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DIAGNÓSTICO INICIAL SOBRE NECESSIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE SAÚDE VOCAL NO IFRN

COMUNICAÇÃO ORAL

DIAGNÓSTICO INICIAL SOBRE NECESSIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE SAÚDE VOCAL NO IFRN

Romanniny Hévillyn Silva Costa

romanniny.costa@ifrn.edu.br Augusto André Santos de Souza

Cíntia Gouveia Costa Valéria Regina Carvalho de Oliveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) 1 INTRODUÇÃO

A Norma Operacional de Saúde do Servidor (NOSS) tem por objetivo definir as diretrizes gerais para implementação das ações de Vigilância e Promoção à Saúde do Servidor Público Federal, para os órgãos e entidades que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal – SIPEC. (BRASIL, 2010).

As principais estratégias para a implementação da NOSS são as avaliações dos ambientes e processos de trabalho, o acompanhamento da saúde do servidor e as ações educativas em saúde, pautadas na metodologia de pesquisa-intervenção (BRASIL, 2010).

Considerando que o Instituto Federal do Rio Grande do Norte é uma instituição de ensino e que possui 1.314 docentes torna-se imprescindível ter um cuidado com relação à saúde dos servidores. Considera-se ainda que os distúrbios de voz relacionados ao trabalho (DVRT) são bem prevalentes na população docente (BRASIL, 2011).

Diante desse contexto, o objetivo do trabalho foi realizar um diagnóstico inicial sobre a necessidade de implementar um programa de Saúde vocal no IFRN.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal realizado com os docentes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte.

Para o cálculo da amostra, considerou-se uma população de 1.314, 4% de erro amostral e um intervalo de confiança de 95% obtendo-se assim uma amostra de 422 docentes. A amostragem ocorreu por conveniência tendo sido enviado pelo e-mail institucional um questionário. A participação ocorreu de forma voluntária e o sigilo dos participantes foi preservado.

O instrumento envolveu 12 questões e apresentava as seguintes variáveis: idade, tempo de docência no IFRN, campus de atuação, histórico ou queixa atual de alteração vocal, tipo de alteração vocal, relato de ocorrência e de frequência quanto à afastamento no trabalho relacionado a problema vocal, acompanhamento com profissional especializado, relato de conhecimento sobre técnicas de relaxamento/aquecimento e desaquecimento vocal, interesse em participar de oficina vocal e da implementação do Programa de Saúde vocal no IFRN, além de sugestões e comentários.

A coleta de dados ocorreu no período de 30 de março a 12 de abril de 2016. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Participaram do estudo 422 docentes. Observou-se uma média de idade entre os participantes de 43 anos e 6 meses e média do tempo de docência no IFRN de 10 anos e 6 meses.

Em estudo de Cielo et al. (2016) o tempo médio de docência foi cerca de 13 anos. Esse tempo é bem significativo, pois está relacionado a um tempo considerável de utilização da voz durante a vida.

Evidenciou-se ainda que cerca de 76% dos docentes entrevistados do IFRN referiram ter histórico ou apresentavam queixa atual de alteração vocal (Figura 1).

Figura 1 – Distribuição entre os docentes acerca da apresentação de algum problema vocal. Fonte: Dados próprios (2016).

A figura 2 mostra os principais sintomas vocais que os docentes relataram.

Figura 2 – Distribuição entre os entrevistados quanto à especificação dos problemas vocais que apresenta ou que tenha apresentado.

Fonte: Dados próprios (2016).

Entre os profissionais que utilizam a voz como principal instrumento de trabalho, os professores são alvo da maioria das pesquisas, uma vez que apresentam alto risco para desenvolver distúrbio vocal de ordem ocupacional (DRAGONE et al., 2010).

Em pesquisa realizada por Servilha e Correia (2014), a maioria dos docentes que referiram algum desconforto vocal citaram como predominantes os seguintes sintomas: garganta seca, fadiga vocal, esforço ao falar, ardor na garganta e rouquidão.

Quanto ao afastamento no trabalho relacionado a problema na voz, 80,4% dos professores do IFRN entrevistados afirmaram não possuir ocorrência desse tipo de licença médica. Contudo, 19,6% referiram ter se afastado do trabalho por esse motivo.

O distúrbio da voz relacionado ao trabalho (DVRT) pode ter diversos impactos na atividade profissional, incluindo o impacto vocal, que gera limitações na expressão vocal e o impacto emocional, causado por estresse e ansiedade (BRASIL, 2011).

Na figura 3, há o relato de conhecimento por parte dos docentes do IFRN sobre cuidados com a voz.

Figura 3 – Relato de conhecimento sobre cuidados com a voz e técnicas vocais. Fonte: Dados próprios (2016).

O processo de educação em saúde a partir do estímulo de comportamentos saudáveis é extremamente importante para a promoção da saúde. Contudo, é imprescindível que nesse processo o foco não seja apenas o indivíduo, mas também o coletivo e o meio em que ele está inserido. É preciso que haja ambientes e relações organizacionais saudáveis, haja vista que os determinantes de saúde são variados, logo os fatores relacionados ao aparecimento do DVRT também (PENTEADO; RIBAS, 2011; BRASIL, 2011).

A maioria dos entrevistados 99% (n=418) considerou interessante o IFRN possuir um Programa de Saúde Vocal.

4 CONCLUSÕES

O estudo permitiu perceber que existem queixas importantes por parte dos docentes do IFRN relacionadas à voz, além disso observou-se que a maioria relatou não possuir conhecimento sobre cuidados com a voz, bem como das técnicas de relaxamento, aquecimento/desaquecimento. Os entrevistados ressaltaram também o interesse sobre a implementação do programa de saúde vocal no IFRN.

O estudo, embora não tenha permitido avaliar clinicamente esses docentes e não tenha permitido analisar se há relação das queixas vocais com o ambiente de trabalho no IFRN, possibilitou entender o quanto é necessária a implementação de ações que visem a promoção da saúde e prevenção de doenças desses profissionais, sobretudo, relacionada à saúde vocal; de modo que o trabalho não contribua para o aparecimento ou agravamento desses problemas de saúde.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Protocolo de Distúrbio de Voz relacionado ao trabalho– Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Portaria normativa nº 3, de 7 de maio de 2010. Estabelece orientações básicas sobre a Norma Operacional de Saúde do Servidor - NOSS aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal – SIPEC. Brasília: MPOG, 2010.

CIELO, C.A. et al. Perfil vocal, ocupacional e de saúde geral de docentes de Santa Maria/RS. Rev. CEFAC, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 635-48, 2016.

DRAGONE, M. L. S. et al . Voz do professor: uma revisão de 15 anos de contribuição fonoaudiológica. Rev. soc. bras. fonoaudiol., São Paulo, v. 15, n. 2, p. 289-96, 2010 . PENTEADO, Regina Zanella; RIBAS, Tânia Maestrelli. Processos educativos em saúde vocal do professor: análise da literatura da Fonoaudiologia brasileira. Rev. soc. bras. fonoaudiol., v. 16, n. 2, p. 233-9, 2011 .

SERVILHA, E.A.M.; CORREIA, J.M. Correlações entre condições do ambiente, organização do trabalho, sintomas vocais autorreferidos por professores universitários e avaliação

INTERIORIZAÇÃO E ROTATIVIDADE NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS – UM

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