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Diplomático, Oficial e de Cortesia

No documento Lei de Migração Comentada (páginas 99-106)

Art. 18. O empregado particular titular de visto de cortesia so-mente poderá exercer atividade remunerada para o titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia ao qual esteja vincula-do, sob o amparo da legislação trabalhista brasileira.

Parágrafo único. O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia será responsável pela saída de seu empregado do ter-ritório nacional.

Ao empregado particular que seja beneficiário do visto de cortesia, é garantido exercer atividade remunerada somente para o titular do visto que estiver vinculado, sendo protegido pela legis-lação trabalhista brasileira. A saída do empregado dos titulares de visto diplomático, oficial ou de cortesia é de responsabilidade destes.

Não há previsão no Estatuto do Estrangeiro de exercício de ativida-de laboral dos empregados dos titulares ativida-de visto diplomático, oficial e de cortesia.

Seção III

Do Registro e da Identificação Civil do

§ 1o O registro gerará número único de identificação que ga-rantirá o pleno exercício dos atos da vida civil.

§ 2o O documento de identidade do imigrante será expedido com base no número único de identificação.

§ 3o Enquanto não for expedida identificação civil, o docu-mento comprobatório de que o imigrante a solicitou à auto-ridade competente garantirá ao titular o acesso aos direitos disciplinados nesta Lei.

Dispositivo correspondente na Lei n. 6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil (“Estatu-to do Estrangeiro”):

Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de temporário (incisos I e de IV a VI do art. 13) ou de asilado é obrigado a registrar-se no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à entrada ou à concessão do asilo, e a iden-tificar-se pelo sistema datiloscópico, observadas as disposições regulamentares.

Art. 33. Ao estrangeiro registrado será fornecido documento de identidade.

Parágrafo único. A emissão de documento de identidade, salvo nos casos de asilado ou de titular de visto de cortesia, oficial ou diplomático, está sujeita ao pagamento da taxa prevista na Tabela de que trata o artigo 130.

A Lei vigente inova ao dispor que o registro consiste na identi-ficação civil por dados biográficos, além dos biométricos já previstos no Estatuto do Estrangeiro. E reafirma que o registro é obrigatório para todo imigrante que tenha visto temporário ou autorização de residência, nos mesmos termos do art. 30 do revogado Estatuto.

Os § 1o, § 2o e § 3o tratam da documentação que será gerada para a identificação do imigrante chamada de número único de identifi-cação e que já permite o exercício pleno dos atos da vida civil. Após a obtenção do número único de identificação será expedido docu-mento de identidade com base na numeração única. O comprovante do pedido de documentação garante ao titular o gozo dos direitos disciplinados na legislação.

Art. 20. A identificação civil de solicitante de refúgio, de asilo, de reconhecimento de apatridia e de acolhimento humanitário poderá ser realizada com a apresentação dos documentos de que o imigrante dispuser.

Dispositivo correspondente na Lei n. 6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil (“Estatu-to do Estrangeiro”):

Art. 31. O nome e a nacionalidade do estrangeiro, para o efeito de registro, serão os constantes do documento de viagem.

A Lei de Migração, visando facilitar a identificação e registro dos solicitantes de refúgio, asilo, apátridas e de acolhimento

huma-nitário, faz previsão que sejam realizados com os documentos que os imigrantes dispuserem. O Estatuto do Estrangeiro fazia previsão de que seriam utilizados o nome e nacionalidade que constassem no documento de viagem. Logo, a lei vigente amplia e facilita a identifi-cação em tais casos para reduzir os imigrantes indocumentados.

Art. 2132. Os documentos de identidade emitidos até a data de publicação desta Lei continuarão válidos até sua total substi-tuição.

A lei faz previsão de manter válidos todos os documentos até a total substituição, garantindo assim que os imigrantes não sejam prejudicados e regularizem a situação documental de acordo com a nova normativa.

Art. 22. A identificação civil, o documento de identidade e as formas de gestão da base cadastral dos detentores de vistos diplomático, oficial e de cortesia atenderão a disposições espe-cíficas previstas em regulamento.

Dispositivo correspondente na Lei n. 6.815, de 19 de agosto de 1980, que define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil (“Estatu-to do Estrangeiro”):

32 Não há dispositivo correspondente no Estatuto do Estrangeiro.

Art. 32. O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia, acreditado junto ao Governo brasileiro ou cujo prazo previsto de estada no País seja superior a 90 (noventa) dias, deverá pro-videnciar seu registro no Ministério das Relações Exteriores.

Parágrafo único. O estrangeiro titular de passaporte de serviço, oficial ou diplomático, que haja entrado no Brasil ao amparo de acordo de dispensa de visto, deverá, igualmente, proceder ao registro mencionado neste artigo sempre que sua estada no Brasil deva ser superior a 90 (noventa) dias.

Assim como no Estatuto do Estrangeiro, a Nova Lei de Migra-ção sujeita a identificaMigra-ção e registro dos detentores de vistos diplo-mático, oficial e de cortesia a regulamentação específica. O Decreto regulamentador mantém a competência do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) prevista no Estatuto (BRASIL, 2017, n. p.):

Art. 59. Compete ao Ministério das Relações Exte-riores:

I - organizar, manter e gerir os processos de identifi-cação civil dos detentores de vistos diplomático, ofi-cial e de cortesia;

II - produzir o documento de identidade dos detento-res de vistos diplomático, oficial e de cortesia; e III - administrar a base cadastral dos detentores de vistos diplomático, oficial e de cortesia.

Portanto, é de competência do Ministério das Relações Exte-riores o procedimento para identificação e registro de tais modalida-des de visto.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Planalto. Decreto n. 5.978 de 4 de Dezembro de 2006. Dá nova redação ao Regulamento de Documentos de Viagem a que se refere o Anexo ao Decreto no 1.983, de 14 de agosto de 1996, que instituiu o Programa de Modernização, Agilização, Aprimoramento e Segu-rança da Fiscalização do Tráfego Internacional e do Passaporte Bra-sileiro - PROMASP. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/

ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5978.htm> Acesso em:

30 out 2018.

BRASIL, Planalto. Decreto n. 5.978 de 4 de Dezembro de 2006. Dá nova redação ao Regulamento de Documentos de Viagem a que se refere o Anexo ao Decreto no 1.983, de 14 de agosto de 1996, que instituiu o Programa de Modernização, Agilização, Aprimoramento e Seguran-ça da Fiscalização do Tráfego Internacional e do Passaporte Brasilei-ro - PROMASP.

BRASIL, Planalto. Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017. Regula-menta a Lei no 13.445, de 24 de maio de 2017, que institui a Lei de Migração. Disponível em: < Regulamenta a Lei no 13.445, de 24 de maio de 2017, que institui a Lei de Migração.>. Acesso em: 28 out 2018.

CAHALI, Yussef Said. Estatuto do Estrangeiro. São Paulo: Saraiva, 1983.

DUPAS, Elaine. Nova Lei De Migração: a possibilidade de reconhe-cimento do imigrante como sujeito de Direitos Humanos no Brasil . 2017. 140 f. Dissertação (Mestrado em Fronteiras e Direitos Hu-manos)- Faculdade de Direito e Relações Internacionais, Univer-sidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2017. Disponível em: <http://files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO--FRONTEIRAS/ELAINE%20DUPAS%20-%20NOVA%20LEI%20

DE%20MIGRACAO%20-%20DISSERTACAO.pdf>. Acesso em: 31 out. 2018.

FARIA, Maria Rita Fontes. Migrações internacionais no plano multila-teral: Reflexões para a política externa brasileira. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2015.

CAPÍTULO III

DA CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE

No documento Lei de Migração Comentada (páginas 99-106)