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Imagine alguém que nasceu no começo do Século passado em

La Paz, um vilarejo a 150 km de uma cidade grande como Mendonza, na Argentina, um lugar onde havia ruas de terra e que essa pessoa gostasse de brincar nos canais de terra barrenta da rua. Talvez nossa imaginação nos induzisse que alguém nascido nestas condições estaria hoje trabalhando numa lavoura, já envelhecido contando com 70 anos em sua trajetória de vida. Este não foi o destino de Enrique Domingo Dussel Ambrosini, que nasceu no dia 24 de dezembro de 1934, naquele vilarejo. Seu pai, de origem alemã, era médico e trabalhava para uma ferrovia inglesa que passava pelo vilarejo. Londoño42 lembra que seu pai era agnóstico, com fortes traços positivistas, e percebeu que Enrique43 queria ser padre, mas insistira que deixasse a idéia até pelo menos se formar. A tendência para se envolver religiosamente na vida tem origem em sua mãe, a ponto de, na juventude, se tornar um ativista católico e militante da Ação Católica. Seu único veículo de transporte era uma bicicleta, que utilizava para atravessar as cidades e vilarejos fazendo reuniões e envolvendo as pessoas, chegando até a reunir cerca de 400 crianças, organizando também acampamentos e tudo isso com apenas 15 anos de idade. Mesmo com toda esta agitação, começou a ler a respeito de Santa Tereza e São Francisco de Assis, levando isso a desenvolver intensa vida mística a ponto de ter entrado na terceira ordem dos franciscanos. Seu sonho era conhecer mais de perto a vida de São Francisco e ser pobre como ele fora.

42 LAMPE, 1995, p. 35.

Mas também Enrique tinha predileção pela Filosofia, tendo em suas leituras os clássicos de modo a perceber que nada conseguiria se não fosse para a Europa estudar. Assim, aos 23 anos, iniciou a sua peregrinação no mundo. Conseguiu uma bolsa de estudos para ir à Espanha. Esta primeira viagem acabou durando 10 anos.

A caminho da Europa, pois teria de ir de navio, acabou primeiro

encontrando a América Latina fora do seu pequeno mundo na Argentina. Passou por Montevidéu, ainda dentro de uma América branca que se enegreceu quando chegou à cidade portuária brasileira de Santos, mas também no Rio de Janeiro e Recife, no Brasil. Quando chega a Dakar, o rosto por ele visto da população era negro, contrastando com o jovem filósofo branco.

Quando de fato chegou à Espanha, descobriu com espanto que

era não apenas argentino, mas latino-americano, aí ele compreendeu que a América Latina estava fora da História.44 Estava em Barcelona e participou ativamente de grupos da mesma origem e se envolvia com eventos ligados também a assuntos latino-americanos, nunca deixando de acompanhar os acontecimentos do seu continente de origem, que o preocupavam, especialmente a “Aliança para o Progresso”, um programa de ajuda norte- americana às demais Américas, e a Teoria da Dependência sinalizadora da situação da América Latina, numa situação de dependência ao norte e aos países do centro econômico mundial na época.

Nesta primeira peregrinação, ele obteve seu doutorado em

Filosofia na Espanha e na França uma licenciatura em teologia, além de um outro doutorado, mas em História. Neste último doutorado fez um estágio no Instituto para a História Européia, na Alemanha, quando foi aluno do prof. Joseph Lortz. A tese que defendeu brilhantemente na França foi escrita em francês e construída graças a documentos inéditos do Arquivo Geral das Índias em Sevilha, Espanha. Depois foi o texto desta sua tese integralmente publicado

44 Expressão por Dussel utilizada para descrever essa sua experiência, em entrevista a

em espanhol, no México, entre 1969-1971 em 9 tomos, sob o título: “El episcopado latinoamericano instituición defensora del Indio (1504-1620)”.45 Além de seu orientador, Robert Richard, ele recebeu influência de Paul Ricoeur, tendo desenvolvido nesta tese uma proposta hermenêutica que acabou sendo parte de seu referencial teórico para o projeto futuro da “História Geral”.

Sua fama começa a despontar e a partir de 1964 começam a

aparecer artigos seus de diversos temas em revistas na Europa e na Argentina. Já era possível, contudo, perceber que suas preocupações começam a apontar a prioridade que tomaria conta de sua agenda de empreendimento acadêmico pelo menos até o início da década de 90 – América Latina e a História da Igreja. Mas é possível detectar, segundo Casali,46 algumas evidências de que a transição dessa fase latino-americana para uma fase mundial tem início no período da mudança de Dussel para o México. Mas, mais à frente voltarei a falar nisso.

Na Europa encontra a alemã Johanna Peters, com que se casou

e teve um casal de filhos, o menino nasceu em 1965, também chamado de Enrique, e a menina nasceu no ano seguinte, sendo chamada de Susanne. Voltando para a Argentina em 1967, ocorre a publicação em Barcelona, pela Editorial Estela, de um dos seus livros que acabou se tornando o estopim para o seu maior empreendimento histórico – a construção da “História Geral” da Igreja na América Latina – e que se constituiu a plataforma de lançamento das idéias mestras e referenciais teóricos para essa construção. O livro acabou tomando o título de “Hipótesis para una Historia de la Iglesia en la América Latina”.47 Em vez de simplesmente escrever e narrar a História da Igreja na América Latina como um empilhador de dados e colecionador documental e serial do tempo, Dussel queria ir mais longe, queria entender e explicar os mecanismos impulsores e inibidores que construíram a história da Igreja

45 Publicado por CIDOC, Cuernavaca.

46 Conforme correspondência eletrônica entre Casali e o autor desta tese em 21 fev. 2007. 47 Hip, 1967.

Católica na América Latina, queria mostrar que a História da Igreja até então escrita era modelada por uma visão europeizante, além de escrita de cima para baixo, como se diz na História, escrita do “sótão ao porão”, só que raramente chegava ao porão. Isto é, focalizava os fatos com matizes positivistas, por meio de uma História política, à luz da visão hierárquica da Igreja.

Assim, Dussel procura demonstrar que a História, em vez de ser apenas um conjunto de narrações e documentos coligidos e organizados, ela trata de vida, de pessoas concretas que foram omitidas na História oficial. Então, até a sua periodização precisaria ser completamente reestudada, enfim a História precisaria ser reescrita, sujeitos anônimos e esquecidos precisariam ser relembrados e, no cerne de sua hipótese de trabalho, esses sujeitos seriam mais do que isso, seriam o próprio impulsor matricial para a construção dessa nova maneira de construir História que não era a Nova História “annaliste”, mas um novo modo de História também porque virava de “perna-para-o-ar” a maneira de se escrever a História, não apenas em termos verticais (“do porão ao sótão”, de baixo para cima), mas também em termos transversais e horizontais, tirando da Europa a primazia em modelar a verdade dos fatos históricos, como veremos mais adiante, posicionando o eixo central da gestão operacional da escrita da História no Outro – pobre e oprimido.

A publicação de “Hipótesis” lhe rende o convite para lecionar no

Instituto Pastoral Latino Americano (IPLA), tirando-o de vez de uma simples e anônima vida acadêmica na longínqua Universidade de Resistência, projetando-o como um dos principais líderes da Teologia, Filosofia e História latino-americana. O Instituto Pastoral Latino Americano teve importante ligação com a Conferência de Medellín em 1968 e nele Dussel ficou até 1973. No ambiente do Instituto surgiram muitos dos temas que vieram a ocupar depois o desenvolvimento da Teologia da Libertação, pois seus corredores eram freqüentados por estudiosos de renome na América Latina, tais como Gustavo Gutiérrez, Juan Luis Segundo, José Comblin.

Ao fazer uma síntese da biografia de Dussel, Londoño menciona

colocaram em contato com agentes de pastoral de todo o continente, influíram decididamente na obra de Dussel.48 Ora, isso era o que mais havia no modo de Dussel ver o mundo, pois parece que tudo o que lhe passava em seus sentidos era analisado, medido, avaliado passando por um processo seletivo antes de fazer parte de seus empreendimentos. Aonde ia, deixava sua assinatura, mas também recebia, não sem avaliar, os dados vivenciados em seu cotidiano. Assim, era impossível passar por algum lugar sem ser notado em sua erudição e percepção.

O trajeto intelectual de Enrique Dussel seguiu o seu destino de desenvolvimento a partir da simples vida na zona rural de Mendoza até chegar ao lugar desejado por qualquer intelectual – Sorbonne. O seu roteiro de formação intelectual incluiu não apenas os estudos filosóficos da Universidade Nacional de Cuyo, em Mendoza, Argentina, mas também um doutorado em

Filosofia na Universidade Complutense de Madri, a licenciatura em Teologia no Instituto Católico de Paris e o doutorado em História na Sorbonne.49

Depois de alguns anos de intensa atividade dentro do Instituto

Pastoral Latino Americano e em suas viagens, palestras, conferências e cursos, Dussel vai desenvolvendo e aperfeiçoando as idéias matriciais lançadas em “Hipótesis” de modo que em 197250 é publicada em Barcelona a primeira tentativa pessoal de síntese de sua História da Igreja na América Latina, intitulada “Historia de la Iglesia en América Latina – coloniaje y liberación (1492-1972)”.51 Assim, começa a surgir o desejo de concretizar a formação de uma equipe para escrever a História da Igreja na América Latina. O primeiro passo concreto para isso se dá por meio da criação em Quito, Equador, em janeiro de 1973, dentro do CELAM, da Comissão para a História da Igreja na América Latina, que ficou conhecida como CEHILA.

48 LONDOÑO, 1995, p. 41. 49 BEOZZO, 1995, p. 10-19.

50 Este texto é a terceira edição de Hip, com alterações especialmente no texto da introdução. 51 É uma revisão de Hip (veja no cap. 2 o desenvolvimento da obra). Publicado por Editorial

Nova Terra, tendo saído em várias versões e edições em espanhol, mas também foi traduzido para o português (1972), inglês (1981), alemão (1988) e para o italiano (1992).

Na realidade, veio desde 1967 o seu desejo em organizar uma equipe para escrever em conjunto a História da Igreja na América Latina. Para isso, ele se ocupou em visitar todos os países latino-americanos, inclusive Caribe e América Central para entrar em contato com os mais conhecidos historiadores no continente, propondo a criação de uma equipe de especialistas para este empreendimento. A antiga geração não se interessou pela tarefa, por entender que não seria possível concretizá-la. Isso levou Dussel a procurar historiadores mais jovens, recebendo ajuda no começo de Methol Ferre. Pensaram os dois em organizar uma equipe no Instituto de Estúdios Políticos para América Latina (IEPAL) de Montevidéu e no Centro Intercultural de Documentación (CIDOC) de Cuernavaca, até que finalmente, no IPLA, Jaime Diaz, Secretário Geral de uma Comissão de Estudos de História da Igreja na América Latina, em CELAM, se propôs a ajudar e aí Dussel acabou sendo nomeado Presidente da dita Comissão, pelo monsenhor Eduardo Pironio.

Assim, em 1973 foi organizada a equipe e fundada a CEHILA, que

no início tinha ligações de dependência com CELAM. Mas logo Dussel e sua equipe tiveram de abandonar a CELAM por imposição do Monsenhor López Trujillo, eleito para a CELAM. CEHILA se constituiu numa entidade eclesial, porém não eclesiástica, conforme Dussel mesmo insiste,52 com autonomia e movimento preservados a partir disso. Mesmo sem o apoio de CELAM, Dussel conseguiu que amigos europeus e norte-americanos apoiassem economicamente o trabalho. Foi tão importante seu papel no empreendimento, que acabou sendo mantido como presidente de CEHILA por durante vinte anos seguidos, desde a sua origem até 1993. Mesmo sem os recursos necessários, Dussel-CEHILA puderam realizar seus projetos, organizando cursos, seminários, assembléias em todos os países do continente latino-americano, publicando livros individualmente ou em co-edição, tudo feito gratuitamente, a partir do compromisso tríplice de um “cehiliano”: (1) com a Igreja; (2) com a ciência histórica; (3) e com as comunidades cristãs.53

52 Veja LONDOÑO, 1995, p. 29. 53 DCCL, p. 29.

Como é possível observar, o seu projeto de vida e trabalho não foi construído sem dificuldades, pois além dessa perseguição no início da CEHILA, ele ainda estava por passar por momentos mais traumáticos, visto que suas idéias estavam se destacando e sua liderança se evidenciado não apenas no âmbito da Igreja, mas entre mesmo os intelectuais da época na América Latina, se transformando em 1973 alvo de perseguição, tendo sua casa, situada na “Calle Dom Bosco 247, Mendoza”, sido detonada por bombas às 2h10min da madrugada entre os dias 2 e 3 de outubro de 1973, provocado pelo “Comando Ruci”, composto por membros do sindicato metalúrgico, de tendência extrema direita. O atentado destruiu metade de sua casa e grande parte de sua biblioteca.54 Na época foi acusado de “marxista” e “corruptor da juventude,” passando a ser ameaçado de morte por esquadrões paramilitares. Diante dessa situação traumática, Dussel tem optar em priorizar sua vida e de sua família, tendo a alternativa de voltar à Europa, decide manter-se na América Latina e segue para seu exílio no México, onde está até hoje. Essa

proximidade com a rica história do México forneceu a Dussel a experiência que lhe faltava para mergulhar a fundo no mistério da América Latina. Também a liberdade no campo acadêmico mexicano possibilitou-lhe, como cristão, ter um debate com a tradição literal e particularmente marxista na América Latina.55

Biógrafo do seu Festschrift, Londoño, destacou três traços que lhe

definiram a sua vida.56 O primeiro foi a vivência mística de sua fé. A intensa vida acadêmica em geral traz ao pesquisador uma natural aridez em termos místicos e espirituais, mas com Dussel isso não ocorreria, pois levado pelo

amor de Jesus, como Inácio de Loyola e muitos outros místicos, o jovem doutorando em Filosofia sonhava em ir até a Galileia para ali repetir a vida que Jesus levara. Esse sonho se concretizou quando, de férias, conseguiu, mesmo

sem dinheiro, chegar a Israel. Fez questão de passar pelos pontos históricos da Bíblia, para, em cada um deles, se deixar imergir no ambiente em que os

54 Vide notícia no jornal Expresso, de 02 nov. 1973, Atentado contra la inteligencia. Veja o fac-

símile deste jornal no ANEXO X, de fotos, ao final desta tese.

55 LONDOÑO, 1995, p. 41, 42. 56 LONDOÑO, 1995, p. 43ss

heróis bíblicos construíram a história do povo de Deus, para que seus sentidos pudessem ser estimulados e redramatizar aqueles passados e importantes momentos. Assim, foi a Sinai, Tiberíades, Jerusalém, passou pelas famosas cavernas de Qumrã, ficando para o fim da viagem a cidade de Nazaré, de grande significado na vida do Mestre Jesus. Voltou à Europa, defendeu a sua tese e de novo volta à Palestina, agora com o apoio do sacerdote francês Paul Gauthier, ficando nesta peregrinação por um tempo muito mais longo, de dois anos. Nesta fase de sua experiência passou a conviver com trabalhadores árabes, atuando como carpinteiro. Esta experiência no meio de vida simples e de extrema pobreza, foi associada em sua mente com a época de sua infância quando também viu diante de si muita miséria, provocando-lhe impacto marcante para o resto de sua vida e dando-lhe a capacitação necessária para que pudesse ter enfrentado como enfrentou todas as situações complexas, desafiadoras e de perseguição, contribuindo para a sua tenacidade diante das oposições. Por trás de toda a sua produção, de elevado nível acadêmico, pode- se perceber que a sua fé foi obtida por meio de sua vida mística, assim também em seu peregrinar incansável de agitador intelectual e evangelizador,

que não pretende outra coisa que amar a Jesus nos pobres e nos excluídos, como compreendeu um dia em Nazaré.57

O segundo traço mencionado por Londoño foi a sua fidelidade à

Igreja Católica, do jovem militante da Ação Católica ao catedrático de uma universidade leiga, Dussel sempre foi um homem da Igreja, que não entende a fé vivida fora dela.58 Tanto isso é verdade que, mesmo sendo perseguido pela hierarquia da Igreja e alvo de oposição, manteve-se em busca de caminhos para que a própria Igreja pudesse compreender com mais clareza a sua missão profética, especialmente na América Latina. Pode-se dizer numa linguagem coloquial que ele era um “aficionado” no que diz respeito à vida da Igreja.

Por fim, o terceiro traço foi o seu comportamento militante.

Desde a sua infância e por influência da mãe, para Dussel não era suficiente

57 LONDOÑO, 1995, p. 45. 58 Id. Ib.

amar a Jesus e a Igreja, era necessário entregar-se ao trabalho de difundir seu nome e evangelizar. Mas não se evangeliza na solidão.59 Como foi possível observar, desde a sua infância ele conseguiu a experiência necessária para liderar e envolver pessoas em empreendimentos de elevado nível, de grande extensão e que necessitasse de muito fôlego. Demonstrou, por exemplo, estar sempre inquieto necessitando envolver mais e mais pessoas no grande empreendimento de reinterpretar e reescrever a História da Igreja na América Latina, pois60

era necessário que esse movimento pela recuperação da História da Igreja se espalhasse por todos os países por meio de um organismo que reunisse historiadores interessados em participar nesta empreitada. CEHILA, com suas equipes espalhadas por toda América Latina e o Caribe, com seus mais de oitenta trabalhos publicados e seus vinte e um simpósios internacionais [até 1995], é fruto desse anseio e de um trabalho contínuo encarado com a paixão e a exigência do militante. De outra forma não se explicaria. Dussel conferiu também a CEHILA sua concepção de uma militância alérgica [...]61

Não se pense que o empreendimento histórico dusseliano foi fruto de uma improvisada empreitada, Londoño62 procura descrever que Dussel elaborou o seu projeto de leitura da realidade social da História por meio de um

seguro percurso intelectual que vai de Aristóteles a Ricoeur, incluindo longas considerações à obra de Hegel e Marx. Da mão de Ricoeur, que foi seu mestre na França, Dussel descobre na cultura a chave para ler a história e aplica sua hermenêutica nos seus primeiros trabalhos de 1966 para construir uma visão dos primeiros Padres do Século I ao XV.63 Anos depois virá a hora de trabalhar com a reconstituição dos núcleos mítico-éticos na cultura judaica e nas culturas indígenas. A partir disso teve as bases para considerar o choque das culturas e o conseqüente encobrimento e exclusão, por parte da cultura vencedora, das culturas vencidas, visão esta que desenvolvera a partir da História da Igreja na América Latina.64

59 Id. Ib.

60 Por motivo de legibilidade e freqüência, a forma “citação longa” nesta tese ocorrerá quando o

texto da citação for maior do que quatros linhas.

61 LONDOÑO, 1995, p. 46,47. O texto entre colchetes é do próprio autor.

62 LONDOÑO, 1995, p. 51, 53. Foram mantidas as indicações bibliográficas de Londoño nas

suas citações a seguir. Os destaques no texto são dele.

63 Estes ensaios foram recolhidos em El dualismo en la antropolgía de la cristandad. Desde los

orígens hasta antes de la conquista de América, Buenos Aires, Ed. Guadalupe, 1974.

64 Veja o artigo que saiu em diversas versões: Del descubrimiento ao desencubrimiento. hacia

A produção literária de Dussel foi vastíssima, entre artigos e livros sua obra está próxima dos 400 títulos editados, predominantemente em espanhol e em português, mas também diversos livros e trabalhos seus têm sido publicados em inglês, francês, alemão, italiano, galego e há artigos traduzidos para o polonês e o japonês.65

Ele é contado entre os “engenheiros” da Teologia da Libertação. Numa citação exclusiva do teólogo batista Alan Neely,66 é notório observar que ele não é considerado filósofo, mas historiador e eticista da Teologia da Libertação, ainda que tivesse ido mais a fundo no campo do saber filosófico do que qualquer filósofo militante da Teologia da Libertação, uma vez que não apenas laborou no campo da ontologia e da epistemologia, mas também, e especialmente, na busca de uma estrutura conceitual diferente da que até aquele momento vinha sendo o fundamento da operação histórica da Igreja na