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PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

COMUNICAÇÃO ORAL

PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

Rosineide Duarte Siqueira

rose@progep.ufal.br Maria da Conceição Clarindo Cavalcanti

Samuel Correia da Silva Moraes Morgana Mesquita Brandão Thiago Fidelis Torres Soares Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem sua gênese nos estudos realizados sobre a Saúde do Servidor com os auxiliares e técnicos de enfermagem que atuam no Hospital Universitário da Ufal, onde foi identificado o sofrimento nos ambientes do trabalho advindo das relações autoritárias e desrespeitosas, com xingamentos, por parte da chefia, conforme depoimentos dos sujeitos pesquisados. SILVA; M.C.C.C. da (2013, p.282).O que caracteriza relações vexatórias e humilhantes. Outros motivos que levaram a desenvolver o trabalho de prevenção e combate ao assédio são as recomendações do TCU e do Ministério de Saúde.

Vale ressaltar que não existem estudos estatísticos nem epidemiológico no SIASS/UFAL, que identifique o nexo causal do adoecimento do servidor em consequência do assédio moral, entretanto recebemos no cotidiano queixas sobre essas práticas aéticas.

Segundo; FIORELLI et al,(2015, 19), assédio moral são comportamentos emitidos por uma pessoa ou um grupo de pessoas e dirigidos a outra pessoa ou grupo de pessoas, por um longo período, ocasionando danos psíquicos e/ou prejuízo de natureza funcional.

O assédio moral; violência ou sofrimento moral no trabalho não é um fenômeno recente, pode-se afirmar que é tão antigo quanto o trabalho. No entanto, a abordagem ao assédio moral é recente no Brasil, até então visto como inerente ao trabalho, naturalizando os sofrimentos e danos deles advindos. Relacioná-lo ao modo de produção do trabalho e as relações no trabalho é o desafio posto da questão em tela. O trabalho possui grande relevância tanto na sociedade como para cada ser humano.

A Coordenação da Qualidade de Vida no Trabalho / Subsistema Integrado de Atenção à saúde do Servidor – CQVT/SIASS, responsável pelo trabalho de promoção de bem-estar na Ufal, através de sua equipe multidisciplinar: enfermagem, psicologia e serviço social, desenvolve o trabalho de prevenção e combate ao Assédio Moral, nos ambientes de trabalhos, mediante realização de eventos que esclareçam os conceitos, características e comportamentos sobre Assédio moral, análise da legislação referente ao assédio, orientação quanto aos procedimentos em caso de denúncias, bem como oferecer o apoio psicossocial e de saúde necessário aos possíveis servidores acometidos de violência moral no âmbito do trabalho.

A prevenção é a melhor forma de evitar o sofrimento moral e adoecimento do servidor.

2 METODOLOGIA

É uma Intervenção Multidisciplinar e setorial com a participação da comissão de ética, ouvidoria e corregedoria. E tem como público-alvo servidores (docentes e técnicos administrativos). A coordenação e execução das ações de prevenção e combate ao assédio moral esta sob a responsabilidade da Coordenação da Qualidade de Vida no Trabalho –

CQVT, juntamente ao Subsistema Integrado de Atenção à saúde do Servidor – SIASS e tem como proposta as seguintes atividades:

Simpósios e seminários anuais e oficinas nos ambientes de trabalho

Roda de conversa mensal em diferentes ambiente de trabalho ou de acordo com demanda apresentada.

Escuta sensível /qualificada em demanda espontânea.

Aplicação do questionário de identificação do assédio moral nos ambientes de trabalho da UFAL.

Reuniões de equipe e estudos quinzenais.

O acompanhamento e avaliação das ações de prevenção e combate ao assédio moral são realizadas mediante reuniões trimestrais com a equipe, relatório quantitativo/qualitativo anual e socialização dos resultados através de relatórios considerando os aspectos éticos, relações de trabalho e saúde.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O combate ao Assédio Moral nos ambientes de trabalho, consiste em uma abordagem multidisciplinar de prevenção do mal estar, sofrimento e violência nas relações de trabalho estabelecidas entre gestores, chefias e subordinados, colegas, usuários dos serviços e outros, evitando assim, atitudes aéticas e ambientes vulneráveis ao Assédio Moral que possibilite o adoecimento da vítima.

Na realização do I Seminário de Prevenção e Combate ao Assédio Moral na UFAL no mês de maio de 2016, no auditório do Centro de Interesse Comunitário – CIC/UFAL, contamos com 56 inscritos, onde tivemos a presença de 42 servidores, sendo 12 presenças masculina e 30 femininas.

Neste seminário foram abordados os seguintes temas: O Assédio Moral e suas implicações legais, processos de trabalho e o Assédio Moral com o olhar multidisciplinar: saúde, psicológico e social.

Com base nos questionários preenchidos pelos participantes, os resultados apontam situações vivenciadas no trabalho que provocam sofrimentos, tais como: atitudes hostis, vexatórias, humilhação, isolamento, discriminações, constrangimentos, enfim, de violência, principalmente por parte de chefias junto aos subordinados, que podem serem evitadas mediante uma ação de esclarecimento, educativa, nessas relações estabelecidas.

Relações de trabalho, advindas de posturas autoritárias, comunicação insuficiente, participação insuficiente nas decisões e organização dos serviços pelos comandados, isolamento e transferência do servidor sem informá-lo, divergências políticas na escolha de dirigentes, etc.

Diante dos comportamentos acima mencionados, os pesquisados, sentem a saúde prejudicada, relatando os seguintes sintomas: angústia, desânimo, tristeza, irritação, falta de ânimo, stress emocional, psíquico e social. Apesar da falta de estudos epidemiológicos referente a saúde do servidor, através das licenças médicas fornecidas pelo SIASS/UFAL constata-se que a maioria dos afastamentos do servidor por motivo de doenças tem com causa as LER/DORTs e os Transtornos Mentais.

Esses dados são relevantes para uma investigação o quanto as relações de trabalho, estão proporcionando sofrimentos, violências enfim assédio moral, que contribuem para o adoecimento mental do servidor.

Segundo o Ministério da Saúde: O setor público é um dos ambientes de trabalho onde o assédio se apresenta de forma mais visível e marcante. A situação mais comum é praticada por um superior em relação ao subordinado. Mas o assédio também pode ocorrer entre colegas do mesmo nível hierárquico ou ainda de subordinados em relação ao superior, caso mais difícil de ser configurado.

Pelo exposto, é de suma importância as ações de educação contínua nos ambientes de trabalho que contemple a prevenção e combate de atitudes aéticas, comportamentos autoritários, de descriminação de raça, gênero, religião ou politica, em detrimento de um ambiente que estimule a participação, o diálogo, respeito as diferenças, em fim o bem-estar social no trabalho.

4 CONCLUSÕES

O trabalho aponta a necessidade da continuidade das ações educativas em todos os ambientes e instâncias hierárquicas, uma vez que vêm aumentando as solicitações dessas a unidade ao setor responsável pelo projeto, ou seja, a coordenação de qualidade de vida no trabalho – CQVT.

Espera-se que os ambientes de trabalho tornem-se mais saudáveis, dialógico, tenha uma comunicação satisfatória, com participação nas decisões e mudanças ocorridas no setor, e consequentemente, promova um aumento da criatividade no trabalho, elevação da autoestima dos envolvidos, satisfação pessoal, profissional e uma maior e melhor produção social.

Embora essas ações estejam em fase de implantação em todos os ambientes de universitário, observa-se um envolvimento e compromisso da Gestão superior, da Comissão de ética, Ouvidoria, Corregedoria e a participação dos sindicatos nos trabalhos desenvolvidos de combate e prevenção ao assédio moral.

REFERÊNCIAS

FIORELLI, José Osmir; FIORELLI, Maria Rosa; JUNIOR, Marcos Julio Olivé Malhadas. Assédio Moral: Uma Visão Multidisciplinar. São Paulo: Atlas,2015.

Ministério da Saúde. Assédio-Violência e Sofrimento no Ambiente de Trabalho. Brasília: Ministério da Saúde,2008.

DE FREITAS, Maria Ester; HELOANI, Roberto; BARRETO, Margarida. Assédio Moral no Trabalho. São Paulo: ed. Cengage,2008.

SILVA, M. C. C. C. A Saúde do Servidor Público em sua dimensão social. 1. ed Maceió: EDUFAL, 2013.

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: RELATO E EXPERIÊNCIA DA

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