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CAPÍTULO I- O trabalho indígena no Direito Colonial Internacional

2. Noções gerais

2.5. Formação e evolução do Direito Colonial Internacional do Trabalho

2.5.2. O sistema de construção de normas do Direito Colonial Internacional de Trabalho

2.5.2.2. Direitos dos trabalhadores emergentes dos contratos de trabalho

Vamos descrever de seguida os direitos dos trabalhadores emergentes das relações de trabalho. Queremos, assim, designar apenas aqueles direitos que emergem directamente da relação de trabalho e que representam a contrapartida das obrigações que o estabelecimento da aludida relação faz nascer para o trabalhador.

73 a) Direito à remuneração

§ A remuneração do trabalho obrigatório

A principal contrapartida do trabalhador num contrato de trabalho é a remuneração que recebe pelo trabalho físico e (ou) intelectual que presta. Como é este direito era tratado para o caso de trabalho obrigatório?

É o que passaremos a tecer.

Já nos mandatos B e C e no art. 5º da Convenção de 25 de Setembro de 1926 aparecia expressamente prescrito o princípio da remuneração do trabalho obrigatório. A Convenção de 28 de Junho de 1930 manteve este princípio, mas estabeleceu um alcance mais longo, não se limitando a afirmá-lo, regulamentando-o com certo detalhe.

Com efeito, o art. 14º daquela Convenção regula que com excepção do trabalho imposto pelos chefes indígenas, com funções administrativas, para fins de interesse público, o trabalho forçado ou obrigatório sob todas as suas formas deva ser remunerado em moeda e com salários que, para o mesmo género de trabalho, não sejam inferiores aos que estiverem em vigor na região em que os trabalhadores forem empregados, nem aos que vigorarem na região em que os trabalhadores forem recrutados.

Os salários devem ser pagos a cada trabalhador individualmente e não ao seu chefe de tribo ou a qualquer outra autoridade.

Os dias de viagem para ir ao lugar de trabalho e voltar devem ser contados, para efeito de pagamentos de salário, como dias de trabalho.

Não se proíbe o fornecimento aos trabalhadores de rações alimentares habituais como parte do salário, devendo estas rações ser pelo menos equivalentes à soma do dinheiro que elas são tidas como representando, mas nenhuma redução pode ser feita no salário, para pagamento de impostos, alimentação, vestuário ou alojamentos especiais do seu emprego, nem para fornecimento de ferramentas.

§ A remuneração por trabalho livre

Como acabamos de ver no ponto anterior, para o trabalho forçado domina o princípio da remuneração obrigatória. Nada encontramos no Direito Internacional sobre esta matéria, para o trabalho livre, excepto na Convenção sobre recrutamento de 1936, na qual o art. 22º dispõe que a autoridade competente deve limitar a soma que pode ser paga aos trabalhadores recrutados, a

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título de adiantamento sobre o salário e regulamentar as condições em que são feitos tais adiantamentos.

E, de resto, e obviamente, nem há necessidade de enunciação expressa de princípio da remuneração obrigatória do trabalho livre. Se já o é no trabalho prestado por quem foi obrigado por outrem, é lógico que o será no trabalho livre, ou seja, no acordo em que os contraentes, em liberdade, ajustaram os seus interesses, um obrigando-se a prestar trabalho, e outro a remunerar o trabalho que lhe foi prestado. A minori ad maius – a Lei proíbe que se trabalhe sem remuneração no trabalho obrigatório; por maioria de razão, ela proibirá que não haja remuneração no trabalho livre.

b) Direito à limitação da jornada de trabalho. Descanso semanal e férias

Vimos na parte do Direito Colonial do trabalho que o trabalhador está sujeito a contrair desgaste físico e psíquico ao longo da prestação do trabalho, daí a necessidade de regular a duração da jornada de trabalho, o descanso semanal e a concessão de férias.

Como estas matérias foram tratadas para o trabalho obrigatório e para o trabalho livre? Vamos ver os dois, um de cada vez.

§ As regras aplicáveis ao trabalho obrigatório

As regras sobre o horário de trabalho e descanso semanal atinentes ao trabalho obrigatório encontram-se expressas no art. 13º da Convenção de 1930, segundo o qual as horas normais de trabalho de todas as pessoas sujeitas ao trabalho forçado ou obrigatório, devem ser as mesmas que as usadas para o trabalho livre e as horas de trabalho efectuado além da duração normal devem ser remuneradas da mesma forma que as horas suplementares dos trabalhadores livres. Deve ser concedido um dia de repouso semanal a todas as pessoas submetidas a qualquer das formas de trabalho forçado ou obrigatório e esse dia deverá coincidir, tanto quanto possível, com o dia consagrado com a tradição ou os usos do país ou região.

O regime para o trabalho obrigatório ou forçado é, de um modo geral, o mesmo que vigora ainda nos nossos dias, como em devido tempo e em sede própria veremos.

Remetendo o regime do trabalho forçado ou obrigatório para o do trabalho livre, temos mesmo que ver este último.

75 § As regras aplicáveis ao trabalho livre

A primeira regra reguladora do trabalho livre em Convenções Internacionais, encontramo-la na Convenção nº 1 da OIT, adoptada em 1919, tendente a limitar a oito horas por dia e quarenta e oito horas por semana o número de horas de trabalho nos estabelecimentos industriais.

A segunda regra sobre esta matéria, contém-na a Convenção nº 30 da OIT, adoptada em 1933, tendente a limitar a oito horas por dia e quarenta e oito horas por semana o número de horas de trabalho no comércio e nos escritórios.

Temos ainda outra regra, desta feita sobre duração de descanso semanal para o pessoal assalariado dos estabelecimentos industriais, públicos ou privados, prevista na Convenção nº 14 da OIT, adoptada em 1922, que fixa em pelo menos vinte e quatro horas consecutivas o descanso em cada sete dias de trabalho consecutivos.

A respeito do trabalho livre, uma outra disposição é a do art. 9º da Convenção de 1939 sobre contratos, que faz a previsão de que a duração máxima de serviço que pode ser estipulada num contrato, bem como os períodos de serviço previstos pelo contrato, devem ser fixados pelas disposições legais.

c) O direito à indemnização no caso de acidente ou doença resultantes do trabalho

A OIT procurou incluir o direito à indemnização nas normas que, por sua intervenção, foram publicadas neste ramo de Direito. Na Convenção de 1930 o princípio vem consagrado no art. 15º que estatui que toda a legislação sobre reparações de acidentes ou doenças resultantes do trabalho e toda a legislação prevendo a indemnização das pessoas a cargo dos trabalhadores mortos ou inválidos, que está ou venha a estar em vigor no território interessado, deve aplicar-se às pessoas sujeitas ao trabalho forçado ou obrigatório nas mesmas condições que os trabalhadores livres. De qualquer maneira, todas as autoridades que utilizem um trabalhador em trabalho forçado ou obrigatório, devem ter a obrigação de assegurar a subsistência do dito trabalhador se um acidente ou doença resultante do seu trabalho tiver como efeito torná-lo total ou parcialmente incapaz de prover as suas necessidades. Estas autoridades são ainda obrigadas a tomar medidas para assegurar a manutenção de qualquer pessoa efectivamente a cargo do dito trabalhador em caso de incapacidade ou morte resultante do trabalho.

Deste preceito resultam duas regras fundamentais:

ü Extensão obrigatória às pessoas sujeitas ao trabalho forçado, de legislação sobre indemnização por acidentes, doenças ou morte;

ü Obrigação de assegurar a subsistência de trabalhadores e da família, no caso de acidente, doença ou morte.

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2.5.2.3. Protecção dos trabalhadores para além do domínio das relações do trabalho stricto

sensu.

Vamos, neste ponto, abordar as normas editadas para a protecção dos trabalhadores para além do domínio das relações restritas de trabalho, depois de igual exercício ter sido feito em relação aos direitos emergentes das relações de trabalho. Vamos, portanto, abordar normas que, para além da simples relação de trabalho, procuram proporcionar ao trabalhador algumas garantias à sua situação.

a) Protecção da saúde física dos trabalhadores § Idade e sexo

O estabelecimento de um tecto mínimo de idade para a prestação de trabalho é uma medida de protecção à saúde física de quem o presta. No entanto, esta medida não tem exclusivamente este alcance de protecção à saúde física de quem o presta, ela visa evitar prejuízos de ordem moral ao trabalhador, tal como expressamente se afirma numa disposição de onde o princípio se extrai e a que mais abaixo faremos referência.

Com efeito, nas Convenções de 1930, 1936 e 1939 existem regras sobre este requisito, respectivamente nos arts. 11º, 6º, 8º e 19º.

Dispõe o art. 11º da Convenção de 1930 que só os adultos válidos do sexo masculino cuja idade não seja inferior a 18 anos, nem superior a 45, poderão ser sujeitos a trabalho forçado ou obrigatório.

Já o art. 6º da Convenção de 1936 dispõe regula que os não adultos não devem ser recrutados. Todavia, a autoridade competente pode autorizar o recrutamento de não adultos, com o consentimento dos seus pais, a partir de uma idade determinada, para efectuar trabalhos ligeiros, com a condição de prescrever as garantias a tomar para garantir o bem-estar dos trabalhadores. Seguidamente, o art. 8º da Convenção de 1939 diz que uma pessoa não adulta, que se presuma ter atingido esta idade mínima, mas fique aquém de um limite mais elevado de idade a fixar pelas disposições legais, não pode validamente obrigar-se por contrato a não ser que o trabalhador de que se trata se classifique no número das ocupações autorizadas pela autoridade competente como não podendo prejudicar o desenvolvimento físico ou moral dos não adultos. Por forma semelhante, o art. 19º desta última Convenção, relativamente aos contratos de trabalhadores migrantes, acrescenta que as pessoas não adultas que não se presuma terem

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atingido a idade mínima mais elevada fixada pelas disposições legais dos territórios de origem e de emprego, não podem obrigar-se validamente por contrato.

Vamos concluir que em todos os preceitos que acabamos de citar aflora um denominador comum, que se pode formular no seguinte princípio: “proibição de prestação de trabalho por não adultos”.

Conhecidos os princípios relativos à fixação de uma idade mínima, é de assinalar ainda que a possibilidade de sujeição ao trabalho obrigatório depende também de se não ter ultrapassado os quarenta e cinco anos de idade provável.

Ou seja, para o trabalho obrigatório ou forçado exige-se a observância, a par de um tecto mínimo de idade, também a observância de um tecto máximo, como requisito de capacidade para a prestação de trabalho. A razão é a que já avançamos: proteger a saúde do trabalhador, porque se considera o trabalho obrigatório ou forçado como causador de maior desgaste físico e moral do que o trabalho livre, razão suficientemente forte para se proibir nele o emprego da mulher e de trabalhadores que tenham ultrapassado os quarenta e cinco anos de idade provável.

§ Robustez física e sanidade

O requisito de robustez física e sanidade é considerado de tal importância pelo Direito Colonial Internacional que nos aparece expressamente enunciado nas Convenções de trabalho forçado, do recrutamento e dos contratos de trabalho.

No que ao trabalho forçado tange, o princípio encontra-se estabelecido no art. 11º, alínea a), art. 17º, nº 1, alínea a) e art. 18º, alínea b);

Já para o recrutamento, o princípio está plasmado no art. 18º, nºs 1 e 2;

Para os contratos de trabalho, este princípio vem integrado nos arts. 6º, nº 2, alínea b) IV, 7º e 19º, nº 1, alínea c).

Passamos a analisar todas estas disposições.

Na Convenção do trabalho forçado (art. 11º, alínea a), afirma-se expressamente que uma das condições de que depende para ser imposto trabalho forçado às pessoas a ele sujeitas é o reconhecimento prévio da ausência de qualquer doença contagiosa e da aptidão física dos interessados para suportar o trabalho exigido nas condições particulares em que tiver que ser prestado. Dito doutro modo, não basta que se verifique uma robustez física normal, é necessário que os trabalhadores reúnam as condições físicas que lhes permitam realizar o tipo de trabalho para que são recrutados.

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A exigência da sujeição a exame médico dos trabalhadores recrutados por contrato leva a admitir a existência do mesmo requisito, caso contrário, o exame médico seria mera formalidade sem qualquer alcance prático.

O Direito Colonial Internacional não se limita a exigir o exame médico, regulamenta-o com certa minúcia.

Com efeito, no que respeita ao trabalho obrigatório, o art. 11º da Convenção de 1930 estabelece de forma geral o requisito de sanidade e robustez física e a necessidade da sua verificação por meio de exame médico. O art. 17º desta Convenção determina, para os trabalhos de construção ou conservação que obriguem os trabalhadores a permanecer nos locais de trabalho durante períodos prolongados, que os trabalhadores sejam submetidos a um exame médico, antes de começar os trabalhos e a exames periódicos, enquanto aquele durar.

Quanto ao recrutamento, a Convenção de 1936 regula este assunto com maior cuidado ainda. O princípio geral vem estabelecido no art. 18º, nº 1, ao que depois se estabelecem princípios especiais para o caso de os recrutados se destinarem a empregos em lugares afastados do lugar de recrutamento ou em territórios submetidos a administração diferente. Diz-se, a este propósito que o exame médico deve realizar-se em local tão próximo quanto for possível e prático do lugar de recrutamento e, no caso dos trabalhadores recrutados para serem empregados em território submetido à administração diferente, pelo menos no lugar de partida do território do recrutamento (art. 18º, nº 2).

Em relação aos contratos de trabalho, estabelece-se para os contratos em geral que o exame médico e a passagem do certificado sejam feitos antes do contrato ser visado (art. 1º, nº 2) e no caso em que o exame médico não se tenha podido realizar antes do visto, o funcionário encarregado deste deve mencionar o facto no contrato, devendo o exame fazer-se na primeira ocasião.

§ Higiene nos locais de trabalho

As outras medidas que têm por objecto proteger a saúde física dos trabalhadores é constituída por normas destinadas a assegurar a higiene dos locais em que o trabalho se realiza.

Podemos encontrar normas desta natureza na Convenção sobre trabalho obrigatório. Diz-se no art. 17º desta convenção que as autoridades competentes deverão verificar se foram tomadas todas as medidas necessárias para assegurar a higiene dos trabalhadores e lhes garantir os cuidados médicos indispensáveis, se foi previsto pessoal médico suficiente bem como dispensários, enfermaria, hospitais e material necessário para fazer face a todas as necessidades e ainda se foi assegurada a boa higiene dos locais de trabalho.

79 § Alojamento, vestuário e alimentação

No art. 17º, nº 1, alínea c) ordena-se às autoridades competentes que verifiquem se está assegurado, de maneira satisfatória, o aprovisionamento dos trabalhadores em água, víveres, combustíveis e material de cozinha, e se foram preparados, quando necessários, alojamento e vestuário.

§ Limitação das cargas e da extensão dos percursos no serviço de transporte

Uma outra regra que se destina a proteger a saúde física dos trabalhadores é a da limitação das cargas e percursos no serviço de transporte e encontrámo-la no art. 18º da Convenção de 1930; diz que dos regulamentos que por força deste preceito as autoridades competentes dos Estados vinculados pela Convenção devem editar, para este género de trabalho, deverá constar: c) a carga máxima a transportar pelos trabalhadores; d) o percurso máximo que poderá ser imposto aos trabalhadores a contar do lugar de residência.

§ Adaptação às condições climáticas e de alimentação existentes nos locais de trabalho É na Convenção do trabalho obrigatório que também encontramos medidas desta natureza. O art. 16º da convenção de 1930 preceitua que aspessoas sujeitas ao trabalho forçado ou obrigatório não devem, salvo no caso de necessidade excepcional, ser transferidas para regiões em que as condições de alimentação e clima sejam por tal forma diferentes daquelas a que estão acostumadas, que ofereçam perigo para a sua saúde. Em caso algum uma tal transferência de trabalhadores pode ser autorizada sem que tenham sido tratadas todas as medidas de higiene e conforto necessárias para a sua instalação e salvaguarda da sua saúde. Quando uma tal transferência não possa ser evitada, devem ser adoptadas medidas de acordo com o serviço médico competente, que assegurem a adaptação progressiva dos trabalhadores a novas condições de alimentação e clima.

§ Meios de transporte dos trabalhadores para os locais de trabalho

Vamos terminar a abordagem das normas editadas para a protecção da saúde física dos trabalhadores, analisando as regras que regulam o transporte destes, quando as condições de trabalho impliquem a sua deslocação para locais afastados do lugar de residência habitual.

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Encontramos regras desta natureza nas Convenções de 1930 e de 1936.

Na Convenção de 1930, o art. 17º, nº 3 diz que as autoridades competentes devem assegurar-se que as viagens dos trabalhadores para ir ao local do trabalho e voltar são organizadas pela administração, sob sua responsabilidade e à sua custa, e que serão feitas utilizando, na maior medida possível, todos os meios de transporte disponíveis.

Na Convenção de 1936 esta matéria está tratada nos arts. 19º e 20º, que regulam, respectivamente, a forma como os transportes devem ser organizados e o pagamento das despesas que estes implicam.

Dispõe o primeiro que os recrutadores ou o patrão devem, sempre que possível, transportar os trabalhadores recrutados até ao local de trabalho; a autoridade competente deve tomar todas as medidas necessárias para que os veículos ou barcos utilizados para transporte dos trabalhadores sejam constantemente adaptados a este fim, que ofereçam boas condições de higiene e uma capacidade de transporte suficiente, quando os trabalhadores tenham que passar a noite no caminho, prevendo instalações apropriadas; quando se trata de longos trajectos a percorrer, garantindo que todas as disposições necessárias tenham sido tratadas para assegurar aos trabalhadores cuidados médicos e um bem-estar suficiente. Mais, quando os trabalhadores recrutados devem percorrer longas distâncias a pé para se dirigir ao local de trabalho, a autoridade deve tomar todas as medidas necessárias a fim de que a duração das etapas quotidianas seja compatível com a manutenção de saúde e das forças dos trabalhadores; quando a deslocação de mão-de-obra imponha tais medidas, campos de repouso ou postos de etapa sejam estabelecidos em lugares convenientes ao longo das estradas principais, que sejam conservados em estado de limpeza suficiente e que permitam prestar cuidados médicos indispensáveis.

Diz o segundo que as despesas de viagem dos trabalhadores recrutados até ao lugar de trabalho, bem como as despesas para a sua protecção durante a viagem, devem incumbir ao recrutador ou ao patrão; o recrutador ou o patrão deve fornecer aos trabalhadores recrutados tudo o que necessitem para a sua manutenção durante a viagem, até ao local do trabalho e, principalmente, segundo as condições locais, víveres suficientes e apropriados, água potável, utensílios de cozinha e combustíveis, vestuários e cobertores.