses custos eram de R$ 70,00 por tonelada de RSU disposto e que em 2018 esse valor saltou para R$ 83,84. Considerando os custos com disposição final em aterro e com transporte, em 2015 o município foi onerado em R$ 1.569.317,53, em 2016 esse valor passou para R$ 1.670.841,29, em 2017 para R$ 2.078.733,19 e em 2018 para R$ 2.128.768,76.

Gráfico 23: Estatísticas valores gastos com caminhão compactador, no período de 2015-2018

Fonte: elaborado pelo autor - dados da pesquisa (2018).

Gráfico 24: Estatística em R$ com disposição final em AS, no período de 2015-2018

Ao comparar os valores gastos com a disposição final em AS com os custos com transporte de RSU, verifica-se que é mais oneroso transportar que dispor os RSU em aterro, para o caso de Igarapé.

Os valores apresentados na TAB. 32 mostram que os custos com transportes são significativamente maiores que os custos com disposição em AS. Os custos com caminhão compactador, em 2015, foram de R$1.073.463,43, enquanto os relacionados com a disposição final foram de R$ 495.854,10 para um total de RSU dispostos de 7.083,63 t/ano, totalizando R$ 1.569.317,53. Esses valores mostram que, em 2015, 68,4% dos custos totais diretos com destinação e disposição final de RSU em aterro foram provenientes de transporte.

Em 2016, os gastos com caminhão compactador foram de R$1.160.557,12 enquanto com disposição foram R$ 510.284,17, para um total de RSU dispostos de 6.719,24 t/ano, o que totalizou R$ 1.670.841,29. Os gastos com transporte representam 69,46% do valor total gasto com gerenciamento.

Já em 2017, foram gastos R$ 1.487.641,24 com transporte, enquanto foram gastos R$ 591.091,95 com disposição final de RSU, para um total de RSU aterrados de 7.307,83 t/ano, totalizando R$ 2.078.733,19, o que representa cerca de 71,56% do total gasto. Por fim, em 2018 esses valores estavam em R$ 1.461.458,79 gastos com transporte, enquanto com disposição final eram de R$ 667.309,97, para um total de RSU dispostos de 7.307,83 t/ano, com custo direto total de R$ 2.128.768,76, incidindo em 68,65% do valor total com transporte.

Em última análise, tanto os quantitativos de resíduos encaminhados para AS, como os custos com transporte e a disposição final de RSU, conforme exposto nessa seção, podem ser sensivelmente diminuídos se pautados em políticas públicas, voltadas em desviar resíduos orgânicos de aterramento. Estratégias voltadas para a coleta de resíduos na fonte geradora e com a segregação em três frações (orgânicos compostáveis, recicláveis secos e rejeitos) podem modificar os panoramas evidenciados. O incentivo da compostagem em diversas escalas (doméstica, comunitária, institucional etc.) apresenta-se como uma excelente estratégia de gestão. O tratamento dos orgânicos em pátios descentralizados próximos aos locais de geração permite otimizar a logística e as rotas de transporte e por conseguinte permite o tratamento e o fechamento do ciclo dos orgânicos de forma local.