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Ensino de História e aprendizagem histórica

No documento Centro Universitário UniProjeção (páginas 186-190)

FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

2.1.1 Ensino de História e aprendizagem histórica

Diante da pergunta: “o que é história?” Tem-se a resposta de Marc Bloch (2001, p. 51) “A história tem por objetivo o homem e por isso ela é a ciência que estuda os homens no tempo” e o autor (1996, p. 67) acrescenta: “uma ciência dos homens no tempo”.

Entende-se assim que, de acordo com o autor, o tempo histórico é aquele marcado por nossos acontecimentos sociais que têm por atores os indivíduos formados por grupos ou associações, o coletivo ou o in- dividual.

Segundo Matos (2014, p. 477) “A história enquanto conhecimento se consolidou como disciplina a partir do esforço de historiadores que investiram no pensamento reflexivo e teórico da prática do historiador [...]”. A autora salienta que

O processo de delineamento do campo da história foi longo, paulati- no e contínuo, Pois podemos afirmar que ainda continua. No entanto, precisamos perceber que o fator central desse processo de delimitação de fronteiras do conhecimento histórico e de independência da mesma enquanto disciplina escolar está intrinsecamente ligada à formação de um campo teórico e metodológico do conhecimento histórico. No sécu- lo XX, as reflexões teóricas foram levadas ao amplo debate acadêmico e se tornou um campo de conhecimento dentro dos saberes histórico. (MATOS, 2014, p. 477).

Portanto, o ensino de história, segundo Isabel Barca (2013), não é só a observância do tempo cronológico, que é importante para a per- cepção da passagem do tempo, mas a autora dedicada ao ensino de história na educação básica propõe uma nova estrutura pedagógica com temáticas que estabeleça essa relevante ligação entre o passado e o presente levando os alunos a se sentirem indivíduos partícipes dos processos históricos.

Entende-se que o ensino de história é o aporte necessário para que se se construa cidadãos cientes de suas presenças nos universo e, por- tanto, capazes de definir o seu papel na engrenagem que constitui suas vidas cotidianas, como especifica Oldimar Cardoso “[...] cidadão cons- ciente e participativo, em consonância com as questões do seu tempo” (CARDOSO, 2008, p. 157).

Nesse viés, Luís Fernando Cerri (2001) acrescenta que as possi- bilidades de se construir e exercer a educação histórica leva o sujeito enquanto aluno ou professor a ter a percepção de sua própria huma- nidade e assim estabelecer relações de alteridade com os outros seres humanos conhecer o passado para compreender o futuro.

O acima citado (2009, p. 1), acerca do ensino de história acres- centa que: “[...] é um fenômeno social e não somente um fenômeno

da educação formal. É integrado por todos os esforços por estabelecer sentidos para o tempo experienciado pela coletividade”.

De outra forma, o grande desafio de tornar o ensino de História mais interessante para o educando no processo de ensino aprendiza- gem faz parte dos anseios dos educadores e pesquisadores que se de- bruçam sobre essa temática e estão comprometidos com uma educação de qualidade

.

Atualmente o ensino de história praticado em sala de aula pelo educador de história está conectado com a definição dos autores Nilton Pereira e Fernando Sefner (2008)

Nossa concepção é que ensinar história na escola significa permitir aos estudantes abordar a historicidade das suas determinações sociocul- turais, fundamento de uma compreensão de si mesmos como agentes históricos e das suas identidades como construções do tempo histórico. O presente, que é o espaço tempo dos estudantes, de onde eles olham para si mesmos e para o passado, torna-se histórico, na medida em que, passo a passo, o professor de história consegue historicizar as ins- tituições, as políticas, os modelos culturais, os modos de ser e, sobre- tudo, as identidades. Trata-se de levar as novas gerações a conhecerem suas próprias determinações, a construir relações de pertencimento a um grupo, a uma história coletiva e a lutas coletivas. (PEREIRA; SEF- FNER, 2008, p. 119)

Deste modo, percebe-se que os desafios para que a aprendizagem histórica aconteça de forma motivadora e assim os conhecimentos se solidifiquem e não sejam facilmente destruídos.

Neste sentido, Moreira (2000) faz a seguinte observação sobre as informações que são passadas em sala de aula e que constitui um desa- fio para professores que não estão cientes que a realidade do d ensino no mundo já é outra:

[...] manejar a informação, criticamente, sem sentir-se impotente fren- te a ela, usufruir a tecnologia se idolatrá-la; mudar sem ser dominado pela mudança; vive em uma economia de mercado sem deixar que este resolva sua vida; aceitar a globalização sem aceitar suas perversida-

des; conviver com a incerteza, a relatividade, a causalidade múltipla, a construção metafórica do conhecimento, a probabilidade das coisas, a não dicotomização das diferenças, a recursividade das representações mentais; [...]. (MOREIRA, 2000, p. 7).

Percebe-se assim que o autor sente a necessidade do professor in- teragir com seus alunos e que a informação seja passada e recebida de forma compreensível de acordo com a sociedade em que estes alunos estejam inseridos, que os indivíduos presentes tenham competência para entender, absorver e se apropriar o conteúdo recebido.

De acordo com Moreira (2000), é preciso que o professor em sala de aula permita e incentive o aluno para que este se torne um ser par- ticipante do que está aprendendo, isto é que a resultante deste conhe- cimento que está sendo passado em sala de aula alcance o aluno de forma que estes conhecimentos novos se mesclem com os já existentes obtidos de sua própria cultura e vivência, possa ter consciência critica para analisar e dar seu parecer sobre os fatos que estão sendo narrados.

Desta forma, concorda-se com Marinete Santos Silva, 1980, quan- do esta se refere à educação escolar, como sendo uma função social em que os educadores devem estar conscientes que estão formando indi- víduos que estes possam exercer o papel que desejarem tanto em suas vidas sociais como no mundo do trabalho.

Este é o fator desafiador que cabe ao professor de história, fazer com que a consciência histórica dos indivíduos se desenvolva.

Nessa sintonia, Maria Auxiliadora Schmidt (2004, 190) acerca do ensino de história argumenta: “[...] constitui-se de um conjunto de conhecimentos, ideias, valores, rotinas e práticas que se configuram a cada época, tornando-se legitimadores, orientadores e regulamentado- res de determinados ensinos da história”.

Sob o mesmo viés, aponta-se que o ensino de história precisa criar espaço para que a criatividade autônoma dos alunos se desenvolva, para tanto, os docentes devem privilegiar o espirito critico e analítico de cada um, afinal o ensino de história possibilita não só decorar no-

mes e datas, mas perceber as mudanças políticas e sociais e assim ter discernimento sobre as mudanças, acontecimentos e resistências.

Desta forma, parte-se para uma explanação acerca dos os concei- tos da didática da história.

No documento Centro Universitário UniProjeção (páginas 186-190)