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Mapa 1: Representação minimalista do conceito <blended learning>.

0.5 Estrutura interna da dissertação

Como último ponto deste texto introdutório, descrevemos em síntese a organização da estrutura expositiva-argumentativa do trabalho. No primeiro capítulo, intitulado Terminologia: Enquadramento e delimitação são coligidos e discutidos diferentes posicionamentos face a questões relacionadas com a autonomia e a identidade da Terminologia. Uma breve incursão diacrónica na natureza interdisciplinar desta disciplina justifica provavelmente as duas grandes macro orientações que se perfilam no panorama actual da investigação desta área (Roche, 2012). São por isso passados em revista argumentos que fundamentam a nossa opção por uma metodologia de base conceptual, ancorada nas investigações de Costa (2006, 2008, 2012, 2013 et passim). Justifica-se o facto de a presente investigação constituir

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uma proposta de organização do conhecimento especializado que incidirá fundamentalmente no contributo do trabalho empírico em torno da definição e da descrição, o qual poderá - numa perspectiva de trabalho futuro - vir a converter-se numa proposta de operacionalização computacional que sirva objectivos mais latos de disseminação, reutilização e partilha.

Num segundo capítulo (A praxis do terminólogo numa opção de base conceptual) reflectimos sobre o papel do terminólogo, do especialista de domínio e do texto de especialidade no trabalho terminológico de base conceptual, procurando identificar e delimitar o lugar que cada uma destas entidades teve no âmbito da metodologia traçada. Defende-se a importância da construção de um processo de trabalho iterativo e cíclico, no âmbito do qual a construção do conhecimento se fez por mecanismos de identificação de zonas de confluência e de dissenso (Shaw & Gaines, 2006), apreendidas tanto a partir de indicadores textuais como de evidências elicitadas por entrevista. Reflectimos sobre o contributo da análise de textos para fins onomasiológicos para a construção de definições e discutimos o papel deste procedimento preliminar na gestão do debate entre especialista de domínio e terminólogo. Este percurso permite ponderar sobre a relação dialéctica entre a realidade e o conhecimento produzido acerca da realidade – com particular destaque para o conhecimento científico – uma vez que é na relação entre a dimensão conceptual e a dimensão linguística que reside a essência da investigação em Terminologia.

No terceiro capítulo (Desenho de uma metodologia de base conceptual) é justificada a selecção e configuração das opções metodológicas inerentes ao desenho do fluxo de trababalho e são, naturalmente, correlatas da questão de investigação (Yin, 1998). Justificamos a opção por um estudo de natureza qualitativa, sustentado numa concepção fenomenológica e indutiva e orientada para o processo. Fundamentamos igualmente uma opção pessoal por princípios importados de outras áreas das Ciências Sociais e Humanas (Sociologia e Ciências da Educação), que nos parecem apoiar o estabelecimento de percursos e de fluxos de trabalho com potencialidades para facilitar a planificação da interacção do terminólogo com o texto e os especialistas de domínio, no âmbito de uma perspectiva conceptual da Terminologia. Num segundo momento, são descritas as diferentes perspectivas da arquitectura do desenho

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metodológico que sustenta a proposta de uma definição e de uma descrição de <blended learning>.

Os capítulos IV e V constituem um desdobramento explicativo da metodologia e uma descrição e análise dos resultados obtidos em cada etapa delineada. No Capítulo IV (Blended learning: enquadramento do domínio-objecto) desenvolve-se a etapa de familiarização com o domínio em estudo, tendo sido apresentadas diferentes interpretações da realidade observada, escoradas no resultado da interacção entre as entrevistas exploratórias e da revisão preliminar da literatura. Perspectivam-se duas ideias fundamentais: (1) no contexto de Ensino Superior Pós-Bolonha desenha-se um cenário pedagógico entre presença e distância caracterizado por um continuum de conceitos que apresentam relações de contiguidade e aparentes sobreposições com o <blended learning>. Como resultado da triangulação das fontes de consulta, são propostas representações para os principais conceitos identificados; (2) <o blended learning> é um conceito ainda difuso do ponto de vista da sua delimitação teórica, como se sustenta a partir de uma análise diacrónica.

No capítulo V (Blended learning – proposta de definição) são explicitadas as inferências que resultaram da análise de um conjunto de contextos (definições e descrições) existentes e é defendido o interesse de propor uma definição intensional que se assuma como herdeira de um património, contemplando o conhecimento extraído, mas sintetizando e hierarquizando a informação conceptual por via de uma representação linguística que se pretende de maior rigor e precisão do que as já existentes. São sistematizados os resultados obtidos através da realização de entrevistas exploratórias individuais a especialistas do domínio. É apresentada uma proposta de definição intensional e de descrição de blended learning. A captura da constância do conceito, através de uma definição intensional sujeita a escrutínio, através de um processo de validação, sendo descritas as apreciações críticas conclusivas e os resultados dos diferentes procedimentos de validação empreendidos. Este crivo visa testar a isenção dos julgamentos efectuados e por à prova o grau de consensualidade quanto à organização interna da definição. São ainda discutidas as mais-valias do percurso metodológico proposto neste trabalho, expondo procedimentos alternativos que poderão resultar na sua melhoria, em trabalho futuro congénere.

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Os materiais apensos a este trabalho constituem provas documentais das diferentes etapas do estudo, ilustrando o processo decisório subjacente à progressão do percurso metodológico descrito em corpo de texto. A secção de apêndices encontra-se, por isso, dividida em três partes: a) interacção entre terminólogo e especialista de domínio (etapa exploratória); b) interacção entre terminólogo e texto de especialidade; c) interacção entre terminólogo e especialista e domínio (etapa de validação).

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