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Elementos fisiológicos: percepções (visual, auditiva, cinestésica e tátil), hora do dia e diferentes níveis de energia, ingestão (comer ou beber), e

Capítulo 2 2 ESTADO DE CONHECIMENTO: o comprometimento discente com a

ELEMENTOS Emocional

4. Elementos fisiológicos: percepções (visual, auditiva, cinestésica e tátil), hora do dia e diferentes níveis de energia, ingestão (comer ou beber), e

necessidade por mobilidade versus passividade.

Preferência perceptiva pode ser o mais importante aspecto do estilo de aprendizagem para recordar informações novas e difíceis, e constitui-se em: auditiva que se refere ao ouvir e falar, visual, que corresponde ao ler e ver, cinestésica ou movimento muscular remete ao fazer, ao movimentar-se durante a realização das tarefas, e a percepção tátil é o tocar. Estas preferências podem facilitar a aprendizagem bem como dificultar. Algumas pessoas podem aprender difíceis conteúdos através de mais de uma modalidade, mas a maioria das pessoas tem uma modalidade que é mais forte que as demais.

Segundo Bandler e Grinder (1979) o caminho que estrutura as experiências dos indivíduos envolve os cinco sentidos, e que o visual, o auditivo e o cinestésico são usados no processo de aprendizagem. Esta teoria originou-se de estudos da programação neuro

linguística. Estes autores sugerem também, que o cérebro usa os sentidos para processar as informações internas, tais como imagens que ajudam a relembrar e exercitar futuras atividades. Isto é um fator essencial para o desenvolvimento da aprendizagem, pois permite revisar o que já se experimentou para desenvolver novas aprendizagens. A visão de figuras chama a atenção para as cores e movimentos, os sons também podem estar associados às figuras.

Muitos alunos, quando visualizam têm uma melhor aprendizagem, efetivam um resumo, não com palavras, mas com imagens que vêem quando lêem, isso ajuda a pensar e redefinir as informações no texto lido. As visualizações são construções mentais daquilo que não está fisicamente presente, o estudante aprende com os recursos visuais que acompanham alguns textos e eles aprendem a criar suas próprias imagens digitais ou em papel para que os outros também possam ver e melhor entender o que foi lido (WOLSEY; FISHER, 2009).

Quando os alunos aprendem a criar os seus próprios recursos visuais para que outras pessoas possam ver, eles aprofundam o entendimento e fazem ligações com outros conhecimentos, ampliando a aprendizagem.

Segundo Dunn e Dunn (1999), recursos táteis são estratégias essenciais para os adultos que têm como principal força perceptiva o tocar e manipular materiais com o objetivo de obter conceitos e informações, pois para muitas pessoas, ouvir ou ler não proporciona uma retenção inicial ou de longa duração sobre o que lhes é apresentado. Recurso tátil é uma estratégia muito usada pelos Dunns em cursos para professores, pois de acordo com esses autores, os docentes que concebem um conjunto de materiais factuais conseguem conceber aulas práticas para os seus alunos que têm aprendizagem tátil. Os alunos podem ser desafiados e/ou estimulados a produzirem suas próprias estratégias de auto-ensino, após utilizarem variados modelos de jogos e materiais em suas atividades. A utilização de estratégias táteis no aperfeiçoamento das atividades, inclui vantagens como: a imediata verificação/correção; a possibilidade de voltar e verificar o material; envolvimento ativo e direto; aumento do interesse, da motivação; promove a produtividade e diversão; desperta a criatividade; podendo ser individual, com os pares e interação com grupos.

A prática de jogos pode contemplar, além da percepção tátil os outros tipos de percepções e estilos de aprendizagem.

Estratégias que envolvem recursos cinestésicos não são muito utilizadas, mas estão entre as mais importantes abordagens, segundo Dunn e Dunn (1999). As atividades cinestésicas devem ser utilizadas em experiências iniciais de aprendizagem. Envolvem todo o movimento do corpo e/ou experiência da vida real, exige dos participantes a ação de aprender

de forma fácil e divertida. Muitos professores necessitam exercer essa prática antes de desenvolvê-la com seus alunos. As vantagens apresentadas no uso de recursos cinestésicos incluem a participação ativa e direta; são jogos e/ou atividades com estilos individuais de aprendizagem; proporcionam imediata autocorreção; podem ser realizados individualmente, em grupo ou em pares; desenvolvem a criatividade, o interesse, a motivação e a diversão.

Preferência pela hora do dia também intervém na aprendizagem, isto é, os níveis de energia de cada pessoa podem variar de turno, cedo ou tarde, no período matutino, vespertino ou noturno, dependendo de pessoa para pessoa. Atualmente a cronobiologia48 é muito conhecida e tem verificado, através de extensa investigação, que pessoas com forte preferência por um determinado período do dia, têm um melhor desempenho quando esse tempo é associado com as atividades de aprendizagem. Segundo Milgram, Dunn e Price (1993), 55%, no máximo, de todos os adultos concentram-se melhor no início da manhã, enquanto 28% funcionam melhor à noite, outros ganham vida no final da manhã ou da tarde, e poucos durante a noite e início da madrugada. A preferência pela hora do dia e a relação entre altos e baixos resultados varia muito. E ainda segundo esses autores, a maioria dos adolescentes superdotados e talentosos não são matutinos.

A necessidade de comer ou beber algo enquanto se está aprendendo/concentrando-se é particularmente mais evidente na adolescência (MACMURREN, 1992).

Muitos adultos de processamento global têm melhor desempenho quando estão comendo, bebendo, ou mascando durante a aprendizagem. Os analíticos, no entanto, dificilmente ingerem algo durante a aprendizagem, preferem isto depois da concentração, quando podem relaxar. “Assim, pessoas fortemente globais usam ingestão para relaxar enquanto estiverem sob pressão, enquanto que as pessoas fortemente analíticas usam ingestão após a pressão quando se pode relaxar49.” (DUNN; DUNN, 1999, p. 18 ).

A mobilidade é uma característica comum entre os indivíduos, e há pelo menos três tipos de pessoas que têm dificuldade para permanecer sentado por até meia hora. Pessoas cinestésicas aprendem através de atividade, eles não conseguem concentrarem-se em informações difíceis passivamente. Algumas pessoas não podem manter-se sentadas por mais de 10 ou 15 minutos, requerem um ambiente informal para aprenderem, o qual pode mantê- los por maior tempo atentos. Se necessitam ficar sentados em salas convencionais suas ideias começam a vagar, seu corpo a se contorcer, e a paciência se esgota rapidamente. Os membros

48 Cronobiologia é a Ciência que estuda os ritmos e os fenômenos físicos e bioquímicos periódicos que ocorrem nos seres vivos.

49 Tradução livre de: Thus, strongly global people use intake to relax while under pressure, whereas strongly analytic people use intake after pressure when they can relax.

do terceiro grupo que necessitam de mobilidade são capazes de sentar e completar uma tarefa, mas, em intervalos designados, necessitam mudar de lugar e direcionarem-se para outra área. O lugar para sentar é o mais importante aspecto desse estilo de aprendizagem. Quando um ser humano está sentado em cadeiras de plástico, aço, ou madeira, 75% do peso total do corpo descansa sobre algumas poucas polegadas quadradas de ossos e, embora a pessoa esteja sentada, seu corpo está em constante movimento (BRANTON, 1966, 1969). Portanto, o

design da cadeira contribui para com uma maior ou menor concentração.

Muitos homens são fortemente tatuais ou cinestésicos, segundo Dunn e Dunn (1999). Tais autores observaram isso em cursos de aperfeiçoamento para professores. Para atender essas características, eles sugerem iniciar uma aula ou palestra com uma breve explicação do que se necessita para aprender; as escolhas disponíveis para aprender algo; como a aprendizagem pode ser evidenciada; e com que escolhas táteis e cinestésicas podem dominar os conteúdos é uma abordagem que atrai mais homens do que mulheres. Introduzindo uma aula da mesma forma anterior, mas diversificando as escolhas: visual/tátil, visual/cinestésica, ou visual/auditiva atende o estilo visual de homens e mulheres.

5. Elementos psicológicos: Os elementos psicológicos e/ou cognitivos integram o processamento de informações de elemento global versus analítico; área dependente versus independente, concreto versus abstrato, aleatório ou sequencial (elemento hemisférico); e comportamento reflexivo versus impulsivo.

Elemento global e elemento analítico referem-se a como um aluno aprende melhor, o primeiro considera o tópico total de estudo, o segundo aborda a tarefa sequencialmente, um aspecto de uma vez. Os alunos que têm uma preferência pela aprendizagem global estão preocupados com o todo, o significado e os resultados finais. Precisam começar com uma visão geral do grande conjunto, antes de lidar com seus elementos. Os estudantes que preferem um estilo analítico de aprendizagem aprendem um detalhe de cada vez, sequencialmente e ao conhecerem todas as peças, colocam-nas juntas e compreendem o grande conjunto.

Elemento hemisférico é associado ao lado esquerdo ou direito do cérebro dominante. Indivíduos com lado esquerdo dominante tendem a ser mais analíticos ou sequenciais, enquanto que os com lado direito dominante tendem a ser associados a alunos com aprendizagem simultânea ou global. Este elemento de preferência se sobrepõe ao elemento global/analítico.

Elemento impulsivo versus reflexivo refere-se ao ritmo do seu pensamento. Se um indivíduo tira conclusões e toma decisões rapidamente ou se necessita de tempo para pensar sobre as diversas alternativas e avaliar cada uma das possíveis possibilidades antes de tomar uma decisão.

Estilos de aprendizagem não se constituem em uma escolha do estudante, mas sim se desenvolvem desde a infância, quase que subconscientemente. Assim, padrões antigos de opções estudantis acerca da aprendizagem podem ser substituídos por novos, baseados em análise de estilo de aprendizagem (DUNN; DUNN, 1999).

Novos padrões vêm favorecer o sucesso do aluno, pois as atividades passam a ser relacionadas ao seu estilo dominante, até então não reconhecido por ele, o que desencadeia um maior comprometimento, logo maior sucesso na vida acadêmica, bem como fora do universo acadêmico.

O modelo de estilo de aprendizagem de Dunn e Dunn (1999) é baseado nos seguintes princípios:

1. Estilo de aprendizagem é um conjunto biológico ecognitivode características

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