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4.5 Processos Componentes do Modelo

4.5.1 Orquestração

4.5.1.1 Dinâmica dos Eventos

As explanações a seguir detalham o modelo Orquestração, representado pela Figura 12, com foco nos eventos que geram as interações e proporcionam o intercâmbio de informações neste processo.

Este processo é iniciado pelo evento evtIntegrarGestão, que pode ter origem em qualquer um dos demais processos do MGIPE. Este evento traz dados que permitem determinar o caminho a ser percorrido a partir do estado inicial deste modelo, que são subdivididos entre [Estratégia], [Componente], [Requisitos de Negócio] e [Portafólio], que também determinam sua origem nos grupos de processos. É válido ter ciência que este evento pode representar uma infinidade de situações específicas de negócio em cada processo do MGIPE, ou seja, cabe ao modelo de Orquestração interpretar a finalidade do evento e encaminhar as informações para a gestão estratégica. Por suas características generalistas, esta transição funciona como tradutor do evento evtIntegrarGestão, e o transforma nos seguintes eventos para os seguintes destinos:

• evtIniciarPortafólio: destino para o grupo de processos do Portafólio; • evtIniciarNegócio: destino para o grupo de processos de Negócio;

• evtInformarStatus: destino para os grupos de processos de Estratégia, Portafólio, Negócio e Componente;

• evtIniciarComponente: destino para o grupo de processos de Negócio;

• evtRestringirProcesso: destino para os grupos de processos de Portafólio, Negócio e Componente;

• evtIntervirComponente: destino para o grupo de processo de gerenciamento de componente;

• evtStatusProcesso: destino para os grupos de processos de Estratégia, Portafólio, Negócio e Componente;

• evtTratarExceção: destino para os grupos de processos de Estratégia, Portafólio, Negócio e Componente.

Os tipos de eventos da transição [Estratégia] têm origem na instância do grupo de processos da estratégia, sendo direcionados para as instâncias dos processos de negócios ou para instância única dos processos do portafólio. Esta é uma forma de otimizar a comunicação dos objetivos estratégicos e iniciar a análise pelas várias frentes da gestão estratégica, que por sua vez desenvolvem os planos de ações coerentes com os objetivos corporativos. Aqui se inicia o processo da gestão estratégica, que vai determinar posteriormente quais componentes farão parte do portafólio para a consecução das metas estratégicas, oriundas das áreas de negócio. A partir deste estimulo, os processos de destino têm como responsabilidade traduzir os eventos em ações aderentes às necessidades estratégicas corporativas e promovem seu alinhamento.

Com o amadurecimento dos processos de negócio em relação à estratégia, eles passam a interagir por meio da publicação de eventos para a instância do portafólio, representado pela transição [Requisitos Negócio]. A recepção dos eventos de requisitos do negócio pelo portafólio marca o começo da etapa de compreensão das necessidades a serem supridas pela carteira de iniciativas. Estes eventos servem de suporte para a tomada de decisão em relação à incorporação, ou não, de novos projetos no portafólio de iniciativas estratégicas, bem como estabelecer repriorização, suspensão ou cancelamento definitivo de alguns componentes.

Em paralelo a isso, nos processos de portafólio são tratados os gerenciamentos de todas as iniciativas estratégicas em curso e planejamento das necessidades vindouras. Desta forma, a transição [Portafólio] comporta eventos que servem para direcionamento dos componentes da carteira vigente, do tipo [Orientação], destinados a promover uma infinidade de ajustes em programas, projetos e subportafólios, bem como a incorporação de novos componentes. Além disso, os eventos do tipo [Revisão Desempenho] fornecem feedbacks dos resultados do portafólio para o processo da gestão estratégica, com o objetivo permitir a governança pelo princípio fundamental da transparência.

Pela perspectiva dos processos de componente, os eventos que compõem sua transição – [Componente] – obedecem a critérios que determinam sua finalidade, podendo tratar-se de componentes finalizados e prontos para serem disponibilizados às áreas de negócio – [Entregas] – ou eventos de feedback para a carteira de componentes – [Revisão Desempenho] – que se destinam aos processos de negócio e portafólio, respectivamente. Os processos de negócio utilizam tais informações para promover mudanças em seus ambientes, gerir seus resultados e reavaliar o desempenho a cada nova entrega. Por sua vez, os processos de portafólio fazem uso das informações recebidas para avaliar resultados dos componentes e manter o equilíbrio e alinhamento das iniciativas que estão recebendo investimento.

Todos os processos de destino, ou seja, que receberam eventos de estímulo de qualquer outro grupo de processos dentro desta máquina de estados, fornecem feedback que são representados pelas transições determinadas pelo tipo de evento evtIntegrarGestãoRsp. Este é o grande objetivo desta iniciativa de integração dos processos: permitir que todas as informações que podem interferir na estratégia sejam direcionadas para análise centralizada, porém participativa, de uma unidade competente para interpretar o contexto como um todo,

representado nesta máquina pelo estado composto denominado “Análise Feedback (UGE)”, tal como sugere Kaplan e Norton (2008).

O resultado da análise na UGE, em primeira instância, dentro da máquina de Orquestração está representado pelo tipo de evento evtAnalisarFeedbackRsp, que por sua vez pode ter resultado positivo [OK] ou negativo [NOK]. Em sendo [OK], ou seja, não há qualquer motivo para que o processo de origem interceda na gestão em função daquela notificação. O processo orquestração fornece este feedback para eliminar qualquer restrição (evtEliminarRestrição) ou intervenção (evtEliminarIntervenção) que eventualmente esteja interferindo no processo que originou a notificação, finalizando todo este processo de orquestração para um instância específica.

Entretanto, caso o resultado da análise da UGE seja negativo ([NOK]), uma nova etapa de análise acontece no estado composto denominado “Revisão Integrada Estratégia”. Neste caso, a intenção é o envolvimento de representantes de um ou mais grupos de processos para uma discussão mais criteriosa (comitê legitimado), destinada a resolver ocorrências que não podem ser tratadas de forma padronizada ou automática (análises de indicadores, métodos de avaliação de desempenho, cálculo de tolerância etc.). Caso o resultado desta segunda análise seja positivo ([OK]), isto é, não há necessidade de intervenções nos processos; todas as restrições e intervenções são eliminadas e aquela ocorrência é finalizada na origem. Em caso negativo ([NOK]), os processos que devem sofrer intervenções recebem eventos que orientam para as revisões necessárias (tipos de eventos evtRevisarPortafólio, evtRevisarComponente e/ou evtRevisarEstratégia).

Com esta dinâmica de eventos é possível observar que no caso de qualquer imprevisto ou resultado não esperado, oriundos dos processos que compõem o MGIPE, a orientação do processo orquestrador é direcionar para uma discussão participativa daquela ocorrência. A proposta é justamente essa, promover o diálogo e confrontação dos resultados individuais dos processos para avaliação contínua da coerência em relação à estratégia corporativa. O resultado esperado é a difusão dos conhecimentos ilhados nas organizações em setores e processos específicos para a construção de uma estratégia corporativa mais robusta e consistente.

4.5.1.2 Etapas do Modelo