• Nenhum resultado encontrado

4.2 Quais são as problemáticas e as políticas públicas do Ensino Médio?

4.2.2 O que dizem os índices

Em 2011, o Ensino Médio contava com 1.872.887 alunos matriculados no Estado de São Paulo. No ano anterior, 2010, a taxa de reprovação foi de 12,6%, e a taxa de abandono foi

140

de 4,5%, havendo, dessa forma, uma taxa de promoção e aprovação de 82,9% (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2011).

Na área da educação, são enfrentadas muitas dificuldades na obtenção de dados recentes. Como é possível observar, alguns dados são de 2011, enquanto outros datam de 2010, e outros, ainda, de 2009. Assim, tornam-se também complexas as relações e o cruzamento entre os dados para serem analisados e interpretados.

O Ensino Médio brasileiro teve uma progressão de 0,3 pontos no IDEB em seis anos. Em 2005, o Ensino Médio das redes Estaduais correspondia a 3 pontos, e, em 2011, foi para 3,4 pontos. Relembrando que a meta para alcançar a qualidade esperada na educação é de 6,0 pontos até 2028. Ainda relacionado ao Brasil, historicamente, com relação à taxa de aprovação no Ensino Médio, a mesma passou de 75,2% em 2003, para 75,9% em 2009. E a respeito da taxa de abandono: passou de 14,7%, em 2003, para 11,5% em 2009 (BRASIL, 2009a; BRASIL, 2010). Diante desse baixo índice do Ensino Médio ao longo dos anos, o MEC, em notícias, relata que precisa rever a estrutura curricular nacional de tal ensino.

Assim, esses índices representam resultados ainda tímidos na direção da qualidade da educação brasileira, no Ensino Médio, apontando a necessidade de reestruturação das políticas públicas nacionais, de melhorias nas condições do trabalho docente, bem como de uma melhor atenção ao processo de planejamento de aulas realizado constantemente pelos docentes. É no plano de aula que estarão explícitas as primeiras intencionalidades dos docentes com o processo de aprendizagem dos alunos.

Vale notar que essas taxas ainda apresentam índices de abandono e reprovação elevados para uma sociedade que pretende a qualidade e a universalização do ensino. A taxa de abandono deveria tender a 0%, e a taxa de aprovação, aos 98%.

Segundo o relatório de indicações para subsidiar a construção do Plano Nacional de Educação 2011-2020, as metas prioritárias para o Ensino Médio foram:

1. Ampliar a obrigatoriedade da oferta da Educação Básica, estendendo-a ao

Ensino Médio, garantindo sua universalização.

2. Romper com o dualismo estrutural entre o Ensino Médio e a Educação

Profissional, compreendendo o Ensino Médio na concepção de escola unitária e de escola politécnica, para garantir a implantação do projeto “Ensino Médio Inovador”, bem como a efetivação do Ensino Médio integrado como uma das alternativas de profissionalização dos jovens alunos do Ensino Médio.

3. Elevar a qualidade da oferta de ensino para essa etapa da Educação

Básica, inclusive no ensino noturno.

4. Regularizar o fluxo escolar, extinguindo a defasagem idade-série

141

O Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020, tendo sido aprovado somente em junho de 2012, depois de passado um ano e meio dos 10 anos a que se refere, apresenta as seguintes metas específicas, seguidas de estratégias para o Ensino Médio:

Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a

população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%, nesta faixa etária.

Estratégias:

3.1) Institucionalizar programa nacional de diversificação curricular do

ensino médio a fim de incentivar abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, discriminando-se conteúdos obrigatórios e conteúdos eletivos articulados em dimensões temáticas tais como ciência, trabalho, tecnologia, cultura e esporte, apoiado por meio de ações de aquisição de equipamentos e laboratórios, produção de material didático específico e formação continuada de professores.

3.2) Manter e ampliar programas e ações de correção de fluxo do ensino

fundamental por meio do acompanhamento individualizado do estudante com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforço no turno complementar, estudos de recuperação e progressão parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade.

3.3) Utilizar exame nacional do ensino médio como critério de acesso à

educação superior, fundamentado em matriz de referência do conteúdo curricular do ensino médio e em técnicas estatísticas e psicométricas que permitam a comparabilidade dos resultados do exame.

3.4) Fomentar a expansão das matrículas de ensino médio integrado à

educação profissional, observando-se as peculiaridades das populações do campo, dos povos indígenas e das comunidades quilombolas.

3.5) Fomentar a expansão da oferta de matrículas gratuitas de educação

profissional técnica de nível médio por parte das entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de forma concomitante ao ensino médio público.

3.6) Estimular a expansão do estágio para estudantes da educação

profissional técnica de nível médio e do ensino médio regular, preservando- se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do estudante, visando ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento do estudante para a vida cidadã e para o trabalho.

3.7) Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da

permanência na escola por parte dos beneficiários de programas de assistência social e transferência de renda, identificando motivos de ausência e baixa freqüência e garantir, em regime de colaboração, a freqüência e o apoio à aprendizagem.

3.8) Promover a busca ativa da população de 15 a 17 anos fora da escola, em

parceria com as áreas da assistência social e da saúde.

3.9) Implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito

e discriminação à orientação sexual ou à identidade de gênero, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão.

3.10) Fomentar programas de educação de jovens e adultos para a população

urbana e do campo na faixa etária de 15 a 17 anos, com qualificação social e profissional para jovens que estejam fora da escola e com defasagem ida de- série.

3.11) Universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda

142

escolas da rede pública de educação básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação nas escolas da rede pública de ensino médio.

3.12) Redimensionar a oferta de ensino médio nos turnos diurno e noturno,

bem como a distribuição territorial das escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a demanda, de acordo com as necessidades específicas dos estudantes.

[...]

7.4) Aprimorar continuamente os instrumentos de avaliação da qualidade do

ensino fundamental e médio, de forma a englobar o ensino de ciências nos exames aplicados nos anos finais do ensino fundamental e incorporar o exame nacional de ensino médio ao sistema de avaliação da educação básica (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2010, sem paginação, grifos nossos).

Da meta 3 do PNE, podem ser destacados alguns aspectos, como o objetivo de diversificar o currículo do Ensino Médio por meio da estrutura interdisciplinar, e também discriminar os conteúdos obrigatórios daqueles eletivos, pois a grade de disciplinas do Ensino Médio é grande.

Outro aspecto selecionado é o incentivo à ampliação dos equipamentos e laboratórios. Nesse sentido, o item 3.11 é dedicado ao estímulo de uso das TICs na educação, por meio do Projeto de Banda Larga das escolas no Brasil, possibilitando o acesso à internet e também melhorando as condições de infraestrutura das escolas com a ampliação do número de computadores por alunos.

Por fim, cabe destacar uma importante estratégia, que é a produção de materiais didáticos para a formação de professores. Nessa última estratégia, poderia ser abordada a questão do processo de desenvolvimento dos planos de aulas pelos docentes, nas suas dimensões técnica, política, ética e prática, para ajudá-los a melhorar constantemente suas práticas pedagógicas pensando sobre os potenciais das TICs no processo de aprendizagem.

Diante da divulgação dos índices da educação brasileira – IDEB, 2011 – o Secretário da educação básica do MEC (César Callegari) apontou como uma das iniciativas do Ministério, e já colocada em prática, para a melhoria da qualidade da educação refletida nesses indicadores, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) (BRASIL, 2012i), em que são selecionadas algumas obras e os seus conteúdos são apresentados de forma integrada (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2012).

Esses livros didáticos são outros elementos a serem considerados quando o docente elabora o seu planejamento de aula, podendo, algumas vezes, tomar partes do livro como seu próprio plano de aula. No caso do Estado de São Paulo, o professor, além do currículo de cada área de conhecimento, recebe, também, o caderno do professor, e o aluno, por sua vez, o caderno do aluno. No caderno do professor, estão descritas orientações e expectativas de

143

aprendizagem de cada competência, bem como habilidades a serem desenvolvidas no aluno ao longo do bimestre.

Dessa maneira, a presente tese visa contribuir para a qualidade da educação no Ensino Médio, focando no planejamento de aula e uso de TIC pelos docentes em suas práticas pedagógicas.